ANDES-SN lança documentários sobre militância docente LGBT e étnico-racial

Durante o 37º Congresso do ANDES-SN, foram lançados os documentários “Narrativas Docentes: memória e resistência negra” e “Narrativas Docentes: memória e resistência LGBT”. As produções em audiovisual abordam as experiências de docentes militantes nestas temáticas, registrando suas trajetórias, resistências e lutas no combate às opressões vivenciadas dentro e fora das instituições de ensino às quais estão vinculados.

Os documentários são uma resolução do 36º Congresso do ANDES-SN. Conforme explica Caiuá Al-Alam, um dos coordenadores do Grupo de Políticas de Classe para Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), as produções buscam visibilizar as trajetórias da militância LGBT e de negros e negras.

“Estes lugares de fala possuem diferentes visões sobre a universidade e enfrentaram diferentes lutas nesse período todo. Para nós, é muito importante porque com os documentários damos dois saltos: monumentalizamos essas pautas que são fundamentais para a luta classista e ao mesmo tempo registramos esses companheiros e companheiras que construíram o sindicato”, avalia.

Outro ponto destacado por Caroline Lima, também coordenadora do GTPCEGDS, é a atualidade dos temas tratados nos documentários e a intersecção das pautas das opressões com as questões de classe. “Nós temos docentes que entraram há menos de 10 anos na universidade e sofrem opressões e preconceitos muito parecidos como aqueles que entraram há 30 anos, o que coloca para a gente que a pauta de combate à lesbofobia, homofobia, ao machismo e ao racismo é uma pauta atual e classista, porque não temos como fazer uma disputa para vencer o Capital sem antes também fazermos uma disputa e uma luta contra as opressões”, explica.

Os professores também pontuam que, além das produções avançarem na discussão sobre as questões de gênero, diversidade sexual e étnico-racial, também são uma ferramenta importante para o registro da história do ANDES-SN.

Fortalecendo o debate
No ano de 2017, o ANDES-SN realizou o primeiro Seminário Integrado do GTPCEGDS. Com a participação e dezenas de docentes, o evento, realizado em agosto em Pelotas (RS), possibilitou o aprofundamento do debate sobre as opressões. As entrevistas apresentadas no documentário foram realizadas durante o Seminário. Para Quelli Rocha, diretora da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat Seção Sindical do ANDES-SN) e uma das entrevistadas para o “Narrativas Docentes: memória resistência LGBT”, a produção demarca um processo de resistência, em uma conjuntura extremamente perversa. “Toda política pública no Brasil se dá à base de resistência e organização da classe trabalhadora”, afirma. A professora também pontua que o documentário marca a memória de parte da categoria que constitui o sindicato, e que é parte da classe trabalhadora, a qual tem orientação sexual, identidade de gênero e tem raça.

Francisco Vitória, diretor da Associação dos Docentes da UFPel (ADUFPel-SSind), entrevistado para o “Narrativas Docentes: memória e resistência negra” explica a importância de fortalecer os debates e visibilizar a trajetória de resistência destes militantes. “Nós temos uma mesma condição profissional, mas não temos uma mesma história. Mesmo dentro dos nossos locais de trabalho a gente ainda sofre discriminação, somos colocados de lado. Trazendo essa informação para dentro do conjunto movimento, pode ser que as pessoas parem para conversar mais sobre isso. Assim, os debates passam a sair do superficial”, ressalta.

Os documentários lançados no 37º Congresso do ANDES-SN estão disponíveis tanto no site quanto no canal de Youtube do Sindicato Nacional, e também em sua página no Facebook.

Ficha técnica

“Narrativas Docentes: memória e resistência negra” – https://youtu.be/bR8mXCuFeR8

Direção: Rafael Balbueno

Roteiro: Adriana Hessel Dalagassa, Caiuá Cardoso Al-Alam, Cláudia Alves Durans, Caroline de Araújo Lima, Jacqueline Rodrigues Lima, João Francisco R. Kastner Negrão, Lila Cristina Xavier Luz, Rafael Balbueno.

Realização: ANDES-SN

Produção: GTPCEGDS

Apoio: Sedufsm SSind

“Narrativas Docentes: memória e resistência LGBT”- https://youtu.be/m69O_gMDbCg

Direção: Rafael Balbueno

Roteiro: Adriana Hessel Dalagassa, Caiuá Cardoso Al-Alam, Cláudia Alves Durans, Caroline de Araújo Lima, Jacqueline Rodrigues Lima, João Francisco R. Kastner Negrão, Lila Cristina Xavier Luz Rafael Balbueno.

