Arquivo de Noticias

Senado aprova PNE que destina verba da Educação Pública para setor privado

 

O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 103/2012 – Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado nesta terça-feira (17), sob forte influência da base do governo e do poder executivo. Agora, o projeto segue para a Câmara dos Deputados para nova apreciação.

Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN, avalia que esse PNE aprovado reafirma o projeto de educação que o governo vem impondo à sociedade, baseado numa política educacional que se apresenta como parte de um programa que cumpre as exigências dos organismos internacionais, como o Banco Mundial, instituído em 2007 por meio do Plano de Desenvolvimento da Educação e que, dentre outras ações, propõe a expansão por meio da flexibilização dos currículos, retira o caráter público da educação e substitui por educação gratuita.

“É uma legislação que retira da educação o seu caráter de direito social garantido constitucionalmente, ao privatizar o espaço da educação pública por meio das Parcerias Públicas Privadas (PPP) e com perspectivas limitadas às taxas de escolarização, rompendo com a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, e intensificando a precarização do ensino”, explica a presidente do Sindicato Nacional. Ela afirma que o plano aprovado no Senado Federal respalda o desvio de recursos públicos para financiar empresas privadas.

“A concepção predominante no PNE está reduzida a taxas de escolarização. Na meta 20, que fala sobre financiamento, está clara a mudança paradigmática para investimento público em educação. Isso quer dizer recursos públicos transferidos para setores privados desde a creche até a pós-graduação”, declara a professora.

Conteúdo do PNE
O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) liderando a bancada governista comandou a rejeição do texto originário da Comissão de Educação, e Do substitutivo apresentado por Cristovam Buarque (PDT-DF). Em linhas gerais, a posição aprovada adia, para o final do período de vigência do Plano, atingir a aplicação de 10% do PIB em Educação, incluindo a destinação de recursos públicos para o ensino privado, além de repetir algumas metas que já constavam no PNE da década passada e que não foram alcançadas.

Durante a tramitação, o senador Vital do Rêgo acrescentou mais uma meta, a 21, proposta pelo senador José Sarney (PMDB-AP), para estimular a produção científica com a formação de quatro doutores para cada mil habitantes. Cristovam Buarque criticou a decisão do relator do PNE de rejeitar o texto apresentado por ele que, entre outros pontos, propõe a federalização da educação em todo o país, além da implantação da jornada integral em toda a rede pública. Um plano para os próximos 20 anos.

O senador Álvaro Dias lamentou a supressão de diversas estratégias, insistiu na importância da fiscalização permanente do plano, na responsabilização dos gestores no cumprimento das metas e na aprovação de uma proposta de Lei de Responsabilidade Educacional.

“Do ponto de vista da discussão política, tanto a proposta do senador Álvaro Dias quanto a do senador Eduardo Braga estão aquém de um compromisso com a educação pública para a população brasileira. Não encaminham recursos adequados e suficientes para que a sociedade consiga enfrentar os graves problemas que a educação brasileira tem”, aponta Rubens Luiz Rodrigues, 1º vice-presidente da Regional Leste do ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais da entidade.

O diretor do ANDES-SN destaca que, além de preverem a aplicação escalonada de 10% do PIB nos próximos dez anos – para o Sindicato Nacional seria necessário o investimento imediato deste montante para se iniciar o resgate da educação pública no país -, as propostas favorecem os setores privatistas e facilitam a transferência de recursos públicos para as empresas que lucram com a oferta de ensino.

Jornadas de Junho
Dentre outros objetivos, a aprovação do PNE entra no discurso político do Palácio do Planalto que, quando pressionado pelas reivindicações das mobilizações ocorridas em junho e julho deste ano, propôs firmar um pacto pela educação. Contudo, o texto do Plano, segundo entendimento dos dirigentes do ANDES-SN, não atende às reivindicações populares e nem às dos movimentos docente, estudantil e técnico-administrativo.

Marinalva Oliveira observa que, de janeiro até o fim de maio deste ano, o pagamento de juros e amortização da dívida consumiu R$ 406 bilhões. “Ou seja, 51% do gasto federal destinado aos especuladores, ao capital. Se o pagamento da dívida pública fosse suspenso, poderíamos ter mais do que o triplo do necessário para alcançar os 10% do PIB para educação pública já”, calcula.

