Em todo o país, docentes cobram dos reitores transparência nas contas das IFE

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Alguns reitores revelaram que não há recursos para pagar as contas até o final do ano

Atendendo ao chamado do Comando Nacional de Greve dos docentes federais, os comandos locais de greve das mais de 40 instituições, que já aderiram à paralisação, intensificaram as atividades de mobilização nesta primeira semana de agosto (3 a 7), com a ação “ABRE AS CONTAS REITOR (A)!”, que tem como objetivo investigar os impactos, nas Instituições Federais de Ensino (IFE), dos cortes de recursos na Educação Federal promovidos pelo governo federal e dar ampla divulgação para o efeito da política de ajuste fiscal e corte em áreas sociais no desenvolvimento das atividades acadêmicas.

O presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, destacou que esta foi uma semana vitoriosa de intensificação da luta, com atividades tanto em torno da pauta específica dos docentes federais, quanto em unidade com as demais categorias do funcionalismo federal. Rizzo destacou a grande adesão à campanha #DialogaJanine e à marcha do Fórum dos Servidores Públicos Federais realizada em Brasília, nesta quinta (6), que contou com a participação de professores de todo o país. Além disso, ressaltou a relevância das ações realizadas nas universidades, que contribuem para expor a crise vivenciada pela educação federal. “Ocorreram importantes manifestações e concentrações em diversas universidades federais, algumas com caravanas vindas do interior para as sedes das instituições. Em alguns locais, o movimento conseguiu diálogo com os reitores, mas tiveram casos em que não houve nehuma resposta efetiva. Houve situações como na Ufba, que o reitor mostrou a situação crítica das terceirizações, cujos contratos estão sendo renovados com menos funcionários até casos, como da reitora da UFMS, que sequer recebeu a comissão dos três segmentos [docentes, técnicos e estudantes], que foram até a reitoria fazer cobranças. As atividades tiveram boa repercussão e com isso, conseguimos expor para a sociedade a realidade em algumas instituições e a falta de transparência em relação às verbas em outras”, comentou.

Confira algumas das atividades realizadas:

Na Universidade Federal Fluminense (UFF), dezenas de professores e estudantes realizaram uma bicicletada na quarta-feira (5). Eles saíram da Praça da Cantareira, em Niterói (RJ), em direção à reitoria. Os manifestantes denunciaram a expansão precarizada, que amplia o número de vagas, mas não oferece condições de trabalho e de estudo e as medidas de ajuste fiscal do governo, que resultaram em cortes nos recursos da Educação. O protesto criticou ainda a falta de diálogo do reitor da UFF, Sidney Mello, que após quase 70 dias de greve, não recebeu o movimento paredista, e também não respondeu as pautas do movimento.

Em Macapá, a comunidade acadêmica aderiu a campanha “Abre as contas, Reitor(a)” na quinta-feira (6). Desde o início da greve dos docentes e dos técnico-administrativos da Universidade Federal do Amapá (Unifap), os comandos de greve têm cobrado da administração da universidade a exposição e posicionamento público sobre os impactos dos cortes no orçamento na universidade. Hoje o comando local de greve dos professores e dos técnicos foram recebidos.

Já na Bahia, os professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) realizaram na quinta-feira (6), um abraço simbólico à reitoria da instituição. Na Ufba, o reitor já abriu as contas e divulgou, através da pró-reitoria de planejamento, que a instituição tem apenas R$ 27 milhões em caixa, suficiente para manter as contas da universidade por apenas mais três meses. Além disso, a Ufba tem uma dívida de R$ 28 milhões e já suspendeu as atividades de pós-graduação devido à redução em 75% no repasse do Programa de Apoio à Pós Graduação (Proap). No Recôncavo Baiano, os docentes da UFRB também foram às ruas na quinta, denunciar para a população a situação precária da instituição.

