ANDES-SN convoca docentes a participar da marcha Ocupa Brasília no dia 29

imp-ult-619705622Com o objetivo de intensificar a ofensiva para barrar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 (antiga PEC 241), o ANDES-SN, em conjunto com diversas entidades dos movimentos sindical e estudantil, irão ocupar Brasília no dia 29 de novembro, data prevista para a votação, em primeiro turno, da PEC no Senado. Atendendo ao chamado do ANDES-SN, a assembleia da ADUSC realizada nesta quinta-feira(24) deliberou por intensificar a participação do movimento na Marcha.

Em circular encaminhada seções sindicais, o Sindicato Nacional reafirma que “a greve geral continua a ser nossa principal perspectiva e entendemos que a construção da greve dos docentes das instituições de ensino superior, pode ser um importante passo nessa direção. Nesse sentido, temos nos empenhado em buscar ações juntamente com os outros setores da educação, com o qual construímos a proposta da caravana a Brasília (Ocupa Brasília!), no dia 29 de novembro”. A circular afirma que a data foi incorporada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e pela CSP-Conlutas.

A diretoria nacional orienta ainda que, para viabilizar a participação do maior número de pessoas, é necessário a articulação com os demais segmentos e entidades da educação nas universidades e fora delas, nos municípios e estados.

“No dia 29, será uma intensa e longa jornada de luta radicalizada, em Brasília, com a participação de estudantes, movimentos sociais e de trabalhadores na educação. Haverá atividades ao longo de todo o dia, começando às 9 horas e com previsão de finalização ao final da votação da PEC que pode acontecer durante a madrugada do dia 29 para o dia 30”, conclui o documento, informando que a programação da caravana será fechada nas próximas reuniões da coordenação da marcha e encaminhada às seções sindicais e secretarias regionais por através de circular.

Confira aqui o documento.

As/os docentes interessadas/os em integrar a caravana da Bahia, que irá de ônibus à Brasília, devem enviar nome completo e RG à ADUSC, pelo e-mail contatoadusc@gmail.com. Os dados devem ser enviados até às 18h, do dia 26 de novembro. A Caravana sairá dia 28, no período da manhã, de local ainda a ser divulgado.

Fonte: ANDES-SN, com edição

 

Professores da UESC não aprovam greve, mas mantêm mobilização

10A Assembleia geral da ADUSC, realizada nesta quinta-feira (24), não aprovou adesão à greve nacional das universidades municipais, estaduais e federais, conforme indicação do ANDES-SN. Conforme deliberação da Assembleia, o Movimento Docente (MD) seguirá mobilizado, impulsionando o calendário nacional de lutas. Além da paralisação nesta sexta-feira (25), os docentes participarão da Marcha à Brasília, no dia 29 de Novembro.

Para impulsionar às atividades de mobilização a Assembleia definiu um comando de permanente que se unirá a diretoria da ADUSC para discutir estratégias de mobilização da categoria. O comando se reunirá nesta sexta-feira (25), às 9 horas, na sede do sindicato, e está aberto à participação de outros interessados.

15205762_10211621508717456_1571613605_oOs docentes também deliberaram por fortalecer o ato público que acontece nesta exta-feira (25), a partir das 15 horas, com saída do Jradim do “Ó”, em Itabuna e pela realização de uma nova Assembleia após o retorno da Caravana à Brasília, no dia 29.  As/os docentes interessadas/os em integrar a caravana da Bahia, que irá de ônibus à Brasília, devem enviar nome completo e RG à ADUSC, pelo e-mail contatoadusc@gmail.com. Os dados devem ser enviados até às 18h, do dia 26 de novembro. A Caravana sairá dia 28, no período da manhã, de local ainda a ser divulgado.