Realização: ANDES-SN

Produção: GTPCEGDS

Apoio: Sedufsm SSind.

Matéria de Liana Coll – Adufpel SSind.

 

Fonte: ANDES-SN

Frente de luta convoca ato contra aumento da passagem em Itabuna

Lançada na ultima terça-feira (23) a “Frente de luta contra o aumento da tarifa” está convocando um ato público para o dia 30 de Janeiro. A concentração do ato está marcada para as 9:30 horas na Praça do Bairro São Caetano. Para mobilizar e convocar a população para o ato, a “frente” organizou um calendário de atividades que teve início nesta quinta-feira (25) e segue até o dia 01 de fevereiro com a avaliação do ato e discussão dos próximos passos da luta.

 

Frente de luta contra o aumento da tarifa 

A frente é uma iniciativa de estudantes, trabalhadores, movimentos sociais, sindicais e populares de Itabuna. O objetivo de revogar o decreto do prefeito Fernando Gomes, que impõe um aumento de 15% na tarifa de ônibus. Caso o decreto seja mantido a passagem que atualmente custa R$ 2,85, passará a custar R$ 3,30.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO

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Participantes do 37º Congresso do ANDES-SN fazem manifestação em Salvador (BA)

Na noite dessa terça-feira (23), segundo dia do 37º Congresso do ANDES-SN, os docentes realizaram um ato público em defesa da Educação Pública, contra o genocídio do povo negro e contra a Reforma da Previdência. A manifestação percorreu a avenida de acesso à Universidade Estadual da Bahia (Uneb), localizada no bairro Cabula, em Salvador (BA), onde acontece o congresso.

Os delegados e observadores levaram faixas e cartazes com pautas das lutas docentes. Durante a manifestação, representantes das seções sindicais do ANDES-SN se alternavam em falas no microfone, contando da realidade de ataques aos trabalhadores em seus estados e demonstrando solidariedade à população negra soteropolitana, vítima da violência policial, e cobravam justiça aos mortos na Chacina do Cabula, que completa três anos no próximo mês. O ato foi organizado pelo Fórum das Associações Docentes (ADs), que reúne as quatro seções sindicais do ANDES-SN nas universidades estaduais da Bahia – Uneb, Uefs, Uesc e Uesb.

Chacina do Cabula
Em fevereiro de 2015, doze jovens negros, entre 16 e 27 anos, do bairro onde se localiza a Uneb, foram exterminados pela polícia com cerca de cem tiros, a maioria disparada de cima para baixo, em alvos já rendidos e sem possibilidade de reação, de acordo com relatório do Ministério Público Federal. Com surpreendente celeridade, os dez policiais envolvidos na chacina foram julgados e absolvidos pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Por receio de falta de isenção do estado da Bahia no julgamento do recurso e por força da pressão dos movimentos sociais locais, o Ministério Público Federal solicitou que o caso seja julgado pela Justiça Federal. No momento, o processo espera por decisão do Superior Tribunal de Justiça.
O bairro onde se localiza a Uneb apresenta o contraste social presente nas grandes capitais brasileiras. Enquanto parte da área é alvo da especulação imobiliária, outra é ocupada por comunidades como a Engomadeira, situada atrás da Universidade, onde a população pobre sofre com a falta de infraestrutura e constante repressão policial.

Avaliação
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressalta a importância da realização do ato e do diálogo com a comunidade local. “Para nós, é muito importante, quando realizamos um evento em uma universidade pública, criarmos uma forma de nos comunicar com a comunidade do entorno, explicar porque nós estamos aqui. Como defendemos a educação pública, é fundamental interagirmos com a população local e convoca-la a participar da luta em defesa da universidade pública. Sempre que possível, é muito oportuno para nós poder fazer essa interação, pois é uma maneira de mostrarmos a nossa disposição de luta, de ir para a rua e de dialogar com a sociedade”, explica Eblin.

De acordo com Sérgio Barroso, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Adusb SSind.) e atual coordenador do Fórum das ADs, o ato permitiu dar visibilidade para as pautas das universidades estaduais da Bahia, para a pauta da defesa da educação pública e também para a luta contra a Reforma da Previdência . “É nas ruas que iremos barrar a Reforma da Previdência”, frisou. Ele destacou também a relevância de dialogar tanto com a população local quanto com os participantes do 37º Congresso sobre o extermínio da população negra. “O ato permitiu também dar visibilidade para a realidade do genocídio da população negra, que vem acontecendo, principalmente aqui na Bahia, e também em todo o país. Por isso, que esse ato é muito importante, para dar visibilidade para essas pautas”, concluiu.

