PROFESSORES DA UESC APROVAM INDICATIVO DE GREVE GERAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA BAHIA E PARALISAÇÃO DIA 20 DE JULHO

01Nesta terça-feira, 12 de Julho, professores e professoras da UESC avaliaram a necessidade de intensificar a luta e a resistência docente frente à conjuntura de ataques aos serviços públicos, e retirada de direitos trabalhistas. A categoria rejeita a desculpa do governo Rui Costa, de que não há recursos para efetuar o pagamento do reajuste linear. Segundo dados do próprio governo, apenas no primeiro quadrimestre deste ano a arrecadação teve um crescimento de 7,4% com relação ao ano anterior.

Os docentes também estão preocupados com o PLP 257/16 que propõe o congelamento de salários e de direitos, fim dos concursos públicos, programa de demissão voluntária inclusive no serviço público, dentre outros ataques. Outro problema é a PEC 241/16, que propõe congelar os orçamentos públicos por 20 anos. E a ameaça de nova reforma da previdência considerada inaceitável. Nesse sentido, a unidade com as demais categorias do funcionalismo público se faz urgente pela sobrevivência dos serviços e dos direitos.

Após dois fortes atos realizados em unidade com diversos segmentos do funcionalismo baiano, os docentes consideraram que o momento é de endurecer. Por isso aprovaram o indicativo de greve geral e a suspensão das atividades acadêmicas no dia 20 de julho, para participação em ato público em Salvador. A diretoria da ADUSC convocas os associados a participarem ativamente dessa mobilização.

A assembleia também deliberou pela realização de uma aula pública de mobilização pela greve geral com uma feijoada, no dia 19 de Julho, e indicou a inclusão do “Fora Temer” no mote do movimento paredista. A adesão à Frente Nacional contra o projeto Escola Sem Partido também foi aprovada (saiba mais).

Entidades organizam Frente Nacional contra projeto “Escola Sem Partido”

imp-ult-1767652944Lançamento será nesta quarta-feira (13), no Rio de Janeiro

Entre as tantas ameaças aos direitos sociais que tramitam no Congresso Nacional, está o Projeto de Lei 867/2015, que propõe a inclusão, nas diretrizes e bases da Educação brasileira, do programa “Escola Sem Partido”. Com o objetivo de intensificar a luta contra esse projeto e outros que tenham a mesma finalidade, centenas de entidades sindicais e movimentos sociais se uniram para formar a Frente Nacional contra o projeto “Escola Sem Partido”. A frente será lançada nesta quarta-feira (13), a partir das 9h30, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em manifesto divulgado na internet, as entidades que propõem a formação da frente afirmam que “defender a escola sem partido é defender a escola com apenas um partido. Partido daqueles que são contra uma educação laica e contra o debate sobre gênero, fortalecendo assim a cultura do estupro e a LGBTTIfobia presente em nosso país. Defendemos a escola crítica sim, a educação libertadora, a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão e pensamento”.

O programa “Escola Sem Partido” prevê, entre outras medidas que cerceiam a liberdade dos professores, vedar, em sala de aula, “a prática de doutrinação política e ideológica bem como a veiculação de conteúdos ou a realização de atividades que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes”.

Diante da ameaça presente no projeto, o manifesto repudia veementemente o PL 867/2015 e aponta que “é hora de reunir todas as entidades, sindicatos, associações, partidos, organizações da sociedade civil, parlamentares, etc, ombro a ombro contra esse insulto à democracia e ode aos anos de chumbo”, e conclama todos a se somarem à Frente Nacional Contra o PL 867/2015 “Escola Sem Partido”.

II ENE
Durante o II Encontro Nacional de Educação, realizado em Brasília (DF) em junho, o PL 867/2015 esteve na pauta do debate. A declaração final do II ENE ressalta que “em tempos de ataques às liberdades democráticas, a exemplo da “escola sem partido”, a luta pela democracia e de uma gestão democrática nas instituições públicas de educação se coloca como central na luta por um projeto classista e democrática de educação”.

