Fórum das ADs aponta calendário de abril com indicativo de ato público

Mobilização na Lavagem do Bonfim 2018. Foto: Ascom Fórum das ADs

Diante do maior arrocho salarial dos últimos 20 anos, o Fórum das ADs discutiu no último dia 19 de março ações de mobilização para o mês de abril. As representações docentes avaliaram o quadro de insatisfação da categoria com a restrição aos direitos trabalhistas e a crise orçamentária das universidades. Foi indicada a realização de um grande ato público na capital baiana no dia 25 de abril. A proposta deverá ser apreciada nas Assembleias Docentes, que ocorrerão entre os dias 9 e 18 do mesmo mês.

De acordo com Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, a manifestação será importante para denunciar à sociedade baiana a situação dos docentes e das universidades. “As perdas salariais dos últimos três anos atingem duramente nós professores. Além da questão salarial, o governo insiste em não cumprir os direitos trabalhistas e há centenas de docentes nas filas dos processos de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho. A categoria está muito insatisfeita, por isso iremos às ruas. Queremos que o governo dê respostas efetivas ao movimento docente”, destacou Barroso.

Atualmente o número de docentes com processos na fila de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho subiu para 957 no total. Estão travadas nas quatro universidades estaduais 472 promoções, 284 progressões e 201 mudanças de regime de trabalho.

 Reunião do Fórum das ADs no dia 19 de março. Foto: Ascom Fórum das ADs

Tentativas de negociação

Em busca de soluções para os problemas acumulados, as representações do movimento docente pautaram novamente, no dia 20 de março, a necessidade de que o governo #RuiCorta abra o diálogo. Há mais de 180 dias o Governo do Estado não se reúne com o movimento docente e mantêm completo silêncio sobre a pauta de reivindicações.

O Fórum encaminhou novos documentos na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e na Secretaria de Educação (SEC). Os ofícios ratificaram o compromisso das diretorias em resolver, pela via negociada, as questões que envolvem as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Foi cobrada também uma audiência pública para tratar dos “Desafios do ensino superior público da Bahia”. Leia mais sobre as tentativas de negociação

Além do ato público, o Fórum das ADs também avançou no ponto da campanha de mídia 2018. O tema principal da campanha deste ano será a questão salarial e os direitos trabalhistas. A próxima reunião do Fórum ocorrerá no dia 20 de abril, a partir das 9h, na Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus.

Confira o calendário de abril completo

Nota da diretoria do ANDES-SN sobre o Programa da Residência Pedagógica

Em um estudo preliminar é possível identificar que o Programa de Residência Pedagógica deve ser por nós analisado com muita preocupação. O Programa, lançado pelo governo Temer no início deste ano, fundamentado nas Portarias/CAPES 35 e 45/2018 e no Edital/CAPES 06/2018, demonstra ser mais um ataque à formação docente na educação básica. O Programa foi concebido no governo Dilma, (Dec.8752/2016), no entanto, foi regulamentado no governo do ilegítimo presidente Temer, que anunciou quatro medidas que devem compor a política de formação docente: 1. A Base Nacional Docente; 2. A Educação a Distância; 3. O Prouni Ampliado e 4. O Programa de Residência Pedagógica.

Pela urgência da questão e pelos prazos do Edital de Adesão ao Programa, esta Nota da diretoria do ANDES-SN focará apenas no Programa de Residência Pedagógica (PRP). O Edital do PRP indica que disponibilizará 1 bilhão de reais para atender 45 mil bolsas que incluem o Residente (aluno), o Preceptor (professor/a da educação básica), o Orientador e o Coordenador Institucional (professores/as da IES).

A CAPES, por meio da Portaria nº 38/2018, anuncia que o PRP tem a finalidade de apoiar as IES na implementação de projetos inovadores, que estimulem a articulação entre teoria e prática nos cursos de licenciatura. A concepção do PRP indica a vinculação entre o currículo dos Cursos de Licenciatura e a Base Nacional Comum Curricular, o que precisa ser visto com muita cautela, pois isso estabelece uma relação direta e linear do projeto político pedagógico elaborado pelos cursos de formação docente nas Instituições de Ensino Superior, com os exames em larga escala e externos que norteiam os currículos das escolas, com apoio do PNE. O fato pode levar a uma formação pragmática, que não considera a teoria como o conhecimento da estrutura e dinâmica dos loci da atuação, no caso a escola e a sociedade na qual está inserida.

A ênfase do PRP está na prática. O ANDES-SN reconhece a importância da relação prática na formação docente, mas alerta para o fato que a primazia dos “saberes práticos” e dos saberes tácitos, significa um imediatismo que pode representar um atraso ou retrocesso no tocante à capacidade de formar pessoas críticas, podendo trazer um desvio na formação do(a)s futuro(a)s professore(a)s, caso haja um descaso com o saber acadêmico e teórico-científico. A implicação imediata disto é a formação aligeirada e uma prática alienada, construída sem a mediação da teoria, apenas entendida como treinamento.

