Universidades Estaduais Baianas estão em ESTADO DE GREVE!!

SOMOS QUATRO!! # Fórum das ADs em luta!!

Aprovado o Estado de Greve dos Docentes na UNEB.
UESC, UNEB, UEFS e UESB seguem juntas pela:

1. Revogação da lei 7.176/97;
2. Um mínimo de 7% da receita líquida de impostos do Estado para as universidades estaduais;
3. Ampliação do quadro de vagas;
4. Valorização do trabalho docente;
5. Respeito aos direitos trabalhistas;
6. Reposição salarial em parcela única.

Dia 08 de abril seguiremos com o ato público em Salvador!
Governo, queremos negociações!!!

# Nenhum direito a menos!!

 


Charge: Rice Araújo

Inicia Seminário Nacional da Comissão da Verdade do ANDE-SN

Começou ontem(31), o Seminário Nacional da Comissão da Verdade do ANDE-SN e a ADUSC está presente no debate! A representação está sendo feita pela professora, Aline Prado Atassio.

No primeiro dia, docentes e demais participantes, debateram a luta pela memória e justiça e a repressão e resistência dos movimentos sociais. O Seminário continua nessa quarta-feira(01), e segue com as discussões acerca do Autoritarismo; Luta por memória e justiça; Movimentos sociais: repressão e resistência ontem e hoje; Exploração indígena; Protagonistas de seus direitos e a Fragilidade da Democracia.

“O encontro é o ponto culminante de uma série de eventos regionais em todo o país, organizados pela entidade, e que procuram dar conta do debate sobre a necessidade de resgatar fatos e efeitos relacionados ao período ditatorial junto à universidade, mas também a relação desses com outros segmentos da sociedade. O tema geral do seminário é ”A Universidade e a Ditadura Empresarial-Militar no Brasil: Luta por Memória, Verdade e Justiça”. Fala do presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo.

Confira aqui toda a programação

Fotos: ANDES-SN

MML lança vídeo pela aplicação de 1% do PIB para o combate à violência contra mulher

imp-ult-942407616O Movimento Mulheres em Luta (MML) lançou nessa semana um vídeo alusivo à campanha nacional pelo investimento de 1% do PIB nas políticas de combate à violência contra mulher. “Hoje, o governo federal destina apenas 0,003% do PIB para o combate a violência, o que representa o gasto de apenas R$ 0,26 para cada mulher agredida”, ressalta o material de divulgação. Dessa forma, o baixo investimento faz com que o Brasil seja o 7º país, entre 80 países, onde mais se matam mulheres, sendo que 61% das vítimas são negras.

Liliane Machado, uma das coordenadoras do GTPCEGDS (Grupo de Trabalho Política e Classe para as questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual),  afirma que “o combate à violência contra as mulheres tem que ser constante, uma vez que a agressão acontece cotidianamente, em diversas classes sociais e ambientes, principalmente no meio doméstico”.

Diante da realidade de cortes no orçamento público, que estão sendo implementados pelo governo federal, Liliane também aponta a importância da campanha. É fundamental para esclarecer e conscientizar a população de que a violência de gênero existe e precisa ter fim”, reforça. Dessa forma, a coordenadora do GTPCEGDS do Sindicato Nacional ressalta o papel do ANDES-SN e de suas seções sindicais em fortalecer a campanha e pressionar para que mais políticas de combate à violência contra mulher sejam efetivadas.

 Confira o vídeo e o abaixo-assinado para que seja destinado 1% do PIB para políticas de combate a violência contra a mulher.

Fonte: ANDES-SN

“Estamos em Estado de Greve e queremos um diálogo”.

“Estamos em Estado de Greve e queremos um diálogo”.
Foi por maioria, que a Assembleia Geral de Docentes da ADUSC, aprovou ontem(25) o Estado de Greve!
A aprovação soma forças às lutas dos Docentes da UESB e UEFS, que nessa semana, também declararam Estado de Greve.

A aprovação seguirá com a paralisação no dia 08 de abril, com um ato na Secretária de Educação (SEC) e na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em Salvador. Será uma paralisação conjunta com o Lançamento do Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública.
No ato estarão presentes, Movimento Sindical, Social e Popular, denunciando e defendendo suas pautas e lutas.