Na Universidade Federal do Mato Grasso do Sul (Ufms), docentes, técnicos e estudantes protestaram em frente ao prédio da reitoria na quinta (6) contra a falta de transparência nos contratos da universidade e a falta de informações sobre o corte no Ministério da Educação, que resultou em um corte de R$ 24,9 milhões na instituição. José Carlos da Silva, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grasso do Sul (Adufms), afirma que a categoria já solicitou, por três vezes, uma audiência com a reitora Célia Maria Silva Corrêa Oliveira, para o detalhamento dos ajustes orçamentários sofridos pela universidade e até o momento não tiveram respostas. “Queremos saber quais cortes foram feitos, em quais setores”, disse. Ele ainda completou: “queremos saber o que será priorizado, quais obras irão parar, o que será afetado nos termos da educação”.

No Amazonas, os professores e técnico-administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizaram manifestação na entrada da instituição, com a realização também de uma assembleia geral na quarta-feira (5). Após a atividade, foram até à reitoria entregar uma carta aberta à reitora da instituição, Marcia Perales, solicitando esclarecimentos sobre o impacto real do corte orçamentário na universidade.

No campus de Cajazeiras da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), foi realizada uma audiência, convocada pelo Comando Local de Greve da Associação dos Docentes Universitários de Cajazeiras – Seção Sindical do ANDES-SN (Aduc –SSind.) e Comando de Greve Estudantil (CGE) de Cajazeiras, com o reitor Edmilson Amorim na quinta (6), que contou também com a participação do Comando Local de Greve (CLG) da Associação Docente da Universidade Federal de Campina Grande – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufcg SSind.). A comunidade acadêmica cobrou do reitor informações detalhadas sobre o impacto dos cortes na universidade. O reitor apresentou que o corte atinge 10% dos R$60 milhões em custeio e 50% dos R$ 40 milhões de investimento, totalizando o valor aproximado de R$26 milhões. Segundo o reitor, caso não haja a reversão dos cortes e suplementação orçamentária, não será possível pagar as contas de outubro, novembro e dezembro. O movimento grevista exigiu que o reitor apresente estas informações oficialmente, posicione-se contra os cortes e contra a possível contratação de professores terceirizados via Organizações Sociais (OS). O movimento também cobrou uma resposta às reivindicações da pauta local.

O CLG da Associação Docente da Universidade Federal de Alagoas – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufal – Ssind.) também conseguiu audiência com o reitor Eurico Lôbo, que expôs, de forma geral, percentuais e dados numéricos do orçamento anual para despesas de capital e custeio da instituição. “A audiência nos fez compreender melhor o impacto dos cortes e o posicionamento da reitoria diante da situação”, disse a integrante do CLG/Adufal, Georgia Cêa. Segundo ela, com base nas informações prestadas pelo reitor, o CLG vai elaborar um documento e encaminhar para o CNG.

Conforme as explicações do reitor, o orçamento anual da instituição aprovado pela Lei de Orçamentária Anual (LOA) de 2015 é de R$ 144 milhões, sendo R$ 90 milhões destinados ao custeio (manutenção da universidade como o pagamento de bolsas, contratos de limpeza, vigilância, material permanente, entre outros) e R$ 54 milhões para capital/investimentos.

Segundo o pró-reitor Pedro Valentim, com o decreto de maio deste ano foram cortados 50% dos recursos destinados ao capital, e para custeio, a redução será de 10%. “O aperto teve inicio em 2014, quando deixamos de receber em torno de R$ 20 milhões. Iniciamos o ano de 2015 com dívidas, o que complicou mais a nossa situação porque estamos pagando dívidas do ano passado com recursos do orçamento deste ano”, disse. Contudo, o reitor afirmou que todas as obras que estão em andamento têm orçamento para serem finalizadas, embora também tenha informado que algumas obras que deveriam ter sido entregues, ainda não foram, por conta de recursos que não foram liberados pelo Ministério da Educação (MEC). “Temos previsão de entregar pelo menos 18 obras ainda este ano, mas devido à situação não sabemos se vamos conseguir entregar”, expôs.

