Nosso Outubro é de Luta!

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O êxito da Marcha de 18 de setembro, em São Paulo, impulsionou a continuidade das mobilizações dos trabalhadores, movimentos sociais e juventude nos estados nesse mês de outubro. Estão sendo organizados atos, assembleias com paralisações, unificação de lutas, apoio às categorias em campanhas salariais, greves, bloqueios de rodovias, ocupações de terras, protestos dos movimentos sociais e dos que lutam contra as opressões. Além disso, cada estado deverá marcar um dia de manifestação unificada.

A decisão da realização dessa jornada foi aprovada no Encontro Nacional de Lutadores e Lutas que aconteceu em São Paulo após a Marcha realizada dia 18 do último mês. O Outubro de Luta, assim como as iniciativas unificadas anteriores, terão como centro a construção de uma alternativa no campo dos trabalhadores contra Dilma-PT, Cunha, Temer e Renan-PMDB e Aécio-PSDB.

Os 10 pontos da marcha também fazem parte dessa luta. São eles: nem governo do PT, nem os picaretas do PMDB e PSDB; não aceitamos pagar a conta da crise; abaixo o ajuste fiscal e a Agenda (anti) Brasil; queremos estabilidade no emprego e redução da jornada sem redução salarial, não PPE (Plano de Proteção aos “Empresários”); exigimos o fim da farra das privatizações; exigimos o fim da corrupção; defendemos os direitos democráticos da esquerda; somos contra a redução da maioridade penal; somos pela demarcação das terras indígenas e em defesa da causa dos quilombolas; assim como cobramos o fim da violência e da criminalização dos ativistas e do povo pobre.

Na Bahia, uma reunião das diversas organizações e ativistas do campo da esquerda no estado está agendada para sexta-feira (9), às 18 horas na sede da ADUNEB (UNEB, Campus I, Cabula, Salvador). Confira abaixo o calendário das atividades já marcadas nos estados:

Dia 15: Dia de Luta Nacional do Setor da Educação e da juventude que poderá fortalecer o Outubro de Luta.

Dia 22: Fortaleza (CE)

Dia 23: Rio de Janeiro e Natal (RS)

Dia 28: Belo Horizonte (MG)

Dia 27 ou 29: Belém (PA)

Fonte: ADUFS, com edição

Entidades divulgam arte do II Encontro Nacional de Educação

O encontro será realizado em 2016, antecedido de encontros preparatórios a serem realizados nos estados

cartaz-ii-eneO Comitê Nacional em Defesa dos 10% do PIB para a Educação Pública, Já! divulgou, no início desse mês de outubro, a arte do II Encontro Nacional de Educação, que será realizado em 2016. Espaço de debate e articulação das lutas em defesa da educação pública, gratuita, laica, socialmente referenciada e de qualidade, o II ENE será realizado em meio a um cenário do aprofundamento da precarização das condições de trabalho e infraestrutura e também do avanço da privatização, desde as escolas da rede básica até as instituições de ensino da educação superior.

Giovanni Frizzo, 1º vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul do ANDES-SN, aponta que o II ENE tem a grande responsabilidade de construir um projeto de educação de enfrentamento às políticas governamentais que querem sucatear e privatizar a educação pública e aos diversos ataques que estão em curso. “Hoje, temos exemplos claros do sucateamento das nossas escolas e universidades. Na rede básica,os governos municipais e estaduais não cumprem a Lei do Piso salarial e temos assistido a constantes greves por melhores condições de trabalho e valorização. Nas instituições federais de ensino, os cortes no orçamento afetaram profundamente o cotidiano das aulas, aprofundando as condições precárias para o ensino e para o trabalho dos docentes, já imersos em uma lógica de avaliação meritocrática e produtivista”, comenta.