O PRP, pela sua configuração, pode incentivar as IES e as escolas-campo a utilizarem o(a)s bolsista-residentes a substituírem o(a)s professore(a)s nos seus impedimentos, mascarando a falta numérica de docentes nas escolas e utilizando o(a)s bolsistas a assumirem funções para as quais não estão ainda preparado(a)s. Além disso, o fato pode concorrer para maior precarização do trabalho docente e para a desvalorização do(a) profissional que atua na educação básica.

O Programa de Residência Pedagógica, ao prever bolsas aos estudantes (ofertadas em número reduzido em relação ao conjunto de discentes, 1/5 do total de aluno(a)s de Licenciatura), na conjuntura atual de contingenciamento de gastos imposto pela EC95/16, que vem retirando recursos da educação e da saúde para aumentar o superávit primário, com reflexos diretos no Programa de Auxílio Estudantil, aparece para a comunidade acadêmica como um elemento de complementação da assistência. O PRP, além das questões levantadas, (vinculação com a BNCC, número de bolsa, aprofundamento dos saberes tácitos) tem também o reforço do repasse do fundo público para as instituições privadas, quando inclui entre as IES que podem participar do Programa, as instituições privadas-mercantis.

O ANDES-SN defende uma política de formação que privilegie uma concepção de educação classista e democrática, que crie condições objetivas para que todos e todas o(a)s estudantes dos Cursos de Licenciatura participem de um processo de formação que estabeleça de forma responsável a relação entre a teoria e a prática; além de um saber teórico crítico que contribua verdadeiramente para a emancipação social.

As ações como o Programa de Residência Pedagógica não têm como objetivo resolver a questão da formação de professore(a)s, o que só pode ocorrer em ações casadas com a valorização docente, o que inclui a formação inicial e a formação continuada, salários, condições de trabalho que passam pelo número de aluno(a)s em sala de aula, pelas condições físicas e pedagógicas das unidades educacionais, da gestão democrática, pela existência de uma carreira que estimule o crescimento pessoal e profissional do(a) docente. Por isso, a adesão ao PRP deve ser examinada com critérios técnicos e políticos, envolvendo na tomada de decisão os principais interessados que são o(a)s estudantes das Licenciaturas e o(a)s professore(a)s dos cursos de formação.

O ANDES-SN se posiciona contrário ao formato deste Programa, que visa atacar a autonomia, a formação e a realização do trabalho docente em todos os níveis do ensino, que transfere recursos públicos para o setor privado, além de ser mais um passo para o desmonte do ensino público de qualidade no Brasil.

Brasília (DF), 5 de abril de 2018
Diretoria do ANDES-SINDICATO NACIONAL

 

Fonte: ANDES-SN

Nota de repúdio a ação do Poder Judiciário no caso de Lula

imp-ult-615752143O ANDES-SN tem denunciado, em diversas instâncias, as ações seletivas do poder judiciário brasileiro que segue atuando em favor das elites de modo cada vez mais intensificado, cedendo às pressões da imprensa, e de determinados partidos políticos da ordem. O Poder Judiciário tem sido um braço forte, em conjunto com as forças repressivas, no combate aos direitos democráticos e aos direitos sociais conquistados por nossa classe.

As bases deste sindicato já aprovaram, no 62º Conad de 2017 (Niterói), e em seu 37º Congresso (Salvador), e em acompanhamento à indicação da Diretoria Nacional, posicionamentos firmes e contrários à seletividade da justiça no que diz respeito à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras ações contrárias à classe trabalhadora.

Agora, mais uma vez, é necessário posicionar-se! No mesmo momento em que há inaceitável intervenção militar no Rio de Janeiro, reforçada pela posição do general Villas Bôas que insinuou o uso das forças armadas na luta contra a “impunidade” no Brasil, acontece a rejeição, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), do habeas corpus impetrado pelos advogados de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta decisão do STF não apenas viola uma das “cláusulas pétreas” da Constituição Federal (a presunção de inocência), mas chancela um insidioso processo de judicialização da política e politização do judiciário.

Como consequência imediata, autorizou a continuidade da ação seletiva da justiça que, de forma célere e espetaculosa, decretou a prisão do ex-presidente até às 17h do dia 06 de abril. Trata-se de mais um caso de desrespeito dos já restritos limites de liberdade existentes dentro da democracia burguesa.

Esta conduta do judiciário corrobora com o clima de terror que se tenta imprimir no cotidiano dos cidadãos e na vida nacional. É este o caso, por exemplo, do Projeto de Lei de autoria do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) que pretende tipificar movimentos sociais como o MTST e o MST como organizações criminosas. Compõem o mesmo clima de rompimento da democracia as ameaças proferidas por personalidades do alto comando das Forças Armadas e as manifestações de ódio contra militantes e movimentos sociais, inclusive o atentado contra a caravana do ex-presidente Lula no Paraná, no último dia 27 de março.