Afirma ainda que “a ausência de uma política que combata as opressões nos espaços de educação deixa o caminho livre para a propagação do ódio, tão presente na mídia hegemônica e outros veículos de propagação das ideologias opressoras. O Projeto de lei “Escola Sem Partido” é um evidente exemplo disso. Derrotá-lo, assim como qualquer outro projeto e leis aprovavas com esse conteúdo, é uma tarefa de todo o movimento em defesa da educação”.

61º Conad
A urgência de intensificar a luta ao PL 867/2015 também foi ressaltada durante o 61º Conad do ANDES-SN, realizado entre 30 de junho e 3 de julho, em Boa Vista (RR). O encontro, que atualizou os planos de lutas gerais e dos setores do Sindicato Nacional reafirmou a necessidade – já pautada pelo 35º Congresso da entidade em janeiro deste ano – de combater o PL do “Escola Sem Partido” e todos os projetos apensados a ele, que ataquem à democracia e liberdade de expressão nas instituições de ensino.

Confira a íntegra do Manifesto.

 

Fonte: ANDES-SN

Docentes da UESC votam indicativo de greve do serviço público baiano nesta terça-feira (12)

Foto: Ascom ADUNEB
Foto: Ascom ADUNEB

Os docentes da UESC se reúnem em Assembleia Geral nesta terça-feira (12), para pautar o indicativo de greve dos servidores públicos baianos, dentre outras pautas. O indicativo também estará em pauta nas Assembleias de Base das diversas categorias do funcionalismo baiano até o dia 20 de Julho. Nesta data, um grande ato público deve tomar as ruas de Salvador, marcando um dia de paralisação geral do serviço público no estado.

O indicativo de greve e a paralisação com ato público em Salvador são recomendações da Plenária Geral dos servidores públicos da Bahia, realizada no dia 30 de Junho último. A plenária foi organizada pela FETRAB (Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia). Representações sindicais da educação, saúde, segurança pública, dentre outros setores, aprovaram as propostas apresentadas pelo Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais Baianas (Ueba) durante a plenária.

Os seguimentos voltarão a se reunir em nova Plenária Geral no dia 21 de Julho. Na oportunidade, serão avaliados o ato público e os encaminhamentos das Assembleias de base. Novas estratégias de mobilização e luta pela construção da Greve Geral em defesa dos serviços públicos e dos trabalhadores também serão discutidas.

Rui Costa e os ataques aos serviços públicos    

O governador Rui Costa (PT) já deu prova de sua escolha em governar para os ricos. Com uma política semelhante a diferentes governos municipais, estaduais e também federal, penaliza os serviços públicos como estratégia para combater a crise de produção de lucro do capital. Para tanto, retira e altera direitos duramente conquistados pelos trabalhadores, edita decretos de redução orçamentária, e instaura uma política difamatória contra o funcionalismo.

Já no início de seu mandato, as Universidades Estaduais da Bahia ficaram cerca de 4 meses sem os repasses orçamentários, que foram aprovados com defasagem. A situação somente foi regularizada com a deflagração da greve docente de 2011, que se estendeu por quase 90 dias, para garantir o cumprimento de direitos já previstos no estatuto da categoria. Ao Longo de 2015, medidas como “Pacote de RUIndades” (leia aqui)  e o corte arbitrário aos adicionais de insalubridade causaram muita indignação ao funcionalismo.

Para justificar suas ações, o governador tem utilizado, como desculpa, o falso discurso da necessidade de contingenciamento dos recursos públicos e o cumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal. Entretanto, é possível constatar a incoerência desse discurso através dos próprios relatórios do governo. Segundo o documento de Avaliação de Cumprimento das Metas Fiscais, apenas no primeiro quadrimestre deste ano, o superávit nos cofres da Bahia totaliza 13,14 bilhões. Isso significa um aumento de 7,40% em relação ao ano anterior.