ANDES-SN lança publicações durante abertura do 37º Congresso Nacional

Tem início o 37° Congresso do ANDES-SN em Salvador (BA) 

Docentes debatem conjuntura e aprovam centralidade da luta para 2018

Fonte: ANDES-SN

ANDES-SN lança publicações durante abertura do 37º Congresso Nacional

PUBLICAÇÕESDuas importantes publicações foram apresentadas aos participantes do 37º Congresso Nacional do ANDES-SN, durante a plenária de abertura, na manhã dessa segunda-feira (21), em Salvador (BA).

Em sua edição nº 61, a Revista Universidade e Sociedade traz artigos, entrevistas, reportagens e outras contribuições relacionadas ao tema “Desmonte da Educação Pública: os ataques às Universidades Estudais e aos Colégios de Aplicação”. Já o Cadernos Andes nº28 aborda o tema “Neoliberalismo e política de Ciência e Tecnologia no Brasil – um balanço crítico (1995-2016)”. As publicações são ferramentas que contribuem para a formação dos docentes, e ainda servirão para instrumentalizar a luta e os debates da categoria.  Também foram distribuídos, durante a plenária, o manifesto da Reforma de Córdoba, que completa 100 anos em 2018.

Os ataques às universidades estaduais e aos colégios de aplicação Segundo Ana Maria Estevão, 1ª vice-presidente da regional São Paulo e membro da comissão editorial da Revista Universidade e Sociedade, em 2017, sob a justificativa de se adequar à Emenda Constitucional (EC) 95 (Antiga PEC 55), os estados aprofundaram de forma drástica os ataques à educação pública. Ela cita como exemplo a situação vivida pelas estaduais do Rio de Janeiro, com atrasos e não pagamentos dos salários dos servidores e da manutenção das universidades e escolas. “A escolha do tema foi dada primeiro pela necessidade de dar visibilidade a essa denúncia, e dar espaço para que a base e outros setores com vínculo acadêmico falassem sobre isso”, afirma a docente.

Ciência e Tecnologia

O “Caderno 28” é parte de uma série de materiais e ações organizados pela coordenação do Grupo de Trabalho em Ciência e Tecnologia (GTC&T) do ANDES-SN, que vem sendo intensificadas desde a aprovação do “Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (C&TI)”, através da Lei 13.243/16.

Membro da coordenação do GTC&T e 3º tesoureiro do Sindicato Nacional, Epitácio Macário explica que a publicação traz um conteúdo mais denso, com o objetivo de oferecer fundamentos teóricos e políticos que permitam à categoria a analisar o complexo de C&TI, desenvolvido no país, e enfrentar esse cenário de desmonte e privatização do setor. “Os meios de comunicação evidenciam apenas o aspecto do financiamento, mas é um desmonte muito mais complexo que está em andamento”, afirma Macário, apontando para os efeitos dessa precarização na saúde e carreira docente.

100 anos da Reforma de Córdoba

Tema do 37º Congresso, os 100 anos da Reforma Universitária de Córdoba, ocorrido em 1918, na Argentina, também foi rememorado através da publicação do Manifesto, que marcou o movimento considerado um marco fundacional de um projeto de sociedade latino-americana socialmente referenciada. “Nós, quando resgatamos a Reforma de Córdoba, resgatamos as ideias da autonomia universitária, a democracia na gestão, a liberdade de cátedra, a qual hoje está fortemente ameaçada – hoje tem vários professores sendo processados exatamente por exercer a liberdade de pensamento-, e a extensão universitária, que é uma universidade com compromisso social”, explicou Luis Acosta, 1º vice-presidente do Sindicato Nacional.

Confira aqui a Revista Universidade e Sociedade nº 61

Confira aqui o Caderno 28 do ANDES-SN

Confira aqui o panfleto sobre a Reforma Universitária de Córdoba

 

Fonte: ANDES-SN

Docentes debatem conjuntura e aprovam centralidade da luta para 2018

Durante todo o período da tarde e noite dessa segunda-feira (22), os mais de 550 delegados e observadores inscritos, até o momento, no 37º Congresso debateram os textos apresentados por docentes de diversas seções sindicais, com diferentes análises da conjuntura nacional, internacional e do movimento docente.