Além disso, o diretor do ANDES-SN aponta o Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2014 como o exemplo claro da orientação política privatista do governo para a educação pública. De acordo com Frizzo, o PNE, sancionado pelo governo em 2014, atende aos interesses privativistas do empresariado da educação, aprofunda a precarização dos trabalhadores em educação e promove uma expansão desenfreada das instituições de ensino com intuito de desobrigar o Estado com a construção e manutenção do financiamento da Educação Pública. “O II ENE tem o desafio de atualizar o Plano Nacional de Educação (PNE) da Sociedade Brasileira frente aos novos ataques, para que tenhamos um projeto de todos os setores que lutam pela educação pública para fazermos a disputa com o PNE do governo federal”, afirmou Frizzo.

O ENE é antecedido por encontros regionais ou estaduais preparatórios, que servirão para discutir e construir propostas a partir das bases, através da participação de diversos setores pelos estados, e fortalecer a unidade em torno de um projeto comum em defesa da Educação Pública.

Além do Sindicato Nacional, as entidades que compõe o Comitê são a CSP-Conlutas, a Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel), a Oposição de Esquerda da UNE, a Executiva Nacional dos Estudantes de Educação Física (Exneef), a Federação Nacional dos Estudantes das Escolas Técnicas (Fenet), a Associação Brasileira dos Educadores Marxistas (Abem), o Sinasefe e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS).

Para baixar a arte do II ENE, clique aqui.

Fonte: ANDES-SN

Conquista Histórica: GT para revogação da lei 7176/97 finaliza trabalhos e PL será enviado à ALBA

O Grupo de Trabalho responsável por construir a minuta substitutiva para a lei 7176/97 encerrou suas atividades nessa sexta-feira (2). Após o parecer favorável da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e das assembleias docentes, GT autorizou o governo a encaminhar o texto aprovado para Assembleia Legislativa (ALBA). A minuta é mais uma conquista da greve que revogará a lei 7176/97, extinguindo tal entulho autoritário.

A assembleia da ADUSC aprovou o texto proposto pelo GT por unanimidade. Com a promulgação da nova lei, a autonomia organizacional interna fica garantida e a eleição para reitor será regulada conforme o estabelecido na Estatuinte. Significa dizer que ficará a cargo das Universidades decidirem como devem se organizar, de acordo com as suas especificidades. Além disso, constará em lei a responsabilidade financeira do governo com as universidades.

O trabalho do GT se iniciou em 11 de agosto. Desde então reuniões semanais aconteceram para amplo debate das propostas do Movimento Docente e governo. A PGE fez a verificação jurídica e não encontrou qualquer restrição para a transformação do texto em lei. O governo tem até o dia 11 de outubro para encaminhar à Assembleia Legislativa a minuta. A partir da publicação da nova lei, a estrutura da UESC será definida internamente na Estatuinte, bem como o modelo de gestão.

Fonte: ADUSB, com edição

Centenas participam do Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública

Durante todo o dia, aconteceram aulas públicas e intervenções artísticas. No entanto, final da atividade foi marcado por ação truculenta da polícia contra professores e estudantes

Centenas de professores de todo o país participaram na manhã desta segunda-feira (5) do ato em frente ao Ministério da Educação, em Brasília. O Dia Nacional de Luta e Mobilização em Defesa da Educação Pública foi organizado pelo Comando Nacional de Greve (CNG) dos docentes federais para marcar a data em que deveria acontecer a reunião entre o CNG e o ministro da Educação. O ato, que contou com mais de 400 pessoas, foi realizado em unidade com o Sinasefe e teve a participação do movimento estudantil. Nos estados, também aconteceram manifestações.

Durante toda a manhã, uma comissão do CNG cobrou a reunião, agendada pelo MEC no último dia 24 e condição imposta pelos docentes para saíssem do gabinete ministerial, ocupado pelos grevistas naquela data. O secretário da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC), Jesualdo Farias, comunicou que a audiência não teria como ser realizada, pois a pasta estava sem representante, uma vez que o novo ministro, Aloízio Mercadante, só seria empossado no final da tarde dessa segunda. Segundo Farias, assim que assumisse o posto, Mercadante poderia cumprir com a agenda.