Reajuste linear

Em 2016, o governo Rui Costa tenta aprofundar a política de confisco dos salários de cerca de 270 mil trabalhadores, através do não pagamento do reajuste linear. Com data-base em 1º de Janeiro, o reajuste linear está previsto no Estatuto dos Servidores Públicos da Bahia, com o objetivo de repor as perdas acumuladas com a inflação. Após três anos de atraso e parcelamento do reajuste, Rui costa intensifica a política instaurada por Jaques Wagner, com a ameaça de não pagamento do direito.

Crise das UEBA 

A crise orçamentária se aprofunda nas Universidades Estaduais da Bahia (UEBA). Desde 2013 se acumulam mais de R$ 73 milhões em cortes no orçamento destinado a custeio e investimento, das Universidades Estaduais Baianas. Essa política de sucateamento tem precarizado as condições de trabalho de professores e servidores técnicos, e imposto a evasão de estudantes por falta de condições de permanência.

O presidente da ADUSC, José Luiz de França, destaca a não contratação de docentes já aprovados em concursos como um exemplo emblemático. Isso significa que disciplinas essenciais não são ofertadas, atrasando a formação e levando até à desistência de muitos estudantes. “O problema também implica na precarização das condições de trabalho e garantia de direitos, como licença prêmio e licença para qualificação docente”, explica França.

PL 257/16 e PEC 241/16

plp257Para os docentes, que já aprovaram em Assembleia a construção do movimento paredista, a conjuntura pede ações mais duras e unificadas. O anúncio de renegociação da dívida dos estados com o Governo Federal é vista com preocupação. Segundo os docentes, a medida estava prevista no PLP 257/2016, que indicava como contrapartida dos governos estaduais o congelamento dos salários, suspensão de licença prêmio, fim dos concursos, dentre outros.

A proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/16, de autoria do presidente interino Michel Temer, propõe o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, é outro grave ataque. Caso aprovada afetará principalmente os investimentos em saúde, educação, os servidores e o serviços públicos.

Ato Público e paralisação, rumo a Greve Geral

Os servidores públicos baianos, que já realizaram dois fortes atos públicos nos dias 7 de Abril e 4 de Maio, se preparam para mais uma forte mobilização no dia 20 de Julho. A manifestação denunciará à população os ataques aos serviços públicos e a retirada de direitos trabalhistas. O local e a hora da atividade, em Salvador, serão amplamente divulgados em breve.

Fonte:  ADUSC

Assembleia da ADUSC discutirá Indicativo de Greve Geral dos servidores público da Bahia

assembleia

No uso das atribuições que lhe confere o Art. 22 do Regimento Geral, a diretoria da ADUSC/Seção Sindical do ANDES/SN, convoca a todos(as) os(as) associados(as) para Assembleia Ordinária a realizar-se no dia 12.07.2016 (terça-feira), às 13:30h, primeira convocação, e 14:00h, segunda convocação, no CEU, Térreo do Pavilhão Adonias Filho, com a seguinte pauta:

 

  1. Informes;
  2. Conjuntura de crises, ataques aos direitos trabalhistas e à educação pública;
  3. Deliberação:

    3.1 INDICATIVO DE GREVE GERAL dos servidores públicos do estado da Bahia;

    3.2 PARALISAÇÃO e ato público em Salvador no dia 20 de julho;

  1. O que ocorrer. 

 
Campus Soane Nazaré, 08 de Julho de 2016

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José Luiz de frança Filho

Presidente

XXVII Ciclo de estudos históricos discute: “Ensinar História em tempos de crise: democracia, cidadania e diversidade”

13578753_1029248897130119_994914921_nEntre os dias 11 e 13 de Julho acontece na UESC o XXVII CICLO DE ESTUDOS HISTÓRICOS.  Com o tema Ensinar História em tempos de crise: democracia, cidadania e diversidade. O evento este ano conta com o apoio da ADUSC. Questões como a conjuntura de crise e o projeto “Escola sem partido” estão na programação do Ciclo organizado pelo Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da UESC e a Associação Nacional de História (ANPUH). As inscrições podem ser realizadas pelo site www.ciclodehistoriauesc.wordpress.com .