A presidente do ANDES-SN acredita que nenhum dos cinco pactos resolverá as precárias condições de vida da população. “Por meio dos pactos, o governo dará mais dinheiro para o capital e fingirá atender à população. O pré-sal não resolverá a falta de financiamento nem da educação e muito menos da saúde”, diz a presidente do ANDES-SN.

Royalties
Marinalva lembra que a origem dos royalties é a privatização de poços de petróleo, cuja exploração resulta na degradação do meio ambiente. “A educação não pode ficar refém da privatização de um patrimônio do povo brasileiro. O governo, ao fazer essa opção, negligencia que o financiamento da educação é uma obrigação do Tesouro Nacional, conforme define a Constituição Federal”, afirma.

Na avaliação do ANDES-SN, as medidas emergenciais definidas nos cinco pactos, sobretudo a destinação de royalties de petróleo para a educação e saúde, são uma forma dissimulada de o governo repassar mais dinheiro público para o setor privado. “Recursos públicos são aqueles que são arrecadados pelo Estado, por meio do sistema tributário e de outros instrumentos democraticamente estabelecidos, que estejam transparentemente previstos e explicitados nos orçamentos públicos e que no processo de planejamento e de execução orçamentária sejam destinados ao atendimento das prioridades sociais correspondentes às reais necessidades da maioria da população. Qualquer forma diferente de garantir recursos representa ‘esquemas disfarçados de privatização’”, assegura a Marinalva.

Ela lembra que, nas Jornadas de Junho, a população questionava a falta de investimento público em educação, saúde e moradia, além do transporte público. “Foram manifestações contra esta política que degrada direitos sociais e precariza o serviço público. O questionamento do povo nas ruas foi contra a política econômica que repassa dinheiro para o grande capital e não investe em direitos sociais básicos”, acusa.

 

 

 

Fonte: ANDES-SN

Revista lançada pelo ANDES-SN denuncia a precarização das Instituições Federais de Ensino do país

Em 90 páginas, Dossiê Nacional 3 Precarização do trabalho docente denuncia realidade destas unidades, a partir do tema “Na defesa da educação pública e de qualidade”

Um retrato da situação das Instituições Federais de Ensino (IFE) do Brasil em 90 páginas, as quais abordam a precariedade à que está exposta a comunidade acadêmica de norte a sul do país. Lançada pelo ANDES-SN no início de dezembro, a segunda edição da Revista Dossiê Nacional 3 Precarização do Trabalho – Na defesa da educação pública de qualidade dá continuidade às denúncias feitas pelo Sindicato Nacional ainda no primeiro semestre deste ano, com o lançamento do primeiro volume.

As matérias das duas edições foram produzidas a partir de 34 dossiês elaborados pelos docentes, durante a greve histórica de 124 dias nas IFE, em 2012. As condições de trabalho, prejudicadas ainda mais após a implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e do processo de expansão sem qualidade adotado pelo governo, e o caráter privatizante incluso nas políticas do Estado para a Educação pública são abordadas nas reportagens, a partir de temas como a falta de democracia e transparência na gestão do orçamento; a pressão por parte da administração das universidades para adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e os prejuízos para a comunidade acadêmica e população em geral; a repressão e perseguição aos docentes, técnicos administrativos e estudantes; o aumento nos casos de assédio moral e de adoecimento dos professores.

“O dossiê mostra que em nada melhorou as condições de trabalho dos docentes, pelo contrário, temos uma carreira mais desestruturada, piores condições de trabalho e perda de direitos para os novos docentes”, avalia a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira. Sobre o processo de negociação com o governo, a diretora do Sindicato Nacional afirma que, apesar das inúmeras tentativas, não houve avanço na negociação da pauta dos docentes, como melhores condições de trabalho e carreira.

