Trabalhadores e trabalhadoras de todo país se mobilizaram nesta quarta-feira (28) – no Dia Nacional em defesa dos direitos e empregos, convocado pelas centrais sindicais A CSP-Conlutas integrou as manifestações, com atos previstos para ocorrer em 18 estados para que Dilma Rousseff revogue as medidas provisórias 664 e 665, que reduzem os direitos da população e garantem benefícios aos patrões. Confira a cobertura dos atos via informes que enviados até o momento. Em estados como Ceará, Minas Gerais e São Paulo a Central também esteve presente em atos unitários. Envie informes da sua região para que possamos repercutir em nosso site.
Em Minas Gerais, centrais distribuem manifesto unitário e sindicatos de metalúrgicos de várias empresas da região fazem protesto com panfletagem
Em Belo Horizonte, o ato unitário por emprego, direitos e contra o aumento da passagem contou com representantes das principais centrais sindicais com atuação no estado. A manifestação começou às 16h com a distribuição do manifesto assinado pela CSP-Conlutas, CUT, CTB, UGT e NCSC (VEJA AQUI). Além da panfletagem, representantes de diversos sindicatos criticaram a política do governo de editar Medidas Provisórias que retiram direitos dos trabalhadores (como as recentes MPs 664 e 665), contra as demissões, principalmente no setor industrial, e os cortes que afetam a saúde e a Educação. Os dirigentes sindicais ressaltaram, ainda, a importância da unidade dos diversos setores para o enfrentamento com os governos e patrões e citaram o exemplo da juventude que está nas ruas contra o aumento das passagens do transporte coletivo como algo a ser seguido.
Em São João del-Rei, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, o Sindicato da Construção Civil, o Sindicato dos Servidores Municipais e os sindicatos de cidades vizinhas, entre os quais o Metabase de Congonhas, AMAS Del Rei, também deram o seu recado as autoridades. O ato passou pelo Ministério do Trabalho, local onde foi feito uma ocupação simbólica; em seguida, seguiu para a Santa Casa de Misericórdia, onde os manifestantes sentaram na rua em protesto contra o estado de abandono que se encontra a saúde. Foi realizado também protestos em frente à Previdência Social, onde foi protocolado um documento. A manifestação foi encerrada na prefeitura e na Câmara de Vereadores pois ambas as instituições se mantêm em silêncio em relação às crescentes demissões.
Em Itajubá, metalúrgicos da Helibras votam propostas para lutar contra demissões na empresa. A direção do sindicato dos metalúrgicos esteve hoje pela manhã na portaria das principais fábricas da cidade. Na Mahle Alstom e Helibras o sindicato denunciou os ataques do governo Dilma aos direitos e a política de aumentar os impostos e combustíveis que pioram a vida dos trabalhadores.
A direção do sindicato realizou uma grande assembléia com os trabalhadores da Helibras e denunciou que a empresa, ao longo dos últimos cinco anos, teve um aumento no investimentos de capital público que ajudou a bancar parte importante da expansão da Eurocopter no Brasil e que agora quer demitir.
A Central defendeu que este dinheiro tem que ser usado agora para assegurar os empregos dos trabalhadores. Na assembléia, os trabalhadores votaram na proposta da direção do sindicato que visa responder ao plano da empresa de demitir trabalhadores.
Em São Paulo, CSP-Conlutas reafirma: “Em direito não se mexe”
Em São Paulo, cerca de 3 mil trabalhadores participaram do ato marcado para as 10h, com concentração no Vão do Masp. A CSP-Conlutas esteve presente na manifestação com sua combativa, independente dos patrões e do governo.