A ADUSC fará parte da mesa-redonda “A conjuntura de crise e os desafios para os trabalhadores e Movimentos Sociais”, na quarta-feira (13), a partir das 8 horas, no auditório Jorge Amado. Para diretoria do sindicato, o XXVII CICLO DE ESTUDOS HISTÓRICOS trará questões oportunas ao momento político do país e possibilitará um debate qualificado. Temas como o projeto “Escola sem partido”, Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e questões étnico-raciais e de gênero também estarão em debate durante a programação. Nesse sentido, a diretoria da ADUSC ratifica o convite à participação aos docentes e demais movimentos sociais e sindicais da região.

Acesse a programação do XVII Ciclo de Estudos Históricos

 

2 de Julho: Cortejo denuncia ataques e convoca Greve Geral do serviço público baiano

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Foto: Ascom ADUNEB
O Movimento Docente (MD) das Universidades Estaduais Baianas (UEBA) e diversos outros movimentos sociais que constroem o “Espaço de Unidade de Ação” realizaram um forte ato no 2 de Julho, em Salvador.  Os manifestantes denunciaram os governos Temer, Rui Costa e ACM Neto, que atacam os direitos dos trabalhadores e os serviços públicos para atender os interesses dos patrões. Com panfletos e faixas, cartazes e palavras de ordem a mobilização convidou o funcionalismo baiano à construção da Greve Geral, aprovada durante plenária da FETRAB, no dia 30 de junho.
Pela sobrevivência das UEBA
Os docentes levaram as ruas as exigências por aumento do repasse orçamentário para 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI); o aumento salarial de 15,5% dos docentes; e de respeito aos direitos trabalhistas, como promoções, progressões e alterações de regime de trabalho. A pauta protocolada em dezembro de 2015 ainda não foi respondida pelo governo Rui Costa (PT). Os estudantes também reivindicaram 1% da RLI para permanência estudantil.
 
Greve Geral
 
A construção da Greve Geral do funcionalismo público baiano foi aprovada durante a plenária da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (FETRAB) realizada no dia 30 de Julho. A entidades filiadas à federação devem discutir o indicativo de greve até o dia 20 deste mês. A luta unifica é pela a reposição integral da inflação e contra o Projeto de Lei 257 , a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 e a reforma da Previdência Social.
Foto: Ascom ADUNEB

Estão abertas as inscrições para o Seminário Nacional do MML “Mulheres Pretas têm História”

Interessados poderão se inscrever até 15 de julho e as vagas são limitadas

 

cartaz mulheres pretas têm história

Nos dias 23 e 24 de Julho será realizado o 1º Seminário Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) “Mulheres Pretas têm História”.  As vagas são limitadas para 300 participantes e podem ser realizadas até o dia 15 de julho. O movimento produziu um site com informações sobre como se inscrever, coma a programação e muito mais. Veja aqui 

 

O Seminário, que terá caráter de formação, foi parte das deliberações do 1º Encontro Nacional da entidade e será de grande importância para o avanço em uma atuação de gênero, raça e classe.

 

O MML parte da compreensão histórica de que o sistema escravista deixou resquícios nefastos para os negros e as negras, até os dias de hoje. Seja na manutenção da população negra nas condições sociais mais rebaixadas e nos postos de trabalho de maior exploração e precarização. Seja na reprodução da ideologia do mito da democracia racial, que faz com que a sociedade brasileira, incluindo dirigentes sindicais e movimentos sociais, não considere as diferenças estabelecidas entre negros e não negros no cotidiano.

 

No caso das mulheres negras, a situação é ainda pior, pois a combinação do machismo e do racismo impõe um grau de opressão e exploração absurdo, que se reflete também na organização para lutar, separando as mulheres negras dos movimentos feministas gerais.