Revista Dossiê Nacional 3 – Precarização do trabalho docente I

O volume 1, lançado no dia 24 de abril durante ato das entidades do setor da Educação no MEC, aborda o tema Cargos, vagas e Reuni: os efeitos da expansão quantitativa da educação federal e apresenta uma série de reportagens com entrevistas, fotos, depoimentos, documentos e charges, além de ensaio fotográfico que mostra a realidade da Universidade Federal Fluminense (UFF) e oito artigos. Ao todo, as duas publicações somam 190 páginas.

Confira aqui a publicação: http://portal.andes.org.br/imprensa/documentos/imp-doc-538744690.pdf

Dia Estadual de Luta pressiona Governo, para evitar greve em 2014

Professores, funcionários e estudantes das quatro Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) paralisaram as atividades nesta quarta-feira (11), marcando mais um Dia Estadual de Luta por investimento mínimo necessário para educação superior do estado. Com a palavra de ordem “é ou não é piada de salão, tem dinheiro para a COPA, mas não tem para educação!” participaram de uma aula pública, seguida de Audiência com a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), para pressionar o governo Wagner a atender a reivindicação de no mínimo 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para o orçamento de 2014.

Na aula pública ministrada pelo professor Milton Pinheiro (UNEB) foi pautado os ataques sofridos pelas universidades públicas de todo país, na medida em que os diferentes governos substituem o papel social das universidades por uma função mercadológica que atenda aos interesses do capital. Segundo Milton, isso fica evidente na forma como os novos cursos de graduação e pós-graduação são implantados, visando atender, na maioria das vezes, a interesses empresariais e politiqueiros, sem estrutura adequada para ensino, pesquisa e extensão, e gerando sobrecarga para professores e funcionários. Estes são exemplos que também se reproduzem nas universidades baianas.

A aula foi seguida de debate entre os presentes e, a partir das 11 horas, deu-se início a Audiência Pública: Autonomia e financiamento das universidades estaduais da Bahia e a vinculação de 7% da Receita Líquida de Impostos, com a presença de apenas dois deputados. Um deles, o presidente da Comissão de Educação, mediou o debate, apresentado pelo Coordenador do Fórum das ADs, um representante dos funcionários, uma representante estudantil e os vice-reitores da UEFS e da UESB.

O representante docente, Marcos Tavares destacou que a reivindicação conjunta de vinculação mínima de 7% da RLI para as UEBA foi protocolada em 2010 e demonstrou indignação com as prioridades do governo, que só com a Arena Sauípe, “uma arena temporária”, gastou cerca de 6 Milhões. Ele ainda ressaltou a disposição da categoria para a luta, discurso presente também nas falas dos estudantes e funcionários.

O representante do Fórum de Reitores, e vice-reitor da UESB, José Luiz Rech, lembrou o constrangimento imposto aos gestores universitários, com a falta de repasse das verbas aprovadas para 2013. Na UESC, por exemplo, com o atraso no pagamento de fornecedores têm faltado materiais básicos, como papel higiênico.

Após explanações, o presidente da Comissão de Educação da ALBA, Álvaro Gomes, se comprometeu em defender a pauta orçamentária junto ao governo e solicitar uma audiência entre o Fórum de Reitores e o governador, que nos últimos sete anos recebeu os gestores universitários uma só vez.

Fórum das Doze

Fórum das DozeReunidos durante a tarde, também da quarta-feira (11), na sede da ADUNEB, o Fórum das Doze (representantes docentes, estudantis e de funcionários) avaliaram a mobilização como positiva, mas demonstraram preocupação com a já conhecida intransigência do governo e a possibilidade de agravamento da crise orçamentária nas UEBA no próximo ano. No entanto, destacaram a força demonstrada pela mobilização e a consequente cobertura da imprensa que possibilitou uma difusão ampla da pauta e um conhecimento maior, por parte da sociedade, sobre a realidade enfrentada pela universidade.

Com isso, o Fórum das Doze discutiu as próximas táticas para garantir a continuidade da mobilização e fortalecer as categorias para a luta, caso o orçamento proposto pelo governo seja mantido e aprovado. Nestas condições, a deflagração de uma greve, para conter o estrangulamento orçamentário que abaterá as universidades, não está descartada.