A importância que a classe trabalhadora teve para mudar os rumos do país foi resgatada na fala do dirigente da CSP-Conlutas, Herbert Claros, também vice-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que destacou que tal garra ressurgia naquele momento. “A classe trabalhadora vem às ruas, porque não vai aceitar retirada de direitos, não vai aceitar medidas que atacam a previdência. Quem tem que pagar pela crise não somos nós, quem tem que pagar pela crise são os patrões, a burguesia e os bancos que ganham com a exploração dos trabalhadores”, destacou o dirigente. Herbert continuou sua fala apontando que o desafio das centrais e sindicatos presentes no ato era continuar as mobilizações. “Se necessário, vamos parar todo o Brasil para pressionar o governo a atender a exigência dos trabalhadores. Não há recuo. Nós queremos a revogação e imediata dessas medidas provisórias”, finalizou.
Os trabalhadores que vieram em caravana de São José dos Campos para participar da manifestação na capital paulista traziam nas mãos pirulitos com a exigência: “Dilma, tire a mão dos nossos direitos. Revogação das medidas provisórias 664 e 665”. Compuseram a caravana trabalhadores organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, os aposentados organizados pela Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba (ADMAP), Movimento Mulheres em Luta, entre outros. Os estudantes da Assembleia Nacional de Estudantes Livre também levaram seu apoio, além do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Sindicato dos Judiciários Federais de São Paulo (Sintrajud), Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que está em luta pela reintegração dos demitidos e que engrossaram a manifestação.
Em Belém, paralisações e ato unitário marcam dia de luta
Cerca de 500 pessoas participaram hoje pela manhã na capital paraense, do Dia Nacional de Lutas por emprego e direitos. A CSP-Conlutas PA junto às demais centrais CUT, CTB, Força Sindical, UGT e NCST organizaram a passeata que saiu da Escadinha do Porto de Belém, pouco mais das dez horas da manha.
Operários da Construção Civil de Belém, professores, bancários, funcionários públicos dos governos Federal e Estadual, trabalhadores terceirizados do setor de Telecomunicações e outros, se mobilizaram desde cedo na escadinha do Porto, para participarem da passeata que percorreu duas avenidas principais da capital paraense, Presidente Vargas e Nazaré, até o CIG, o Centro Integrado do Governo. Estudantes da Anel bem como setores do Luta Popular e dos movimentos de Combate às Opressões, como o Movimento Mulheres em Luta e Quilombo Raça e Classe também participaram do ato.
Sete obras da Construção Civil da região metropolitana da cidade foram paralisadas por 2 horas, em protesto às MPs. Segundo Zé Gotinha, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, filiado à CSP Conlutas, os operários estavam revoltados com esse ataque de Dilma aos direitos dos trabalhadores. “O sentimento geral é de indignação. Muito trabalhador gritava no canteiro que temos que ir pra rua e que o governo do PT está pisando na bola, com os trabalhadores”, afirmou Zé Gotinha.
Abel Ribeiro, professor, dirigente da CSP Conlutas PA e que constrói a Oposição Luta Educador falou da importância da unidade entre as centrais sindicais contra os ataques do Governo Dilma. Ele também falou mais especificamente sobre a situação dos trabalhadores no Pará, e dos ataques que os mesmos sofrem do governo de Simão Jatene (PSDB) que não reajustou o salário do funcionalismo público estadual e nem pagará o piso para os professores. Ele saudou a unidade entre as centrais sindicais como um fator importante, para enfrentar os governos e patrões.
O ato em Belém teve duas paradas importantes. A primeira foi em frente a uma agência da Caixa Econômica Federal, onde trabalhadores estavam concentrados com uma faixa onde se lia: “Caixa, 100% pública”. A empresa vem passando por uma ameaça de privatização orquestrada pelo Governo do PT e os trabalhadores estão denunciando esta situação. A outra parada foi em frente ao prédio desativado do INSS, onde trabalhadores aposentados denunciaram a situação humilhante que o Governo Dilma os impõe e exigiram o fim do fator Previdenciário.
Fonte: CSP-Conlutas – Com informações de Diego David direto de Minas Gerais, Bianca Pedrina, de São Paulo e Wellingta Macêdo, direto de Belém