Os docentes cobraram então um documento oficial do MEC de que o novo ministro receberia o ANDES-SN tão logo fosse feita a transição do cargo, marcada para quarta-feira (7). No final da manhã, o documento foi entregue, destacando que a “agenda com o Ministro da Educação vai ser reorganizada para atender as diversas solicitações, incluindo a pauta com o ANDES-SN”.

Saulo Arcangeli, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, afirmou que o Dia Nacional de Luta e Mobilização em Defesa da Educação Pública é mais uma ação importante na luta pela educação. “São quatro meses de greve, com grandes embates com o governo. É uma greve muito difícil, mas em que os professores mostram unidade, e contam com apoio dos demais servidores. Infelizmente, e pela quarta vez, trocam o ministro da Educação, o que demonstra uma falta de responsabilidade com a Educação, além dos cortes na área, que somam mais de R$ 11 bilhões. E, esse momento é importante para o Ministério da Educação responder à pauta protocolada pelo ANDES-SN”, disse.

Marinalva Oliveira, vice-presidente do ANDES-SN, ressalta que os professores atenderam o chamado do CNG para participar do ato. “Nós tivemos a presença de 400 pessoas, na sua maioria professores e isso é muito bom. Mostra a força da unidade da nossa base nesta greve, e também na pressão ao Ministério da Educação para responder à nossa pauta. Infelizmente, o MEC, mais uma vez, não cumpre com o compromisso assumido, tanto de responder à nossa pauta quanto de realizar reuniões. Dessa vez, o secretário da Sesu alegou que não tem ministro neste momento, que vai ser empossado hoje e só fará a transição na quarta-feira. E nós exigimos, num documento por escrito, que na quarta-feira (7) sejá incluído na agenda do ministro a reunião com o ANDES”, contou.

De acordo com Marinalva, a avaliação é de que, durante a greve o CNG vem realizando vários atos e que todas as atividades foram de extrema importância, pois só através da pressão, os docentes conseguiram alguma manifestação por parte do governo.

“Sem pressão, aqui não conseguimos nada. Isso mostra o descaso que esse ministério tem com a Educação, com os problemas que as universidades e institutos estão vivendo. Por que, o central da nossa pauta é a defesa das universidades públicas e a luta contra aos cortes que a Educação vem sofrendo, pois nós sabemos que as instituições federais de ensino estão vivenciando um caos. E os professores têm se mostrado dispostos, com a greve que está em curso, a continuar lutando e a continuar pressionando até que a gente consiga avançar em nossas reivindicações”, completou.

Atividades

Durante todo o dia, diversas atividades ocorreram no ato em frente ao MEC. Entre elas, aulas públicas sobre o Orçamento da União e a Dívida Pública, com Maria Lúcia Fattorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida – que recentemente participou do processo de auditoria da dívida da Grécia – e sobre os Institutos Federais de Ensino, com o professor Valério Arcary, do IF de São Paulo. Em sua explanação, Arcary fez um resgate histórico da Educação Federal técnica e tecnológica no país, pontuando as reformas ocorridas durante os últimos governos.  A dupla de clowns do Coletivo do Contra também realizou performance durante o ato.

Em sua aula, Maria Lúcia Fattorelli ressaltou que o esquema da dívida pública é o principal motivo para a situação econômica em que se encontra o país, já que consome metade do orçamento da União. A representante da Auditoria Cidadã afirmou que é evidente que a meta do país não é com a Educação, ou com a Saúde, mas sim com o superávit primário, com a transferência de recursos para o mercado privado e, consequentemente, com as privatizações.

Fattorelli denunciou os mecanismos financeiros adotados pelo Banco Central (BC), desde o ano passado, como o “swap cambial”, que resultou em um prejuízo de cerca de R$ 158 bilhões aos cofres públicos nos últimos 12 meses. “Esse mecanismo transferiu recursos públicos de áreas sociais – como a Educação e Saúde, para os banqueiros e grandes empresas”, destacou, reforçando que esse é um “mega esquema” de corrupção.