Leia algumas notícias publicadas na imprensa sobre o Dia Estadual de Luta:

http://noticias.r7.com/bahia/professores-de-universidades-estaduais-cruzam-os-bracos-contra-reducao-de-verbas-10122013

http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/12/universidades-estaduais-da-bahia-paralisam-atividades-nesta-quarta.html

http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/professores-de-universidades-estaduais-paralisam-amanha/?cHash=33e0c611d6d9fd989ba292a27b295cf0

http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/materias/1554773-universidades-estaduais-paralisam-atividades-por-24-horas

http://www.jornalfolhadoestado.com/noticias/21203/professores-das-universidades-estaduais-paralisam-

http://www.acordacidade.com.br/noticias/116987/professores-de-universidades-estaduais-paralisam-amanha.html

http://www.jornalgrandebahia.com.br/2013/12/professores-das-universidades-estaduais-da-bahia-paralisam-as-atividades-em-protesto-a-reducao-das-verbas.html

http://www.tribunadabahia.com.br/2013/12/10/universidades-estaduais-terao-atividades-paralisadas-amanha

http://www.gfm.com.br/index.php?id=174&tx_ttnews%5btt_news%5d=175669&cHash=688d13e881de33e62e3b5721d225896c

http://www.bocaonews.com.br/noticias/politica/educacao/75747,universidades-estaduais-em-crise-cobram-mais-recursos-para-2014.html

 

Campanha Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais será lançada na próxima terça-feira (10)

contra-repressão1Nesta terça-feira (10), a CSP-Conlutas e diversas entidades promovem um ato para o lançamento da Campanha Nacional Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais e da Pobreza.

A iniciativa se dá diante da escalada da violência e repressão das lutas que movimentaram o ano de 2013, sobretudo após as manifestações de junho, e da constante criminalização das mobilizações sociais por todo o país.

A atividade acontecerá no dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, será realizada na Faculdade de direito da USP, no Largo São Francisco, centro de São Paulo, e discutirá, além de outros pontos e encaminhamentos, a abertura de inquéritos e processos judiciais que movimentos sociais, organizações, coletivos, militantes, sindicatos e políticos vêm sofrendo.

Além da Central, participarão a Comissão de Direitos Humanos da Alesp, a OAB – Seção São Paulo, Comissão Justiça e Paz de SP, Grupo Tortura Nunca Mais, Centro Santo Dias, Comissão Pastoral para o Serviço de Caridade, Justiça e Paz da Arquidiocese de SP, Instituto Herzog e Sindicato de Jornalistas de SP.

A CSP-Conlutas convida você e sua entidade para participar desta iniciativa e colocar em prática esta importante campanha. O ano de 2014, com megaeventos, leis antiterrorismo e repressão policial, promete muita luta na rua, e lutar não é crime, lutar é um direito!

Fonte: CSP-Conlutas

ANDES-SN divulga edital de convocação para eleição da diretoria

Está disponível no site do ANDES-SN o edital de convocação (confira aqui) para as eleições da sua diretoria para o biênio 2014-2016. De acordo com Edital, as eleições deverão ocorrer nos dias 13 e 14 de maio de 2014.

As inscrições de chapas serão feitas durante 33º Congresso, que acontece, em São Luís (MA), entre os dias 10 e 15 de fevereiro do próximo ano.

Fonte: ANDES-SN

Durante manifestação, indígenas entregam carta a Dilma e Cardozo

Indígenas protestam em BrasíliaCerca de 1.300 indígenas protestaram contra a alteração do processo de demarcação de terras indígenas, em Brasília, nesta quarta-feira, 4.Houve confronto e ao menos três indígenas ficaram feridos e foram levados ao hospital. Uma carta pública à presidenta Dilma foi apresentada.

A marcha, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e pariticipantes da Conferência Nacional de Saúde Indígena, se dirigiu ao prédio do Ministério da Justiça. Os indígenas esperavam ser recebidos pelo ministro José Eduardo Cardozo, que não apareceu. Uma carta foi entregue a um assessor da casa. Os manifestantes exigiram uma audiência com o ministro, e frisaram a posição contrária do movimento indígena à minuta de portaria, anunciada por Cardozo, propondo mudanças no procedimento administrativo de demarcação das terras indígenas.