Abre as Contas, Reitor(a)!

Paulo Rizzo destaca a importância dos comandos locais de greve dar continuidade às ações para pressionar as reitorias a liberar as informações, que deveriam ser públicas, sobre o impacto dos cortes no funcionamento das universidades. Além de reivindicar que as reitorias repassem os dados posteriormente ao Comando Nacional de Greve, para que esse possa construir um quadro mais detalhado da real situação das IFE no país. “É fundamental continuar com essas manifestações, porque a pior coisa que pode acontecer para a universidade pública é escamotear a realidade que ela está vivendo. Nós estamos passando por uma situação de total precarização das condições de trabalho e ensino, que vem sendo encoberta em muitos lugares, como se isso fosse a solução para a universidade. Temos que fazer com que apareça a real situação das Instituições Federais de Ensino. Sem isso, nós não vamos ser capazes de ter o apoio necessário da sociedade para pressionar o governo a suspender os cortes e fazer os investimentos necessários na Educação Federal”, ressaltou o presidente do ANDES-SN.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufrj – SSind.) realizará neste sábado (8) um piquenique em frente ao Museu Nacional, no bairro de  São Cristovão, no Rio. Haverá uma pequena tenda armada nos jardins em frente ao Museu e a comunidade acadêmica fará panfletagem em defesa da educação pública de qualidade. Na terça-feira (4), os professores da Ufrj, juntos com os da UFF panfletaram na Praça XV, centro do Rio, e dialogaram com a população sobre os graves prejuízos dos cortes anunciados pelo governo federal para a educação pública.

Na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), professores, servidores e estudantes realizaram um ato público na quarta (5) em frente ao campus Central da universidade, em Mossoró (RN) contra os cortes na educação promovidos pelo Governo Federal. O movimento faz referência aos 10 anos da transformação da Escola Superior de Agronomia de Mossoró (ESAM) em Universidade Federal Rural do Semiárido, comemorado no dia 1º de agosto. “Esta atividade nos propõe uma reflexão acerca do modelo de universidade que está sendo implementado no Brasil. Vamos rememorar o aniversário de 10 anos da Ufersa, pensando como os aspectos da precarização tem atingido diariamente o nosso trabalho, refletindo nas diferentes atividades acadêmicas (ensino, pesquisa e extensão, na graduação e pós graduação)”, afirmou o presidente da Associação dos Docentes da Ufersa – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufersa-SSind.), Joaquim Pinheiro.

Na Universidade Federal do Pará (Adufpa), professores em greve realizaram a Marcha em defesa da Educação Pública e contra os cortes de mais de 12 bi no orçamento do Ministério da Educação (MEC) em 2015. O protesto também contou com a participação dos técnico-administrativos, de coletivos do Movimento Estudantil, além dos estudantes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Com cartazes como “Educação é direito e não esmola” e denúncias sobre os efeitos do corte nas verbas da Universidade, as categorias caminharam até a instituição e seguiram para as reuniões do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e Conselho Superior Universitário (Consun) para exigir apoio dos conselheiros à abertura imediata de negociação com o Ministro Renato Janine e cobrar da reitoria total transparência sobre o impacto dos cortes na UFPA.

Foto: Apur-SSind., Aduff SSind., Adufersa-SSind. e Adufms

Fonte: ANDES-SN

ADUSC e AFUSC promovem debate sobre autonomia universitária e a Lei 7.176/97

debateNesta quinta-feira (13), acontece na UESC o debate sobre a autonomia universitária e a Lei 7.176/97, ás 10 horas, no CEU (térreo do Pavilhão Adonias Filho). A atividade promovida pela ADUSC conta com o apoio da AFUSC e fará parte do calendário de mobilização dos Funcionários Técnico-Administrativos da UESC, que estão com as atividades paralisadas até a próxima sexta-feira (14). Para nortear o debate, a professora Maslowa Freitas (UFBA) fará uma exposição sobre a Minuta Substitutiva à Lei 7.176/97 elaborada pelos docentes e a trajetória da luta por sua revogação, conquistada com a greve docente.

