XIV Encontro do Setor das Iees/Imes aponta indicativos de ação para a categoria

Representantes de 24 seções sindicais do ANDES-SN participaram nesse fim de semana, 16 a 18 de setembro, do XIV Encontro Nacional do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) do Sindicato Nacional, realizado em Salvador (BA). O encontro teve como tema “Resistência à ofensiva conservadora: Disputa do fundo público, contra o sucateamento das IEES/IMES e o arrocho salarial” e resultou em proveitosos debates e indicativos de ação para a categoria. Represetaram a ADUSC durante o encontro os docentes Luiz Blume, I secretário da ADUSC e coordenador do Fórum das ADs,  Carlos Vitório de Oliveira, I Tesoureiro, e Emerson Lucena.

Entre os temas sobre os quais os professores estaduais e municipais se debruçaram durante os três dias de encontro estão a atual conjuntura política, orçamento público, a retirada de direitos trabalhistas e sociais, a luta da Frente Nacional “Escola sem Mordaça”, as estratégias de enfretamento ao governo Michel Temer e a construção de uma greve geral no país.

Segundo Alexandre Galvão, secretário-geral do ANDES-SN e um dos coordenadores do Setor das Iees/Imes, a realização do Encontro foi fundamental para discutir a conjuntura vivenciada em todo o país e fortalecer a luta dos docentes da base do Sindicato Nacional. “As discussões realizadas no XIV Encontro Nacional do Setor das Iees/Imes são de extrema importância para que as lutas se integrem cada vez mais e sejam organizadas em torno das bandeiras defendidas pelo Sindicato Nacional, e também para munir o Setor e fazer um enfrentamento ainda mais forte”, disse.

Docentes das Universidades Estaduais Baianas (UEBA) marcaram presença no encontro. Foto: Ascom ADUNEB
Docentes das Universidades Estaduais Baianas (UEBA) marcaram presença no encontro. Foto: Ascom ADUNEB

Após a mesa de abertura do Encontro, que ocorreu no início da tarde de sexta-feira (16), foram realizadas duas mesas temáticas. A primeira delas debateu sobre “A conjuntura e a resistência à ofensiva conservadora” e contou coma participação dos diretores da Aduneb – SSind., Milton Pinheiro e Ediane Lopes, e a mediação de Alexandre Galvão. Os expositores realizaram uma profunda análise de conjuntura não apenas do Brasil, como do mundo, e apontaram a atual crise capitalista como sistêmica. Os ataques do Estado à classe trabalhadora na tentativa de reconfiguração da crise também foram pontuados, assim como as investidas do conservadorismo com o projeto “Escola sem Partido” que ataca diretamente a liberdade de expressão dentro das salas de aula.

As discussões da segunda mesa temática “Ajuste Fiscal, Dívida Pública e Financiamento das IES Públicas” abordaram assuntos como dívida pública, financiamento das instituições de ensino superior, direitos trabalhistas e Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os debatedores foram Marcos Tavares, professor de Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Luiz Henrique Schuch, diretor da Associação dos docentes da Universidade Federal de Pelotas (Adufpel SSind). A mediação do debate ficou por conta da Juliana Fiúza, 1ª vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do Sindicato Nacional e também da coordenação do Setor das Iees/Imes.

O debate levou os presentes a refletir sobre a disputa pelo fundo orçamentário público e as leis que são criadas pelos governos para atender ao Capital. Para Tavares, o desvio de verbas do Orçamento para o pagamento da dívida pública brasileira faz com que os recursos se tornem escassos, resultando na intensificação da disputa pelo fundo público e no baixo financiamento das instituições de ensino superior. Schuch citou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – criada em 2000 para reformar o Estado -, como um mecanismo utilizado pelos governos para delimitar para quais setores serão distribuídas as verbas públicas, levando em conta os seus interesses, que nem sempre vão ao encontro daqueles da população.

No sábado (17) de manhã, ocorreram os informes das seções sindicais do ANDES-SN sobre a realidade enfrentada nos seus respectivos estados. Já no período da tarde, os docentes participaram dos grupos de trabalho (GT) para debater os seguintes temas: disputa do fundo público e formas de financiamento das Iees/Imes, arrocho salarial, direitos trabalhistas e Previdência, condições de trabalho e assédio moral, projeto “Escola Sem Partido”, “Ideologia de Gênero” e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No domingo (18), foi realizada uma plenária final na qual foram lidos os indicativos de ação para a categoria no próximo período.