Leia a íntegra da carta dos indígenas:

CARTA PÚBLICA DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF  DURANTE A V CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE INDÍGENA

À Excelentíssima Senhora
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Brasília-DF

Senhora Presidenta:

Nós, povos indígenas de todas as regiões do Brasil, mobilizados por ocasião da V Conferência Nacional de Saúde Indígena, realizada em Brasília – DF, entre os dias 02 e 06 de dezembro de 2013, entendendo que não faz sentido discutir a saúde e outras políticas públicas específicas e diferenciadas voltadas a nós se não é garantida a demarcação e proteção dos nossos territórios, queremos nos dirigir a seu governo e ao parlamento brasileiro, manifestando a nossa indignação e repúdio contra as distintas medidas legislativas, jurídicas e político-administrativas que ambos os poderes vêm trabalhando em visível acordo para restringir e suprimir os nossos direitos originários assegurados pela Constituição Federal e reconhecidos pela legislação internacional vigente.

Destacamos dentre todas essas medidas as Portarias 419/2011 e 303/2012; o Decreto 7957/2013; as PECs 215/2000, 237/2013 e 038/1999;  o PL 1610/1996 e o PLP 227/2012; e, finalmente, a Minuta de Portaria anunciada pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, propondo mudanças no procedimento administrativo de demarcação das terras indígenas.

Nós sabemos senhora Presidenta que todos esses instrumentos buscam inviabilizar e impedir o reconhecimento e a demarcação das terras indígenas, reabrir e rever procedimentos de demarcação de terras indígenas já finalizados; e facilitar a invasão, exploração e mercantilização dos nossos territórios e suas riquezas. Por isso reiteramos o teor de todos os documentos que as distintas mobilizações dos nossos povos e organizações tornaram públicos e encaminharam para seu conhecimento nos últimos anos. No caso da minuta de Portaria, entendemos que foi elaborada para inviabilizar de vez a demarcação das nossas terras, visando favorecer os interesses do latifúndio, do agronegócio e de outros capitais (mineradoras, madeireiras, agroindústrias, empreitas etc.) interessados nesses territórios. Com essa perspectiva, presidenta Dilma, lamentavelmente o seu governo poderá passar para a historia como um governo verdadeiramente antiindígena: o que menos demarcou terras indígenas e o que mais avançou na restrição ou supressão dos direitos dos povos indígenas do Brasil.

Se seu governo é de fato diferente senhora Presidenta demonstre isso atendendo as reivindicações abaixo, a maioria das quais foi objeto de discussão entre a vossa excelência e representantes dos nossos povos no dia 10 de julho do corrente.

1. Incidência efetiva do seu governo junto ao Congresso Nacional para o arquivamento das Propostas de Emendas à Constituição (PEC) 038 e 215 que pretendem transferir para o Senado e Congresso Nacional respectivamente a competência de demarcar as terras indígenas, usurpando uma prerrogativa constitucional do Poder Executivo.

2. Adotar o mesmo procedimento para a PEC 237/13 que visa legalizar o arrendamento das nossas terras, do PL 1610|96 de Mineração em Terras Indígenas, do PL 227/12.

3. Fortalecer e dar todas as condições necessárias para que a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) cumpra devidamente o seu papel na Demarcação, proteção e vigilância de todas as terras indígenas.

4. É fundamental para isso, inviabilizar a publicação da Minuta de Portaria proposta pelo Ministro da Justiça José Cardozo contra o marco legal vigente, o Decreto 1775/96, que já estabelece o procedimento de demarcação das terras indígenas.

5. Ao contrário, queremos que seu governo agilize metas concretas de demarcação para colocar fim ao sofrimento de muitos povos indígenas expulsos de suas terras tradicionais principalmente nas regiões do sul, nordeste e de Mato Grosso do Sul.