Dos 10 textos enviados ao Caderno do 37º Congresso, um foi remetido à plenária do Tema 2, por solicitação dos  autores da Associação dos Docentes e Profissionais da Educação a Distância do Rio de Janeiro – Seção Sindical do ANDES-SN (Adopead SSind.), e o texto 9 não foi defendido pela ausência dos autores.

Durante mais de cinco horas, os participantes expressaram as diferentes análises de conjuntura e debateram questões como as contrarreformas impostas aos trabalhadores pelo governo de Michel Temer, as retiradas de direitos promovidas pelos governos anteriores e suas consequências para o setor da educação, além da Justiça seletiva e do julgamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que pode resultar no impedimento de sua candidatura. Foram abordados também os ataques promovidos pelos governos estaduais, a situação dos trabalhadores aposentados e pensionistas, a necessidade de construção de uma nova greve geral para barrar a Reforma da Previdência, e ainda, o papel do Sindicato Nacional nesses processos e a participação em diversas lutas e ações de resistência contra os retrocessos. Foi destacada, também, a situação dos trabalhadores na América Latina.

Após mais de 50 intervenções, os delegados aprovaram, como centralidade da luta do Sindicato Nacional para 2018: “Fortalecer a unidade de ação com os setores dispostos a barrar e revogar as contrarreformas. Construir as lutas e a greve do funcionalismo público federal, estadual e municipal em defesa da educação e dos serviços públicos e da garantia de direitos, rumo a uma nova greve geral. Fora Temer. Nenhum direito a menos.”

Moção contra a seletividade da Justiça no julgamento do ex-presidente Lula
Ainda na Plenária do Tema 1, foram apresentadas três moções relativas ao julgamento em 2ª instância de Luís Inácio Lula da Silva, marcado para quarta-feira (24). Os delegados aprovaram, por maioria, se manifestar sobre o julgamento do ex-presidente, marcado para ocorrer no TRF4 no próximo dia 24 de janeiro.

A moção aprovada destaque que, como o sindicato já denunciou no 61º CONAD, na atual conjuntura explicita-se e aprofunda-se o alinhamento político entre os poderes executivo, legislativo, judiciário e a grande mídia, com destaque para a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliando-se para segmentos do Ministério Público e da Polícia Federal, que demonstram total subordinação aos interesses políticos dos representantes do capital.

“A condenação de Lula, seletiva e com fins eleitorais, se confirmada em segunda instância, é mais um ataque às poucas liberdades democráticas conquistadas e pode servir para o aprofundamento da criminalização das lutas sociais. Posicionar-se contra a seletividade da justiça que, neste caso, pode inviabilizar a candidatura de Lula, reafirma a histórica postura deste Sindicato em defesa da democracia. Isto não significa nem pode resultar em apoio a qualquer candidato/a no pleito eleitoral de 2018. Ao contrário, o ANDES-SN deve se manter autônomo e independente de partidos, governos, religiões e reitorias e reafirmar a necessidade de construção de uma alternativa classista dos/das trabalhadores/as, a qual não pode ser assumida nem pelo neoliberalismo, nem pela sua variante da conciliação de classe”, afirma o texto. Confira aqui a íntegra da moção.

Saiba Mais

Tem início o 37° Congresso do ANDES-SN em Salvador (BA) 

Fonte: ANDES-SN

 

MEC autoriza uso de nome social na educação básica para travestis e transexuais

imp-ult-1144555541Uma resolução do Ministério da Educação (MEC) homologada na última quarta-feira (17) autoriza o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica. A norma busca propagar o respeito e minimizar estatísticas de violência e abandono da escola em função de bullying, assédio, constrangimento e preconceitos. O nome social é aquele pelo qual as travestis, mulheres trans ou homens trans optam por ser chamados, de acordo com sua identidade de gênero.

A resolução ainda será publicada no Diário Oficial da União. Com a edição da medida, o ministério atende à demanda de pessoas trans que querem ter sua identidade de gênero reconhecida. Em 2015, uma resolução do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais (CNDC/LGBT) definiu parâmetros para acesso e permanência de pessoas trans em diferentes espaços sociais, entre eles o direito ao uso do nome social nas redes de ensino.

A realidade, no entanto, não está de acordo com essa recomendação do conselho, que não tem força de lei. Presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Keila Simpson afirma que a exclusão sofrida pelas pessoas trans no Brasil também é visível no ambiente escolar. “Quem mais está fora desse espaço da escola é a população trans, porque a escola não se preparou para nos receber”, critica.