A intervenção militar no Rio de Janeiro, por seu turno, expressa uma alternativa do poder de Estado que lança mão do seu braço armado para oprimir comunidades, a pretexto de coibir a violência. A execução da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, na noite de 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, comprova a falaciosa missão anti-violência da intervenção e expressa a odiosa face do crime com motivação política. Estas ações trazem graves repercussões para entidades que realizam a luta classista em todo o país e representam mais um passo do recrudescimento do conservadorismo presente na sociedade brasileira.

A diretoria do ANDES-SN, reforçando o posicionamento histórico deste sindicato, considera inaceitável a retirada de direitos e garantias conquistadas com muita luta pelos movimentos sociais ao longo da história recente brasileira.

Conclamamos que as seções sindicais e seus filiados reforcem as lutas e os atos que tenham por objeto a defesa dos direitos democráticos na direção de ampliar a construção da unidade na luta que sempre defendemos!

É necessário não sair das ruas, e mais uma vez o ANDES-SN cumprirá seu papel de luta!

Nenhum direito a menos!

Brasília (DF), 5 de abril de 2018
Direção Nacional do ANDES-SN

Fonte: ANDES-SN

Comissão do ANDES-SN contra perseguições a docentes é instalada em Brasília

Nesta quinta-feira (22), foi instalada a comissão para acompanhar os casos de perseguição, assedio e repressão aos docentes das Instituições de Ensino Superior, Institutos Federais e Cefets. O primeiro caso analisado pela comissão é o da professora Letícia de Faria Ferreira, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no Rio Grande do Sul, ameaçada de demissão por denunciar irregularidades em uma banca de concurso público da qual fez parte.

A criação da comissão foi aprovada no 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em Salvador em janeiro desse ano.  Na ocasião, os docentes deliberaram que “o ANDES-SN, em caráter emergencial, constitua uma Comissão formada por três integrantes da coordenação do GTPFS, três do coletivo jurídico e em cada caso representantes das seções sindicais ou das secretarias regionais envolvidas na denúncia que ficará responsável pelo levantamento, acompanhamento e denúncia dos casos de assassinatos, perseguições, investigações, judicializações e criminalizações de caráter político promovidos pelos aparelhos repressivos do Estado ou por grupos reacionários organizados dentro e fora das Instituições de Ensino Superior, IFs, CEFETs, com o fim de repressão e cerceamento da liberdade de pesquisa, de ensino, de aprendizagem, de mobilização e de luta”.

Ainda de acordo com a deliberação congressual, a comissão deverá se articular de forma mais ampla com os coletivos de luta, partidos, movimentos sociais e sindicatos, garantindo rápida divulgação, acompanhamento e proteção, e quando necessário, deverá ser prestada assessoria jurídica aos docentes criminalizados.

Segundo Maria Celeste Cirqueira Córdova, advogada da Regional Leste do ANDES-SN e que integra a comissão, a sugestão de criar esse grupo de atuação específica se deu a partir da percepção, através dos encontros jurídicos, do aumento dos casos de assedio e perseguição nas instituições e da necessidade apontada pelos profissionais de trocar experiência e informação para atuarem de forma mais incisiva e alinhada, além de possibilitar a sistematização das informações e denúncias apresentadas pelas seções sindicais e também pelos próprios docentes.

A advogada ressaltou que a comissão não irá tratar de todos os casos, como, por exemplo, de questões relacionadas à carreira docente. “A comissão para uma questão específica, que é contra atacar essa tendência de perseguição político-ideológica, que vem se intensificando nas instituições”, destacou. Celeste contou, nesta quinta, a comissão já se debruçou sobre uma situação concreta, que foi apresentada pela Seção Sindical do ANDES-SN na Unipampa (Sesunipampa Seção Sindical), e definiu encaminhamentos para condução do caso.

Emmanuel Martins, advogado da Seção Sindical do ANDES-SN na Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e também escolhido como representante do coletivo jurídico na comissão, acrescenta que a mesma foi pensada também para fazer frente a quaisquer ameaças que pesem contra os docentes.

“A ideia é proteger o docente contra os ataques que ele sofre enquanto trabalhador, na atividade docente, onde está sujeito à perseguição tanto das administrações quanto dos próprios estudantes. Infelizmente, não raros são os casos que acompanhamos em que o professor é vítima do estudante, que o provoca em sala de aula para induzir o docente a determinadas respostas, que são gravadas e apresentadas como denúncia ao ministério público”, explicou.

O advogado de Santa Catarina também reforçou que na primeira parte da reunião foram pensadas as formas de atuação da comissão e definida a criação de um email, que será divulgado pelo ANDES-SN para acolher as denúncias dos docentes, mas sempre com a preocupação de não substituir o trabalho das seções sindicais nem das assessorias locais.