6. Exigimos a revogação de todas as Portarias e Decretos que ameaçam os nossos direitos originários e a integridade dos nossos territórios, a vida e cultura dos nossos povos e comunidades:
– Portaria 303, de 17 de julho de 2012, iniciativa do poder Executivo, por meio da Advocacia Geral da União (AGU) que estende equivocadamente a aplicação para todas as terras a aplicabilidade das condicionantes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do caso Raposa Serra do Sol (Petição 3.388/RR).
– Portaria Interministerial 419 de 28 de outubro de 2011, que restringe o prazo para que órgãos e entidades da administração pública agilizem os licenciamentos ambientais de empreendimentos de infra-estrutura que atingem terras indígenas.
– Decreto nº 7.957, de 13 de março de 2013. Cria o Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente, regulamenta a atuação das Forças Armadas na proteção ambiental e altera o Decreto nº 5.289, de 29 de novembro de 2004. Com esse decreto, “de caráter preventivo ou repressivo”, foi criada a Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança Pública, tendo como uma de suas atribuições “prestar auxílio à realização de levantamentos e laudos técnicos sobre impactos ambientais negativos”. Na prática isso significa a criação de instrumento estatal para repressão militarizada de toda e qualquer ação de povos indígenas, comunidades, organizações e movimentos sociais que decidam se posicionar contra empreendimentos que impactem seus territórios.

7. Reivindicamos também do seu Governo políticas públicas específicas, efetivas e de qualidade,  nas áreas da saúde, da educação e da sustentabilidade, entre outros.

8. Aguardamos ainda com grande expectativa que seu governo crie por meio de Decreto o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e se comprometa com a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas no Congresso Nacional.

Pela defesa dos nossos territórios e da Mãe Natureza.
Mobilização Indígena Nacional

Brasília-DF, 04 de dezembro de 2013.

Fonte: Conselho Indígena Missionário

CSP-Conlutas divulga balanço das lutas e plano de ação para 2014

A preparação das lutas de 2014 e as resoluções da reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas são destaques do 20º informativo da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da Central. Dentre os temas abordados e que geraram as resoluções, uma campanha contra a criminalização da pobreza e das lutas, e a violência e o racismo que cercam a questão negra no país.

Outro ponto importante que faz parte deste boletim é a união das lutas da cidade com as do campo, desafio posto em debate durante discussão sobre os perigos do agronegócio com a participação da recém-filiada Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer), e de Osmarino Amâncio, ativista do Acre, e Aparecido Bispo, o Cido, da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado (Feraesp).

Há também os informes sobre a presença internacional, próxima data para a reunião da Coordenação Nacional e do Congresso, com realização deliberada para o ano de 2015.

Leia o Boletim Informativo da Secretaria Executiva Nacional 

Fonte: CSP-Conlutas

“PNE do Capital” será votado no senado dia 11

imp-ult-758906541Aprovado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do senado em menos de 2 minutos e com a presença de apenas 5 senadores, o Plano Nacional de Educação foi encaminhado  junto a um requerimento de urgência para apreciação do plenário. A velocidade com que o parecer do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) foi votado, gerou polêmica entre os parlamentares, que questionaram a validade da deliberação e falta de responsabilidade no encaminhamento de um tema tão importante e polêmico.

Votação será dia 11
Diante das acusações por parte dos senadores da base governista e ponderações até de alguns da oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros, marcou para o dia 11 de dezembro a votação PNE. Prazo suficiente, segundo Renan, para que haja a apresentação de emendas e a busca de um entendimento sobre a proposta. A sugestão do presidente foi acatada pelos líderes partidários.

No pronunciamento de vários parlamentares da oposição, ficou evidente o receio de que o governo proponha novas alterações no texto, principalmente no que diz respeito ao prazo para cumprimento das metas.

Troca de acusações
Em pronunciamento no Plenário, o  líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) se disse indignado. Ele considerou a votação de “uma estranheza enorme”, que “fragilizou o debate”. O senador informou que entregou toda a documentação necessária para que a Mesa do Senado se posicionasse sobre o adiamento da votação do projeto. Braga comunicou que foram feitos registros fotográficos do relógio da sala da comissão, no início e término da sessão mostrando o espaço de dois minutos entre a abertura das discussões e a votação do projeto.

Já o presidente da CE, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), disse que cumpriu o regimento. Segundo ele, como os demais interessados se atrasaram, não houve discussão e o relatório do projeto (PLC 103/2012) foi votado e aprovado. Cyro ainda criticou a ausência de Eduardo Braga nas sete audiências em que foram ouvidas 35 pessoas de todos os setores da educação. “Não vi Vossa Excelência em nenhuma dessas audiências”, afirmou Miranda.

