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Governo expande Fies para pós-graduação e amplia lucro das empresas de educação

Após a aprovação do texto final do Plano Nacional de Educação (PNE), que incluiu o repasse de recursos públicos para financiar programas como o de acesso nacional ao ensino técnico e emprego (Pronatec), a renúncia fiscal para faculdades privadas (Universidade para Todos – ProUni),  o de bolsas para estudo no exterior (Ciência sem Fronteiras) e o de financiamento estudantil (Fies), na última quarta-feira (2) foi publicada, no Diário Oficial da União, a portaria do Ministério da Educação (MEC) que amplia o fundo de financiamento para todas as formas de pós-graduação stricto sensu, que envolvem os cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado, expandindo assim o repasse de verbas públicas para a educação privada em todos os níveis. Dessa forma, o Fies, que opera através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), rompe com a exclusividade de atendimento aos cursos de graduação da educação superior de instituições não gratuitas. A partir de agora, estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC poderão recorrer ao financiamento quando desejarem ingressar nos cursos de pós-graduação stricto sensu. A portaria complementa a meta 14 do PNE, que prevê objetivamente elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Como forma de viabilizá-la, o texto aponta a expansão do financiamento estudantil por meio do Fies. De acordo com Daniel de Oliveira Franco, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do ANDES-SN, “essa é uma justificativa que eles lançam mão para fazer o repasse de dinheiro público para as empresas que comercializam serviços na área de ensino. É mais uma porta para o setor privado, desviando e restringindo ainda mais os parcos recursos públicos para o atendimento das demandas atuais necessárias à educação pública brasileira”. Hoje, a titulação anual no Brasil é de 42.878 mestres e 13.912 doutores, conforme a matéria do G1 de final de junho. Segundo o MEC, atualmente o Fies conta com 1,6 milhões de contratos firmados com as IES privadas em relação aos cursos de graduação, dessa forma há grande expectativa também para os contratos referentes aos cursos de pós-graduação. Segundo dados da Capes, do total de 203.717 matriculados em pós-graduação stricto sensu no ano de 2012, 31.691 (15,5%) eram em instituições privadas. Com base nesses dados, o ministro da educação, José Henrique Paim, apontou, em matéria de O Globo, que existe uma demanda importante de financiamento nessa área, especialmente nos cursos de mestrado profissional. De acordo com Daniel Franco, “o ANDES-SN tem posição firme e histórica de garantir que os recursos públicos sejam destinados exclusivamente para o financiamento da educação pública, e é assim que entendo ser a política correta. Aplicar os 10% do PIB na educação pública a partir de agora seria o básico para corrigir as distorções que temos hoje, buscando investir na formação, valorização dos professores e servidores da educação, bem como estruturar e equipar devidamente as instituições públicas que cuidam da educação. Dessa forma nos opomos que os estudantes sejam financiados para pagar com recursos públicos instituições privadas”. Dessa forma, a implementação das metas previstas no Plano Nacional de Educação fortalecem a concepção da educação brasileira não mais como um direito, e sim como serviço. Neste contexto, não é à toa que cresceram os grupos empresariais que atuam no ensino superior. Recentemente, os acionistas dos grupos Kroton e Anhanguera aprovaram uma fusão que criou a maior empresa brasileira na área do ensino superior, com valor de mercado estimado em R$ 22 bilhões, e quase um milhão de alunos matriculados. “Evidentemente, com a garantia do financiamento pelo governo e com o devido credenciamento das instituições desse nível de ensino, o montante dos lucros deve crescer, uma vez que se ampliará, pois os possíveis estudantes da pós-graduação, demandantes das particulares que tem limites financeiros, certamente entrarão no mercado”, aponta Franco. Com informações: O Globo e Portal G1

 

Fonte: ANDES-SN

 

ANDES-SN repudia escolha antidemocrática de reitor da Ueap

Camilo Capiberibe, governador do Amapá, atropelou a democracia ao nomear, na tarde de terça-feira (1), o novo reitor da Universidade do Estado do Amapá (Ueap). Capiberibe ignorou a votação realizada junto à comunidade acadêmica no início de maio e escolheu como administrador da universidade o professor Perseu da Silva Aparício, candidato derrotado no processo eleitoral. O ANDES-SN e a Seção Sindical dos Docentes da Ueap (Sindueap-SSind) divulgaram notas de repúdio ao ocorrido.