Confira a análise do governo sobre a proposta docente

A revogação da Lei 7.176/97

Após 86 dias em greve, docentes e governo assinaram que, dentre outras conquistas, prevê a revogação, em até 60 dias, da autoritária Lei 7.176/97, que interfere na autonomia didática, administrativa e financeira das universidades. Até lá reuniões semanais entre docentes e governo ajustarão a Minuta Substitutiva da Lei, que não poderá, segundo o acordo firmado, “restringir, reduzir ou diminuir a autonomia universitária conforme estabelecido no artigo 207 da Constituição Federal”. A primeira reunião está agendada para esta terça-feira (11), quando será firmado um calendário e a metodologia das reuniões.

Uma bandeira do movimento há 18 anos a revogação da lei representa uma conquista histórica da greve docente. Entretanto, suas implicações dizem respeito a toda comunidade acadêmica e por isso precisam ser debatidas coletivamente na universidade. Neste sentido, ainda durante a greve, a ADUSC promoveu uma aula pública (veja aqui), reunião ampliada do Comando de Greve (veja aqui), além do amplo debate sobre o tema nas assembleias docente.

Agora, é preciso fortalecer o debate e manter a mobilização para que a conquista seja efetivada e o acordo cumprido. Assim, a ADUSC convida os docentes e toda a comunidade acadêmica a participar do debate que acontecerá nesta quinta-feira (13), ás 10 horas, no CEU. A atividade teve acordo com a assembleia da AFUSC, nesta segunda-feira (10), como parte do calendário de mobilização da categoria, e contará com a participação da professora da UFBA, Maslowa Freitas. O objetivo é fazer uma retrospectiva desta luta, elucidando as alterações propostas pelo movimento docente e promovendo o debate com as proposições dos funcionários técnico-administrativos para o tema.

Apresentação1Os Funcionários Técnicos-Administrativos das Universidades Estaduais da Bahia paralisarão suas atividades desde o dia 10 ao dia 14 de Agosto, quando farão nova rodada de assembleias. Na UESC, a categoria bloqueou a entrada nos pavilhões e da torre administrativa hoje, e repetirão o gesto também na quarta-feira(12) e sexta-feira(14), das 7 ás 12 horas. A entrada da universidade estará bloqueada para carros nos mesmo dias até as 10 horas.

Quando a pátria não é educadora, a greve das Universidades Estaduais da Bahia é

Nota do Fórum das ADs publicada no jornal A Tarde no dia 9 de agosto de 2015

Finda-se mais uma greve nas Universidades Estaduais da Bahia. Foram quase três meses de um movimento paredista que ousou enfrentar o projeto de precarização da educação pública promovido pelo governo estadual, administrado pelo Partido dos Trabalhadores. A greve acabou, mas não a mobilização em defesa da universidade pública, pela valorização do trabalho docente e por uma política efetiva de permanência estudantil.

Quando protocolamos a pauta de reivindicações, em dezembro de 2014, sabíamos que, embora houvesse justificativa para reivindicar melhorias salariais, o mais urgente era a defesa da universidade pública e dos direitos trabalhistas. Não demorou para que a categoria discente fortalecesse a luta com sua pauta histórica e urgente.

Depois de quatro meses da pauta protocolada e sem resposta por parte do governo, a primeira reunião só foi possível após forte mobilização em frente à Secretaria Estadual da Educação, no dia 8 de abril de 2015.

Ainda em 2014, o então governador, Jaques Wagner (PT), enviou para a Assembleia Legislativa da Bahia o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) – que, mais uma vez, diminuía o orçamento das universidades nas verbas de custeio, investimento e manutenção. Em dois anos, amargamos a redução de R$ 19 milhões em valores nominais, isso sem considerar o impacto dos seguidos contingenciamentos orçamentários. Os deputados estaduais, em sua maioria, demonstraram total subserviência ao governador e aprovaram, no dia 5 de janeiro de 2015, mais este acinte contra o povo baiano.