 

Entendendo que somos um movimento de mulheres trabalhadoras, é necessário que assumamos a tarefa de superar essa condição e avançar na organização de um programa e uma entidade na qual as mulheres negras tenham voz e possam se sentir representadas, sem a pretensão de substituir qualquer forma organizativa própria do feminismo negro ou dos movimentos de luta pela questão racial.

 

Nesse sentido, o Encontro constituirá um espaço de formação, debate e troca de conhecimentos e experiências. Paralelamente, será também uma forma de saudar a coragem e disposição de luta demonstradas pelas mulheres negras ao longo da história, liderando quilombos e terreiros; preservando os elementos africanos na cultura brasileira; sendo o sustento da família negra no período pós-abolição e até os dias de hoje, em que muitas delas criam seus filhos sozinhas.

 

A partir daí, farão parte do debate temas como a identidade e resistência da mulher negra, o machismo e o racismo no mundo do trabalho e no sindical, as religiões de matrizes africanas, assim como as formas culturais de resistência.

 

Em um momento em que as mulheres negras são vanguarda em lutas importantes da classe trabalhadora e da juventude, esse seminário ganha um destaque ainda maior, pois “Mulheres pretas têm e continuam fazendo história”.

Desafios para o próximo período marcaram debates do 61º Conad

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Após leitura da Carta de Boa Vista, plenária de encerramento aprovou diversas moções

Após quatro dias de debates e deliberações acerca das temáticas voltadas para a defesa da educação pública e gratuita, dos direitos dos trabalhadores e questões relativas à organização das lutas da categoria, docentes de todo o país aprovaram, na plenária de encerramento do 61º Conad, 25 moções que foram apresentadas por docentes, seções sindicais e pela diretoria do ANDES-SN. Entre os textos, manifestações de repúdio às ações violentas contra a criminalização das lutas, de apoio e solidariedade  às mobilizações em curso e às vítimas de lgtbfobia e outras formas de opressão.

Alexandre Galvão, secretário geral do ANDES-SN, fez a leitura da Carta de Boa Vista, que contextualizou o 61º Conad como uma síntese do amplo debate realizado nestes dias e dos desafios da categoria para o próximo período, destacando a consígnia aprovada: “Fora Temer, contra o ajuste fiscal e a retirada dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e cortes nas políticas sociais. Pela auditoria da dívida pública. Contra a política de conciliação de classe. Rumo à greve geral!”.

Para Eblin Farage, presidente do Sindicato Nacional, o 61º Conad cumpriu seu papel na atualização dos planos de lutas através do debate amplamente democrático que faz parte da história do Sindicato Nacional. “É fundamental que todos os companheiros e companheiras que estão representando suas bases tenham o direito de, nos espaços deliberativos desse sindicato, expor seus posicionamentos políticos”. A presidente destacou ainda que “a conjuntura é difícil, e apesar de muitos quererem nos fazer crer que estamos derrotados, a classe trabalhadora não está derrotada, nem a nossa categoria. Não estamos derrotados e as greves das estaduais demonstram isso, diversas greves na base do ANDES-SN. Estamos avançando na nossa organização, estamos resistindo”.

O 61º CONAD também foi marcado por várias homenagens ao professor Márcio Antonio de Oliveira, que faleceu no dia 13 de junho, e que comporia a nova diretoria do Sindicato Nacional, empossada na abertura o encontro.

Para Sandra Buenafuente, presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima (Sesdufrr), anfitriã na realização deste encontro, o mais importante foi o nível do debate, a viabilização do mesmo no Estado de Roraima e a certeza de que “o que é construído é o que vai ficar pra frente: essa vontade de lutar e querer construir sempre um sindicato forte, combativo e que me representa”.

A próxima edição do CONAD, em 2017, terá como sede a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.

Números do 61º Conad

A ADUSC foi representada pelo professor Carlos Vitório de Oliveira. 61º Conad contou com a presença de 234 participantes, representantes de 57 seções sindicais, sendo 51 delegados e 146 observadores. Estiveram presentes ainda, nos 4 dias de debates, 33 diretores e 4 convidados.

