A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (Anel) fez uma vigília neste domingo (1°) em frente ao Ministério da Educação (MEC) depois de realizar uma manifestação em frente ao Congresso Nacional em defesa do Passe-Livre e contra as Medidas Provisórias 664 e 665, editadas pelo governo federal recentemente, que retiram direitos históricos dos trabalhadores. Os estudantes exigiam uma audiência com o ministro da Educação, Cid Gomes, para discutir a crise orçamentária nas universidades federais decorrente do corte na Educação no valor de R$ 7 bilhões para 2015.
Na segunda-feira (2), pela manhã, Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidente do ANDES-SN, e Maria Lúcia Fattorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, estiveram presentes no acampamento em frente ao MEC para apoiar as reivindicações dos estudantes e realizaram uma aula pública sobre os ataques à educação pública, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, seguindo a cartilha do Banco Mundial, até os governos do PT, através do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Elas falaram também sobre a mercantilização da educação, através do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos (Prouni).
Com a pressão do movimento, no mesmo dia, Dilvo Ristoff, Secretário da Educação Superior (Sesu/MEC) recebeu os estudantes em frente ao ministério para uma reunião. A Anel cobrou transparência sobre a situação orçamentária da Educação Federal, e relatou a crise que se alastra nas universidades federais. “Em um primeiro momento, o Dilvo não quis assumir que existia uma crise na Educação, mas depois reconheceu a situação em que vivem as universidades. Ele disse que até meio do ano tudo estaria resolvido”, contou Lucas Brito de Lima, integrante da executiva da Anel.
Os estudantes argumentaram que seria difícil, pelo atual cenário econômico do país, resolver a crise nas universidades em tão pouco tempo, e que nove universidades já estão sentindo os efeitos do corte orçamentário, entre elas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Entre as reivindicações do movimento estão a de que nenhum trabalhador terceirizado sofra com atraso salarial e demissão, o compromisso do governo em não atrasar as bolsas de assistência estudantil, condições de estrutura na rede federal pública universitária, e o investimento imediato de 10% do PIB para a Educação Pública. Ainda em reunião, os estudantes criticaram a contradição do lema do governo de colocar a educação no centro da gestão, “Brasil, Pátria Educadora”.
Antes do término da reunião, Dilvo Ristoff se retirou e nenhum encaminhamento foi realizado. Na ocasião, os estudantes entregaram uma carta ao secretário da Sesu (confira aqui), informou Lima.
Fonte: ANDES-SN – com informações da Anel e Agência Brasil
Foto: Anel