Rumo à Greve Geral: atos acontecerão nesta sexta feira (25)

15205762_10211621508717456_1571613605_oNesta sexta-feira (25), sindicatos, estudantes e movimentos sociais de Itabuna voltarão às ruas contra a PEC 55 (PEC 241), reforma do ensino médio e demais ataques do governo Temer à classe trabalhadora. A atividade é um chamado nacional das centrais sindicais rumo à greve geral no Brasil.  Em Itabuna, o ato terá como linha de frente a referência ao “dia internacional de luta pelo fim da violência contra mulher”. A decisão foi aprovada durante reunião ampliada do Comitê em Defesa da Educação Pública de Itabuna, realizada na segunda-feira (21), na ocupação do CEEP.   A concentração do ato está marcada para as 15 horas no Jardim do “Ó”.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam há alguns anos o aumento dos casos de violência sexual, física e assassinatos de mulheres no país. O de 2015 constatou que houve 45.460 casos de estupro, o que corresponde a 125 vítimas por dia. Esses números, entretanto, estão longe de serem os reais, posto que no Brasil apenas 10% das vítimas de estupro notificam a violência.

Assim como em outros países, esses números são reflexos do aprofundamento da crise econômica e da total precarização das condições de vida da classe trabalhadora. Por isso, combater à violência machista para também por combater a política do governo Temer de transferir para as costas dos trabalhadores, em especial das mulheres o preço da crise.

Neste sentido, a reunião ampliada do Comitê Local em Defesa da Educação Pública, definiu a adesão do “Dia internacional de luta pelo fim da violência contra a mulher”, como tema central do ato desta sexta-feira (25). A luta das mulheres também estará presente nos atos que ocorrerão em todo país nesta data. A reunião também encaminhou por uma coluna das ocupações, com faixa unificada entre o IFBA, UESC, CEEP e UFSB, para dar visibilidade e combater a criminalização do movimento dos estudantes. Os professores da UESC já aprovaram paralisação para a data.

Professores e servidores técnicos das universidades e institutos federais, do ensino básico, servidores da saúde, terceirizados, estudantes, trabalhadores do comércio, bancários são algumas das categorias mobilizadas para a atividade. Faça parte da resistência! Convoque seu sindicato, colegas de trabalho, amigos, família e participe do ato público da sexta-feira (11). Fortaleça as ocupações das escolas e universidades. Vamos parar o Brasil e barrar o ataque aos nossos direitos!

Assembleia da ADUSC pautará adesão à greve nacional das universidades nesta quinta-feira (25)

AssembleiaA assembleia da Associação de docentes da UESC (ADUSC) discutirá a adesão ao movimento nacional de greve nas universidades nesta quinta-feira (25), a partir das 8:30 horas no Centro de Estudos Universitários (CEU). O movimento paredista deve fortalecer a luta para barrar o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 55 e a Medida Provisória (MP) 746. Esta é uma indicação da reunião realizada, em Brasília, nos dia 19 e 20 de novembro, entre as representações docentes das Instituições Municipais, Estaduais e Federais de Ensino Superior (IMES/IEES/IFES) filiadas ao ANDES-SN. Até a data, 25 seções sindicais havia aprovado a greve e mais de 15 aprovaram a indicação ao movimento paredista.

A iniciativa de uma greve unificada entre os setores da educação superior, representados pelo ANDES-SN, não acontece desde a reforma da previdência, em 2003. O movimento se soma à luta crescente no setor da educação, amplamente visibilizada a partir das ocupações de escolas, institutos federais e universidades. Acompanhando a iniciativa dos estudantes, professores e servidores técnicos de diversas instituições de ensino básico, técnico e superior também já deflagraram greve. Nesse sentido, além do grande desafio de enfrentar o desmonte do Estado, o movimento paredista pretende conscientizar a sociedade de que esta é uma luta de toda a população.

Na reunião realizada em Brasília, os docentes também indicaram que o movimento paredista seja construído na perspectiva de ocupações dos espaços públicos. Oficinas, aulas públicas, debates e demais ações nas ruas e praças, em amplo diálogo com estudantes, servidores técnicos, movimentos sociais como um todo, devem fazer parte das atividades de greve.

