Docentes das Estaduais do Paraná entram em greve contra descumprimento de acordo

Professores da rede pública estadual de ensino e outras categorias do funcionalismo também paralisam as atividades

Docentes das universidades estaduais do Paraná iniciaram desde a última semana um movimento grevista contra o descumprimento, por parte do governo do estado, do acordo firmado com a categoria, que levou à suspensão da greve em 2015. No início de outubro, o governador do Paraná, Beto Richa, encaminhou à Assembleia Legislativa do estado uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) suspendendo o pagamento do reajuste salarial dos docentes e demais servidores públicos estaduais, previsto para janeiro de 2017.

O governador estabelece, no texto da emenda, que a reposição salarial dos servidores públicos não será paga “enquanto não forem implantadas e pagas todas as promoções e progressões devidas aos servidores civis e militares” e, ainda, condiciona o aumento à “comprovada disponibilidade orçamentária e financeira”. Nesta segunda (17), os docentes devem se reunir com representantes do governo do estado.

Na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a greve foi retomada a partir da última segunda-feira (10). Já os docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) entraram em greve no dia 13, enquanto em os docentes da Estadual de Maringá (UEM) aderiram à paralisação a partir da última sexta (14). Na Estadual do Paraná (Unespar), os docentes entraram em greve a partir desta segunda (17), e devem realizar assembleia na próxima quinta, dia 20, para avaliar a negociação e a continuidade do movimento paredista. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), os professores decidiram paralisar as atividades de segunda (17) a quarta (19).  Já na Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), a assembleia para deliberação sobre deflagração da greve está marcada para quarta (19).

Para Roseli Rocha, da coordenação do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) do ANDES-SN a retomada da greve pelos docentes do Paraná é legítima. “Esperamos que o governo do Estado do Paraná cumpra o acordo feito com a categoria, assumido e descumprido de forma desrespeitosa com a Educação Pública e demais setores do serviço público do estado”, avalia Roseli.

As seções sindicais do ANDES-SN estão programando uma série de atividades locais e um grande ato, em conjunto com demais categorias e com o movimento estudantil, deve ser realizado na quarta (19), na capital do estado, Curitiba.

Além das Universidades, os professores e funcionários da rede pública estadual e a polícia civil também entraram em greve nesta segunda-feira (17). O movimento em defesa da educação no Paraná também envolve os estudantes, da rede básica e Universidades, que até o presente momento ocupam cerca de 500 escolas pelo estado e outros quatro campi de universidades: Toledo, Marechal Candido Rondon, Paranaguá e União da Vitória.

Segundo informativo da Adunioeste – Seção Sindical do ANDES-SN “a greve geral da educação é uma medida que revela o descontentamento de professores, funcionários e estudantes ao tratamento dado pelo governo para a educação. A receita corrente do Paraná cresceu, em termos reais, 27,28% (acima da inflação) no período de 2011 a 2015. Na hora de investir em educação o governo diz que há uma crise e que não dá para investir. Onde foi parar o dinheiro do Paraná?”, ressalta o documento.

Ainda de acordo com a Adunioeste SSind., nesta segunda (17), depois da reunião com governo, o Comando Estadual de Greve dos Docentes (Fórum das Associações Docentes) deverá indicar data unificada, na próxima semana, para realização de assembleia docente para avaliação do movimento.

*Com informações e imagens das Seções Sindicais

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Fonte: ANDES-SN

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