Confira a Carta do XIV Encontro do Setor das Iees e Imes do ANDES-SN

Calendário
O XIV Encontro Nacional do Setor das Iees/Imes indicou a necessidade de adesão dos docentes às mobilizações já marcadas para os dias 22 e 29 de setembro. Nessas datas, servidores federais, estaduais e municipais farão protestos, atos públicos e paralisações em todo o país contra a retirada de direitos, o ajuste fiscal e pelo Fora Temer e construção da greve geral no país.

“Um dos elementos marcantes deste encontro foi à conscientização dos presentes sobre a participação dos docentes nas manifestações do dia 22 e 29, assim como a construção da greve geral, como definiu a última reunião ampliada do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=8366 , realizada em Brasília (DF) e que contou com a participação dos servidores públicos de todas as esferas”, disse Alexandre Galvão, que ressaltou ainda a importância da próxima reunião do Setor das Iees/Imes, que será realizada nos dias 8 e 9 de outubro em Brasília para discutir e deliberar as indicações do Encontro realizado na capital baiana, e dar continuidade à organização docente.

*Com informações da Aduneb SSind.

 

Fonte: ANDES-SN, com edição

Novos ataques do governo Temer intensificam desmonte da Educação Pública no país

Reforma curricular do Ensino Médio, acordo de serviços internacionais e transferência de verbas para tubarões de ensino são alguns dos ataques recentes à educação

imp-ult-1529782591Nas últimas semanas, o governo Michel Temer vem adotando diversas medidas que atacam diretamente a educação pública no país. Entre elas: a assinatura de acordo internacional que visa regulamentar a educação pública como serviço, a reforma curricular do Ensino Médio, e a intensificação das políticas de transferência de verbas públicas para empresas ligadas a educação privada.

No final de agosto, o Ministério da Educação, por meio da portaria n° 983, criou um grupo de trabalho com a finalidade de realizar um levantamento da legislação brasileira para revisar as condições diferentes entre o prestador de serviço nacional e estrangeiro para efeitos de negociações internacionais no comércio de serviços. O pedido veio do Ministério das Relações Exteriores que estuda a entrada do Brasil no Acordo de Serviços (Tisa – Trade in Services Agreement), um tratado que tem como objetivo privatizar serviços básicos, como educação, saúde, transporte, energia, telecomunicações, etc. As negociações do Tisa começaram em 2012 e há uma previsão de que sejam concluídas em novembro.

Olgaíses Maués, 3ª vice-presidente e da coordenação do grupo de trabalho em Políticas Educacionais (GTPE) do ANDES-SN, explica que o Tisa é um acordo internacional que procura homogeneizar a oferta de serviços no mundo, realizando, por meio de legislações específicas, a regulamentação dos serviços de um país, transformando-os em mercadorias.  “Isso implica a privatização de praticamente todos os aspectos da vida de uma sociedade, deixando claro que após privatizado não haverá reversão, ou seja, o serviço não poderá ser restatizado. A questão é de tal profundidade que, após a adesão ao tratado, o mesmo será válido para os serviços existentes e para outros que porventura venham a surgir. Haverá uma perda total da soberania do país signatário do Tisa, pois segundo as regras estabelecidas os serviços não poderão estar submetidos a normas nacionais, devendo haver uma total liberalização. Outro aspecto que demonstra a perda da soberania do país é a proibição durante cinco anos da divulgação das clausulas desse contrato”, explica a docente.

De acordo com a diretora do ANDES-SN, as tentativas de incluir a educação como mercadoria nos acordos comerciais internacionais ocorrem desde os anos de 1990 e o Tisa é um desses acordos que pretendem aprofundar ainda mais o processo de privatização da educação pública no país. “É um acordo internacional que, se realizado, irá para além das regras nacionais estabelecidas no país, que hoje já abrem um espaço grande para as empresas privadas, como a Kroton, que possui um grande percentual de ações das empresas estrangeiras ”, disse. Olgaíses ressalta ainda que o ANDES-SN luta contra a assinatura, por parte do governo brasileiro, do TISA, articulando ações com outras entidades sindicais, estudantis e científicas.