“São contratos firmados entre o Banco Central, com outros bancos e grandes empresas para garantir a variação cambial do período. Por que o Banco Central oferece esses contratos? Ele [BC] entende que se houver uma procura muito grande por dólar, ele valoriza, e tende a subir a cotação. Então ele paga a esses investidores a diferença cambial. Como o dólar subiu, o BC teve que bancar esse prejuízo com a emissão de títulos da dívida. Desde o ano passado foram R$ 158 bilhões neste tipo de transação”, contou.

Por fim, Fattorelli convocou os presentes atuarem em seus estados para a criação, onde não haja, e o fortalecimento – nos locais onde já existem – dos núcleos estaduais da Auditoria Cidadã. Ela citou como exemplo o Núcleo pela Auditoria da Dívida recém-fundado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “A arma para enfrentar esse calote é o conhecimento”, disse, ressaltando que não é a toa que a Educação está sob tantos ataques.

Violência
No encerramento da atividade, em ação truculenta, a Polícia Militar do DF atacou os docentes e estudantes que participavam do Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, em frente ao prédio do Ministério da Educação. Enquanto se preparavam para deixar o local, foram encurralados por policiais, que agrediram violentamente os participantes com cassetetes e spray de pimenta.
Um estudante foi detido e, segundo relatos, encaminhado à sede da Polícia Federal. A Assessoria Nacional Jurídica do ANDES-SN foi acionada e presta o apoio necessário.

Segundo Marinalva Oliveira, a ação da polícia foi extremamente covarde e violenta, e mais uma vez caracteriza a repressão do Estado, que utiliza de seu braço armado para agredir e criminalizar movimentos que lutam em defesa dos direitos sociais.

Fonte: ANDES-SN

Movimento Docente e reitores discutem crise orçamentária nas Universidades Estaduais da Bahia  

Em reunião no dia 28 de Setembro, ultimo, o Fórum das Associações Docentes (ADs) solicitou dos reitores esclarecimento sobre a cota prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA) para as universidades em 2016. Mesmo após debate da pauta no Grupo de Trabalho (GT) com representantes das secretarias estaduais da Fazenda (SEFAZ) e do Planejamento (SEPLAN) e reitores, a proposta do governo permanece aquém do necessário para atendimento das demandas institucionais. A negativa às solicitações docentes para viagens interacionais para divulgação de pesquisas e a convocação da Secretaria Estadual da Administração (SAEB) aos professores em regime de dedicação exclusiva (DE) para esclarecimentos sobre suposto acúmulo indevido de atividades também foram discutidos.

Lei Orçamentária Anual

A previsão orçamentária para 2016 é preocupante. Indiferente à grave crise financeira nas universidades, o governo encaminhou às reitorias uma proposta orçamentária que destina, apenas, 5% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as instituições. A reivindicação da comunidade acadêmica (professores, estudantes e técnico-administrativos) para manutenção das universidades é, no mínimo, 7%. A fim de buscar solução para o problema, os reitores informaram que foi solicitada reunião com o governador Rui Costa. Durante a reunião, o Fórum das ADs também solicitou aos gestores o planejamento orçamentário para o próximo ano.

A Universidade Estadual de Feira de Santana é a mais afetada pela falta de recursos. Na última sexta-feira (2) a reitoria da instituição lançou uma nota (VEJA AQUI) relatando os impactos da redução anual da verba de custeio e investimento, imposta pelo governo, além das reivindicações dos segmentos da comunidade acadêmica para garantir o aumento de recursos. Segundo documento, os esforços feitos com o objetivo de manter as atividades serão insuficientes se não houver suplementação ainda este ano.