No Ceará, essa situação foi vivenciada pela estudante Lara, de 13 anos. No ano passado, ela passou a se reconhecer como mulher e, por causa disso, a sofrer preconceitos no ambiente escolar, chegando a ser “convidada” a sair da Escola Educar Sesc. A mãe, Mara Beatriz, conta que a adolescente foi vítima de uma série de violências por causa de sua identidade de gênero. O nome civil dela, masculino, era utilizado em todos os registros escolares escritos, como em provas e boletins. A estudante não tinha acesso ao banheiro feminino e, para não usar o masculino, teve que se limitar a ir apenas ao banheiro da coordenação. Até o direito de ter o nome social garantido na carteirinha de estudante, que era assegurado pelo órgão emissor do documento, foi inviabilizado pela escola, que não confirmou a matrícula da estudante ao órgão.

“Era algo que causava muito sofrimento, porque antes aquele era um ambiente em que ela se sentia muito bem na escola, onde estudava desde os 2 anos de idade”, lembra a mãe, que decidiu usar as redes sociais para denunciar o preconceito contra a filha. Sete dias depois das denúncias e de o caso ter ganhado repercussão na mídia, o Sistema Fecomércio, que controla a escola, informou que havia ocorrido “uma falha pontual interna” e que o nome social da estudante havia sido regularizado em todos os documentos.

Para evitar que esse tipo de situação se repita, a nova resolução do MEC estimula que as escolas de educação básica estabeleçam diretrizes e práticas para o combate a quaisquer formas de discriminação em função de orientação sexual e identidade de gênero de estudantes, professores, gestores, funcionários e respectivos familiares na elaboração e implementação de suas propostas curriculares e projetos pedagógicos, além de estimular e respaldar quem já utiliza o nome social. A educação básica inclui a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio.

A falta de reconhecimento leva à ausência de dados sobre a situação. Não há estudos específicos ou informações oficiais sobre o número de pessoas trans nas escolas, algo que poderá a ser mensurado a partir da adoção da resolução do MEC. “A partir disso, a gente espera ter uma dimensão de quem são as pessoas trans que estão nas escolas”, disse Keila, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Ela destaca que o acompanhamento das pessoas trans que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) só se tornou possível em 2014, quando os candidatos passaram a poder usar o nome social. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas 303 pessoas optaram por usar nome social no Enem do ano passado.

Mais direitos

A luta pela garantia dos direitos da população trans tem provocado mudanças em outras áreas. Desde 2013, o Ministério da Saúde possibilitou que travestis e transexuais passassem a usar o nome social no Cartão SUS. “Não é uma tarefa simples, a gente trabalha todo dia para que os espaços adotem iniciativas como essa e respeitem o que está posto”, afirma Keila. Em 2017, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que transexuais têm direito à alteração do gênero no registro civil, mesmo sem realização de cirurgia de mudança de sexo.

No Supremo Tribunal Federal (STF), estão em debate o direito dessas pessoas usarem o banheiro condizente com a identidade de gênero que elas reivindicam, bem como a possibilidade de transexuais alterarem o nome no registro civil sem a realização de cirurgia de mudança de sexo.

Edição de ANDES-SN com imagem de Agência Brasil

 

Fonte: Agência Brasil

Tem início o 37° Congresso do ANDES-SN em Salvador (BA)

imp-ult-977419887Começou na manhã desta segunda-feira (22), o 37° Congresso do ANDES-SN na Universidade Estadual da Bahia (Uneb), em Salvador (BA). Instância máxima de deliberação do Sindicato Nacional, o congresso reúne mais de 500 professores e professoras e tem como tema central “Em defesa da educação pública e dos direitos da classe trabalhadora. 100 anos da Reforma Universitária de Córdoba”. Os representantes das seções sindicais do ANDES-SN discutirão, nos próximos dias, a conjuntura internacional e nacional e definirão as políticas prioritárias do Sindicato Nacional para 2018. É a terceira vez que a capital soteropolitana recebe um congresso do Sindicato Nacional. Em 1986, Salvador sediou o 5º Congresso, e, em 2004, a 23ª edição do evento.

imp-ult-8410288Antes da plenária de abertura, os docentes conheceram um pouco mais da riqueza da cultura baiana, com a banda jovem da Escola de Tambores Olodum. Este ano, a instituição completa 35 anos de história e oferece desde a sua fundação cursos de formação – entre eles, música e dança. Em seguida a apresentação cultural, foi realizada a plenária de abertura do 37° Congresso que contou com a participação de dezenas de entidades e movimentos sindicais, populares e estudantis.