Amauri Fragoso de Medeiros, também integrante da comissão e 1º tesoureiro do ANDES-SN, reforça que o Sindicato Nacional irá tomar todas as medidas cabíveis para proteger os docentes contra quaisquer tipo de intimidação, perseguição, ameaça e processos administrativos instruídos arbitrariamente. “O ANDES-SN vai usar de todos os instrumentos disponíveis para acolher todos os casos que ameacem os docentes. Iremos atuar em conjunto com as seções sindicais e também com demais entidades, tanto do setor da educação quanto de outros movimentos, para reverter essa crescente situação de assédio e cerceamento da livre atividade docente”, afirmou.

Entenda o caso da Unipampa
A professora Letícia de Faria Ferreira, docente do curso de História do campus Jaguarão da Unipampa desde 2014, sofre um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) pela universidade e corre risco de ser exonerada.

Em 2015, a docente participou como membro de uma banca de processo de seleção para docente na Unipampa/campus São Borja e, ao observar irregularidades na seleção, encaminhou denúncia aos órgãos e instâncias responsáveis da Universidade. No entanto, mesmo com indicação da Justiça Federal para que não houvesse nomeação enquanto ocorressem as investigações, e com o deferimento da Comissão de Ética em relação às observações de irregularidades da professora, a reitoria da Unipampa homologou o concurso, procedendo a nomeação, que logo foi suspensa pela Justiça Federal. A partir destes fatos, a docente passou a responder diversas intimações da Reitoria, que no início deste ano a comunicou ter aceitado a recomendação, pela comissão do PAD, de sua exoneração.

De acordo com Guinter Tlaija Leipnitz, vice-presidente da Sesunipampa Seção Sindical do ANDES-SN, em 2016, foi instaurado o processo administrativo disciplinar contra Letícia, no qual ela é acusada de improbidade administrativa, por induzir a administração pública ao erro, a partir da denúncia que fez. Guinter, que esteve na reunião da comissão para apresentar o caso, contou que, ainda em 2015, a comissão de ética da instituição fez uma apuração e apontou que o concurso de fato tinha irregularidades. No entanto, essa comissão foi dissolvida em 2016.

Durante o ano de 2016, foi feito o procedimento do PAD e, no final daquele ano, Leticia recebeu um termo de indiciamento e, no começo de 2018, foi comunicada oficialmente, por parte da reitoria, de que a administração acolheu o relatório final da comissão do PAD o qual recomenda a exoneração dela.

“A Seção Sindical vem atuando no sentido de publicizar a situação, de alertar a comunidade acadêmica para o que está acontecendo, ressaltando o profissionalismo da Letícia, que fez o correto no caso de servidores públicos e que não pode sofrer perseguição e ser silenciada em função disso. Se essa demissão for levada a cabo é uma grande injustiça que vai ser cometida pela administração da Unipampa”, contou.

De acordo com o diretor da Sesunipampa SSind., a comunidade docente tem se posicionado em defesa de Leticia através de um abaixo assinado e, na semana passada, realizou um ato público, bastante representativo, no campus Jaguarão. Além disso, muitos cursos da Unipampa têm se posicionado publicamente em defesa da docente.

 

“A comissão vai ser um passo importante para dar maior repercussão a esses casos particulares, que acontecem muitas vezes em universidades que têm menos foco, como a nossa, que é uma universidade recente, e, muitas vezes, fica aquela sensação de insegurança e falta de visibilidade. O Sindicato Nacional, a partir dessa comissão, pode contribuir para uma discussão mais ampla e qualificada. Vai ser importante, não só para acolher os casos de denúncia, mas também para produzir material e informação sobre isso”, avaliou.

 

Fonte: ANDES-SN

Temer quer até 40% do ensino médio à distância

O jornal Folha de São Paulo divulgou, na ultima terça-feira (20), a notícia de que o governo federal enviou ao Conselho Nacional de Educação (CNE) proposta de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio para permitir que até 40% da carga horária do ensino médio seja ministrada à distância.

A proposta seria uma regulamentação da contrarreforma do Ensino Médio, aprovada em 2017, na qual consta a possibilidade de ensino à distância. Segundo a Folha, o CNE já começou a discutir a proposta, que prevê que os estudantes possam estudar “remotamente” até dois dias por semana.

Olgaíses Maués, 3ª vice-presidente do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do Sindicato Nacional, critica o projeto por considerar que ele precariza o trabalho docente e as condições de estudo dos estudantes de escolas públicas, gerando uma maior divisão de qualidade entre estudantes cujos pais têm condições de pagar uma escola privadas e aqueles que não têm.

“Isso vai gerar um ensino médio dualista. Nos colégios com aulas presenciais estudarão os filhos da elite e nos colégios públicos, com aulas à distância, estudarão os filhos dos trabalhadores, com grande prejuízo na formação. O projeto traz prejuízos aos professores e aos estudantes. Só não tem prejuízo para o mercado. É um grande retrocesso”, afirma.