Comprometido com a defesa da universidade pública o Fórum das ADs protocolou, no dia 8 de agosto, ofício reforçando a cobrança do debate sobre o orçamento para 2016. Os docentes sugeriram os dias 13 de outubro, 18 de novembro e 10 de dezembro como datas para reuniões. A pauta orçamentária fez parte das reivindicações da greve docente de quase 90 dias e obrigou o governo a se comprometer em não realizar cortes e contingenciamento orçamentário nas universidades estaduais até o final deste ano. Também foi acertada a devolução das cotas mensais do orçamento, que haviam sido retiradas pelo governo no primeiro trimestre de 2015.

Demais pautas da reunião

Sobre a negativa da Casa Civil ao afastamento de professores para o exterior com o objetivo de apresentar trabalho, realizar pesquisa e ingressar em pós-graduação, os reitores informaram que se reunirão com o órgão a fim de solicitar esclarecimentos. Em se tratando do processo da SAEB que envolve professores em regime de DE, os gestores aguardam apuração e esclarecimentos da secretaria.

Multicampia e financiamento são temas do XIII Encontro do Setor das Iees/Imes

O presidente da ADUSC, Emerson Lucena, esteve presente no evento
O presidente da ADUSC, Emerson Lucena, esteve presente no evento

No último final de semana, de 25 a 27, docentes do setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior do ANDES-SN (Iees/Imes) discutiram o financiamento e a federalização das instituições, além da expansão, multicampia e precarização das condições de trabalho e ensino. Os debates ocorreram durante o XIII Encontro Nacional, antecedido por um seminário, ambos realizados em Campinas (SP), na Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Campinas (Adunicamp – Seção Sindical do ANDES-SN).

Segundo Paulo Cesar Centoducatte, 2° Vice-presidente da Regional São Paulo e um dos coordenadores do Setor das Iees/Imes, a escolha dos temas dos eventos abrange os problemas pelos quais passam as instituições desse setor e a necessidade da categoria docente em debatê-los. O diretor do ANDES-SN lembrou que são pontos comuns em, praticamente, todas as lutas e greves realizadas em 2014 e 2015 nas universidades estaduais de São Paulo, do Ceará, da Bahia, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Amazonas e do Paraná.

Seminário Nacional sobre Federalização e Financiamento

O Seminário Nacional das Iees/Imes, realizado no dia 25, debateu o Financiamento e Federalização das instituições. A primeira mesa do seminário debateu sobre a Federalização e contou com a participação do docente Jorge Gustavo, da Universidade Regional de Blumenau (Furb), de Valdomiro de Morais, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), e do representante da assessoria jurídica do Sindicato Nacional, Paulo Lengruber, que mostrou como esse processo de federalização, do ponto de vista jurídico e constitucional, pode ocorrer em instituições que são municipais ou estaduais.

Segundo Alexandre Galvão, 3° Secretário do ANDES-SN e um dos coordenadores do Setor das Iees/Imes, no último encontro do Setor, em 2014, foi indicado o aprofundamento do debate sobre a Federalização. “Realizamos uma mesa específica para o tema Federalização em que discutimos situações em que houve a defesa do processo de federalização, como foi o caso da Furb, em Santa Catarina, em que o docente apresentou argumentos para a defesa daquela fundação municipal em uma universidade federal”, disse.

Outra mesa realizada durante o seminário foi sobre Orçamento e Financiamento, e contou com participação do economista Sérgio Lisboa, técnico da subseção do ANDES-SN do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O representante do Dieese apresentou dados importantes sobre o orçamento das universidades federais e estaduais associando com o número de matrículas e alunos. Já Francisco Miraglia, da Universidade de São Paulo (USP), que também esteve na mesa do seminário, criticou a postura do governo estadual de São Paulo e das reitorias em reter uma parte da cota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que deveria destinado às universidades estaduais paulista, afetado o funcionamento delas.