Fonte: ANDES-SN

Fórum das ADs protocola documento em nova tentativa de diálogo com a Secretaria de Educação do Estado

Foto: Ascom ADUNEB
Foto: Ascom ADUNEB

O Fórum das ADs esteve na sede da Secretaria de Educação da Bahia nesta quinta-feira (30) para cobrar novamente a abertura das negociações da pauta de reivindicação docente. A pauta da categoria foi protocolada há sete meses e até momento segue sem retorno do governo Rui Costa (PT). O documento (leia aqui) denuncia a asfixia orçamentária imposta pelo governo às universidades e que impõe riscos ao direito constitucional de acesso à educação pública, gratuita e de qualidade.

O Movimento Docente (MD) reivindica a abertura de negociações desde o final de 2015. A categoria foi recebida pelo governo apenas no dia 7 de abril deste ano. Na oportunidade o coordenador da CODES, Paulo Pontes, considerou a reunião como protocolar e não apresentou respostas (leia aqui). No empenho de garantir o diálogo, foram protocoladas no dia 27 de Maio e, novamente, no dia 30 de Junho, solicitações de audiência com a Secretaria de Educação (SEC).

Os docentes denunciam diversos ataques aos direitos trabalhistas e os impactos no pleno funcionamento das universidades impostos pela perda acumulada em 73 milhões no recurso para custeio e investimento das UEBA. Além disso, consideram preocupante a possibilidade de as medidas de arrocho, prevista pelo PLP 257/2016, serem aplicadas em resposta ao acordo de rolagem da dívida entre os governos estaduais e federais.

Para categoria a intransigência do governo é inaceitável. “As universidade estaduais são um importante patrimônio do povo baiano, é responsabilidade do Estado garantir a sua manutenção”, afirma Prof. José Luiz França, presidente da ADUSC. O Fórum das ADs aponta o diálogo como fundamental para o início das negociações, ao tempo em que reitera o caráter combativo e de luta do MD na defesa da educação pública e dos direitos da categoria.

Em resposta a pressão do Fórum das ADs, a reunião foi agendada para o dia 13 de julho, às 14 horas, nas dependências da SEC.

Orçamento 2017

Ainda no dia 30 de Julho, os representantes docentes estiveram na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), para exigir dos deputados a destinação mínima de 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as UEBA. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2017 foi sancionada pelo governador Rui Costa no dia 21 de Junho (Lei nº 13.563/16).

Uma emenda autorizando o Poder Executivo a aplicar o percentual reivindicado pelo MD (7% da RLI) foi defendida pela Minoria na Comissão de Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle, mas foi rejeitada pelo relator do projeto, o deputado José Raimundo (PT).  A decisão atesta a falta de compromisso do governo e seus aliados com os interesses da população e a sobrevivência dos serviços públicos.

Tem início o 61º Conad em Boa Vista (RR)

Posse da nova diretoria, homenagens ao professor Márcio Antonio de Oliveira e lançamentos de publicações do Sindicato Nacional marcaram Plenária de Abertura do 61º Conad 

 

A emoção tomou conta dos participantes da Plenária de Abertura do 61º Conad do ANDES-SN, na manhã desta quinta-feira (30),  na Universidade Federal de Roraima (UFRR) em Boa Vista. A plenária foi marcada por diversas atividades culturais, pelas homenagens ao fundador e ex-presidente do ANDES-SN e que integraria a nova diretoria da entidade, Márcio Antonio de Oliveira – falecido no último dia 13 de junho -, pelo lançamento de três publicações do Sindicato Nacional e pela posse da diretoria que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2016/2018.

Antes do início dos trabalhos, a pajé Vanda, da etnia Macuxi, fez uma cerimônia de defumação do local e dos presentes, para trazer boas energias a todos e todas. Na sequência, seu grupo apresentou a dança Parixara, típica do povo tradicional de Roraima. Encerrando as apresentações culturais, que trouxeram aos delegados e observadores uma amostra da cultura roraimense, o poeta Eleakim Rufino e a cantora Euterpe interpretaram poemas e canções que traduzem a realidade local.

