Encerrado o 62º Conad do ANDES-SN em Niterói (RJ)

Durante quatro dias, docentes de todo o Brasil discutiram a conjuntura, avaliaram e atualizaram os planos de lutas do ANDES-SN frente aos desafios polí­ticos e organizativos

As deliberações do 62º Conad do ANDES-SN, realizado na cidade de Niterói (RJ) de 13 a 16 desse mês, demonstraram o fortalecimento do Sindicato Nacional como uma entidade autônoma e democrática, em defesa da classe trabalhadora, pela intensificação da luta para barrar as contrarreformas e revogar as já aprovadas e mobilização pela construção de uma nova Greve Geral, no enfrentamento à  retirada de direitos dos trabalhadores, e ainda contra a política de conciliação de classes, pelo “Fora Temer” e eleições diretas e gerais já, com novas regras.

Além da agenda de lutas, foram aprovadas a prestação de contas e a previsão orçamentária do Sindicato Nacional para o ano de 2018, homologada nova sessão sindical – Adesfaetec SSind. e definida a cidade de Fortaleza (CE) como sede do próximo Conad, que será organizado em conjunto com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece-SSind.).

As deliberações e debates foram destacadas na Carta de Niterói, lida na plenária pelo secretário-geral do ANDES-SN, Alexandre Galvão. O documento sintetizou os quatro dias de encontro, abordando as resoluções aprovadas no Conad, reforçando a campanha – lançada no evento – contra o assédio sexual, a criação de uma comissão permanente de combate ao assédio e a atenção especial dada à  polí­tica de inclusão, ingresso e permanência de pessoas com deficiência nas Instituições de Ensino Públicas, ações que se colocam como importante desafio do Sindicato Nacional. A carta apontou ainda a atualização da consigna do ANDES-SN e os desafios a serem enfrentados daqui pra frente.

Conad de Niterói

Para Gustavo Gomes, presidente da Aduff SSind., seção sindical que sediou o 62º Conad, a realização desta edição em Niterói fortaleceu e motivou a luta dos trabalhadores. “Esse Conad avançou na nossa unidade interna e na unidade externa num momento de reorganização dos trabalhadores para revogar a Reforma Trabalhista e impedir a Reforma da Previdência. A gente sai mais armado, munido a partir dos debates desenvolvidos aqui, para nos engajarmos junto aos demais trabalhadores no movimento para barrar as reformas e também na campanha pelo Fora Temer, culminada agora com a exigência de eleições diretas e gerais já “, afirmou o dirigente.

O fortalecimento da luta
A presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, destacou na plenária de encerramento a importância do espaço de debate democrático proporcionado pelo 62º Conad, frente à necessidade emergencial de ampliação das lutas dos docentes e da unidade contra a retirada de direitos vivenciada pelos trabalhadores. “Nosso desafio imediato para o segundo semestre é barrar as contrarreformas e colocar para fora o Temer, e ele tem que sair pela mão dos trabalhadores. A nossa expectativa é buscar isso na organização e no nosso poder de mobilização. A nossa classe tem disposição de mudar. Precisamos botar fogo nessa fogueira, que alguns querem apagar. Ao contrário, é necessário intensificar a nossa luta e construir um projeto de Universidade muito distinto desse que vem sendo implementado nos último anos”, destacou a presidente dando por encerrado o 62º Conad.

Moções aprovadas
A plenária de encerramento aprovou 12 moções. Foram aprovadas moções de repúdio contra a atuação seletiva da Justiça, em repúdio ao atraso dos salários dos servidores do Rio Grande do Norte há 1 ano e seis meses, contra a aprovação da LDO pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, a qual congela o orçamento do Estado incluindo o salário dos servidores, repúdio à emenda aditiva que extingue a Unila por meio da criação da Universidade da Fronteira Oeste, repúdio ao discurso de ódio proferido pelo vereador Andrean Peglow (PSDB) contra a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), repúdio à  interdição do acesso de estudantes estrangeiros a auxílios da polí­tica nacional de assistência estudantil promovido pela reitoria da Unilab, contra ameaças e perguições a lideranças quilombolas e indí­genas no estado do Maranhão, repúdio ao apoio dos governos à construção de mais um porto na cidade de São Luí­s (MA) para atender interesses de empresa privada, repúdio contra a privatização da educação básico da Paraí­ba, em repúdio ao vereador de Niterói (RJ) Carlos Jordy, do PSC, e ao ato racista do Movimento Brasil Livre (MBL) contra Luiz Carlos Prates, dirigente sindical da CSP-Conlutas.