“Além de continuar pautando junto às centrais sindicais e os movimentos sociais a necessidade de construção da greve geral para barrar a PEC 55/2016 e as reformas da previdência e trabalhista, os docentes apontaram uma série de ações em relação à PEC, como fazer um levantamento dos estudos já realizados pelas IES sobre os impactos da PEC 55 nas Universidades e instar as reitorias que não realizaram tal estudo, que o façam com a maior brevidade, democratizando o debate sobre os orçamentos locais; ampliar a pressão sobre os senadores e senadoras nos estados e no Senado federal, para votarem contra a PEC 55, por meio do envio de e-mails, publicações nas redes sociais e atividades no Congresso Nacional com visitas em conjunto com as demais entidades que estão mobilizadas; panfletagem junto aos senadores no Senado Federal na segunda-feira (28), entre outras. Além disso, irão intensificar a divulgação das ações de combate à criminalização dos movimentos de resistência”, informa matéria no site do ANDES-SN. Confira aqui o relatório da reunião.

*Com informação do ANDES-SN

Fonte: ADUSC

 

 

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA EXTRAORDINÁRIA

AssembleiaNo uso de suas atribuições, que lhe confere o Art. 22 do Regimento Geral, a diretoria da ADUSC/Seção Sindical do ANDES/SN, convoca a todos os associados para Assembleia Extraordinária a realizar-se no dia 24.11.2016 (quinta-feira), às 08:30h em primeira convocação e às 09:00h, em segunda, no espaço CEU.

1) Informes gerais e conjuntura

2)  Deflagração da Greve Geral do ANDES-SN, por tempo indeterminado, contra a PEC 55/16 e a MP 746/16.

3)  Encaminhamentos

Campus Soane Nazaré, 21 de novembro de 2016.

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José Luiz de frança Filho

Presidente

 

Marcha da Periferia é realizada em diversos estados no Dia da Consciência Negra

imp-ult-540419976Negras e negros marcharam e realizaram diversas atividades em todo o país para marcar o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra – data em que se celebra a resistência de Zumbi dos Palmares e Dandara – para publicizar as denúncias contra o racismo, a opressão e a exploração, e a crescente situação de extermínio da população negra no país, sobretudo de sua juventude e os ataques aos quilombolas. A Marcha da Periferia é realizada há 10 anos e organizada pelo Quilombo Raça e Classe, movimento ligado à CSP-Conlutas.  Artistas, ativistas, religiosos de matriz africana, de diferentes grupos, coletivos e organizações políticas, se somaram a atividade.

Este ano, sob o tema “Aquilombar para Reparar”, foram realizadas manifestações, debates, encontros, palestras em escolas e instituições de ensino superior públicas, festivais de Hip Hop, entre outras ações, nas periferias de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí. Ainda ocorrem atividades até o final de novembro.

No Rio Grande do Norte, ocorreram atos em Natal e Ceará Mirim nos dias 18 e 19 de novembro, respectivamente. Na capital potiguar, a I Marcha da Periferia reuniu cerca de 300 pessoas. As palavras de ordem contra o racismo, o machismo e a lgbtfobia se somaram às lutas contra os ataques dos governos. Pela primeira vez os moradores do Bom Pastor, periferia de Natal, presenciaram um ato em reverência às lutas de negros e negras. Durante a marcha, foram realizadas falas políticas de diversas organizações e coletivos independentes, batucadas e apresentações de Hip Hop.

Em Belo Horizonte (MG), foi realizado um debate sobre a reparação dos prejuízos do racismo no dia 18. Em Curitiba (PR), ocorreu a marcha no dia 19 no bairro Almirante Tamandaré, região metropolitana. Em Teresina (PI), como parte das atividades do Novembro Negro, no dia 20 de novembro, foi realizada uma roda de conversa na ocupação Dandara dos Cocais, Zona Norte da cidade. Em seguida, ocorreu uma apresentação cultural no local.

No Rio de Janeiro, dia 20, em homenagem a Dandara e Zumbi dos Palmares, ocorreu a 5ª Marcha da Periferia, “Aquilombar para reparar: nenhum direito a menos para negras e negros”, na Zona Norte da cidade. A programação contou com ato político, Missa dos Quilombos, e atividades culturais. Em Porto Alegre (RS) ocorreu a III Marcha Zumbi Dandara Independente. Logo após o ato, ocorreram atividades culturais. Em Belém (PA), também ocorreu a marcha no dia 20, com os manifestantes saindo de frente da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), onde há uma ocupação de estudantes, até a Praça Matriz localizado na Terra Firme, bairro mais populoso da cidade.