O descompromisso do governo com as universidades e o desrespeito aos direitos trabalhistas não deixaram alternativa para os professores. Declaramos greve na segunda semana de maio de 2015. Nossa pauta era: revogação da Lei 7176/97, que fere a autonomia universitária; destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos para manter as universidades estaduais; respeito aos direitos trabalhistas (garantia de promoção, progressão na carreira e mudança de regime de trabalho); ampliação do quadro de professores e sua desvinculação das classes; valorização na carreira e reposição integral da inflação.

Neste percurso, o Governo Rui Costa mostrou ser autoritário e ter dificuldade para lidar com movimentos sociais e grevistas. Pautou-se pela mentira e pelo uso de verdades parciais no intuito de confundir a população. Omitiu que o aumento absoluto do orçamento das universidades corresponde ao crescimento das mesmas. Não mencionou que a folha de pessoal e a demanda por investimento também cresceram por conta da criação de novos cursos para atender a população baiana.

Sobre os direitos trabalhistas escondeu-se atrás do discurso da crise econômica. Alguns professores e professoras esperaram mais de três anos para conquistar direitos garantidos no Estatuto do Magistério Superior, arrancado com luta durante o governo “Carlista”.

Rui Costa deu mostras de que é coerente com a política de ajuste fiscal promovida nacionalmente pelo Partido dos Trabalhadores no Brasil. Ataca direitos universais básicos, como a educação superior, enquanto garante o processo de recomposição do lucro do grande capital.

Este projeto fez o Governo utilizar o “não” como resposta para o movimento grevista. O fez, também, tentar limitar nossa pauta ao debate da revogação da lei 7176/97, um entulho autoritário que seu antecessor foi incapaz de revogar. Sobre um dos direitos, a promoção na carreira, apresentou a pífia alternativa de remanejamento de 20 vagas por universidade. Esta conta não atendia aos pedidos represados desde 2012. Em se tratando do orçamento, mais uma vez o “não”.

A intransigência na negociação era constante, mas Rui Costa ainda apresentaria sua face repressiva. Durante a ocupação pacífica da Secretaria da Educação pelos movimentos docente e estudantil, entre os dias 15 e 18 de julho, encaminhou várias vezes o braço armado do Estado para tentar intimidar o movimento, culminando com o envio da Rondesp (Rondas Especiais da Polícia Militar), na noite do dia 17, para “negociar” a desocupação com os professores e os estudantes.

Contrariando os planos do governo e contrapondo-se à política dos sindicatos e movimentos cooptados, os movimentos Docente e Discente, mais uma vez, mostraram sua força, resistiram e arrancaram a minuta de Acordo durante a ocupação na SEC.

Após mais de dez reuniões, atos locais e em Salvador, trancamentos de pórtico, fechamento de rodovias por toda a Bahia, ocupação de reitorias, ocupação e trancamento da Secretaria da Educação, inúmeras assembleias, reuniões do Fórum das Associações Docentes e dos comandos de greve, findamos a greve de cabeça erguida.

A correlação de forças nos permitiu ir muito além dos limites que o Governo Rui Costa tentou impor. Conquistamos a garantia dos direitos trabalhistas represados na SEC e na Secretaria da Administração (Saeb); alteramos o quadro de vagas, o que permitirá o avanço dos pedidos de promoção represados nas universidades e ainda possibilitará o atendimento de novos pedidos este ano. Arrancamos do governo a garantia de que o pagamento dos direitos não terá impacto sobre o orçamento de manutenção, investimento e custeio. Sobre este, conquistamos o compromisso com sua execução completa sem contingenciamentos.