“Há uma fome do mercado de ter mais esse filão para explorar, buscando abrir escolas que priorizem o EAD. Isso significa menos professores, menos formação dos professores, pouca estrutura física, etc. Isso é flexibilização e precarização do trabalho docente, e pode ser usado para substituir a falta de professores ao invés de realizar concursos”, completa Olgaíses Maués.

A diretora do ANDES-SN cita ainda o prejuízo aos estudantes. “Teremos jovens que não terão acesso completo ao processo de ensino e aprendizagem presencial. O ANDES-SN tem posição contrária ao uso do ensino à distância na formação inicial do Ensino Superior, quando estudantes já têm outro nível de maturidade. Imagine como isso se dará com estudantes ainda mais novos, no Ensino Médio”, conclui a docente, que ressalta que o uso da tecnologia é importante para complementar o processo educativo, mas não deve ser utilizada para substituir o ensino presencial.

Apesar do aumento do alcance do acesso à internet, segundo dados do IBGE divulgados no final do ano passado, referentes à 2016, quase 40% dos domicílios brasileiros ainda não tem conexão à rede.

Confira a cartilha do ANDES-SN: “A Contrarreforma do Ensino Médio: o caráter excludente, pragmático e imediatista da Lei nº 13.415/2017”

 

Fonte: ANDES-SN

FÓRUM DAS ADS REIVINDICA ABERTURA DE NEGOCIAÇÕES

Entrega de documento com solicitação de reunião ao Subsecretário de Educação. Foto: Ascom Fórum das ADs

Frente ao agravamento do cenário estadual com a restrição aos direitos trabalhistas, arrocho salarial e crise financeira das universidades, o Fórum das ADs esteve na última terça-feira (20) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e na Secretaria de Educação (SEC). As representações do movimento docente pautaram a necessidade de abertura de diálogo do governo. Há 170 dias o Governo do Estado não se reúne com o movimento docente e mantêm completo silêncio sobre a pauta de reivindicações.
Na oportunidade, as Associações Docentes (ADs) encaminharam novos documentos ratificando o compromisso das diretorias em resolver, pela via negociada, as questões que envolvem as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). O documento apresentado na Secretaria de Educação foi entregue pessoalmente ao Subsecretário da pasta, Nildon Pitombo. No seu texto, o arquivo protocolado reivindica uma reunião com o governo em caráter de urgência.

Audiência pública
As ADs cobraram novamente uma audiência pública através da Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Serviços Públicos. Desta vez a solicitação da audiência foi feita diretamente à presidente da comissão, a deputada estadual Fabíola Mansur (PSB).

Solicitação de audiência é entregue à presidente da Comissão de Educação. Foto: Ascom Fórum das ADs

 

No dia 25 de julho de 2017 o Fórum encaminhou para a Comissão de Educação a solicitação de audiência pública para tratar dos “Desafios do ensino superior público da Bahia”. Mesmo sendo cobrada intensamente pelas ADs, a ALBA se manteve omissa negando-se a marcar a audiência. Embora não tenham dado previsão de datas para a reunião com o governo e a audiência, Nildon Pitombo e Fabíola Mansur se comprometeram em cumprir com os encaminhamentos acordados. Pitombo se comprometeu, ainda, em consultar a Secretaria de Administração, na figura de Adriano Tambone, para marcar a reunião.
“As Universidades Estaduais são um patrimônio da sociedade baiana. É preciso ampliar a luta pelo seu caráter público, gratuito e de qualidade para além dos muros da comunidade acadêmica. Estamos compromissados em construir uma grande audiência pública e abrir canais de diálogo. Seguimos na luta por soluções e respostas efetivas”, afirmou Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs.
Leia na íntegra o pedido de audiência protocolado em julho de 2017

Arrocho salarial e problemas acumulados
O funcionalismo público do Estado acumula perdas salarialis fruto do não pagamento da reposição da inflação dos últimos três anos. Para recompor a perda é necessário um reajuste de, no mínimo, 21,1%. Segundo o DIEESE, este é o maior arrocho salarial em 20 anos.
Além do reajuste linear, o governo também não respeita os direitos trabalhistas. Os números atualizados demonstram que, nas quatro universidades estaduais, existem 473 professores na fila de espera por promoção, 208 por progressão e 201 por mudança de regime de trabalho. O estrangulamento orçamentário também é um grande problema. Desde 2013 as universidades acumulam um corte de mais de 200 milhões no custeio e investimento.
A última vez que o governo reuniu-se com o movimento docente foi em setembro de 2017. Mesmo assim, não apresentou nenhuma proposta em relação à pauta de reivindicações. A pauta atualizada foi protocolada ainda no dia 18 de dezembro do ano passado. O documento foi entregue na Governadoria e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin).