Caroline Lima, 1º vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e da comissão organizadora do evento, saudou os participantes e falou da importância desta semana de debates para construção do plano de lutas dos docentes. “Este vai ser um congresso importante e o resultado dele fará a diferença em 2018. Salvador é a capital da resistência. Aqui, os indígenas e malês resistiram, a população baiana expulsou os portugueses, no histórico 2 de julho que marcou o processo de independência da Bahia, e as mulheres participaram da Revolta dos Búzios. A capital da resistência recebe vocês para que saiamos daqui com uma Greve Geral que pare as contrarreformas. O ANDES-SN é um dos poucos sindicatos que mantém a sua autonomia e, a partir disso, faremos esse enfrentamento”, disse.

Para Milton Pinheiro, coordenador geral da Aduneb SSind., as discussões do congresso, além de definirem as pautas de luta deste ano, também permitem melhor entendimento da realidade das universidades públicas e da conjuntura política do país. “A nossa aliança com a classe trabalhadora é para resistir às contrarreformas, avançar na luta pela transformação da sociedade e dar uma reposta dos trabalhadores nessa conjuntura tão difícil de um novo ciclo da direita no Brasil”, disse.

Saulo Arcangeli, representante da CSP-Conlutas, iniciou sua intervenção afirmando que o ANDES-SN sempre esteve presente nas lutas contra a retirada de direitos e privatização, e contra os ataques à Previdência Social. “Este ano foi um ano de lutas e como sempre o ANDES-SN, junto com várias entidades, fortaleceu a mobilização e não se intimidou. Participou das Jornadas de Março e do dia 8, da Greve Geral de 28 de abril, quando paramos 40 milhões de trabalhadores na maior greve do país, no dia 24 de maio, no Ocupe Brasília, no dia 10 de novembro e também no dia 5 de dezembro”, afirmou.

Gabryel Henrici, da Oposição de Esquerda da União Nacional dos Estudantes (OE/UNE), criticou a conjuntura do país e a crise econômica seletiva. “Precisamos rememorar um projeto de educação, como a Reforma de Córdoba, que foi emancipadora e mudou o caráter da educação na América Latina. Infelizmente, os que estão no poder tentam acabar com mínimo que temos. Temos hoje quase 16 milhões de desempregados, e uma crise econômica seletiva, que atinge a população mais pobre. E a Reforma da Previdência só não foi aprovada ainda, porque existe uma insatisfação popular. Então, precisamos defender a democracia, o nosso projeto de educação, juventude e a classe trabalhadora”, disse.

imp-ult-680733274José Júnior, representante da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), explicou que os estudantes estão na luta, em unidade com a classe trabalhadora, em defesa de um projeto social que emancipe a população brasileira. “Esse congresso está sendo realizado em um momento histórico desse país, de muitas lutas que representam a ponta de lança contra aqueles que querem retirar os nossos direitos, apresentando projetos neoliberais, que exploram os oprimidos da nossa sociedade. Se temos um projeto da reforma da Previdência que tramita no congresso, temos também gente que luta por seus direitos”.

Filipe Brito, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), contou que, durante todo o ano de 2017, o movimento continuou junto com o ANDES-SN na luta e mobilização contra as reformas. “O único caminho a se trilhar na busca por transformação social é o da luta. E não geramos luta com sectarismo. Temos que usar o exemplo do ANDES-SN e do MTST que, apesar das leituras diferentes de conjuntura, provam que a unidade na luta é possível”, afirmou. E completou: “Aqueles e aquelas que lutam um dia são bons, os que lutam por muitos dias são muito bons, mas os que lutam toda a vida são imprescindíveis”, disse Brito parafraseando Bertolt Brecht.

Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, realizou a intervenção final da plenária de abertura. Farage destacou ser um momento muito relevante de conjuntura política do país. “É necessário ter uma ampla articulação com as centrais sindicais, movimentos em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Este ano completa 200 anos do nascimento do Karl Marx, 170 anos do manifesto comunista que contribuiu para a organização dos operários. Além disso, este ano marca também os 100 anos da reforma de Córdoba e 130 anos da abolição da escravidão, conquistada pela luta dos movimentos negros. Essas lutas até hoje nos inspiram”, afirmou.