Tanto na avaliação de Galvão quanto de Centoducatte, o seminário apontou a necessidade de aprofundar as discussões sobre o tema, a partir de estudos, incluindo-se a questão de financiamento federal para as Iees e Imes, e também a demanda de realização de um estudo técnico, articulado com a luta política, para que o orçamento e o financiamento das universidades contemplem as suas demandas.

XIII Encontro Nacional

Já durante o encontro, que contou com a presença de 51 docentes de 23 seções sindicais do ANDES-SN, os participantes aprofundaram as discussões sobre expansão, multicampia e precarização e apontaram algumas indicações. Na mesa de abertura, a professora Deise Mancebo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), apresentou um estudo, realizado pelo grupo de pesquisa que coordena na Uerj, acerca do processo de expansão combinada com a precarização do trabalho nas instituições públicas de ensino superior.

Para Paulo Cesar Centoducatte, diante dos dados apresentados, o problema não está propriamente na expansão e na multicampia, mas sim na forma de como ela ocorre. “Não somos contra a expansão e a multicampia, mas sim a forma precarizada como a expansão via multicampia está sendo feita, sem recursos, com professores tendo que se deslocar entre cidades para dar as disciplinas, sem um planejamento adequado para resolver os problemas, precarizando o tripé ensino, pesquisa e extensão. O fato de ter unidades em diversas cidades não é o problema, poderia ter uma boa solução se pudesse ser feita com as condições necessárias”, ressaltou.

No sábado, foi realizado um painel com relato de diversos representantes de seções sindicais do Sindicato Nacional sobre as suas experiências sobre a multicampia, a precarização do trabalho e diferentes formas de organização nas suas respectivas seções sindicais multicampi para envolver a categoria na vida sindical. Entre as seções, estavam a Aduneb-SSind., Adunesp-SSind., Sinduepa-SSind, e Sindunespar-SSind. Após a exposição, de tarde, foram realizadas as reuniões dos grupos mistos de trabalho.

No domingo, em plenária, foram feitas as discussões do relatório final do encontro. Entre as principais indicações está a intensificação do debate sobre multicampia e organização sindical, tendo como base a proposta do ANDES-SN para a Universidade Brasileira, do Caderno 2 do Sindicato Nacional, com o objetivo de definir soluções organizativas que deem conta das especificidades locais. Sobre financiamento, expansão e precarização, foi indicado a defesa do processo de expansão e interiorização com a garantia do financiamento público necessário para a qualidade do trabalho acadêmico, e a luta contra a fragmentação geográfica do local de trabalho. Ainda sobre financiamento, foram reafirmadas as deliberações do 34° Congresso do ANDES-SN, realizado em Brasília (DF), e do 60° Conad, em Vitória (ES).

Centoducatte destacou que o encontro do Setor não é deliberativo, mas os resultados das discussões são transformados em indicativos, que poderão ser incluídos nos textos de resolução do Plano de Lutas do Setor das Iees/Imes que serão debatidos no próximo Congresso do ANDES-SN, o qual será realizado no início de 2016, em Curitiba (PR). Além disso, as recomendações poderão servir como base para as ações da categoria, que tem se mobilizado em todo o país para reivindicar seus direitos.

Imagens de Vinícius Correia Santos

 

Fonte: ANDES-SN

 

ADUSC divulga calendário eleitoral para gestão 2015-2017

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A inscrição das chapas para a eleição da Diretoria da ADUSC, biênio 2015-2017 ocorrerão no período de 05/10 a 15/10 de 2015, das 9:00h (nove horas) ás 12:00h (doze horas) e das 14:00h (catorze horas) ás 16:00h (dezesseis horas), na sala sede da ADUSC/SSIND. Veja aqui o regulamento

A campanha eleitoral será realizada de 16 à 28 de outubro. Dias 29 e 30 de outubro de 2015 estão marcadas as eleições. A apuração acontecerá imediatamente após o encerramento da votação, na sede da  ADUSC. Para votar, o professor deve ter se associado há pelo menos 30 dias antes da data da realização das eleições.