As Universidades Estaduais Baianas (UESC, UESB, UEFS e UNEB), pautam a(o):
1. Revogação da lei 7.176/97;
2. 7% da receita líquida de impostos para educação;
3. Ampliação do quadro de vagas;
4. Valorização do trabalho docente;
5. Respeito aos direitos trabalhistas;
6. Reposição salarial em parcela única.

Durante a Assembleia de Docentes da ADUSC, a plenária também aprovou um Comando de Mobilização Local de Professores: Luana Rosário, Maíra Tavares, Verbena Córdula, Paulo Rodrigues, Elvis Barbosa, José Luis e Luiz Henrique Blume.
Para ampliar este comando, estão convidados estudantes e servidores técnicos administrativos, para somar às atividades que unifiquem a luta.

As mobilizações iram para as ruas, e se ainda sim, o Governo não abrir um canal de diálogo, as Universidades Estaduais Baianas, irão parar.

Curta nossa página no Facebook e acompanhe todas as mobilizações e agendas.

Estudantes da UESC reivindicam condições de sala de aula

pageNós, estudantes da UESC, alocados no Pavilhão de Ciências Exatas e Tecnológicas, realizamos na tarde de ontem(24), uma mobilização, reivindicando as condições das salas de aulas. As atuais condições das salas de aula beiram a insalubridade, já que os aparelhos ar-condicionado não funcionam em sua totalidade desde o inicio das atividades, há um ano e meio. Cerca de 200 assinaturas dos discentes foram colhidas e encamihadas à reitoria.

Já há algum tempo, a reitoria argumenta que o pavilhão se encontra sobre garantia da empresa executora da obra e que este processo foi realizado pela SUCAB, órgão do governo estadual extinto na última reforma administrativa realizada pelo governo Rui Costa.

Com todo este imbróglio envolvendo a instituição, entre uma empresa privada e o governo do estado, a solução sugerida em conjunto com o vice-reitor, Evandro Sena, foi à alocação das aulas para outras salas que possuem aparelhos de ar-condicionado funcionando, enquanto se dará o prazo de três meses para a compra de ventiladores, que serão medidas paliativas até a solução do impasse.

Desta forma, nós estudantes, seguiremos organizados, e até haver medidas efetivas da reitoria, as manifestações não serão descartadas.

Texto dos Estudantes

Professora da UESC: “era meu dever não ser mais uma a me calar”.

Professora Luana Rosário. Imagem: Facebook.
Professora Luana Rosário. Imagem: Facebook.

Professora da UESC e advogada, Luana Rosário, foi vítima de abuso sexual dentro de um ônibus.

“Foi muito difícil. Assim como está sendo difícil escrever esse texto. Mas preciso fazer isso, pois, é o que eu ensino em sala de aula. Mulheres, não é normal que um homem toque em seu corpo sem o seu consentimento! Falem e busquem apoio”.

A professora Luana narrou detalhes do ocorrido, manifestando toda angústia e sensação de vulnerabilidade diante da falta de assistência.