Por fim, Eblin ressaltou que um sindicato precisa ser autônomo, classista, de luta e combativo. E relembrou que este ano marca os 40 anos do ANDES-SN, que surgiu ainda como associação, e desde então vem se destacando por ser um sindicato classista, de base e de muita combatividade. “É isso que marca a história desse sindicato”, concluiu a presidente do ANDES-SN.

Participaram também da mesa Alexandre Galvão e Amauri Fragoso de Medeiros, secretário-geral e 1° tesoureiro, respectivamente, do Sindicato Nacional; Marcelo Ávila vice-reitor da Uneb; João Carlos Salles da Universidade Federal da Bahia (Ufba); Ronaldo Naziazeno do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe); Firmino Júlio de Oliveira Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau (Sintest), Sheila Queiroz, representante do Conselho Federal de Serviço Social (Cfess); Adilson Sampaio representante do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc); Lídia de Jesus da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps); e Marlúcia Paixão da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco).

Lançamento de materiais

Logo após a plenária, os diretores do ANDES-SN, Olgaíses Maués e Luís Acosta, apresentaram o Manifesto de Córdoba de 1918, distribuído aos participantes, e tema do 37° Congresso e, na sequência, ocorreu o lançamento dos materiais Caderno 28do ANDES-SN com o tema “Neoliberalismo e Política de C&T no Brasil. Um balanço crítico (1995-2016)” e da 61° edição da Revista Universidade e Sociedade, com o tema “Desmonte da Educação Pública – os ataques às universidades estaduais e aos colégios de aplicação”.

Ao som da Internacional – hino da classe trabalhadora – foi encerrada a plenária de abertura do 37° Congresso do ANDES-SN.

Fonte: ANDES-SN

Nota da Diretoria do ANDES-SN sobre o julgamento de Lula

 

A Diretoria Nacional do ANDES-SN, em reunião preparatória ao 37º Congresso Nacional da entidade, que vai discutir as próximas ações do movimento docente na luta por direitos dos/as trabalhadores/as e em defesa da educação pública, vem se manifestar sobre o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcado para ocorrer em segunda instância no TRF4, no próximo dia 24 de janeiro.

Como já denunciamos no 61º CONAD, compreendemos que na atual conjuntura explicita-se e aprofunda-se o alinhamento político entre os poderes executivo, legislativo, judiciário e a grande mídia, com destaque para a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliando-se para segmentos do Ministério Público e da Polícia Federal, que demonstram total subordinação aos interesses políticos dos representantes do capital.

Reconhecemos a celeridade e a seletividade da justiça em condenar Lula, ao mesmo tempo em que nega a investigação de políticos de partidos burgueses tradicionais como os representantes do PSDB e do próprio Temer. Sabemos, ainda, que essa seletividade é muito mais perversa para o conjunto da classe trabalhadora, como no caso de Rafael Braga. A celeridade, um princípio necessário à justiça, não pode ser usada casuisticamente, no caso de Lula, mas deveria se aplicar a todos os casos, em especial aos de desvio de verbas públicas e nos processos que reivindicam direitos dos trabalhadores. Sabemos que o que está em jogo é o processo de disputa eleitoral em 2018.

A condenação de Lula, seletiva e com fins eleitorais, se confirmada em segunda instância, é mais um ataque às poucas liberdades democráticas conquistadas e pode servir para o aprofundamento da criminalização das lutas sociais. Posicionar-se contra a seletividade da justiça que, neste caso, pode inviabilizar a candidatura de Lula, reafirma a histórica postura do nosso Sindicato em defesa da democracia. Isto não significa, nem pode resultar em apoio a qualquer candidato/a no pleito eleitoral de 2018. Ao contrário, o ANDES-SN deve se manter autônomo e independente de partidos, governos, religiões e reitorias e reafirmar a necessidade de construção de uma alternativa classista dos/das trabalhadores/as, a qual não pode ser assumida nem pelo neoliberalismo, nem pela sua variante da conciliação de classe.

Para a construção de um projeto que interesse aos/às trabalhadores/as, é necessário avançar no processo de reorganização da classe, na luta para derrotar as contrarreformas, em especial a da previdência, e revogar de imediato as já realizadas. Para isso, é necessário nos mantermos mobilizados/as e nas ruas, convocando nossa categoria a dar respostas contundentes aos retrocessos, defender, preservar e avançar na construção da democracia, barrar todo e qualquer tipo de autoritarismo e construir um projeto estratégico para a classe.