No estado de São Paulo, diversas cidades como São José do Rio Preto, na Ocupação Itália II, São José dos Campos, em Osasco na ocupação Esperança, e na capital paulista nas zonas Leste, Oeste e Sul, aconteceram marchas pelo direito à moradia e contra o genocídio da população negra.

Em São Luiz (MA), cidade que originou a Marcha da Periferia em 2006, a marcha será realizada nesta sexta-feira, 25 de novembro. A população fará o seu protesto nas ruas da cidade e, depois, no 26º Festival de Hip Hop do Maranhão.

*Com informações da CSP-Conlutas e da Marcha Nacional da Periferia. Imagem de CSP-Conlutas

 

 

Fonte: ANDES-SN

Ocupação da UESC receberá Cid Benjamin para lançamento do livro “Reflexões Rebeldes”

reflexoesNa próxima terça-feira (22), a programação da ocupação na UESC será marcada pelo lançamento do livro “Reflexões Rebeldes” e o debate com o autor Cid Benjamim. O evento é organizado pelo Centro Acadêmico de Direito João Mangabeira (CAJAM) com o apoio do movimento #OcupaUESC, da ADUSC, e dos Centros Acadêmicos de Economia, Letras e História. Para o debate, que ocorrerá a partir das 19 horas, no CEU, o autor propõe refletir sobre “as relações entre 1964, 1988 e 2016 – Quais os novos caminhos possíveis?”.

Cid Benjamin é jornalista, foi dirigente estudantil nas jornadas de 68 e participou da luta armada contra a ditadura. Após o período de exílio, militou no PT e no PSol, e é considerado um intelectual crítico e independente. Na publicação “Reflexões Rebeldes”, Benjamin traz uma coletânea de artigos sobre a conjuntura política, os dilemas da esquerda e os retrocessos impostos pelo neoliberalismo.

– Os artigos são voltados para o debate na sociedade e não para quem já tenha posições próximas às minhas. Não estigmatizam quem não pensa como eu. Ao contrário, buscam dialogar com essas pessoas, muitas vezes a partir de suas próprias convicções, buscando trazê-las para uma reflexão mais aberta. Aliás, o debate na sociedade me atrai mais do que a luta interna na esquerda, ainda que esta seja também necessária – escreve o jornalista, na apresentação do livro.

CSP-Conlutas lança animação sobre os perigos da PEC 55 (antiga 241)

A Proposta de Emenda Constitucional 55 (antiga 241), também chamada de PEC do Teto de Gastos, tem como objetivo limitar despesas com saúde, educação, assistência social e previdência pelos próximos 20 anos. O mesmo projeto ainda propõe o congelamento do salário mínimo. A aprovação dessa proposta é a prioridade do Governo Temer, que vai pressionar por outros ataques nos próximos meses, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.

Entenda no vídeo porque essa PEC é tão perigosa para os trabalhadores e a população mais pobre.

Clique aqui e assista o vídeo

Comitê Estadual divulga moção de repudio à criminalização dos movimentos sociais

O Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública do Estado da Bahia repudia a perseguição e criminalização de movimentos sociais, lideranças dos movimentos sociais, estudantes e professores que participam e apoiam o movimento de luta e resistência Ocupa Tudo.

MOÇÃO DE REPÚDIO

 

COMITÊ ESTADUAL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA – BAHIA

 

O Comitê em Defesa da Educação Públicas do Estado da Bahia repudia a perseguição e criminalização de movimentos sociais, lideranças dos movimentos sociais, estudantes e professores que participam e apoiam o movimento de luta e resistência Ocupa Tudo e lideranças das instituições públicas ocupadas.