Por Luana Rosário/Facebook

Eu, advogada e professora universitária, embarquei na noite de 8 de março no Ônibus da Àguia Branca, em Salvador, com destino à Itabuna. Antes da partida, com as instruções de praxe, acerca de uso de cinto de segurança e tempo estimado de viagem, o motorista desejou a todas as mulheres presentes um Feliz Da Internacional da Mulher. Pedi a Deus uma boa viagem e dormi. Por volta das 3:00h da manhã acordei assustada com a mão do senhor da poltrona ao lado por dentro da minha blusa entre a cintura e cóis da calça. Atônita, perplexa, com raiva, ultrajada, retirei aquela mão e acendi a luz de leitura de minha poltrona. Olhei para os lados, o ônibus estava todo escuro, as pessoas dormiam. E agora? Faço um escândalo? Acordo todo mundo? Só consegui pensar que não poderia mais ficar ao lado daquele homem. Mandei que se levantasse para que eu fosse ao banheiro. Não ia passar na frente dele sem que se ele se levantasse da poltrona de jeito nenhum! Fugi para o banheiro! Dentro do banheiro, sozinha, repeti várias vezes, pensa, pensa! Só pensava que não podia voltar para a minha poltrona! Fui até a cabine do motorista e bati na porta feito uma louca. Quando ele abriu, eu disse: – Motorista, preciso de outra poltrona porque o senhor ao meu lado passou a mão em mim. Além disso, quero registrar uma ocorrência. Pensei em quantas mulheres passaram e passam por isso e achei que, com a minha formação, era meu dever não ser mais uma a me calar. Virei-me para todo ônibus e contei a todos os passageiros o ocorrido. Pedi ao motorista que acendesse as luzes do veículo. Nunca me senti tão vulnerável. Durante todo o tempo, desde o momento em que um estranho tocou em meu corpo sem minha autorização, durante a exposição a que me submeti com a minha fala e com tudo o que seguiu adiante. Quando o motorista parou no posto da PRF de Gandu e esse disse que naquela cidade não tinha plantão da polícia civil e que teríamos que ir até Itabuna, quando esse mesmo agente me perguntou se algo na minha bolsa tinha sido roubado (ao que eu respondi: ele passou a mão em mim! Isso é pouco?), quando o motorista, ainda que bem intencionado pediu que eu ligasse para algum conhecido em Itabuna, para que esse conhecido providenciasse qua a PM fosse até a rodoviária pois ele não conhecia bem a cidade e não conseguiria chegar à delegacia da polícia civil, o que eu fiz, sem não antes ressaltar que a empresa não poderia se eximir de sua responsabilidade. Tendo voltado ao ônibus chorei muito pelos km que ainda faltavam. Quando, tendo o ônibus parado em frente a um módulo policial defronte à rodoviária, enquanto o motorista desceu para narrar o ocorrido ao policial militar, fiquei sozinha e sem apoio; quando o primeiro passageiro desembarcou sem cerimônia; quando, o PM, ao subir para comunicar que todos seguiriam para a delegacia, vários passageiros se opuseram; quando faltou argumentação sensível do policial militar em face dessa recusa; quando, tendo chegado à delegacia da polícia civil, com ônibus e cerca de 12 testemunhas que permaneceram não havia delegado plantonista; quando houve a primeira alegação feita pelos agentes da incompetência pela territorialidade, comentários vagos sobre ausência de testemunha ocular do fato ou ausência de prova material do delito ou incapacidade de se fazer perícia. Diante da pressão feita pelas testemunhas presentes, a quem sou infinitamente grata, e da minha advogada para quem liguei às 03:30 da manhã, colega professora universitária, foram ouvidos o agressor, a mim e ao motorista e todas as testemunhas dispensadas. Além da violência do abuso, eu tive que lidar com uma série de violências sucessivas decorrentes do despreparo dos agentes de Estado para lidar com a violência contra a mulher. Foi muito difícil. Assim como está sendo difícil escrever esse texto. Mas preciso fazer isso, pois, é o que eu ensino em sala de aula. Mulheres, não é normal que um homem toque em seu corpo sem o seu consentimento! Falem e busquem apoio!

 Nota do Movimento Mulheres em Luta.

Todos os dias mulheres são vítimas de violência nos transportes públicos. Este é mais um resultado da ideologia machista, que difunde das mais diversas formas a ideia de que o corpo da mulher é público e suscetível aos “anseios” viris do homem. No dia 8 de Março, ultimo, Luana Rosário foi uma das vítimas deste processo.

Durante a madrugada, no trajeto de Salvador para Itabuna, Luana acordou assustada com a mão de um desconhecido por baixo da blusa, próximo ao cós de sua calça. Não bastasse a violência e o constrangimento de o violentador tentar desacreditá-la enquanto fazia a denúncia ao motorista e aos demais passageiros, Luana também foi vítima do descaso do Estado com o combate ao machismo.

Luana foi vítima da falta de políticas públicas para a prevenção e combate desta forma de violência machista nos terminais rodoviários. Foi vítima do funcionamento limitado das Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM), aberta apenas de segunda a sexta nos horários comerciais. Vítima do despreparo da delegacia comum, composta majoritariamente por homens, quase sempre coniventes com a lógica machista e patriarcal que impera em nossa sociedade.

Doutora em direito e militante das causas sociais, Luana buscou justiça para si, mas também tornou pública sua indignação, dando voz a mulheres muitas vezes silenciadas pelo medo, vergonha ou, até mesmo, falta de informação.
Nós do Movimento Mulheres em Luta (MML) nos solidarizamos com Luana e com todas as mulheres vítimas de violência nos transportes públicos, e convidamos a todas e todos a transformar a dor e indignação em luta.

