Neste 12 de junho, dia da abertura da Copa no país, trabalhadores e entidades dos movimentos sindical, social e estudantil protestaram contra as injustiças e gastos exorbitantes com o megaevento. A insatisfação não foi mostrada somente nas ruas, mas também dentro do estádio. A presidente Dilma Rousseff, que esteve presente no jogo de abertura, foi vaiada pelos torcedores.
Repressão – Em muitas capitais, os atos foram marcados pela repressão e violência do Estado que impediu o livre direito de manifestação. A tropa de Choque e o aparado policial foram acionados e mais uma vez agiram com extrema truculência.
Em São Paulo, cidade onde foi realizada a abertura da Copa, a manifestação convocada na quadra do Sindicato dos Metroviários, cujo caráter também foi em solidariedade aos 42 demitidos pelo Metrô, foi marcada pela violência policial que cercou o Sindicato e impediu que os manifestantes saíssem em passeata. Em Belo Horizonte e Rio de Janeiro também houve repressão.
Dessa truculência não escaparam nem os jornalistas. Duas correspondentes na CNN ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e policiais em São Paulo, um jornalista do Opinião Socialista teve as duas mãos contundidas e um jornalista da Reuters sofreu traumatismo craniano em Belo Horizonte.
Pelo mundo – Os protestos ganharam repercussão internacional com destaque para a repressão exagerada às manifestações. A solidariedade internacional aos manifestantes do Brasil também foi registrada na Grécia e manifestantes estendem faixa em apoio à luta dos trabalhadores daqui.
Atos pelo país – A CSP-Conlutas esteve presente nos atos pelo país e reafirmou a disposição dos trabalhadores em mostrar que na Copa Vai Ter Luta.
Confira os informes dos atos que chegaram até o momento:
São Paulo – A manifestação de São Paulo reuniu 2 mil pessoas, e teve como organizadores a CSP-Conlutas, as entidades do Espaço de Unidade de Ação que reúne mais de cem entidades, e contou também com dezenas de movimentos da juventude e populares. O ato “Na Copa vai ter Luta” incorporou entre suas bandeiras a campanha pela readmissão dos metroviários demitidos em São Paulo.
A atividade, totalmente pacífica, sofreu descabida repressão policial. Já no início, às 10h, havia encurralado os manifestantes na frente do Sindicato e, por volta do meio dia, tentou dispersar o ato com bombas de gás lacrimogêneo.
O manifestantes se abrigaram na quadra do Sindicato, entretanto, se viram sitiados dentro da entidade. Um acena só vista em período de ditadura militar.
Como se isso não bastasse, foram obrigados a deixar o Sindicato em seguida sob ameaça de invasão da PM.
Aracaju (SE) – Em Sergipe, dia 12 de junho, entidades dos movimentos sociais denunciam injustiças da copa.Trabalhadores e estudantes, servidores técnicos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e petroleiros, fizeram atos simbólicos para conscientizar e dialogar com a população.
Logo cedo, pela manhã, os estudantes ativistas da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), que fazem parte do coletivo “Pra Fazer Diferente”, estenderam na passarela do Detran uma faixa de sete metro com a seguinte frase: “Quem torce pelo Brasil luta pela educação. NA COPA VAI TER LUTA!
Na categoria de petroleiros também teve mobilização, na sede da Petrobras na Rua Acre, em Aracaju e na Petrobras em Carmópolis. Com um carro de som na porta da empresa e panfletos, os petroleiros da direção do Sindipetro AL/SE alertavam os demais trabalhadores para além das injustiças da copa.
Na praça General Valadão, além dos estudantes e dos petroleiros, também estavam presentes os servidores técnicos da Universidade Federal de Sergipe, que estão em greve, junto com o sindicato. (Confira a matéria completa aqui).
Rio de Janeiro (RJ) – A manifestação, convocada e organizada pela Plenária dos Comandos de Greve das Categorias em Luta, reuniu 4 mil pessoas no centro da cidade. Estimulados pela greve dos Aeroviários, os manifestantes realizaram um ato de protesto contra os gastos públicos e as injustiças da Copa no centro do Rio de Janeiro.
Exibindo muitas faixas e bandeiras os manifestantes fecharam totalmente as duas pistas da Avenida Rio Branco e realizaram uma grande passeata em direção a Cinelândia; de onde seguiram depois para os Arcos da Lapa.
O protesto contou com a presença de ativistas e militantes da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), comandos de greve dos servidores da cultura, das universidades e colégios federais, do SINASEFE, do SEPE e a galera da ANEL-RJ e de outras entidades estudantis. Além deles, militantes do PSOL, PCB e PSTU também participaram com suas colunas.
O ato seguiu tranquilo até a chegada aos Arcos da Lapa. Quando se encaminhava para o final, policiais próximos ao carro-de-som detiveram um manifestante, dando início à confusão. Cercada por parte da manifestação a PM reagiu violentamente e dispersou a multidão a base de spray de pimenta e bombas de efeito moral. Apesar da ação violenta da Polícia Militar, que ocupou quase toda a região dos Arcos da Lapa, uma parte dos manifestantes continuou pacificamente embaixo dos Arcos da Lapa e o restante se dispersou organizadamente. (com informações da Agência Anota)
Brasília – Estudantes e trabalhadores fazem em manifestação na rodoviária do Plano Piloto. Participaram do ato Anel, CSP-Conlutas, Fasubra, Movimento Mulheres em Luta e Sinasefe.
Fortaleza (CE) – Um protesto de trabalhadores da construção civil bloqueou o cruzamento da avenida Beira-Mar com a rua Tibúrcio Cavalcante na manhã desta quinta-feira (12). O grupo reclama dos gastos excessivos da Copa e pede mais investimentos em áreas como a saúde e educação.Outra reivindicação da categoria é o reajuste salarial de 15%, além de cesta básica no valor de 120 reais. (com informações do Diário do Nordeste)
Fonte: CSP-Conlutas