Repudiamos veementemente:

 A invasão da sede da Escola Nacional Florestan Fernandes, pela Polícia Civil, no dia 04/11/2016, em Guararema (SP), sem mandado judicial. Além disso, utilizou de intimidação pelo disparo de armas de fogo contra professores e demais trabalhadores da educação desarmados;

– A interferência do Ministério Público na gestão e autonomia educacional de escolas, Institutos e Universidades Federais e Estaduais, por meio de intimações, ameaças de condução coercitiva de seus dirigentes, entre outras ações. A ação tem a clara finalidade de reprimir a liberdade de expressão dos membros da comunidade escolar e o direito de organização dos estudantes, técnicos e professores em luta contra a retirada de direitos;

– Usos do aparato jurídico e policial e de truculência e técnicas de tortura para repressão do movimento estudantil Ocupa Tudo, que estende-se por todo o Brasil em escolas públicas, Institutos Federais, Universidades Estaduais e Federais contra a PEC 55, que propõe alteração à constituição determinando o congelamento dos gastos públicos com educação e saúde;

– Caça ao direito de greve dos servidores públicos, que lutam de forma justa contra o desmonte do Estado promovido pelos governos Federal e Estadual.

Por meio de tais ações, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário evidenciam o firme propósito de quebra do estado de direito, convertendo as lutas e mobilizações de estudantes e trabalhadores em casos de polícia, retrocedendo às formas autoritárias de gestão da coisa pública e à negação dos direitos sociais via estado de exceção.

Diante do exposto, repudiamos as referidas ações e reafirmamos o nosso compromisso pela luta em defesa dos direitos e pela construção da greve geral para barrar a PEC 55 e as medidas truculentas deste nefasto governo.

Só a luta muda a vida!

 

Feira de Santana, 05 de novembro de 2016.

 

 

Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública- Bahia

Universidades divulgam impactos negativos no orçamento caso a PEC 55 seja aprovada

PEC 241 E PLP 257 2Recentes estudos divulgados por instituições federais de ensino superior no país mostram os efeitos nefastos para a Saúde e Educação públicas, caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/16 (antiga PEC 241) seja aprovada no Senado Federal. A PEC 55 limita por 20 anos as despesas primárias da União aos recursos do ano anterior corrigidos apenas pela inflação do período, para aumentar o superávit primário e destinar recursos ao pagamento de juros e amortização da dívida pública. No que tange o ensino público superior, a proposta – caso seja aprovada-, limitará o orçamento das instituições e colocará em risco o pleno desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

A reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apresentou, no dia 4 de novembro, ao Conselho Universitário um estudo realizado pela administração da instituição sobre os impactos da PEC 55 no custeio da universidade. O estudo aponta que caso a proposta estivesse em vigor entre 2006 e 2015, o orçamento da UFRGS teria sido reduzido para menos da metade, o que “mal cobriria os gastos com vigilância, energia elétrica, água e telefonia, manutenção predial, motoristas e limpeza” até 2012 e, a partir de 2013, “não cobririam nem esses gastos”. Em 2015, o orçamento da universidade foi de R$ 184.573.240,00. Nas regras da PEC 55, o orçamento seria de R$ 75.299.511,00, uma diferença de R$ 109.273.736,00.

Outra reitoria que analisou os impactos da PEC 55 no orçamento foi a da Universidade de Santa Maria (UFSM). O reitor Paulo Burmann, no final de outubro, fez duras críticas à proposta do governo Michel Temer que limita gastos nas áreas sociais. Segundo ele, se a PEC do Teto fosse vigente desde 2006, a instituição teria recebido R$ 3 bilhões a menos em um período de 10 anos. Conforme Burmann, a manutenção de serviços, a finalização de obras e a compra de equipamentos podem ficar seriamente comprometidas, assim como a consolidação e expansão de novos campi. O orçamento anual da UFSM gira em torno de R$ 1,1 bilhão.

O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) publicou nota, no início de novembro, se posicionando oficialmente contra a PEC 55/16. Criada há três anos, a Unifesspa segue um cronograma de expansão previsto até 2021, quando a instituição, enfim, conseguiria estabilizar seu funcionamento com a estimativa de 50 cursos de graduação e 11 mil alunos. Dados apresentados à comunidade externa mostraram as limitações impostas ao processo de expansão e consolidação da Unifesspa já a partir de 2017, caso a PEC 55 seja aprovada. Segundo o reitor da universidade, Maurílio de Abreu Monteiro, não há “gorduras” que possam ser cortadas para ajustar o orçamento. “Nossas despesas vão aumentar. Se a verba for cortada, não conseguiremos chegar a 2018 com o mínimo necessário. A gente precisa continuar crescendo. Estamos tentando sensibilizar os parlamentares sobre as limitações gravíssimas da PEC na Educação, especialmente contra as novas universidades. Temos convicção de que a história não acabou e vamos continuar lutando com todas as nossas forças para garantir a necessária expansão da nossa Universidade”, disse o reitor.