Para derrotar os retrocessos, a contrarreforma da previdência, a justiça seletiva e as arbitrariedades, é necessário fortalecer as múltiplas lutas que estão acontecendo e reafirmamos a necessidade de uma nova greve geral no primeiro semestre de 2018, junto com as centrais sindicais e movimentos sociais, e ampliar a mobilização dos/as trabalhadores/as.

Salvador, 19 de janeiro de 2018

Diretoria do ANDES – Sindicato Nacional

Assembleia da ADUSC empossa nova diretoria para gestão 2018-2020

Gestão "Nenhum direito a menos" toma posse em assembleia. Foto: Ascom ADUSC
Gestão “Nenhum direito a menos” toma posse em assembleia. Foto: Ascom ADUSC

A assembleia de posse da nova diretoria da ADUSC, eleita para gestão 2018-2020, ocorreu nesta quinta-feira (18). O Presidente eleito pela chapa “Nenhum direito a menos”, José Luiz de França (DFCH), assume o cargo por recondução, tendo como Vice-Presidente o docente Arturo Samana (DCET), que compõe pela primeira vez a gestão da ADUSC. Também fazem parte da nova diretoria Gisleide Silva (DCSAU), como Secretária Geral, Alba Lucilvânia (DCB), como I Secretária, Carlos Vitório (DCSAU), como Tesoureiro, Solange Vitória (DCSAU), como I Tesoureira, Sócrates Moquete (DCEC) e Maria Aparecida Aguiar (DCIE), como suplentes. Uma cerimônia festiva será realizada em março, marcando também o início do primeiro semestre de 2018.

Durante a posse, França lembrou a conjuntura política e econômica do país, e alertou que 2017 foi um ano de duros ataques, mas também de muita resistência, seja nas lutas específicas da categoria docente, seja em defesa dos direitos da classe trabalhadora como um todo. “As mobilizações da ADUSC, em conjunto com o Fórum das ADs, foram essenciais para liberação dos processos de promoção e progressão que estavam presos na Secretaria de Administração da Bahia. Também tivemos uma Greve Geral muito forte, e essa é nossa referência de luta para barrar tanto a reforma da previdência quanto garantir que em 2018 a luta se mantenha por ‘Nenhum Direito a menos’”, afirmou.

Discussão dos Cadernos de Texto do 37° Congresso do ANDES-SN. Foto: Ascom ADUSC
Discussão dos Cadernos de Texto do 37° Congresso do ANDES-SN. Foto: Ascom ADUSC

Após a Assembleia de posse, ocorreu uma Assembleia extraordinária para debater os cadernos de texto do 37° Congresso Nacional do ANDES-SN. O Congresso ocorrerá entre os dia 22 e 27 de Janeiro, na UNEB, em Salvador. Na oportunidade, a ADUSC será representada pelos delegados: Arturo Samana, Salvador Trevisan, Kátia Guerreiro, Luiz Henrique Blume e o professor Carlos Vitorio representante da diretoria.

Frente contra aumento da passagem será lançada na próxima terça-feira (23), em Itabuna

Lambes foram espalhados pela cidade convocando a população para o lançamento da Frente.
Lambes foram espalhados pela cidade convocando a população para o lançamento da Frente.

Na próxima terça-feira (23), trabalhadores, estudantes, movimentos sindicais, sociais e populares realizarão o lançamento da “FRENTE DE LUTA CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DE ÔNIBUS EM ITABUNA”. O evento está marcado para às 18 horas, no Centro de Cultura Adonias Filhos, e pretende acumular forças contra o aumento de 15%, aprovado pelo prefeito Fernando Gomes. A passagem que custava R$2,85, caso o aumento seja mantido, custará R$3,30.

Para divulgar o lançamento da Frente, um bloco intitulado “Carnaval do Arrocho” vai desfilar durante a lavagem do “Beco do Fuxico”. Confira a programação de mobilização da Frente:

Quinta-feira, 18/01: agitação com placas e camisetas durante a Lavagem do Beco;
Sexta-feira, 19/01, 17h: panfletagem no Bairro de Fátima/Praça do Califórnia;
Sábado, 20/01, 8h: panfletagem no Sto. Antônio/Centro Comercial;
Terça-feira, 23/01, 18h: reunião de lançamento da Frente de Lutas contra o aumento, com planejamento de um ato de rua.