A reitoria da Ueap já estava colocada no centro de uma crise política, pois a antiga reitora, Maria Lúcia Teixeira Borges, não era professora efetiva da instituição, e sim da Universidade Federal do Amapá (Unifap). A comunidade acadêmica da Ueap reagiu de maneira enfaticamente contrária à nomeação antidemocrática. O ANDES-SN, em sua nota, afirmou que “considera inaceitável o desrespeito perpetrado contra a autonomia da universitária e a democracia interna, instrumentos que têm garantido à universidade pública e gratuita o cumprimento do seu papel de educadora, criadora da ciência e propagadora das artes e da cultura”. A nota do Sindueap sobre o caso classifica a escolha do governador como “autoritária, desrespeitosa e arbitrária”. A nota continua afirmando que o governador “não reconhece os princípios constitucionais da Autonomia Universitária e da democracia” na escolha dos cargos de reitor e vice-reitor.

Professores, técnico-administrativos em educação e estudantes já estavam mobilizados na Ueap. O movimento “Nomeie Já” exigia a nomeação imediata de Luciano Araújo Pereira, primeiro colocado na eleição, como reitor da universidade. O movimento, que chegou a ocupar a reitoria da Ueap por dois dias, também criticava o fato de a reitora da universidade não ser professora efetiva da instituição. Quanto a isso, o governo estadual respondeu ironicamente na reportagem oficial sobre a nomeação do candidato derrotado, afirmando que “em atendimento à legislação aplicada, os ocupantes do cargo de reitor e vice-reitor devem pertencer ao quadro docente efetivo da Universidade”.

Prática comum durante a ditadura empresarial-militar, a nomeação de candidatos derrotados nas consultas à comunidade tem acontecido em menor número desde o fim do regime, mas ainda mostra seus resquícios em universidades federais e estaduais. A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) são algumas das instituições que tiveram, nos últimos anos, sua democracia afrontada ao ter como reitores candidatos derrotados nas consultas.

Confira aqui a moção de repúdio do ANDES-SN.

Foto de Agência Amapá.

 

 

Fonte: ANDES-SN

Após forte greve, operários da Construção Civil de Fortaleza conseguem vitória

Os trabalhadores da construção civil de Fortaleza (CE) conquistaram 9% de reajuste salarial e decidiram por fim à greve de 10 dias da categoria. O índice representa aumento real de 3,6%. Outra importante vitória foi o aumento de quase 38% no valor da cesta básica, que subiu de R$ 65 para R$ 90.

A proposta foi aprovada pela categoria em assembleia na Praça Portugal, na manhã desta quarta-feira (2), com a presença de cerca de 2 mil trabalhadores, feita simultaneamente à outra, realizada no Complexo de Obras do Beach Park,  com a presença de 500 operários, que também foram favoráveis aos reajustes.

A campanha salarial dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza, cuja data base é em março, foi marcada por intensas mobilizações, paralisações e pela dureza da patronal que, em dado momento, interrompeu as negociações. Os operários mantiveram-se unidos e decidiram deflagrar greve no dia 23 de junho, período de Copa do Mundo no país, que tem a capital cearense como uma das cidades sedes dos jogos do campeonato.

A greve ganhou visibilidade e foi marcada por forte repressão do estado, que acionou a Tropa de Choque para tentar impedir que a luta dos trabalhadores continuasse e “atrapalhasse” a realização do mundial.

“Essa paralisação esteve no marco das grandes mobilizações do período “Na Copa vai ter Luta!””, destacou o membro da CSP-Conlutas Atnágoras, que está no Ceará e comemora com os operários essa importante vitória.  “O papel de protagonista do Sindicato nesta greve é referência para as lutas gerais e para CSP-Conlutas”, concluiu o dirigente.

* Com edição do ANDES-SN 

 

Fonte: CSP-Conlutas

ANDES-SN divulga o caderno de textos do 59º Conad

imp-ult-1480712116O Caderno de Textos do 59º Conselho Nacional do ANDES-SN (Conad) do ANDES-SN foi divulgado nesta quarta-feira (18). O documento foi encaminhado à todas as Seções Sindicais, para que o reproduzam, em número de cópias suficientes, para que seja utilizado como subsídio às discussões e formulações da categoria. As contribuições que forem encaminhadas entre os dias 9 de junho e 5 de agosto serão incorporadas ao Anezo do Caderno de Textos.