A mesa da Plenária de Abertura foi composta por representantes do movimento estudantil, do Sinasefe, da reitoria da UFRR, da CSP Conlutas, da Seção Sindical dos Docentes a UFRR (Sesduf-RR) – que sedia o encontro, e por diretores do ANDES-SN, tanto da gestão 2014/2016, que encerrou o mandato nesta quinta, quanto da gestão 2016/2018, que foi empossada nesta plenária.

Os participantes da mesa falaram da importância da realização desta atividade nacional do ANDES-SN em Boa Vista, que permitirá aos docentes de outros estados conhecer a realidade local. Avaliando a conjuntura e o acirramento dos ataques aos direitos sociais, destacaram também a relevância do Sindicato Nacional na construção e ampliação da luta em conjunto com demais categorias e na defesa da Educação Pública e Gratuita e dos direitos dos trabalhadores.

Paulo Barela, representante da CSP-Conlutas, iniciou sua fala com uma homenagem da Central Sindical ao professor Márcio Antonio de Oliveira. “Foi uma perda muito sentida para todos. Márcio, além de tudo, era um socialista convicto, que queria, evidentemente ainda em vida, ver transformada essa sociedade que vivemos hoje, em uma sociedade igualitária, sem explorados e exploradores. Por isso que Márcio vai seguir em nossos corações e mentes e vai servir, sem dúvida, de grande exemplo de luta, de dedicação, de integração, de entrega à causa e à luta da classe trabalhadora”, declarou emocionado.

Em seguida, Barela avaliou a conjuntura em que acontece o 61º Conad como um momento muito difícil, que se agudiza na medida em que a crise econômica e política do país se intensificam. “A CSP Conlutas reafirma a necessidade de enfrentar essa situação política a partir da construção de uma greve geral, e chamar a responsabilidade das centrais sindicais para que assumam esse comportamento, para lutar contra a reforma da previdência, para lutar contra a reforma trabalhista, para lutar contra os planos de ajustes fiscais”, ressaltou.

Ele ainda avaliou que existe um aumento da polarização, que explicitam a batalha capitalista e suas opressões, como o machismo, o racismo, a lgbtfobia e o extermínio das populações indígenas.

Homenagens e lançamentos
Além das falas que fizeram referência ao professor Márcio Antônio de Oliveira, um vídeo em homenagem ao fundador do ANDES-SN foi apresentado durante a plenária de Abertura do 61º Conad, causando grande comoção entre os delegados, observadores e convidados presentes. O material trouxe imagens históricas da participação de Márcio em momentos emblemáticos do Sindicato Nacional e da luta dos trabalhadores, seguidas por trechos de uma entrevista do docente, na qual ele resgatou a história da fundação do Sindicato Nacional e a concepção sindical na qual se baseia a entidade.

Após o vídeo, foi lançado o Caderno 27 do ANDES-SN “Luta Por Justiça e Resgate da Memória – Relatos e Debates da Comissão da Verdade do ANDES-SN”, da Comissão Nacional da Verdade do Sindicato Nacional, da qual Márcio foi um dos idealizadores e coordenadores. O material traz uma compilação dos debates realizados e depoimentos colhidos nos seminários regionais e nacional realizados pela Comissão da Verdade do ANDE-SN, entre 2013 e 2015.

Além do Caderno 27, foram lançados ainda a edição 58 da Revista Universidade e Sociedade, que aborda a temática da luta das mulheres contra a opressão e o machismo e sua participação nos movimentos sindicais e sociais, e a cartilha “Em defesa dos direitos das mulheres, dos indígenas, das/os negras/as, e das/os LGBT”, elaborada pelo Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Etnia, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS).

