ANDES-SN se manifesta contra ataques lgbtfóbicos na UFJF

Em nota, Sindicato Nacional declara apoio ao Colégio de Aplicação João XXIII, a UFJF e a equipe do programa “A hora do lanche”

O ANDES-SN, por meio de uma nota de sua diretoria, declarou nesta quarta-feira (18) seu apoio à comunidade acadêmica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Colégio de Aplicação João XXIII e ao estudante Nino de Barros, que têm sido alvos de ataques lgbtfóbicos após a divulgação de um vídeo institucional sobre o Dia das Crianças no qual Nino performa a drag queen Femmenino.

O vídeo “Na Hora do Lanche – Especial Dia das Crianças” mostra a visita da drag queen Femmenino aos estudantes do Colégio de Aplicação no horário do intervalo. Um trecho de quinze segundos, de um vídeo de mais de quatro minutos, no qual Femmenino conversa com as crianças sobre a imposição de padrões de gênero, especificamente sobre a divisão de brinquedos entre masculinos e femininos, foi posteriormente editado por páginas de ódio e divulgado nas redes sociais, o que iniciou a onda de ataques à universidade e à drag queen.

Um representante do Conselho Tutelar de Juiz de Fora também se envolveu na questão, e denunciou a drag Femmenino e a escola ao Ministério Público Federal, alegando que ambos teriam desrespeitado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Plano Municipal de Educação do município. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Defesa das Crianças, Adolescentes e Jovens da OAB de Juiz de Fora declararam apoio ao material produzido pela UFJF e afirmaram que fomentar a reflexão sobre gênero nas escolas é contribuir para a desconstrução da cultura do machismo, para o combate à LGBTfobia e para o reconhecimento da diversidade e e respeito aos direitos humanos.

Para o ANDES-SN, “A Escola e a Universidade são espaços de formação e que têm por princípios o respeito à diversidade, a autonomia e a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. No último período esses espaços vêm recebendo todo tipo de ataque, principalmente professore(a)s e estudantes, em nome de uma moral conservadora e de caráter fascista. O movimento escola com mordaça, que já foi derrotado judicialmente por conta da inconstitucionalidade dos seus projetos de lei, ataca a comunidade escolar e universitária com denúncias fundamentadas na “doutrinação ideológica” e na “ideologia de gênero”. O ANDES-SN defende uma educação libertadora, classista, laica e que respeite a diversidade”.

O Sindicato Nacional ressalta ainda na nota que “os defensores dos Projetos Escola Sem Partido são os mesmos que votaram favoráveis à Lei de Terceirização irrestrita e da Reforma Trabalhista, os fundamentalistas religiosos que criminalizam os movimentos sociais e a defesa da diversidade são os mesmos que apedrejam a população LGBT e crianças pertencentes às religiões de matrizes africanas, são os mesmos que retiram direitos das populações indígenas e quilombolas. A omissão em relação aos debates relacionados à diversidade fortalecem o preconceito e estimulam a violência contra mulheres, LGBT, negros , indígenas e a intolerância religiosa.”

A Associação de Docentes de Ensino Superior de Juiz de Fora (ApesJF – Seção Sindical do ANDES-SN) realizou assembleia geral na terça (17) para debater o tema. Os docentes presentes manifestaram seu apoio a Nino, à UFJF e ao Colégio de Aplicação por meio de uma nota. “Não se constrói uma sociedade democrática, de fato, na base da naturalização de estereótipos hegemonicamente construídos pela classe dominante, mas, pelo contrário, em sua problematização e ruptura”, diz a APESJF-SSind.

Confira aqui a nota da diretoria do ANDES-SN

 

Fonte: ANDES-SN

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.