O 59º Conad acontece em Aracaju (SE), entre os dias 21 e 24 de agosto, com o tema Luta em defesa da educação: autonomia da universidade, 10% do PIB exclusivamente para a educação pública. Segundo a apresentação da diretoria do ANDES-SN, publicada no Caderno de Textos, a temática “expressa com clareza a continuidade e a persistência do nosso esforço no cumprimento de princípios que são parte da luta histórica do ANDES-SN”.

Confira aqui o Caderno de Textos do 59º Conad.

 

Fonte: ANDES-SN

 

2 de Julho: participe do bloco em defesa da educação!

A ADUSC e as demais Associações Docentes (ADs) convidam toda a comunidade acadêmica das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) a participar do tradicional bloco da educação no Cortejo 2 de Julho. 
 
Com a costumeira animação, neste ano, o bloco formado por professores, estudantes e técnicos das UEBA fará a denúncia sobre a grave crise financeira que impacta as universidades estaduais e a necessidade de aumento no orçamento para, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos.
 
Por melhores condições de trabalho, infraestrutura e materiais adequados, respeito a promoções e progressões, fim da sobrecarga de trabalho, dentre outras pautas! Docentes, estudantes e servidores técnicos interessados deverão comparecer à sede da ADUSC para preencher a lista com seus dados pessoais, visando viabilizar transporte, alimentação e demais providências.

Em reunião com docentes, estudantes e servidores, governo apresenta soluções limitadas

No dia 17 de Junho, último, representantes docentes, estudantis e de servidores técnicos das quatro Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) voltaram a se reunir com o coordenador da CODES (Coordenação para o Desenvolvimento do Ensino Superior), Nildon Pitombo. Na oportunidade, Nildon apresentou resposta para alguns dos problemas ocasionados com o estrangulamento orçamentário imposto pelo governo, mas não se posicionou quanto à reivindicação central de investimento adequado para as universidades. Para as representações acadêmicas, as respostas segmentadas são uma tentativa clara de desmobilização, e não resolvem os problemas gerais que se repetem nos mais diversos cursos.

No caso da UESC, por exemplo, Pitombo refirmou o compromisso do governo em acelerar a convocação dos professores aprovados em concurso, conforme dossiê apresentado pela ADUSC com apoio dos departamentos (veja aqui). Além disso, ressaltou o repasse de mais 14 milhões para as quatro UEBA, dos quais R$ 11 milhões, aproximadamente, para pessoal e cerca de R$ 1 milhão para custeio (Uefs, Uneb e Uesc). Sobre a reivindicação de no mínimo 7% da RLI para as UEBA, Nildon retomou o discurso de fragilidade orçamentária e remeteu a posição final ao governo.

Ainda na reunião o movimento unificado, deixou claro sua insatisfação quanto à ação limitada da CODES. Está claro que tanto a reunião, quanto as conquistas pontuais apresentadas pela CODES são fruto da mobilização realizada pelas três categorias, que culminou no forte ato do dia 28 de Maio, ultimo (Dia Nacional de Luta das Estaduais). No entanto, a falta de estrutura física, materiais e condições adequadas de estudo e trabalho, bem como o desrespeito aos direitos trabalhistas de docentes e servidores técnicos, e a falta de assistência estudantil adequada, são problemas que permanecem e prejudicam as estaduais, e só serão resolvidos com investimento adequado e autonomia de gestão.

Emerson Lucena, presidente da ADUSC, lembra que a pauta unificada de no mínimo 7% da RLI foi apresentada há dois anos e se torna cada vez mais urgente. No entanto, o governo não só silencia sobre o assunto, como reduziu em 12 milhões o orçamento deste ano para custeio e investimento em relação a 2013. “Estamos indignados, e organizando para o 2 de Julho um ato tão forte quanto o do dia 28 de Maio. A tendência do movimento é crescer, e caso a resposta do governo para o orçamento de 2015 seja inferior a reivindicação será inevitável o enfrentamento”, afirma.

PL da desvinculação

Segundo informações da CODES, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) impôs um novo entrave para tramitação do Projeto de Lei que desvincularia as vagas docentes as classes, alegando a necessidade de indicativos quantitativos para promoção como “um princípio técnico e um marco definidor para encaminhamentos junto a AL-BA”.