Recursos para a Educação Privada e Sistema S
Além de já ter encaminhado ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição 241/16, que congela o orçamento de áreas como saúde e educação por 20 anos, o que na prática vai acabar com a vinculação constitucional do repasse pela União de 18% resultante de impostos para a Educação, o governo Temer segue dando sinais de continuidade da destinação de recursos públicos para empresas privadas do Setor, o que limita ainda mais as verbas previstas para a Pasta. No dia 15 de setembro, o MEC anunciou o repasse de R$ 92 milhões às instituições ligadas ao do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Desse montante, R$ 10 milhões foram destinados a instituições estaduais de ensino superior que ofertam as vagas, o restante R$ 82 milhões, foram distribuídos entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), R$ 14 milhões; Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), R$ 28 milhões; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) R$ 40 milhões. “Não adianta aumentar o orçamento para a Educação e repassá-lo para as empresas privadas. Esse recurso público precisa ir para a educação pública. O governo Temer, em alguns casos cria novos ataques à educação e, em outros, aprofunda aqueles já em curso, como é o caso do Pronatec, que é uma forma de repassar recursos públicos para o Sistema S [11 instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição brasileira, entre elas Sesi ,Sesc e Senai]”, afirma a 3ª vice-presidente do ANDES-SN, lembrando que o enxugamento no orçamento da educação pública, cada vez mais favorece o discurso da privatização.

Reforma no Ensino
No dia anterior ao anúncio do repasse ao Pronatec, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou, na abertura de um seminário sobre educação pública em São Paulo, a proposta do governo de Reforma do Ensino Médio que prevê, entre outras medidas, o enxugamento do currículo, a flexibilidade na escolha das disciplinas e a integração entre a etapa regular de ensino e os cursos técnicos e profissionalizantes. “Essa reforma está dentro de toda essa onda conservadora. Eles querem tirar da grade curricular do Ensino Médio disciplinas como filosofia, sociologia e história – que foram retiradas do currículo no período ditatorial do país -, e que são disciplinas críticas, que fazem uma análise da sociedade, incentivam a reflexão sobre questões sociais e, portanto, abordam também o estudo de lutas de classe. Essa reforma vem junto com o projeto Escola Sem Partido, que visa amordaçar o professor em sala de aula”, disse Olgaíses.

Intensificar a luta
Segundo Olga, mais do que nunca é precisos fortalecer a luta em unidade, no sentido de construção de uma greve geral em defesa dos direitos socais que estão ameaçados pelas mais diversas frentes. “Os ataques são diversos e não apenas na área da educação e através de cortes no orçamento. Mas também via uma série de medidas que tramitam no Congresso e visam retirar direitos da classe trabalhadora, como o PLP 257, a PEC 241, o PLS 204, o PLC 30 das terceirizações, além das anunciadas reformas da Previdência e Trabalhista. Isso sem contar a tentativa, na noite dessa segunda, de se votar no Congresso um projeto que anistia centenas de políticos indiciados na operação Lava Jato por corrupção”, pontua.

A docente conclui destacando que é fundamental que as seções sindicais do ANDES-SN intensifiquem a mobilização na base, e que professoras e professores saiam às ruas nos dias 22 e 29 para protestar contra esses ataques, em unidade com os demais trabalhadores, na perspectiva de construção da greve geral. “Precisamos ampliar a luta. Fazer uma frente com toda as categorias, para impedir essa onda avassaladora que irá varrer nossos direitos”, reforça.

Fonte: ANDES-SN

 

Dia Nacional de Mobilização Rumo à Greve Geral será marcado por paralisações na UESC

10Os professores da UESC paralisarão as atividades nesta quinta-feira (22) como parte do Dia Nacional de Mobilização Rumo à Greve Geral. A data também será marcada por mobilizações e paralisações de diversas categorias dos serviços públicos e privados, contra o ajuste fiscal, a retiradas de direitos e pelo Fora Temer. Os servidores técnicos da UESC também aprovaram em assembleia a adesão ao dia nacional de lutas com paralisação das atividades.

O Dia Nacional de Lutas é uma iniciativa das diversas centrais sindicais, como a CSP-Conlutas, também dos movimentos sociais, estudantis e organizações políticas de esquerda. O objetivo é intensificar a reação e a unidade dos trabalhadores contra os ataques aos direitos sociais em curso rumo à greve geral. As organizações denunciam medidas como o PLP 257/16 (PLC 54/16), a PEC 241/16, e as reformas previdenciária e trabalhista previstas no documento “Ponte para o futuro” do governo ilegítimo de Michel Temer.

Caso sejam aprovadas, as medidas ameaçam a existência de direitos essenciais para  toda a população. A PEC 241, por exemplo, congela o orçamento da saúde, da educação e outros gastos públicos por vinte anos; o PL 257 cria programa de demissão voluntária e impede o cumprimento dos planos de carreira dos servidores públicos; já a reforma trabalhista prevê a flexibilização da CLT, permitindo que os patrões possam negociar acordos independente da legislação, ameaçando as férias e o 13º salário, por exemplo. A Reforma da Previdência visa estabelecer novas regras para a aposentadoria, ampliando a idade mínima.