Balanço do período 2014/2016
Paulo Rizzo, presidente da gestão 2014/2016, ao término de seu mandato fez uma avaliação dos dois anos em que esteve à frente do Sindicato Nacional. Paulo ressaltou a intensificação dos ataques, mas também o crescimento da mobilização e amadurecimento da diretoria nacional e também de toda a base do sindicato durante os processos de luta.

“Estamos todos num processo de aprendizado, que nos amadurece como um todo. A nossa escola é a vida real da luta. Antes nós fazíamos greve quando as negociações chegavam num impasse, depois passamos a fazer greves para abrir negociação, hoje se faz greve em vários estados desse país porque não há condições de trabalhar, para forçar que se cumpra um acordo que foi feito na greve anterior. O ajuste fiscal impõem situações dificílimas em vários aspectos, em todos os lugares. E a nossa escola, portanto, é a escola da dureza da luta”, ressaltou. 

Ele completou ainda, citando Marx e Engels, ressaltando que a situação política “são as condições reais nas quais nós participamos. Nós, infelizmente, não podemos escolher a conjuntura. Não podemos escolher se faz chuva ou sol para travarmos nossas lutas. Nós temos que intervir na conjuntura real. E é nessa conjuntura, cada vez mais acirrada, de intensificação dos ataques, que nós tivemos o nosso aprendizado e nosso processo de maturidade, que é do conjunto do sindicato, não só da diretoria”, salientou.

O presidente da gestão 2014/2016 reforçou que o Sindicato Nacional se mantém autônomo, independente, democrático e no centro das lutas. “Vivemos momentos de disputa sobre os recursos públicos, em que o capital está determinado a retirar todas as politicas sociais para abocanhar mais parcelas dos recursos públicos e assim aumentar seus lucros”, avaliou.

Paulo destacou ainda os instrumentos à disposição dos trabalhadores e do Sindicato Nacional para fortalecer a luta, como a Auditoria Cidadã da Dívida, e reafirmou a necessidade de manter o otimismo. “Ser otimista não é achar que a situação vai melhorar, mas ser otimista na nossa capacidade de organização e de aprender com outros processos de luta, como as ocupações dos estudantes”, ponderou.

Ao final de sua fala, foi empossada a nova diretoria que estará à frente do Sindicato Nacional para o período de 2016/2018.

Desafios do próximo período
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, deu posse a todos docentes que compõem a diretoria, momento no qual o professor Márcio Antonio, que assumiria a função de 2º secretário, foi novamente homenageado.

Em sua fala, Eblin destacou os desafios que a diretoria enfrentará no próximo período. Ela pontuou que, durante a campanha, teve a oportunidade de visitar diversas universidades em todo o país e evidenciar as contradições do capitalismo, que chega de forma avassaladora nas instituições de ensino. Nesse sentido, a presidente do ANDES-SN ressaltou como um dos principais desafios para o Sindicato Nacional é ampliar o trabalho de base.

“Vivemos uma grave crise do capitalismo, que se reverbera em todos os lugares do mundo inclusive no brasil. Que sejamos capazes de avançar na nossa organização para enfrentar esse momento de crise e que sejamos capazes de usar esse momento para nos fortalecer, fazer da crise potência para a nossa luta, para os nossos desafios internos e enquanto classe, que pressupõe uma organização ampla com todas e todos aqueles que estão nas ruas contra a retirada de direitos”, conclamou.

Segundo a presidente do Sindicato Nacional, a construção da unidade para enfrentar o processo de ataques que se intensifica na esfera federal e reverbera nos estados e municípios, é o principal desafio do sindicato nacional. “É muito importante que sejamos capazes de avançar nas nossas experiências de unidade, na construção de uma unidade classista. Aqui [o 61º Coand] é o espaço para discutirmos as diretrizes e ações do nosso sindicato no próximo período, para avançarmos em nosso projeto de luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade e contra processo de exploração da classe trabalhadora”, conclui, declarando aberto o 61º Conad.

 

Fonte: ANDES-SN