Após 18 anos de luta, o Movimento Docente, em unidade com o Movimento Estudantil, também conquistou a revogação da lei 7176/97. O projeto de lei com tal finalidade será encaminhado até o dia 11 de outubro, em regime de urgência, para a Assembleia Legislativa.

As professoras e os professores permanecerão mobilizados e vigilantes para acompanhar a construção da Lei Orçamentária Anual (LOA) e reivindicar 7% da Receita Líquida de Impostos para as universidades. Também temos como tarefa, junto com os estudantes, lutar pela criação de uma política de permanência estudantil adequada e pela construção do orçamento participativo nas instituições onde ainda não foram implantados.

Saímos desta greve com a vitória da classe trabalhadora e mais do que convencidos de que só a luta muda a vida!

Funcionários técnico-administrativos da UESC paralisarão as atividades entre os dias 10 a 14 de agosto

imagesEm assembleia da AFUSC, nesta sexta-feira (7), funcionários técnico-administrativos da UESC deliberaram por paralisar suas atividades entre os dias 10 a 14 de agosto. A categoria promoverá mobilização em frente e no interior do campus, dando início com café da manhã e apresentação da pauta, na segunda-feira (10), nos portões da universidade.

A decisão pela paralisação foi indicada pelo Fórum dos Sindicatos de Funcionários Técnico-Administrativos das Universidades Estaduais da Bahia, e já foi aprovada nas assembleias do SINTEST UEFS e AFUS (UESB).

A ADUSC se fará presente e convida o corpo docente da UESC a apoiar e fortalecer a unidade na luta com a categoria. Igualmente, propomos ao “Comando de Mobilização da AFUSC” a realização conjunta de um debate, na quinta-feira(14), às 9 horas, no CEU.   Na oportunidade apresentaremos a proposta do Movimento Docente de revogação da Lei 7.7176/97.

ADUSC comunica a reitoria do encerramento da greve docente

A ADUSC informa a toda comunidade acadêmica que com o fim da greve a categoria docente está à disposição para o retorno imediato das suas atividades. A administração da UESC também já foi oficialmente comunicada  (veja aqui) e deve convocar o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) para elaboração do novo calendário com a participação da comunidade acadêmica.

Central telefônica – 3680-5200
PROGRAD – 3680-5013

ADUSC apoia campanhas contra a criminalização da luta

Em assembleia realizada nesta quarta-feira(5), os docentes da UESC aprovaram o apoio a duas campanhas, em curso num site de petição pública virtual, em solidariedade a Iago Gomes e Sâmia Bonfim. Iago foi agredido pela Polícia Militar, em Ipirá (Bahia), por criticar em seu blog (veja aqui) os desmandos da política em sua cidade, e também em nível estadual e federal. Sâmia foi processada por Alexandre Frota, após organizar mobilização em denúncia a confissão de estupro por parte do ator em rede nacional de TV (veja aqui).

Vivemos um período de acirramento nas disputas ideológicas e políticas de nosso país, que acompanha o uso das forças para coagir e deslegitimar as lutas sociais. Os casos de Iago e Sâmia, são exemplos desse processo, que remontam o período da ditadura e revelam a relação da mídia com propagação de violência e intolerância. Neste sentido a ADUSC reafirma seu compromisso com as lutas sociais e convida todos os associados a participarem desta campanha nos endereços abaixo:

https://secure.avaaz.org/po/petition/Iago_Gomes_Solidariedade_a_Iago_Gomes_JuntosBA_ameacado_pela_PM_em_Ipira/?launch

https://secure.avaaz.org/en/petition/Ministerio_Publico_Solidariedade_a_Samia_Bonfim_Frota_na_Cadeia/?nkixFjb

Governo assina Termo de Acordo e docentes encerram greve com vitória

Em reunião na tarde desta quinta-feira (06), o governo Rui Costa (PT) e os docentes das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) assinaram o Termo de Acordo encerrando à greve da categoria. Após 86 dias de intensa luta, com aulas públicas, atos, ocupação da Secretaria da Educação do Estado (SEC), e resistência à intransigência e truculência do Governo, o Movimento considera o acordo vitorioso. Com o fim da greve, os docentes permanecem mobilizados em prol de um orçamento justo e pela ampliação do quadro de vagas para 2016, além de fortalecer o debate da pauta interna.