Fonte: ANDES-SN

Seminário do ANDES-SN e MCTP faz discussão crí­tica sobre polí­tica de ciência

Universidade e polí­tica de C&T: por uma ciência e tecnologia para o povo será realizado nos dias 18 e 19 de julho, na UFMG

CPI emite relatório preliminar confirmando que Previdência é superavitária

imp-pop-277750631Na última quinta-feira (13), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as contas da Previdência apresentou um balanço dos trabalhos referente ao primeiro semestre. A CPI realizou 22 audiências desde que foi instalada no Senado, no final de abril.

Na apresentação dos resultados do primeiro semestre, o presidente da CPI, Senador Paulo Paim (PT/RS), voltou a reforçar que é necessário que o governo repasse à Previdência os milhões de reais arrecadados é  custa do trabalhador brasileiro, além de reafirmar a inexistência do déficit na Seguridade Social. Segundo Paim, “de cada dez depoentes que vieram, nove afirmam que não há déficit”.

“O relatório sobre os trabalhos da CPI aponta, com muita certeza, que a Previdência brasileira não é deficitária, mas sim superavitária. Ela demonstra, por exemplo, que setores do patronato arrecadam por ano cerca de R$ 25 bi em torno do trabalhador e não repassam é  Previdência, o que é apropriação indébita. Isso é crime “, afirmou Paim.

O relatório da CPI também aponta que há uma dí­vida acumulada de grandes bancos e empresas, como Itaú, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil, montadoras de automóveis, e a JBS, que ultrapassa mais de R$ 500 bilhões de reais.

O relator da CPI, Senador Hélio José(PMDB/DF), afirmou que pedirá a prorrogação dos trabalhos da Comissão devido ao extenso volume de dados a analisar. A Comissão foi instalada no final de abril e tem até 8 de setembro para concluir as atividades. No entanto, Paim já comunicou ter as 40 assinaturas necessárias para solicitar a prorrogação dos trabalhos da comissão.

A próxima reunião da CPI da Previdência ocorrerá na primeira semana de agosto, ainda sem data definida. Audiências também deverão ser realizadas nas assembleias legislativas dos estados, como em São Paulo, prevista para 24 de agosto.

Luta em defesa da Previdência Social
Reunidos no 62º Conad do ANDES-SN, entre 13 e 16 de julho, docentes representantes de seções sindicais de todo o paí­s apontaram a necessidade de intensificar a luta para barrar a contrarreforma da Previdência e em defesa dos direitos de aposentadoria. Em agosto, o tema será pauta da agenda de lutas dos docentes do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes). No mesmo mês, entre os dias 16 e 18, o Sindicato Nacional realizará também a Jornada de Mobilização dos Aposentados e Aposentadas, com uma série de atividades em Brasí­lia (DF).

Confira o relatório dos primeiros meses de trabalho da CPI da Previdência

*Com informações da Agência Senado

Fonte: ANDES-SN

 CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA

19. assembleiaNo uso de suas atribuições, que lhe confere o Art. 22 do Regimento Geral, a diretoria da ADUSC/Seção Sindical do ANDES/SN, convoca a todos os associados para Assembleia Ordinária a realizar-se no dia 19.07.2017 (quarta-feira), às 13:00h em primeira convocação e às 13:30h, em segunda, no CEU (Térreo do Pavilhão Adonias Filho), com a seguinte pauta:

 

1) Informes;

2) Substituição de membro diretor da ADUSC;

3) Prestação de contas da tesouraria da ADUSC;

4) Indicativo de greve;

5) O que ocorrer.

 

Campus Soane Nazaré, 17 de Julho de 2017.

José Luiz de França Filho

Presidente

62º Conad: ANDES-SN lança publicações e campanha de combate ao assédio sexual

 

Durante a plenária de Abertura do 62º Conad, na manhã dessa quinta-feira (13), em Niterói (RJ), o ANDES-SN apresentou aos participantes uma série de publicações produzidas pelo Sindicato Nacional, que servirço para instrumentalizar a luta e os debates na categoria docente sobre diversos temas como o Marco Legal de Ciência e Tecnologia, o combate às opressões às mulheres, aos povos indígenas, negros e LGBTs e também sobre a contrarreforma do Ensino Médio. Ainda durante a plenária, foram lançadas a nova edição da revista Universidade e Sociedade e também a campanha da entidade de luta contra o Assédio Sexual, com cartazes, adesivos e um vídeo informativo.