Neste sentido, é imprescindível a resistência organizada da classe trabalhadora, que prepara mobilizações e paralisações nesta quinta-feira (22), em todo país. No dia 29 de setembro novas mobilizações devem compor a unidade com a paralisação nacional dos metalúrgicos.

Mobilização nas universidades

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O vice-presidente da AFUSC, Rafael Bertoldo, contribuiu com os informes sobre a reunião do Fórum das Doze e a mobilização dos Servidores Técnicos

Para ampliar a mobilização interna, a assembleia também aprovou a criação de uma comissão de mobilização composta pelos docentes José Luiz e Paulo Santos, da diretoria da ADUSC, além de Emerson Lucena e Lucas Sampaio.

A plenária também discutiu a pauta unificada durante a reunião do Fórum das Doze (que congrega as entidades representativas de docentes, estudantes e técnicos das UEBA), a fim de ampliar a unidade da comunidade acadêmica. Professores, estudantes e técnicos defendem: Combate ao PLP 257, a PEC 241 e as reformas da previdência e trabalhista; 7% da RLI para o orçamento das universidades com o objetivo de garantir direitos trabalhistas, melhores condições de trabalho e estudo; 1% da RLI para permanência estudantil; garantia do reajuste linear; realização de concursos públicos para docentes e técnico-administrativos; combate à privatização e terceirização nas Universidades Estaduais da Bahia.

A reunião do Fórum das Doze, que definiu a pauta, aconteceu no dia 12 de setembro e aprovou como encaminhamentos: reforçar, junto à comunidade acadêmica, a denúncia sobre o sucateamento das Ueba; organizar uma agenda de reuniões, local e estadual, entre as categorias; construir um calendário de ações unificado; apoio à paralisação do dia 22; além de convocar uma reunião com a reitoria para discutir o orçamento da universidade. A próxima reunião está agendada para dia 13 de Outubro, na UESC.

10 mil ocupam Esplanada em defesa de direitos e contra ataques aos trabalhadores 

Mais de 10 mil pessoas, entre servidores públicos federais, estaduais e municipais, militantes de movimentos sociais e estudantis tomaram as faixas da Esplanada dos Ministérios, na manhã dessa terça-feira (13), em uma grande marcha que integra a Jornada de Lutas, organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) em unidade com as Centrais Sindicais.

Os manifestantes cobravam a saída do presidente Michel Temer, a retirada de projetos de lei que atacam os serviços públicos, os direitos dos trabalhadores e congelam os orçamentos da União e dos estados como a PEC 241/2016 e o PLP 257/2016 (atual PLC 54/16) e protestavam também contra as reformas Trabalhista e Previdenciária, já anunciadas pelo governo Temer.

A marcha foi marcada pelo uníssono “Fora Temer”, expresso também em camisetas, faixas e adesivos. Diversas bandeiras cobravam também novas eleições e quase todas as falas durante o trajeto, que percorreu a Esplanada, do Museu da República ao Ministério da Fazenda, com direito à parada em frente ao Congresso Nacional, destacavam a grande expressão daquela manifestação e a importância da unidade das categorias de trabalhadores, dos movimentos sociais e centrais sindicais para a construção da greve geral.

“Essa jornada de lutas está sendo um importante passo para a construção da unidade da classe trabalhadora. Todas as entidades estão se esforçando, porque apenas com a unidade da classe será possível construir a greve geral, para dizer, a este governo ilegítimo, que nós não aceitaremos nenhum retrocesso nos nossos direitos. Nós, professores das universidades públicas e institutos federais de todo o Brasil, juntos com os demais servidores e estudantes, entidades, movimentos sociais, não mediremos esforços para construir esta unidade e nos mobilizarmos rumo à greve geral”, ressaltou Eblin Farage, presidente do ANDES-SN.

A presidente do Sindicato Nacional afirmou ainda que é importante que os manifestantes se coloquem contrários aos projetos do “Escola sem Partido”, que busca amordaçar os professores e impor uma ideologia única ao ensino, o PLS 204/2016, que irá aumentar a dívida pública de estados e municípios através de uma manobra ilegal, e também pressionem os parlamentares pela rejeição do PLP 257 e da PEC 241. “É fundamental que a gente consiga dialogar com a população sobre esses projetos, que precarizam ainda mais as condições de vida dos brasileiros, e a importância de se unirem à nossa luta em defesa dos direitos sociais e dos serviços públicos. Fora Temer  e rumo à greve geral!”, exclamou no carro de som, em frente ao Congresso Nacional.