Como resposta ao descaso, atualmente os docentes das quatro universidades estão com indicativo de greve aprovado.Leia mais sobre a pauta das reivindicações 2018.

“Marielle Franco, presente! A intervenção militar e outros desdobramentos do Golpe de 2016” é tema de debate na UESC

Karen face

O dia 14 de março foi marcado por uma trágica notícia: a execução da vereadora do PSOL e ativista dos direitos humanos Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. A notícia recebida como um recado àquelas e àqueles que ousam denunciar a violência do Estado contra o povo pobre e trabalhador, não está isolada do contexto político do país. O Brasil vive um sério momento de restrições à democracia e de retrocessos nos direitos, que acompanham discursos conservadores e violentos. A exemplo da intimação ao professor Carlos Zacarias, do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), por oferecer uma disciplina intitulada “Tópicos Especiais em História – o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”.

Para discutir estes e outros desdobramentos do “Golpe”, a ADUSC convida a comunidade acadêmica e circunvizinha para participar do debate: “Marielle Franco, presente! A intervenção militar e outros desdobramentos do Golpe de 2016”. O evento vai ocorrer na terça-feira, 27 de Março, a partir das 14 horas, no auditório do curso de Direito, Pavilhão Juizado Modelo. Para contribuir com o debate foi convidada a professora Caroline Lima (UNEB), que também é 1ª vice-presidente da Regional NEIII do ANDES-SN, o professor Luiz Blume (UESC), do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH), a professora Arlete dos Santos (UESC), do Departamento de Ciências da  Educação (DCIE) e o professor Tiago Nicola (UESC), do Departamento de Ciências da Saúde (UESC).  Participe!

FÓRUM DAS ADS DENUNCIA ATAQUES DO GOVERNO RUI COSTA NA ABERTURA DO FSM 2018

Panfletagem do Fórum das ADs na concentração do ato. Foto: Ascom ADUNEB
A 13ª edição do Fórum Social Mundial começou nesta terça-feira (13) em Salvador com um grande ato no centro da cidade que reuniu milhares de pessoas, organizações e movimentos populares. O Fórum das ADs (FAD) esteve presente, desde a abertura do evento, com panfletos e faixas denunciando a realidade de ataques do governo Rui Costa à educação e direitos trabalhistas.

Além da massiva panfletagem no primeiro dia do evento, o FAD também alocou na Tenda da Unidade um balão blimp denunciando o arrocho nos salários do funcionalismo público baiano, que já acumula a maior perda dos últimos 20 anos. De acordo com cálculo do Fórum das ADs, a não reposição da inflação nos últimos três anos (2015, 2016 e 2017) implica numa perda salarial de pelo menos 21,1%. Isso já equivale a uma perda acumulada de, pelo menos, três meses de salário desde 2015 para a categoria docente. O estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) confirmou que essa representa a maior perda salarial em 20 anos, de 2016 até então o arrocho é de 17,42% conforme a análise.

“Estamos participando do Fórum Social Mundial porque acreditamos que é um importante espaço para debates e articulação das lutas”, explicou Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs. “Os docentes das universidades estaduais baianas estão travado uma árdua batalha pela sobrevivência do ensino superior e contra a retirada de direitos. Queremos dialogar com os movimentos sociais e fortalecer essa resistência”, destacou.

 

Faixas do Fórum das ADs e ANDES-SN durante o ato. Fotos: Ascom FAD

Além de demarcar a pauta estadual, as Associações Docentes baianas também estarão presentes nas atividades do ANDES-SN do dia 16 de março. Neste dia ocorrerá uma mesa de debate com o tema “Educação, Ciência e Tecnologia: Por uma alternativa anticapitalista” e o lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior na Bahia.
Leia mais sobre a programação do ANDES-SN na Tenda da Unidade

Pauta 2018
Assim como foi durante a abertura do Fórum Social Mundial, nos próximos dias do evento o Fórum das ADs reafirmará a pauta de reivindicações dos docentes protocolada em 18 de dezembro no ano passado. O documento, entregue na Governadoria e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin), reforça e atualiza os eixos de reivindicações da categoria do último ano. Acesse aqui o documento na íntegra
Durante todo o ano de 2017 o Governo da Bahia se manteve em silêncio e inflexível para diálogo com o Movimento Docente diante da situação dos professores e das universidades. As representações do Movimento Docente das Ueba voltarão a se reunir no próximo dia 19 de março, às 9h, em Salvador na sede da ADUNEB.

Fonte: Fórum das Ads

Nota da Diretoria do ANDES-SN sobre os novos cortes nas IES

No dia 12 de março, o governo publicou no Diário Oficial da União a Lei nº 13.633 pela qual “Fica aberto aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União (Lei nº 13.587, de 2 de janeiro de 2018), em favor dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento Social, crédito especial no valor de R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), para atender à programação constante do Anexo I”, e simultaneamente estabelece que “Os recursos necessários à abertura do crédito de que trata o art. 1º decorrem de anulação de dotações orçamentárias, conforme indicado no Anexo II”.