Confira o Termo de Acordo Frente e Verso

Só a luta muda a vida

Os avanços conquistados pela categoria numa greve histórica mostram a importância da organização e luta dos trabalhadores, sobretudo neste momento de acirramento e crise em todo país. Apesar de alegar frustração na arrecadação, o governo Rui Costa (PT), desde o início do mandato, tem aprovado medidas contraditórias, como, por exemplo, a aposentadoria vitalícia e outras benesses aos ex-gestores do estado. Nesse sentido, a luta docente vem reafirmar que os trabalhadores e a “Educação Pública” não podem ser penalizadas por essa inversão de prioridades.

Com a assinatura do acordo o governo se comprometeu com a revogação, em até 60 dias, da autoritária Lei 7.176/97, que interfere na autonomia didática, administrativa e financeira das universidades. Até lá reuniões semanais entre docentes e governo ajustarão a Minuta Substitutiva da Lei, que não poderá, segundo o acordo firmado, “restringir, reduzir ou diminuir a autonomia universitária conforme estabelecido no artigo 207 da Constituição Federal”.

Os docentes também garantiram a implantação de todos os processos de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho, em até 60 dias. Apesar de ser um direto garantido no estatuto do Magistério Superior, através de muita luta contra o então governo Carlista, no caso da UESC, havia processo parado desde fevereiro de 2013. Um novo quadro com remanejamento das vagas docentes será encaminhado, em regime de urgência, para Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), permitindo, assim, que os processos continuem caminhando, no mínimo, até o fim deste ano.

Outra conquista importante é o compromisso de recurso extra ao orçamento já previsto às universidades para garantia dos direitos fruto do acordo. Desta forma, não serão comprometidos demais direitos trabalhistas, nem a manutenção, ações do PPA, finalística de custeio nem investimento nas Universidades.  Ainda sobre o orçamento, a greve dos professores, junto a ampla mobilização estudantil, obrigou o governo a se comprometer em não realizar cortes e contingenciamento orçamentário nas universidades estaduais até o final deste ano. Também foi acertada a devolução das cotas mensais do orçamento, que haviam sido retiradas pelo governo no primeiro trimestre de 2015.

A Luta continua

Ao retirar da mesa o “Termo de Compromisso” que teria uma  agenda para elaboração de novo quadro docente para 2016, o Governo Rui Costa (PT) reafirma sua política de desrespeito aos direitos trabalhistas. Isso porque, o remanejamento nos quadros de vaga das universidades, conquistado com a greve, resolve o problema das promoções apenas em curto prazo. Nesse sentido, o Fórum das ADs protocolou documento (veja aqui 1 e 2) solicitando uma agenda de reuniões, para discutir com governo um novo quadro que garanta os direitos para o próximo ano.

A luta por orçamento também continua. Os docentes cobrarão dos reitores discussão ampla dos recursos da universidade e orçamento participativo. Desta forma pretendem que a posição dos gestores no Grupo de Trabalho (GT) com governo para elaboração do Orçamento Universitário de 2016 represente os interesses da comunidade acadêmica. A cobrança ao governo e deputados estaduais, com mobilização durante a construção da Lei Orçamentária Anual (LOA) também será mantida.

Com o fim do movimento grevista, professores e professoras voltam a desenvolver suas atividades nesta sexta-feira (7). Contudo, cabe a reitoria convocar o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) para elaboração do novo calendário com a participação da comunidade acadêmica.