O 62º Conad, que tem como tema central “Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!”, acontece até domingo (16) e reúne docentes das seções sindicais do ANDES-SN de todo o país. O encontro é sediado pela Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff Seção Sindical do ANDES-SN).

Ciência e Tecnologia
O Grupo de Trabalho Ciência e Tecnologia (GTC&T) lançou a cartilha “Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/16) – riscos e consequências para as universidades e a produção cientí­fica no Brasil”. Para Wanderley Padilha, 2º vice-presidente da Regional Nordeste II e da coordenação do GTC&T, o material será uma ferramenta de alerta aos docentes sobre o que significa e as quais são as consequências do Marco Legal de C&T. “A cartilha tem como finalidade problematizar a forma com que os últimos governos, que vêm implementando as contrarreformas neoliberais, tentam moldar a polí­tica de Ciência e Tecnologia de acordo com a necessidade do mercado e alheia à uma perspectiva de ciência pública voltada para o interesse da maioria das pessoas, inclusive tendo impacto direto no regime de trabalho dos professores”, explicou.

Contrarreforma do Ensino Médio
Para esclarecer o que significou efetivamente a contrarreforma do Ensino Médio para os docentes, estudantes e para a Educação, foi elaborada uma cartilha que detalha minunciosamente as consequências da Lei 13,415/2017. A cartilha “A Contrarreforma do Ensino Médio: o caráter excludente, pragmático e imediatista da Lei Nº 13.415/2017 “foi lançada pelo grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE). Segundo Jacqueline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN e da coordenação do GTPE,  “o documento é resultado de uma análise profunda da contrarreforma do Ensino Médio e traz os principais aspectos da lei, que são prejudiciais para o Ensino Médio, não só no contexto da aprendizagem mas na formação do cidadão e da cidadã, na formação do futuro trabalhador”.

Campanha contra o assédio sexual
O ANDES-SN, por meio do Grupo de Trabalho de Polí­ticas de Classe, questões étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) – lançou uma campanha de combate ao assédio sexual com cartazes e adesivos e ainda um vídeo elucidativo sobre o que é o assédio sexual. O GTPCEGDS também apresentou uma nova edição, atualizada, da cartilha “Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indí­genas, das/os negros, dos LGBTs”.

Caroline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e da coordenação do GTPCEGDS, explicou que a versão ampliada e revisada da cartilha traz um debate muito importante para o Sindicato Nacional, que é o combate ao assédio sexual. “Ela tem um caráter formativo, porque compreendemos que somos forjados numa cultura do machismo, na cultura do estupro, e que muita coisa foi naturalizada. Muitos companheiros e companheiras não compreendem que algumas ações são assédio sexual, porque acham que são normais. E a cartilha traz elementos para formar nossa militância para mostrar o que é assédio e como combate-lo nos espaços do ANDES-SN e das universidades. Além disso, os cartazes estarão nas universidades ampliando o debate”, explicou Caroline.

Jornada de Mobilização dos Aposentados
Aprovada no último Congresso do ANDES-SN, a Jornada de Mobilização dos Aposentados e Aposentadas acontecerá de 16 a 18 de agosto. O material de divulgação e a programação foram apresentados aos participantes do 62º Conad. “Na jornada, discutiremos todos os direitos que já foram retirados dos aposentados. Por isso teremos uma audiência pública no Congresso Nacional, atividades formativas e troca de experiências de aposentados de todas as seções sindicais”, esclareceu Lana Bleicher, 1ª secretária da Regional Nordeste 3 e da coordenação do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA).

Revista Universidade e Sociedade
Com o tema Dívida pública e contrarreforma: previdência, trabalho e educação”, a edição 60 da Revista Universidade e Sociedade traz dez artigos que abordam a temática, ensaio fotográfico das últimas manifestações nacionais, além de entrevista com Maria Lúcia Fattorelli e homenagem a Antônio Cândido de Mello e Souza. Lila Luz, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste I do ANDES-SN e da comissão editorial da publicação, ressaltou que essa edição é bastante. “Com uma temática que vem sendo discutida há um ano e meio, é muito significativa para entendermos o momento atual e debatermos junto com a nossa categoria tudo o que vem acontecendo em termos da retirada de direitos”, completou.