Trata-se, em essência, de um corte dos investimentos na ordem dos 2 bilhões de reais nos seguintes órgãos: Ministério da Educação (R$ 600.000.000), Ministério da Justiça e Segurança Pública (R$ 224.734.791), Ministério da Saúde (R$ 454.202.968), Ministério do Trabalho (R$ 10.600.000), Ministério da Cultura (R$ 13.307.174), Ministério da Defesa (R$ 294.887.583), Ministério do Desenvolvimento Social (R$ 400.000.000), Advocacia-Geral da União (R$ 1.367.484), e Ministério dos Direitos Humanos (R$ 900.000). Estes cortes destinam-se a financiar,  em montante proporcional, as atividades do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (R$ 600.000.000), do Fundo Nacional de Saúde (R$ 1:000.000) e do Fundo Nacional de Assistência Social (R$ 400.000). Observamos que nesta lei não há cortes no FIES, que beneficia principalmente aos proprietários das instituições particulares, endividando os jovens das camadas populares.

O corte de R$ 600 milhões no MEC tem a seguinte composição:


* Construção do Campus do Sertão e do prédio do Centro de Simulações e Práticas do Campus Universitário de Ciências de Saúde Prof. Antônio Garcia Filho – No Município de Lagarto (SE).
** Este fundo está composto por 4 rubricas: Apoio à Infraestrutura para a Educação Básica (R$ 38.800.154), Apoio a Entidades de Ensino Superior Não Federais (R$ 76.273.351), Apoio ao Desenvolvimento da Educação Básica (R$ 5.000.000) e Aquisição de Veículos para o Transporte Escolar da Educação Básica – Caminho da Escola (R$ 14.531.521)

No item “Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação” há uma sub rubrica com destinação às entidades de ensino superior não federais, com a seguinte composição:


Assim, continua a política de cortes dos investimentos sociais, e em particular na área da educação superior, que como já denunciada por nosso sindicato, padece de um subfinanciamento crônico de longa duração, que não foi resolvido pelos governos nestes últimos anos, e pelo contrário, a partir de 2015, apesar do slogan “Pátria Educadora” que o governo da época utilizava como sua marca, observa-se que o setor das IES começa a sofrer uma diminuição significativa do orçamento, que agora se aprofunda ainda mais. Naquela oportunidade, primeiramente as parcelas repassadas para as universidades deixaram de ser de 1/12 para passar a ser de 1/18. Finalmente, naquele ano de 2015 foram cortados R$ 10,6 bilhões, o que reduziu o orçamento autorizado para 2015 de cerca de R$ 109 bilhões para aproximadamente R$ 98 bilhões. O setor das federais do ANDES-SN respondeu com mobilizações e uma greve muito importante, compreendendo que se iniciava um ciclo de austeridade e cortes nos investimentos nas áreas sociais, que infelizmente se efetivou nos anos seguintes. No ano de 2016 o contingenciamento foi de R$ 4,27 bilhões. A mesma situação aconteceu no ano passado e agora se reitera com novos cortes.

Entendemos, hoje, como já o fizemos no passado, que só a luta unificada do setor da educação, do(a)s servidore(a)s público(a)s e do conjunto da classe trabalhadora pode reverter este quadro de profunda negligência com a educação pública e os investimentos em Ciência e Tecnologia. Continuamos na luta. Com o FONASEFE e o FONACATE acabamos de protocolar a pauta unificada dos SPFs no MPOG e no dia 2 de março aconteceu a primeira reunião com o governo ainda sem nenhum resultado concreto. Estamos encaminhando também a pauta específica do ANDES-SN para o MEC com o objetivo de abrir negociações para a recomposição do orçamento das IFES e continuar a luta pela carreira, pelas condições de trabalho e pela valorização salarial.

Nenhum direito a menos!
Brasília, 15 de março de 2018
Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

 

Fonte: ANDES-SN

Milhares marcham em Salvador na abertura do Fórum Social Mundial

 

Os verdadeiros donos das terras vindos à frente, com o canto, a força e a dança, abrindo os caminhos da resistência, trazendo consigo milhares de pessoas de todo o mundo. Foi assim que um grupo de índios Potiguara, do interior da Bahia, iniciou a Marcha dos Povos, com milhares de pessoas, que marcou o começo do Fórum Social Mundial (FSM), na tarde dessa terça-feira (13), em Salvador (BA).

Até o próximo sábado (17), representantes de mais de 1.500 coletivos e entidades dos movimentos negro, feminista, LGBTs, indígenas, quilombolas, de luta do campo e da cidade, sindicais, estudantis, partidos, entre outros, discutirão a criação e o fortalecimento mundial de alternativas sócio-políticas ao neoliberalismo. O ANDES-SN e diversas seções sindicais somam forças à organização do FSM e participam ativamente das atividades, com a Tenda da Unidade.