MML: http://mulheresemluta.blogspot.com.br/

 

Em defesa do Museu de Chico Mendes e ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC)

cartaz_enchente-1A CSP-Conlutas acaba de lançar uma campanha nacional. O objetivo é reerguer o Museu Chico Mendes, onde viveu e morreu o líder seringueiro e dos povos da floresta, e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, um dos principais palcos de sua trajetória e, atualmente, entidade importante para organização e luta dos trabalhadores daquela região.

A iniciativa tem por objetivo arrecadar recursos financeiros para as duas entidades. Situadas na cidade de Xapuri, que fica a 188 km de Rio Branco (capital do Acre), foram atingidas pela enchente histórica que devastou a região em fevereiro. A cheia do Rio Acre atingiu mais de 42% da área urbana do município, forçando a saída às pressas de mais de duas mil pessoas de seus lares.

No caso do Museu Chico Mendes, tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), os prejuízos são grandes. Equipamentos foram danificados e a estrutura comprometida. O mesmo aconteceu com a sede do Sindicato.

Esses dois patrimônios dos trabalhadores rurais brasileiros guardam uma fatia importante da história de luta e resistência dos seringueiros da Amazônia contra o desmatamento e a ganância dos fazendeiros da região – responsáveis pelo assassinato de Chico Mendes em 1988.

O legado de Chico Mendes, que sempre subordinou a defesa dos povos da floresta contra a expansão pecuária e madeireira à luta de classes, precisa ser preservado. Colabore!

Saiba como ajudar

DADOS PARA DEPÓSITO

Banco do Brasil | Agência: 4223-4 | C/C: 8908-7 | CSP-Conlutas

Envie e-mail para financeiro@cspconlutas.org.br, informando valor e identidade do responsável pelo depósito

Confira o vídeo com o relatos: https://www.youtube.com/watch?v=Vl6wb-ekksg&list=UUbUnByBna48ouwEU%20ENkc9ww&t=12

Fonte: CSP-Conlutas

 

2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas

Sem títuloA CSP-Conlutas, lança a segunda edição do boletim do seu 2º Congresso Nacional. O boletim traz o lançamento do site, onde estão todas as informações sobre esse evento: cronograma do Congresso, valores das taxas e os contatos para esclarecer dúvidas. Além dos materiais de divulgação, como cartaz, adesivo e manifesto.

O 2º Congresso da CSP-Conlutas acontece entre os dias 4 e 7 de junho, em Sumaré (SP). Confira aqui.

*Com edição da ADUSC

 

Governo em Xeque: ponderações sobre conjuntura

Ilustração de Vitor Teixeira
Ilustração de Vitor Teixeira

18 de março foi dia tumultuado pros lados de Brasília. O governo em completa ressaca política e moral, após as manifestações do dia 15. Acuado pela imprensa que coloca cada vez mais lenha na fogueira. Fogueira que a cada dia ganha intensidade e deixa mais bem-passada a carne desse sangrado poder. A nova etapa da lava jato e suas repercussões aumentam as tensões.