Fonte: ANDES-SN

Promoções e progressões são publicadas após pressão do Movimento Docente

A categoria exige retroatividade financeira e deve intensificar mobilização em defesa dos direitos e dos salários

Ato no dia 18 de Abril lançou a campanha de mídia denunciando "O Governo que MAIS ATACA as Universidades"
Ato no dia 18 de Abril lançou a campanha de mídia denunciando “O Governo que MAIS ATACA as Universidades”

 

Processos de promoção e progressão dos docentes das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA), travados pelo governo Rui Costa desde 2015, começaram a ser publicados no Diário Oficial do Estado (DOE), na última terça-feira (11). A ação é uma resposta paliativa do governo à  pressão do movimento docente pelo cumprimento dos direitos trabalhistas. Na UESC, foram implementados 93 processos de progressão e 61 promoções. Entretanto, além de 24 processos de promoção não efetivados por ausência de vaga no quadro docente, a retroatividade financeira não está garantida integralmente.

A Assessoria Jurí­dica da ADUSC está analisando o procedimento mais adequado para garantia da retroatividade integral e a mobilização docente deve ser intensificada. Assembleias docentes devem pautar o indicativo de greve na UESC, UEFS, UESB e UNEB, entre os dias 17 e 21 de Julho, conforme indicação do Fórum das ADs.

Para diretoria da ADUSC, a liberação parcial dos processos de promoção e progressão é uma conquista importante do movimento docente. O acompanhamento cotidiano das filas de processos, as medidas judiciais conjuntas, a pressão sobre o Fórum de Reitores e sobre o governo são parte dessa luta, e que deve se intensificar.

“A gravidade dos ataques do governo e a ausência de diálogo com o Movimento Docente impõe o endurecimento por parte da categoria”, afirma o presidente da ADUSC, José Luiz de França. O presidente também lembra que o Estatuto do Magistério Superior garante retroatividade a partir da data da realização da banca, e que o movimento não vai abrir mão desse direito. As mudanças de regime de trabalho, a recomposição salarial, a ampliação orçamentária das universidades também são pontos da pauta de reivindicação 2017, para os quais, o movimento docente exige negociação já.

 

Docentes de todo o país se reúnem em Niterói (RJ) para o 62º Conad do ANDES-SN

Encontro acontece de 13 a 16 de julho, no Teatro Popular e na Universidade Federal Fluminense

Logos CONAD CMYK.cdrDe 13 a 16 de julho, professores do ensino superior federal e estadual de todo o paí­s participam do 62º Conad do ANDES-SN na cidade de Niterói (RJ). O último Conad aconteceu em Boa Vista (RR), com a presença de 234 docentes.

O encontro, instância deliberativa da categoria, terá como tema central “Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!”. As plenárias serão realizadas no Teatro Popular Oscar Niemeyer, e os grupos de trabalho se reunirão no campus Gragoatá da UFF.

Durante o 62º Conad, os docentes irão debater e atualizar os planos de lutas gerais e específicos do Sindicato Nacional, deliberados durante no 36º Congresso da entidade no início do ano, e também aprovarão as contas da entidade.

De acordo com a presidente do ANDES-SN, professora Eblin Farage, o evento acontece em momento de acirrada conjuntura, após a realização de duas Greves Gerais no Brasil, com ampliação das mobilizações e manifestações para barrar as contrarreformas da Previdência e Trabalhista e pela saí­da de Michel Temer da Presidência da República.

“Para nós é estratégico que as deliberações do 62º Conad sirvam para contribuir na nossa organização, para que avancemos na unidade na luta e para que também pautemos, mais uma vez, a defesa intransigente da educação pública, gratuita e de qualidade. Para isso, é necessário que barremos esse conjunto de contrarreformas que estão em curso”, explica Eblin.

A presidente do Sindicato Nacional reforça que esse é um importante momento para a categoria docente. “Os debates irão ajudar a elaborar como o ANDES-SN pode contribuir estrategicamente para a reorganização da classe trabalhadora, pensando que a educação pública, gratuita e de qualidade é uma bandeira que não se restringe a nós professores, mas é que tem que ser defendida e pautada por todos os trabalhadores”, conclui.