Assembleia da ADUSC mantém a greve até assinatura do Termo de Acordo

Em assembleia desta quarta-feira (05), os docentes da UESC aprovaram a manutenção da greve até a assinatura do Termo de Acordo pelo governo. A proposta conquistada com a greve garante o cumprimento dos direitos trabalhistas, a revogação da Lei 7.176/97 e o repasse integral do orçamento de 2015. A reunião com governo está agendada para esta quinta-feira (6).

Responsabilidade

Durante a assembleia, diversas falas saudaram a condução do movimento pelo “Comando de Greve” e a mobilização unificada entre as Universidades Estaduais da Bahia (UEBA). Os docentes reiteraram sua indignação com o desrespeito do Governo Rui Costa (PT) para com as universidades, responsabilizando o mesmo pela deflagração e prolongamento do movimento paredista. A categoria esperava encerrar a greve na última sexta-feira (31), quando o governo deveria apresentar, junto ao acordo, um “Termo de Compromisso” com agenda para discussão de um novo quadro docente para 2016. Entretanto, voltou atrás e não apresentou o documento (veja aqui).

Há 85 dias em greve, os docentes consideraram o termo de acordo, arrancado através da mobilização, num cenário de acirramento das lutas em todo país, uma conquista histórica do movimento. Assim, aprovaram a saída da greve mediante assinatura do documento apresentado em assembleia.

Com o acordo, promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho represados serão implementadas, sem comprometer outros direitos trabalhistas, a manutenção, ações do PPA, finalística de custeio e investimento das Universidades. O governo deverá encaminhar para a Assembleia Legislativa, em até 60 dias, o projeto que revoga a lei 7176/97 e assegura a autonomia universitária conforme o artigo 207 da Constituição Federal. O repasse do orçamento de 2015, que estava represado em 25% nos meses de janeiro a abril, será garantido em sua integralidade.

Confira aqui Termo de Acordo.

A luta continua

Com encerramento da greve, os docentes permanecerão mobilizados para garantir na Lei Orçamentária Anual (LOA) o investimento adequado para as universidades, e avançar no debate da democracia e autonomia internamente. O Fórum das Associações Docentes (ADs) também protocolará um pedido de reuniões com o governo para discutir um novo quadro docente para 2016. Para o diretor da ADUSC e membro do Comando de Greve, Marcelo Lins, “a retirada do Termo de Compromisso da mesa sinaliza a falta de vontade do governo em cumprir os direitos trabalhistas no próximo ano, e não iremos permitir mais este ataque”.

Após a assinatura do acordo, nesta quinta-feira (6), os docentes retomam as atividades acadêmicas e aguardam da administração da universidade a convocatória para discussão do novo calendário.

ADUSC convoca assembleia para quarta-feira(5)

No uso de suas atribuições, que lhe confere o Art. 22 do Regimento Geral, a diretoria da ADUSC/Seção Sindical do ANDES/SN, convoca a todos os associados para Assembleia ordinária a realizar-se no dia 05.08.2015 (quarta-feira), às 09:00h em primeira convocação e às 9:30h em segunda, no CEU no Térreo do Pavilhão Adonias Filho, com a seguinte pauta:

1) Informes;

2) Avaliação da greve;

3) Encaminhamentos;

4) O que ocorrer.

 
Campus Soane Nazaré, 03 de agosto de 2015.

 

 

O GOVERNO NÃO CUMPRE O ACORDADO: A GREVE CONTINUA

Na tarde desta sexta-feira (31.07), o Movimento Docente (MD) disposto a assinar a Minuta de Acordo e Termo de Compromisso, reuniu-se com o governo do estado da Bahia. No entanto, os representantes de Rui Costa não apresentaram o termo de Compromisso discutido durante as negociações do dia 27.07, que garantiria a criação de uma agenda de trabalho para debater os direitos trabalhistas em 2016. Por deliberação das assembleias gerais, das quatro universidades estaduais da Bahia, a recusa do Governo em apresentar o Termo impede a conclusão das negociações e o fim da greve. Respeitando as decisões do conjunto dos professores, continuamos em greve e aberto ao diálogo!