29 de agosto: Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

imp-ult-142702577429 de agosto é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data foi criada por ativistas lésbicas brasileiras em 29 de agosto de 1996 durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), como um marco na luta de mulheres brasileiras que têm seus direitos violados diariamente por sua orientação sexual. De acordo com o balanço divulgado pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, dos mais de 130 mil casos de violações de direitos humanos denunciados em 2015, 23% das vítimas eram gays, 12% travestis, 10% lésbicas, 9% transexuais e 2% bissexuais.

Caroline de Araújo Lima, 1° vice-presidente da Regional Nordeste III e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, afirma que a data é uma grande vitória para as lésbicas tanto pelas conquistas de direitos alcançadas quanto pela luta travada diariamente contra a lesbofobia. “Infelizmente, a violência contra as lésbicas ainda é uma constante. Pesquisas revelam que lésbicas sofrem com o ‘estupro corretivo’, principalmente por seus familiares, como forma de puni-las e com a intenção de ‘mudar’ sua orientação sexual, além da violência sofrida nas ruas por causa de manifestação pública de afeto. É  importante denunciar também as várias violências que as lésbicas têm sofrido também nas instituições de ensino superior”, disse.  A diretora do ANDES-SN chama a atenção para um agravante: quando a mulher lésbica é negra a probabilidade de sofrer violência é ainda maior.

Combate a lesbofobia
Segundo Caroline de Araújo Lima, é de extrema importância inserir temas como a lesbofobia nos espaços de construção da luta, como sindicatos, e também em espaços acadêmicos. A diretora do Sindicato Nacional ressaltou a luta do ANDES-SN para visibilizar as demandas, não apenas da população lésbica, como a de toda a comunidade LGBT, mulheres e negros. Entre as ações de luta do Sindicato, realizadas neste ano, está a distribuição da cartilha “Em defesa dos direitos das  mulheres, dos indígenas, das/os negras/as, e das/os LGBT” – elaborada pelo GTPCEGDS e lançada durante o 61º Conad, que ocorreu de 30 de junho a 03 de julho, em Boa Vista (RR) -, nas seções sindicais e instituições de ensino superior. Outro importante passo dado pelo ANDES-SN na luta contra a lesbofobia foi a deliberação, também durante o 61º Conad, de incluir o dia 29 de agosto no calendário de lutas da entidade nacional.

“A cartilha é resultado de amplo debate realizado ao longo dos últimos anos sobre o combate às violências lgbtfóbicas, machistas e racistas. A cartilha, que está sendo distribuída em diversas seções sindicais do ANDES-SN, é uma ferramenta importante para fomentar este debate e instrumentalizar os docentes no combate às opressões as minorias”, disse.

Para a diretora do ANDES-SN, em tempos de intensa retirada de direitos e com a “Lei da Mordaça” nas escolas, é importante que os movimentos sociais, LGBT’s e negro se unam e lutem contra o machismo, racismo e LGBTfobia. “A organização dos movimentos em datas importantes, como a de hoje, demarca que nós não iremos recuar diante desta conjuntura posta que atinge, principalmente, as minorias no país”, aponta.

Acesse a cartilha aqui

 

Fonte: ANDES-SN

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