Torcemos pelo Brasil, lutamos por mais direitos!
A Copa se aproxima e as expectativas com ela também. Quem não se empolga com o nosso futebol e em torcer pela seleção brasileira? O futebol não só é um patrimônio do nosso povo, como também um direito, o direito ao lazer, ao esporte, à cultura. Mas a Copa não é sinônimo de garantia desse direito, muito pelo contrário, quem vai encher os estádios nos dias de jogos não serão os trabalhadores e trabalhadoras e nem seus filhos e filhas. Quem vai se beneficiar com a grande movimentação financeira desse evento também não seremos nós.
A 30 dias da Copa esta claro que aqui na Bahia, o que não é diferente do resto do país, o seu legado será apenas um estádio. O governo da Bahia está pagando para OAS e Odebrech 1,6 bilhões de reais pela Fonte Nova. Mas porque que o governo tem que pagar, com nosso dinheiro, a reforma de estádio se os ingressos pra entrar nele serão tão caros? Nós pagamos, mas o estádio não é nosso. Alem disso qual legado a mais teremos? Cadê as obras de mobilidade urbana? O metrô, … anos em construção, continuará parado na Copa.
Como se não bastasse, os governos Wagner e Dilma estão permitindo à FIFA passar por cima de nossa soberania nacional. Isenta de impostos terá lucros exorbitantes, além disso terá direito de prender e até julgar manifestantes nas áreas próximas do evento. Tudo que será comercializado nas proximidades será caro e permitido apenas às empresas patrocinadoras. Até as baianas queriam proibir de vender nosso acarajé. Sem contar a proibição de telões nos bares e ruas para que nós, que não temos dinheiro entrar no estágio, possamos fazer festa assistindo os jogos!
O descaso com as Universidades Estaduais Baianas (UEBA´s) precisa parar!
Enquanto isso nossas universidades estaduais vem sendo historicamente tratadas com descaso pelos mais diferentes governos. A cada ano os recursos para custeio e manutenção ao invés de se ampliarem, para ao menos acompanharem o aumento de cursos e estruturas e suprir o aumento dos preços, estão sendo absurdamente reduzidos em percentuais. Isso atinge em cheio a qualidade dos nossos cursos.
Nossas universidades estaduais: os vinte e quatro campi da UNEB, a UESC, UEFS e os três campi da UESB, não possuem uma política mínima de assistência estudantil. Na UNEB não existe nem Restaurante Universitário, os três que existem nas demais são extremamente deficitário, da estrutura ao reduzido numero de refeições subsidiadas (ao preço mais barato). Na UESC (Sul da Bahia) por exemplo, são apenas 900 refeições subsidiadas, num total de cerca de 6 mil estudantes. Além disso praticamente não existem residências e creches universitárias, o numero das bolsas permanência e moradia são reduzidos, que além do valor ser baixo atrasam constantemente, tem bolsista que não recebeu se quer um mês do semestre corrente.
O corte orçamentário para custeio e manutenção das UEBA´s (Universidades Estaduais da Bahia) para esse ano é de aproximadamente 12 milhões, enquanto que só para o sorteio da Copa, no complexo hoteleiro da Costa do Sauípe, o governo desembolsou mais de 6 milhões do nosso dinheiro. Esse corte ameaça o pouco de assistência estudantil que temos hoje, ameaça ainda o próprio funcionamento das universidades.
Uma assembleia estadual para fortalecer e preparar as lutas!
O movimento estudantil não podemo mais admitir essa realidade absurda. As jornadas de junho do ano passado mostraram a força da juventude em luta. Mas nossos DCE’s não tem impulsionado essa luta. A assembleia estadual da ANEL Bahia reunindo estudantes da UNEB, UESC e UFBA, nos dias 25 e 26 de março, aprovou como principal tarefa do próximo período impulsionar essa luta, construindo a campanha estadual: “Wagner, chega de dinheiro para FIFA, mais dinheiro pras UEBAS!” Pautando ampliação da assistência estudantil, com destinação de 1% da Receita Liquida de Impostos (RLI) para uma rubrica especifica e reforçando a pauta do movimento docente e dos técnicos por 7% da RLI para as universidades.
Iniciamos na sexta a noite em uma atividade em conjunto com o Encontro Estadual da CSPConluas, como o tema “Vamos voltar as ruas! Na Copa Vai ter Luta!”. A assembleia também trouxe para a realidade do nosso estado a construção das campanhas aprovadas na nossa assembleia nacional no final de março e de outras duas lutas importantes: contra a instalação da UPP na UNEB e de solidariedade aos índios Tupinambás do sul da Bahia. Também tivemos um forte debate de combate às opressões e votamos impulsionar a construção do MML (Movimento Mulheres em Luta) e do Quilombo Raça e Classe em nosso estado, além da criação de um GT (Grupo de Trabalho) LGBT em nossa entidade. Por fim aprovamos, junto com a CSPCONLUTAS, que também realizou seu encontro estadual nesse mesmo fim de semana, um calendário de lutas e votamos nossa nova Comissão Executiva Estadual.
Só seremos vitoriosos nessas lutas se conseguirmos buscar a unidade com todos os coletivos e entidades do movimento estudantil baiano dispostos a lutar por essas pautas. Por isso nós da ANEL Bahia fazemos um chamado para ao movimento estudantil das UEBA´s para mobilizar os estudantes exigindo do governador mais assistência estudantil e mais recursos para nossas universidades.
Wagner, chega de dinheiro para FIFA, mais verbas para as UEBAS!
Queremos Assistência estudantil de verdades em nossas universidades estaduais!
7% da RLI (Recursos Líquidos de Impostos) para as UEBAS!
Fonte: ANEL