O PL elaborado inicialmente pelo governo e aprovado com intervenções pela assessoria jurídica dos Fóruns das ADs e das Reitorias, destravaria as promoções em atraso umas vez que há vagas ociosas em algumas classes e carências em outras. O retrocesso da negociação demonstra a falta de interesse do governo em garantir o cumprimento dos direitos docentes.  Nestas condições o Movimento Docente deve intensificar sua mobilização, evitando maiores prejuízos à categoria e as instituições.

*Com informações da ADUFS-BA

*foto: Ascom Fórum das ADS

Em dia de jogo do Brasil, manifestantes vão às ruas contra as injustiças da Copa

As manifestações contra as injustiças e abusos cometidos em nome da realização da Copa do mundo no Brasil continuam pelo país. Nesta segunda-feira (23), dia em que aconteceu o jogo da seleção brasileira contra a seleção do Camarões na capital federal, novos atos foram promovidos em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outros.

Em Brasília, o ato organizado pela CSP-Conlutas e pelo Comitê Popular da Copa do DF reuniu cerca de cem pessoas na Rodoviária do Plano Piloto. A atividade, acompanhada por um forte aparato da força policial, contou com a presença do ANDES-SN, Sinasefe, Anel e representantes de outros movimentos sociais. Ao microfone, as lideranças dos movimentos dialogavam com a população que circulava pela rodoviária, um dos locais de onde partiram os ônibus para o estádio Mané Garrincha, ressaltando que os movimentos não são contrários ao esporte, mas sim a política de exclusão, repressão e à inversão de prioridades por parte do governo para a realização do campeonato mundial no país.

Em sua fala, Marcos Pedroso, diretor do ANDES-SN, ressaltou a importância de mais investimentos em direitos sociais e a aplicação imediata de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em exclusivamente na educação pública. “Estamos aqui para repudiar o investimento em estádios enquanto a educação pública oferecida aos nossos filhos é extremamente sucateada. Em muitas universidades federais, os professores e técnicos trabalham sem condições mínimas de oferecer ensino de qualidade aos estudantes. Houve a expansão, mas sem investimento e o resultado é que temos universidades que não têm salas de aulas, bibliotecas, laboratórios. Algumas, não têm nem bebedouros para que professores, estudantes e técnicos possam beber água”, ressaltou. A precarização da educação pública também foi ressaltada pelos representantes do Sinasefe, que está em greve desde 21 de abril.

A péssima qualidade e o alto custo do transporte público, tanto em Brasília quanto nas demais cidades do país, assim como o descaso com a saúde pública, o direito à moradia, a repressão aos movimentos sociais e às greves dos trabalhadores de diversas categorias também foram destacados nas falas. O ato saiu da rodoviária e seguiu pelo Eixo Monumental em direção ao estádio, até o bloqueio criado pela polícia, com homens da PM, Choque e Cavalaria, cerca de 3 km antes do local do jogo. Ali, os manifestantes queimaram uma réplica da taça da Copa do Mundo. O próximo ato contra as injustiças da Copa no Distrito Federal será realizado na quinta-feira (26), às 11 horas, antes da partida entre Portugal x Gana.

10474453_332716496886502_1281894183780299182_nNo Rio de Janeiro, os atos “A festa nos estádios não valem as lágrimas nas favelas” e “Fifa go home” se uniram em Copacabana e seguiram em passeata até o Morro do Cantagalo. Em Porto Alegre, o Bloco de Lutas pelo Transporte Público também realizou um  ato em frente à prefeitura, que saiu em passeata pelas ruas da cidade contestando os gastos com a Copa do Mundo. A manifestação contou com forte presença da polícia, mas não houve confrontos.

Em São Paulo, o ato “Se não tiver direitos, não vai ter Copa” fechou a avenida Paulista. Inicialmente, a manifestação foi impedida de sair do local da concentração, na Praça do Ciclista, mas, após negociação, seguiu sem problemas até a Praça Oswaldo Cruz, e retornou ao vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). A manifestação de ontem foi marcada pela presença ostensiva de policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria, além de equipes em motocicletas, viaturas e a pé. Alguns policiais levavam armas nas mãos. Sobre os cavalos, soldados da PM estavam armados com sabres (espadas).Na dispersão, a Polícia Militar (PM) lançou bombas de gás lacrimogêneo em direção aos ativistas. Duas pessoas foram detidas e durante o tumulto, um policial não identificado e sem uniforme fez três disparos com arma de fogo, segundo relato dos presentes.

