Após ameaça de suspensão dos serviços públicos na Maternidade Éster Gome (Mãe Pobre) em Itabuna, população realiza ato nesta quinta-feira (18/12). A notícia de suspensão dos serviços pelo SUS foi anunciada pela direção do hospital no dia 10 desse mês. Apesar de o problema ser resolvido em acordo com a prefeitura dois dias depois, manifestantes temem que a crise agrave as diversas formas de violência que atingem as mulheres em trabalho de parto.
Cobrança pelo parto, procedimentos desnecessários, como o corte vaginal (episiotomia), uso do fórceps, empurrar e até subir na barriga. Desrespeito ao direito de ter um/a acompanhante durante o parto e piadinhas, são alguns exemplos de violência impostos às mulheres usuárias da maternidade.
Para o movimento, o problema é de responsabilidade tanto do governo municipal, quanto do estadual e federal, que investem pouco e gerem mal a saúde pública. Atualmente, apenas 4% do PIB nacional são investidos em saúde. O orçamento parco acarreta na falta de leitos para atender a demanda, o desrespeito aos direitos e a sobrecarga dos trabalhadores, além de aprofundar a lógica comercial imposta pela gestão privada de um serviço essencial a população.
A manifestação denuncia ainda, a inércia dos representantes civis no Conselho Municipal de Saúde. Os conselheiros acompanham de perto a gestão da saúde pública, e deveriam ser os primeiros a denunciar os problemas e mobilizar a sociedade. A omissão destes representantes num momento tão grave coloca em questão sua legitimidade.
O ato terá início ás 16 horas, com concentração na praça Camacã, e deve seguir a cinquentenário com uma parada na praça Adami e encerramento com uma roda de discussão ás 18 horas na praça da FTC. O movimento convida toda a população a fazer parte dessa luta e lembra que “defender a saúde é defender a vida”.