Segundo os organizadores, são esperadas cerca de 60 mil pessoas, de 120 países, reunidas para debater e definir novas alternativas e estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes e genocídios que diversos países enfrentam na atualidade. O FSM conta com cerca de 1.300 atividades auto-gestionadas.

Após sair do bairro de Campo Grande, por volta das 16h30, a Marcha passou pela Avenida Sete até chegar a Praça Castro Alves. Conhecida como “Praça do Povo”, local, na praça um palco com apresentações culturais e performances artísticas encerrou o primeiro dia do evento.

Por volta das 16h30, a marcha partiu do bairro de Campo Grande em direção à Praça Castro Alves, local de grandes manifestações de luta e resistência baiana no centro da capital baiana. Entre as milhares de pessoas, era possível identificar faixas de delegações de vários países como Marrocos, Itália, Venezuela, Coréia do Sul, Filipinas, Tunísia e Cuba. Em clima descontraído, além das pautas mundiais coletivas, vários grupos traziam cartazes, camisas, bonecos e outros materiais que reivindicavam pautas específicas das categorias e dos movimentos.

Em Salvador há quatro dias, Mark Erkengrek, diretor de uma organização política da Suíça, estava na marcha com a delegação de seu país. Diante do difícil cenário político mundial, de ataques à democracia e aos direitos dos trabalhadores, a expectativa do suíço é que os movimentos sociais possam fortalecer a união e, assim, “reencontrar as forças necessárias” para combater o avanço do conservadorismo. “O momento é de convergência dos movimentos sociais e outros grupos políticos, para juntarmos energia e renovar a luta”, comentou Erkengrek.

De acordo com o secretário geral do ANDES-SN, Alexandre Galvão, foi justamente a necessidade da unidade na luta que levou o Sindicato Nacional a somar forças na construção do FSM. Galvão explica que a participação no Fórum foi uma deliberação do 37º Congresso do ANDES-SN realizado esse ano.

“Nossa centralidade da luta, em 2018, é fazer a unidade com os setores combativos da sociedade para barrar as contrarreformas de Temer. Assim, o ANDES-SN vai cumprir um papel importante no Fórum, articulado com outros setores do funcionalismo público, na perspectiva de construirmos e fortalecermos a luta da classe trabalhadora e dos servidores públicos em geral”, afirmou.

Tenda da Unidade
Através da atuação conjunta de várias entidades teve origem a Tenda da Unidade. A1ª secretária da Regional Nordeste III do ANDES-SN, Lana Bleicher, explica que o espaço foi o resultado de um amplo processo de construção coletiva, iniciado logo após o 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro.

Ainda segundo a professora, a Tenda da Unidade, além de fortalecer a ação unitária entre sindicatos e outras entidades, oferece diversas atividades com informações relevantes ao público. Na programação (veja aqui) constam a exibição de documentários produzidos pelo ANDES-SN, mesas redondas sobre temas que impactam o cenário político e social nacional e debates específicos sobre a Educação Pública brasileira. O Sindicato Nacional irá distribuir também uma série de materiais produzidos por seus grupos de trabalho, como cartilhas sobre políticas educacionais, a luta contra as opressões e ciência e tecnologia.

Também participam da tenda a CSP-Conlutas, a Auditoria Cidadã da Dívida, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia (Sindjufe-BA), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge-BA) e o Comitê para a abolição das dívidas ilegítimas (CADTM). A tenda está localizada no estacionamento da portaria 1, no Campus de Ondina, da Universidade Federal da Bahia.

Pauta local
Presente na marcha e nas atividades do FSM, as seções sindicais dos docentes das Universidades Estaduais Baianas, levaram à manifestação faixas e panfletos que denunciam o descaso do governo da Bahia com a educação pública superior. Um dos coordenadores da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb SSind.), Vamberto Ferreira, comentou sobre as reivindicações do movimento docente baiano.

“O FSM busca pensar a transformação a sociedade. Nós, da Aduneb SSind., participamos desse espaço e defendemos a universidade pública e gratuita, além do respeito aos direitos trabalhistas dos professores e professoras. Atualmente, 888 docentes das estaduais da Bahia têm seus direitos à promoção, progressão e alteração de regime de trabalho negados pelo governo estadual”, afirmou Ferreira.

Os professores denunciaram ainda o arrocho salarial a que são submetidos. “Estamos há três anos sem o pagamento da recomposição das perdas da inflação. Já perdemos mais de 20% de nosso salário. É o maior arrocho dos últimos 20 anos para os servidores públicos baianos”, finalizou o dirigente da Aduneb SSind.

*Com edição do ANDES-SN. Imagens: Aduneb SSind.

 

Fonte: Aduneb SSind