* Com informações da CSP-Conlutas, Agência Brasil, Mídia Ninja e portal A Nova Democracia

 

Fonte: ANDES-SN, com informações.

Universidades estaduais da Bahia: o silêncio dos inocentes

Milton Pinheiro*

Li o artigo do deputado Emiliano José, publicado neste jornal, em 16/06, sobre a presença das universidades federais na Bahia, como promotoras de um conjunto de ações jamais vistas entre nós. Tal ação, partindo da Ufba e agora das novas universidades, para ele, será um marco no desenvolvimento da educação, passando a ideia de que tudo isso ocorria pela primeira vez.

Compreendo que, pelo teor do texto, e pela louvação ao governo da república, o autor está se referindo ao ensino federal. No entanto, gostaria de fazer um registro histórico: o ensino superior estadual é responsável, apesar do pífio investimento do governo do estado da Bahia, por uma longa jornada de integração regional e desenvolvimento local, atendendo com seus cursos e projetos especiais a todas as regiões administrativas da Bahia. Embora seja evidente que temos feito isso com grandes dificuldades em virtude da histórica falta de prioridade dos governos.

As universidades estaduais da Bahia encontram-se em todas as regiões em que o deputado insiste em não ver ou calar-se sobre suas ações. A quem interessa o silêncio sobre as políticas públicas desenvolvidas por elas, através do enorme esforço de sua comunidade? Por que silenciar diante da saga social, pedagógica e científica desenvolvida pelas universidades estaduais? Que, com tão parco orçamento, tem aprofundado e desenvolvido o conhecimento para colocá-lo a serviço da população da Bahia?

Vale lembrar, também, que o texto silencia sobre o papel das estaduais no gigantesco processo de formação de professores para a rede básica. Além disso, talvez, para alguns, não seja importante o desenvolvimento de tecnologias e estratégias de alfabetização que há dezenas de anos as estaduais desenvolvem para erradicar o analfabetismo e o seu papel na pesquisa agroalimentar, socioeconômica, pedagógica e na área das ciências humanas.

Todavia, um detalhe faz-se importante para refletir sobre o texto: numa parte da região onde se instalou a Univasf, já existem dois campi da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Juazeiro e Senhor do Bonfim. Quando da instalação da UFRB no recôncavo, já existia o campus da Uneb em Santo Antônio de Jesus com amplo atendimento por demanda de ensino superior. A Uefs, em Feira de Santana, com sua presença longeva, irradia conhecimento e pesquisa para grande extensão da Bahia.

Na área da Universidade do Sul da Bahia, já existe a Uesc que tem respondido às questões da lavoura do cacau e os campi da Uneb, em Teixeira de Freitas e Eunápolis. No oeste baiano é tradicional a presença da Uneb (Barreiras) na região que deverá ter a Ufob. No sudoeste da Bahia, onde se levanta a proposta de implantar uma federal, existe a Uesb com uma forte presença de pesquisa na área da zootecnia e outras áreas do conhecimento.

E agora a campanha pela Universidade Federal do Nordeste da Bahia, numa região onde a Uneb tem trabalhado de forma perene com a sua histórica presença nas cidades de Alagoinhas, Serrinha, Conceição do Coité, Euclides da Cunha e Paulo Afonso, região que contou, assim como outras, com a presença do inovador programa especial, Rede Uneb-2000.

Certamente a memória e história da saga de Canudos e de Antonio Conselheiro, não será descoberta agora, ela é produto de uma vasta pesquisa histórica que a Uneb e seu parque de Canudos desenvolvem há muito tempo, resgatando o papel seminal daquele processo histórico brasileiro. É justa a preocupação com o ensino superior federal na Bahia, melhor ainda se ela viesse acompanhada de condições de funcionamento.

No entanto, entrar no mérito dessa questão silenciando sobre o papel das estaduais, ou colocando as federais em detrimento delas, é no mínimo retirar do livro da história o papel da comunidade acadêmica que construiu essa jornada de luta social. É, ainda, uma política danosa do ponto de vista do planejamento público integrado. A não ser que a política do governo estadual, aliado do deputado, seja de substituir o papel histórico das estaduais e isso, talvez, esteja sendo confirmado no silêncio dos inocentes.