Nesse contexto difícil, o Planalto resolveu responder. Três acontecimentos do dia de ontem nos ajudam a compreender o que se passa no jogo político.
1) Dilma vetou propostas da lei do Novo Código de Processo Civil. O principal mecanismo vetado pela Presidenta foi a possibilidade de converter ação individual em coletiva. Em suas razões, Dilma afirma que “da forma como foi redigido, o dispositivo poderia levar à conversão de ação individual em ação coletiva de maneira pouco criteriosa, inclusive em detrimento do interesse das partes“. Essa medida tem claro caráter de proteção às empresas, uma vez que companhias que são processadas por casos de repercussão maior (má qualidade dos serviços, por exemplo) sofreriam punições mais eficientes num processo coletivo. Também essa medida descongelaria ações similares e agilizaria o Judiciário. Isso barra um avanço nas lutas judiciais dos trabalhadores e agrada o mercado.
2) O governo criou novo pacote anticorrupção. Esse pacote consiste, assim como os pecados capitais, em 7 medidas: tipificação do caixa dois; perda de propriedade e de posse de bens; alienação antecipada de bens apreendidos; ficha limpa para servidores; tipificação do enriquecimento ilícito de servidores públicos; regulamentação da Lei Anticurrupção de 2013; e Grupo de Trabalho para discutir agilização de processos. Nenhuma dessas políticas é exatamente novidade, servindo esse lançamento mais para propaganda (talvez tenha vindo mais da cabeça de João Santana do que de Dilma). Mesmo assim, dentre as medidas, uma chama a atenção. No decreto que regulamenta a Lei Anticorrupção, entrará dispositivo que só permite a aplicação de multa às empresas corruptoras, no percentual máximo de 20% sobre o faturamento, em casos de reincidência. “Cada um destes itens representa até um quarto da multa. Ou seja, se a reincidência for considerada grave, a empresa receberá uma multa de até 5%. Se o contrato, ou os contratos, forem iguais ou superiores a R$ 1 bilhão, outros 5%, fazendo com que estes dois itens representem a metade de uma eventual multa máxima, de 20% sobre o faturamento.” Ou seja, a Lei Anticorrupção poderia mudar seu nome para Lei não-dá-nada-corrupção, uma vez que a alteração do governo é aliviar para o lado das empresas, que só vão ser punidas pela reincidência, além de criar atenuantes. Na dúvida, faça contratos com o governo usando suas 5 empresas fantasmas, aí não precisa se preocupar com reincidência e com multa.
3) O Planalto demite o ministro da educação,Cid Gomes. O ministro da educação na “Pátria Educadora”, muito criticado pelos movimentos sociais da educação por sua gestão no Ceará, esticou a corda. Declarou que a Câmara dos Deputados possui “uns 400 deputados, 300 deputados achacadores (…) Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas“. Sinceridade demais não é virtude na política palaciana do legislativo. E nesse momento de ânimos aflorados, o PMDB não aceita transigências em seu poder. Quer colocar o governo no seu “devido” lugar, acuado, sozinho, pedindo esmola. Por isso, Cunha chamou Cid para se desculpar no Congresso e Cid reiterou suas acusações, afirmando que se a carapuça serviu a culpa não é dele e que essa base aliada deveria “largar o osso” e ir de vez para a oposição. A situação se tornou insustentável e Cunha deu nova demonstração da força do PMDB. Este grande partido da pequena política, mais temido que amado, esperneou e Dilma prontamente atendeu. Cid foi demitido imediatamente. Reforça-se o isolamento do governo e precipita-se uma reforma ministerial (após apenas três meses de governo). O próximo passo do governo, ao que tudo indica, é ceder mais espaço ao PMDB, alterando a composição dos ministérios para agradá-lo e tentar continuar em Brasília pelo menos até o fim do mandato.
Todas essas medidas comentadas mostram que no jogo de xadrez da atual disputa política no Brasil, o governo está sob forte ataque e com poucas peças. A cada mínima exigência do PMDB, que não deixa passar nada, o governo cede mais, cede aos empresários, ao mercado, aos bancos, cede à base aliada, mesmo sabendo que de aliada essa base não tem nada. Seus bispos, seus meios de propaganda, e instrumentos ideológicos, já foram comidos, por uma mídia golpista e antidemocrática e pela opinião pública irritada com o toma-lá-da-cá neoliberal. Seus cavalos estão cansados e com pouca força, seus principais nomes de apoio não conseguem mais costurar a governabilidade. Inabilidade total quanto à pequena política mina suas relações. Suas torres, seu partido, que deveria proteger seu perímetro, está desmoralizado com a corrupção, que é evidenciada em seu coração, no financiamento nacional das campanhas eleitorais e no esquema bilionário de desvio de recursos públicos, além da desconfiança de setores mais democráticos dentro do PT (acredite ou não, eles são pequenos mas ainda existem) perante sua política de direita.O próprio Lula abandona o navio antes que naufrague. E o que falar de seus peões? O governo irrita a direita pelo seu verniz progressista (verniz desgastado porque após 2002 nunca foi restaurado), ao mesmo tempo em que a cada dia cede mais a ela em suas ações. Sua base, que o elegeu acreditando num discurso progressista, se sente traída e não consegue ir às ruas para defender o indefensável. A escandalosa institucionalização do PT em aparatos como CUT e UNE o fez esquecer o que é movimento social e a base.A CUT teve que pagar pra pessoas irem às ruas dia 13. Os peões estão sendo comidos. O governo está em xeque.
É momento de nos perguntarmos o que fortalece a direita. Tememos as manifestações reacionárias que ganharam a mídia e as ruas ultimamente. Mas blindar o governo os enfraquece ou os fortalece? A resposta certa será dada pela história, mas um erro agora será fatal.
*Yuri Campagnaro mestrando em sociologia do direito da UFPR, violonista e socialista. Ruivo e poeta.