Eduardo Braga rebateu reclamando que na reunião desta quarta-feira não foi distribuído e nem lido o adendo ao relatório apresentado por ele no início da semana. E ainda condenou a aprovação de um pedido de urgência para votação do projeto no Plenário, sem a quantidade de assinaturas necessárias, um total de 27. “A lista de presença foi assinada pela manhã. Não é correto o que aconteceu na Comissão de Educação”, afirmou Braga.

PNE do Capital

Na avaliação do ANDES-SN o PNE proposto cumpre as exigências dos organismos internacionais e reafirma o projeto de Educação que o governo vem impondo à sociedade. “A política educacional expressa no PNE faz parte de um programa de governo que foi instituído desde 2007 pelo Plano de Desenvolvimento da Educação, proposto para atender ao Banco Mundial. É uma legislação que retira da educação o seu caráter de direito social garantido constitucionalmente, ao privatizar o espaço da educação pública através das Parcerias Públicas Privadas e com perspectivas limitadas às taxas de escolarização, rompendo com a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, e intensificando a precarização do ensino”, explica Marinalva Oliveira, presidente do Sindicato Nacional.

Marinalva ressalta ainda que o Plano proposto aprofunda a precarização do trabalho, prevê a expansão da oferta de ensino sem adequadas condições exercício da docência e sem qualidade, ao propor a flexibilização dos currículos.  Além disso, o PNE aprovado na Comissão de Educação do Senado muda a proposta de investimento público em educação pública, para “investimento público em educação”. “Ou seja, permite que recursos públicos sejam repassados a toda e qualquer educação – instituições privadas, filantrópicas, comunitárias, entre outras -, desde a creche até a pós-graduação. O PNE retira direitos da sociedade e amplia o poder do capital transformando educação em insumos”, conclui.

 
*Com informações e fotos da Agência Senado

 

Fonte: ANDES-SN, com edição.

Em greve, docentes, estudantes e servidores técnicos mantêm ocupação da Assembleia Legislativa do Ceará

A ocupação da Assembleia Legislativa (AL) do Ceará pelos três segmentos das Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade do Vale do Acaraú (UVA) completa o sexto dia e nenhuma manifestação do governador Cid Gomes (PROS). Mais de 70 pessoas – entre docentes, estudantes e técnico-administrativos – das três universidades estaduais estão acampados na instituição para forçar uma negociação. Contudo, Gomes avisou no mês passado por intermédio do líder do governo na AL, dr. Sarto (PROS), e mantém o posicionamento de que não negocia com grevistas.

Ele disse que só abre uma Mesa de Negociação se os três segmentos suspenderem a greve e formarem grupo de trabalho para analisar a situação das estaduais. O problema é que “a proposta não leva em consideração uma histórico de quase três anos da protocolação da pauta no gabinete do governador (em fevereiro de 2011), várias audiências na Secretaria da Ciência e Tecnologia, seguidas de atos públicos”, diz a nota do Sindicato dos Docentes da Uece – Seção Sindical do ANDES-SN (Sinduece-S.Sind).

A greve unificada com adesão de quase 100% das três categorias ocorre hoje justamente por causa da quebra dos acordos assinados em 2011 e outras faltas de compromissos firmados em greves passadas. Os docentes, por exemplo, esperam desde 2008 a regulamentação de vários itens do projeto de lei do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV). O PCCV parado na Assembleia Legislativa impede, por exemplo, a ascensão dos docentes da classe de adjunto para a de associado.

Assim como os docentes, os técnicos esperam regulamentação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) e os estudantes, a do Plano de Assistência Estudantil. As categorias denunciam também a carência de professores, o processo de extinção da categoria de servidores nas três universidades estaduais por falta de concurso, o sucateamento dos espaços físicos, a ausência de uma política de expansão, o baixo financiamento (apenas 0,29% do PIB estadual), falta de um plano de assistência estudantil (com ampliação de bolsas, restaurantes universitários e residência estudantil).