Milton Pinheiro é diretor da Associação de Docentes da UNEB (ADUNEB) e do ANDES-SN

Fonte: Portal ATARDE

Valor gasto em estádios é maior que investimentos em educação em 2013

imp-ult-615038870Os R$ 8 bilhões gastos com a construção dos estádios para a Copa do Mundo é maior que o valor de investimentos em educação no ano passado, e equivalem ao dobro do investido pelo governo federal em saúde em 2013, segundo notícia divulgada pela Associação Contas Abertas. Em 2013, o Ministério da Saúde investiu R$ 3,9 bilhões. No Ministério da Educação, os valores aplicados no exercício passado foram de R$ 7,6 bilhões, informa a entidade, que acompanha e divulga as execuções orçamentárias, financeira e contábil da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Na tentativa de se defender em relação às críticas sobre a disparidade entre os gastos com os estádios  que serviram de sede para os jogos do campeonato mundial da Fifa e os investimentos nos dois setores, o governo federal afirmou que os “investimentos” federais em saúde e educação foram de R$ 825 bilhões desde 2010, mais de 100 vezes o valor gasto em estádios – R$ 8 bilhões.

No entanto, a Contas Abertas explica que os R$ 825 bilhões estão relacionados a todos os dispêndios com saúde e educação, desde o pagamento de pessoal aos gastos com o custeio das pastas, e não apenas aos investimentos (GND4). Estes – que englobam apenas as aplicações em obras e compra de equipamentos, ou seja, contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital – foram bem mais baixos.

De acordo com pesquisa realizada pela Contas Abertas com dados do Ministério do Planejamento, de 2010 para cá, R$ 719,6 bilhões foram gastos nos Ministérios da Saúde e da Educação, considerados os valores correntes de cada ano. Os investimentos representam apenas R$ 47,5 bilhões deste montante.

O governo também anunciou que, em 2014, serão “investidos” R$ 106 bilhões em saúde e R$ 83,3 bilhões em educação, lembrando que não há discriminação entre o que será destinado para a esfera pública e qual montante vai subsidiar a educação e saúde particulares. O orçamento atualizado para os Ministérios prevê dotações ainda maiores – R$ 106,7 bilhões e R$ 112,4 bilhões, respectivamente -, mas os recursos orçados para investimentos somam R$ 9,9 bilhões e R$ 14,1 bilhões.

Em termos de comparação exclusivamente em investimentos, com os R$ 8 bilhões gastos na construção dos estádios, seria possível construir 4 mil Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) de porte II, que cobrem locais que possuem entre 100 mil e 200 mil habitantes e recebem até 300 pacientes diariamente. Com o mesmo valor também seria possível erguer 2.263 escolas com capacidade de 432 alunos por turno, cada. Uma escola com 12 salas de aula e quadra coberta, financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), custa R$ 3,5 milhões.

* Com informações da Contas Abertas

 

 

Fonte: ANDES-SN

 

Ausência de calçadas e sinalização causa nova vítima na UESC

20140610_211501A falta de sinalização e calçadas que atendam aos pedestres da universidade é um dos graves problemas estruturais da UESC. Não há calçadas ou faixas de pedestres e, apesar das placas indicarem o limite máximo de velocidade no campus (20 km), não há mecanismos de controle dos que a desrespeitem. Na ultima terça-feira (10), uma estudante ao atravessar uma das vias em frente ao pavilhão Adonias Filho foi atropelada, somando-se aos inúmeros casos já ocorridos.

A estudante esperou o SAMU imóvel na via, cerca de 40 minutos, para evitar agravamento de traumas, o que trouxe a tona outro problema grave: a falta de estrutura para atendimento básico de saúde. Com um posto médico destinado apenas para campanhas preventivas, aferir pressão ou com maca para repouso, a comunidade acadêmica continua a mercê do SAMU de Ilhéus ou Itabuna.

As reivindicações que também compõe a pauta docente, devem se somar ao relatório a ser elaborado pelo Conselho de Representantes Departamentais (saiba mais) e avaliadas em assembleia docente que deve intensificar campanha interna por melhorias.