– Confira aqui os materiais do 62º Conad

Serviço
62° Conad
Tema: “Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!”
Data: 13 a 16 de julho
Local:
Teatro Popular Oscar Niemeyer (13, 15 e 16)
Campus Gragoatá da UFF (14).

Fonte: ANDES-SN

Manifesto: Vem aí o 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, de 12 a 15 de outubro

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O 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas tem data marcada: de 12 a 15 de outubro deste ano. Um momento privilegiado para que os trabalhadores, jovens, movimentos populares, os que lutam contra as opressões se reúnam para pensar políticas para o perí­odo seguinte para a Central e para avaliar a condução desde o congresso anterior.

Há cem anos, Greve Geral paralisava o país e garantia direitos trabalhistas

Conquistas, como o descanso semanal remunerado, estão ameaçadas

untitledSão Paulo (SP), julho de 1917. Os trabalhadores da tecelagem Crespi reivindicam aumento salarial, mas os patrões os deixam de mãos vazias. No dia 8 de julho, eles realizam uma grande manifestação, na porta da fábrica, no bairro do Brás, e são violentamente reprimidos pela polÃícia. No dia seguinte, nova manifestação, dessa vez na frente da fábrica da Antártica, no mesmo bairro.

Depois de quebrar um caminhão de garrafas, os trabalhadores seguem com a manifestação até a Tecelagem Mariana. Após novo confronto com a polícia, o operário espanhol José Martinez é assassinado. Sua morte foi o estopim para o crescimento das mobilizações, em um ano em que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul viviam uma onda de greves, altamente influenciados por ideais anarcossindicalistas trazidos da Europa por imigrantes espanhóis e italianos.

Em 11 de julho foi realizado o funeral de José Martinez. Dezenas de milhares de pessoas acompanharam o corpo até o Cemitério do Araça e depois realizaram um comér­cio na Praça da Sé, no centro da cidade. Edgard Leuenroth, jornalista que participou ativamente das mobilizações, relata a impressionante marcha fúnebre em carta enviada ao jornal O Estado de São Paulo.

“O enterro dessa ví­tima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da Rua Caetano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação”, afirmou Edgar.

Em poucos dias, a mobilização se espalhou, e muitas categorias de trabalhadores entraram em greve. As indústrias e o comércio paulistanos se viram paralisados, o transporte não funcionava. Era a primeira grande Greve Geral da história do paí­s. Até o comércio de leite e carne foi suspenso, sendo permitida pelo Comitê de Defesa Proletária – organizador da greve – apenas sua distribuição em hospitais. Durante 30 dias, os operários comandaram a cidade de São Paulo.

As reivindicações da Greve Geral de 1917 eram diversas: a libertação de todos os presos políticos; o respeito à  livre associação de trabalhadores; nenhuma demissão por participação em greve; proibição do trabalho de menores de 14 anos; aumento salarial de 35% para os que recebiam menos, e de 25% para os que recebiam mais; imposição de prazos legais para o pagamento de salários; jornada de trabalho de oito horas, com descanso semanal remunerado, entre outras pautas.

Após uma longa negociação entre governo, patrões e o Comitê de Defesa Proletária , os empregadores se comprometeram a pagar o devido reajuste salarial, o governo libertou os presos polí­ticos, e os trabalhadores decidiram terminar a Greve Geral. Hoje, cem anos depois, os governos e o Congresso estão tentando, por meio de projetos como a contrarreforma Trabalhista – Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/17 – retirar os direitos que o movimento dos trabalhadores conquistou por meio de luta, apesar da enorme repressão e de diversas mortes.

Com informações de Arquivo Edgard Leuenroth (Unicamp). Imagem do funeral de José Martinez.

Fonte: ANDES-SN

Jornada de Luta, nos dias 11 e 12 de julho, para barrar a votação da Reforma Trabalhista no Senado!

A reforma Trabalhista está agendada para ser votada no Senado no próximo dia 11. Essa reforma vai destruir direitos que foram conquistados às duras penas por décadas de lutas. Diante disso, é necessário fortalecer a mobilização dos trabalhadores em todo o paí­s.