Em nota divulgada pelas três seções sindicais estaduais do ANDES-SN, os docentes informam que perante essa atitude do governador, “não resta outro caminho senão resistir nesta luta entre a valorização do ensino superior estadual e o destino de quase abandono dado pelo governo”. Eles afirmam também que o “movimento tem uma pauta geral unificada que, se atendida pelo governador, colocará as três universidades estaduais numa situação favorável ao desenvolvimento científico e cultural do estado”.

O documento publicado dá conta de que “a priorização de investimentos por parte do governo com obras de infraestrutura que atendem a um segmento muito específico, particularmente a grandes grupos empresariais, reservando apenas pouco mais de 1% do Orçamento para as universidades estaduais não pode ser aceito pelo povo cearense. É pela inversão dessa lógica que o movimento grevista e de ocupação deve continuar até conseguir uma audiência de negociação que atenda às reivindicações dos três segmentos em greve”.


Negociação, Já!

Na manhã desta segunda-feira (2), os dirigentes da Sinduece-S.Sind.-ANDES-SN suspenderam a realização de uma assembleia para reforçar a ocupação da AL. “Em virtude da ocupação e das atividades dela decorrentes, havendo ainda a iminência de confirmação de uma audiência pública para esta semana, a Sinduece cancela a assembleia dos docentes que estava marcada para teça-feira, 3/12, e conclama a todos os professores, filiados e não filiados, substitutos e efetivos, além de estudantes e servidores técnico-administrativos das três universidades estaduais em greve a estarem presentes na Assembleia Legislativa para reforçarem a resistência da ocupação e forçar o governador a estabelecer imediata mesa de negociação com movimento grevista.

A nota diz ainda que “a priorização de investimentos por parte do governo com obras de infraestrutura que atendem a um segmento muito específico, particularmente a grandes grupos empresariais, reservando apenas pouco mais de 1% do Orçamento para as universidades estaduais não pode ser aceito pelo povo cearense. É pela inversão dessa lógica que o movimento grevista e de ocupação deve continuar até conseguir uma audiência de negociação que atenda às reivindicações dos três segmentos em greve”.

* Com informaçõs e fotos do Sinduece – S.Sind.

Fonte: ANDES-SN, com alterações.

Reunião ampliada da ADUSC discutirá caderno de teses do 33º Congresso do ANDES-SN

Após eleição de 6 delegados para participar do 33º Congresso do ANDES-SN, a assembleia da ADUSC (28/11) encaminhou pela realização de uma reunião ampliada, no dia 13 de Dezembro, para debater o caderno de teses do congresso.

O evento que é nacional e deliberativo acontece entre os dias 10 e 16 de Fevereiro, em São Luís (MA). Sobre a importância do 33º Congresso, a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, ressalta: “No Congresso elaboramos nosso plano de lutas para o ano de 2014, além de deliberar sobre a centralidade da luta, ou seja, o que será central para nossa luta durante o ano de 2014”.

A diretora do ANDES-SN acrescenta que durante o Congresso, será feita a análise da conjuntura considerando o balanço de 2013 e o que será apontado para 2014. “Em 2014, além de ser ano eleitoral e de Copa do Mundo, será um ano de crescimento da inflação e, como consequência, mais arrocho salarial, acirramento da retirada de direitos dos trabalhadores, tudo isso para atender o capital. Isto refletirá no aprofundamento da precarização das condições de trabalho e nos nossos salários”, avalia.

Até o dia 27 de janeiro, as contribuições que irão compor o anexo ao Caderno de Textos podem ser encaminhadas pelas Seções Sindicais ao ANDES-SN, de acordo com a Circular nº 215/13 (confira). O anexo será publicado no dia 30 de janeiro do próximo ano.  O Caderno de Texto já está disponível aqui, e impresso para consulta na sede da ADUSC.

Para representar os docentes da UESC, estarão presentes no congresso, Emerson Lucena (representante da diretoria), Luciana Leitão, Neuza Maria, Elvis Barbosa, Luiz Blume e Thiago Nicola. Estes também serão responsáveis pela condução da reunião ampliada que acontece no dia 13 de dezembro, ás 9 horas, no auditório de direito.

*Com informações  do ANDES-SN