Já o Consuni da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgou, no dia 21 de outubro, as simulações realizadas no orçamento de todas as universidades públicas do país caso a proposta já estivesse em vigor no período de 1999 a 2015. Os dados mostraram que a diminuição dos recursos destinados ao conjunto das universidades federais, em janeiro de 2016, alcançaria o valor de R$ 196,8 bilhões. “O Consuni compreende que o país precisa reorganizar a sua economia, contudo não concorda que este processo implique em uma maior exclusão social, uma maior concentração de renda, que já é demasiadamente elevada na sociedade brasileira, e que restrinja o acesso e permanência de estudantes às Universidades Públicas. O que está em pauta é o Futuro da Nação, que depende fundamentalmente da educação pública e gratuita que conseguirmos oferecer aos nossos estudantes”, disse a nota. O Consuni  ainda conclamou toda a sociedade a se mobilizar contra a retirada de direitos sociais.

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), decanos e diretores aprovaram em plenária, na última terça-feira (8), uma carta aberta aos representantes do Rio de Janeiro no Senado solicitando que rejeitem a PEC 55. O documento foi aprovado por 72 acadêmicos da universidade − entre eles, o reitor, Roberto Leher −, pelas seis Decanias e Pró-Reitorias e por 54 unidades que compõem a estrutura da instituição. “A já grave situação que hoje enfrentamos será dramaticamente agravada caso venha a ser aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que projeta drásticas reduções de recursos para a educação e a saúde”, diz um trecho da carta. O reitor da instituição, desde agosto, já se manifestava publicamente contra a PEC 55, assim como o Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ, que publicou uma moção mostrando preocupação com a aprovação da PEC, que inviabilizará o serviço público brasileiro e, particularmente, a universidade pública, a ciência e a tecnologia, a cultura e a arte.

O reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro, no mês de outubro, se manifestou quando a PEC ainda tramitava como 241. Ele criticou a proposta que “compromete o futuro da universidade”, em vídeo publicado no dia 26, e os efeitos nefastos da PEC ao ensino público caso seja aprovada. “A PEC 241 [agora PEC 55] configura um quadro muito dramático e de muitos riscos para as conquistas que obtivemos ao longo dos últimos anos”, disse.

Em agosto deste ano, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) se manifestou contra a PEC 55. Em um ato público, promovido pela Frente Parlamentar Mista Pela Valorização das Universidades Federais, na Câmara dos Deputados, a entidade se posicionou contra a medida por entenderem que as universidades públicas vivem um processo de expansão e que a PEC representa um risco à educação de qualidade, gratuita e de inclusão.

Entidades denunciam os ataques contidos na PEC 55

Em outubro deste ano, instituições, fundações e entidades divulgaram diversos materiais e estudos denunciando os riscos contidos na PEC 55 e os impactos negativos para as políticas e direitos sociais, e consequentemente para a população brasileira.

Segundo a nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) o pacote de medidas anunciado, pelo governo Temer, tem como objetivo promover um ajuste nas contas públicas, reduzir o papel do Estado como indutor do desenvolvimento no país.

Já Auditoria Cidadã da Dívida denunciou a intenção da PEC em garantir recursos para “empresas estatais não dependentes”, enquanto ficarão congelados por até vinte anos o conjunto de gastos e investimentos primários em saúde, educação, segurança, assistência.

A nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada em setembro, apontou os impactos do novo regime fiscal para o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e para a efetivação do direito à saúde no Brasil.

A CSP Conlutas divulgou nessa quarta-feira (16) um vídeo sobre a PEC 55, explicando por que a proposta é tão perigosa para os trabalhadores e a população mais pobre.

 

Fonte: ANDES-SN