AComissão Eleitoral responsável pela coordenação do processo de inscrição, votação e apuração dos votos foi indicada e aprovada em assembleia dos professores realizada no dia 18 de setembro, ultimo, conforme normas do Regimento da Associação, que também determina as regras para estabelecimento do calendário.

Informes da Assessoria Jurídica da ADUSC quanto a Portaria SAEB nº 1587

Na última terça-feira (29), o assessor jurídico da ADUSC, Valdimiro Carvalho, protocolou na Secretaria de Administração do Estado da Bahia (SAEB), conforme autorização prévia dos interessados, a solicitação das informações que apontam indícios de irregularidade em relação aos professores em Regime de Dedicação Exclusiva citados pela portaria nº1587. O documento protocolado também requereu a prorrogação dos prazos para a apresentação de documentação que garantam ampla defesa. Segundo Carvalho, caso o pleito não seja atendido até a próxima segunda-feira (5), um mandado de segurança será providenciado. Nesta data, o Assessor Jurídico também se fará presente, a partir das 9 horas, para maiores esclarecimentos.

Comissão Especial aprova PEC que acaba com gratuidade em cursos públicos de especialização

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PEC 395 ainda será votada em dois turnos pelo plenário da Câmara dos Deputados antes de ir ao Senado

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 395/2014 aprovou na última quinta-feira (24), por unanimidade, a proposta que altera a redação do inciso IV do artigo 206 da Constituição Federal sobre os princípios do ensino, que garante “gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais”. O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Cleber Verde (PRB-MA), à proposta de autoria do deputado Alex Canziani (PTB-PR). De acordo com a proposta, as universidades poderão cobrar taxas e mensalidades de cursos pagos de extensão, pós-graduação latu sensu e mestrados profissionais.

“A PEC 395 é mais um instrumento da política educacional neoliberal para o ensino superior público visando à ampliação do processo de privatização e mercantilização da educação e do conhecimento”, explica Francisco Jacob Paiva da Silva, 1º Secretário do ANDES-SN e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho Política Educacional (GTPE) do Sindicato Nacional.

Para o docente, a medida desobriga o Estado a se comprometer com o financiamento das instituições públicas de ensino, oferecendo a venda de serviços como uma alternativa. “Mesmo que as universidades venham tornar isso como uma alternativa para suprir as suas necessidades orçamentárias, o montante arrecadado com esses cursos não conseguirá de forma alguma garantir o pleno funcionamento das instituições”, contou.

O diretor do ANDES-SN destacou ainda que a aprovação da PEC 395 no Congresso Nacional será negativa para a maioria da juventude, que precisa desses cursos públicos para garantir a ampliação de suas formações. Ele alertou também para a possibilidade de cobrança de taxas e mensalidades, em um segundo momento, de cursos regulares de graduação, mestrado e doutorado, o que descaracterizaria a função social das universidades públicas.

“Boa parte dos alunos de graduação não terá condições de arcar com mais esse gasto. Diante da situação que viemos no nosso país, com desemprego, baixos salários, e trabalhos precarizados, é fundamental que essa PEC não seja aprovada. Apenas com a unidade entre professores, estudantes e técnico-administrativos e do conjunto das entidades e sociedade barraremos a aprovação da PEC 395”, ressaltou o docente que reforçou a ação encaminhada pelo Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN de intensificar a pressão junto aos deputados federais e senadores, nos estados e no Congresso Nacional, pela rejeição da PEC 395/2014.

Tramitação

No dia 18 de junho de 2015, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou pela admissibilidade da PEC 395/14, que consiste na análise da constitucionalidade, legalidade e a técnica legislativa do texto. Aprovada no dia 24 de setembro pela Comissão Especial da Câmara que examina o conteúdo da proposta, a PEC será encaminhada a mesa e votada em dois turnos pelo plenário da Casa, antes de ir ao Senado.

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Fonte: ANDES-SN