Já no final da marcha, em frente ao ministério da Fazenda, Atnagoras Lopes falou em nome da CSP-Conlutas. Ele ressaltou a importância da unidade construída naquele ato, entre as diversas categorias, as centrais sindicais e os movimentos sociais e reforçou a importância da unificação da luta também com os trabalhadores da iniciativa privada, para a construção de um grande calendário de mobilizações. “Destacamos a importância do dia 22 e enaltecemos o valor do dia 29, quando nacionalmente todas as centrais unificadas, que estão presentes nessa marcha, estão convocando uma greve nacional do setor metalúrgico do país, e esperamos que todos se juntem. Tenho certeza que o exemplo de unidade que as categorias do serviço público dão hoje é fundamental para paramos esse país rumo à greve geral”, reforçou Lopes.

Eblin Farage avaliou como muito positiva a unidade construída entre as diversas categorias dos servidores públicos federais, estaduais, municipais, movimentos sociais, estudantes para a realização da marcha e ressaltou ser fundamental que essa unidade se amplie na perspectiva da construção da greve geral. “Hoje demos um grande passo na construção da unidade com diferentes setores, e a perspectiva é que iremos avançar, com as paralisações e atos marcados para os dias 22 e 29, na construção de uma agenda de lutas, tendo no horizonte a construção da greve geral e a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Esse é o nosso desafio”, concluiu.

Ocupação
Após o término da marcha, manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam o ministério das Cidades. Após negociação, conseguiram ser recebidos pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo, para apresentar a pauta de reivindicações do movimento.

Jornada de Lutas
A jornada de lutas termina nesta quarta-feira (14), com realização da reunião ampliada dos servidores públicos na tenda montada na Esplanada dos Ministérios, quando será feita balanço das atividades e discutidas novas ações do conjunto das categorias.

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Manifestantes de todo o Brasil realizam marcha noturna em Brasília

Fonte: ANDES-SN

Jornada de Lutas rumo à Greve Geral: presidente do ANDES-SN ministrará aula pública na UESC, em 15 de Setembro

15.09

No dia 15 de setembro mobilizações em todo o Brasil marcarão o “Dia Nacional de Lutas rumo às Greve Geral”. A data faz parte da Jornada de Lutas que teve início no dia 12 com um acampamento que segue até o dia 14 em Brasília. A mobilização é contra o aprofundamento do ajuste fiscal, das retiradas de direitos e das reformas previdenciárias e trabalhistas em curso. Como parte das mobilizações nacionais a ADUSC promoverá uma aula pública, que será ministrada pela presidente do ANDES-SN, Eblin Farange, a partir das 17 horas, no CEU. A mobilização de docentes em diversas cidades baianas também fazem parte do “Dia Estadual de Luta em Defesa da Educação Pública e dos Direitos”.

O Dia Estadual de Luta foi encaminhado pelo Fórum das Associações de Docentes (ADs) das Universidades Estaduais Baianas (UEBAs). O objetivo é denunciar o descaso do governo com a educação pública na Bahia e cobrar solução para os atuais problemas. Nas universidades estaduais, o corte de 73 milhões no orçamento tem prejudicado aulas de campo, compra de materiais e o pagamento de contas, fornecedores e da mão-de-obra terceirizada. Além disso, direitos trabalhistas estão sendo constantemente negados.

Também tramitam no congresso federal projetos que querem acabar de vez com a educação e outros serviços públicos essenciais como a saúde. O Projeto de Lei 257 impossibilita a realização de concursos públicos e a garantia de direitos como promoções e progressões na carreira dos servidores públicos. Já o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241 congela o orçamento da educação e de outros serviços por 20 anos. Além disso, o projeto “Escola Sem Partido” pretende colocar uma mordaça nos professores e ainda questiona a capacidade crítica dos estudantes.

Na UESC, a programação do “Dia Estadual de Luta em Defesa da Educação Pública e dos Direitos” começa cedo, com passagens em sala e panfletagem no campus. Uma aula pública com o mesmo tema será ministrada pela presidente do ANDES-SN, Eblin Farange, a partir das 17 horas, no CEU. Após os debates os presentes participarão de uma programação cultural.

Manifestantes em todo o Brasil vão às ruas no Grito dos Excluídos

Em vários locais, as seções sindicais do ANDES-SN participaram dos atos denunciando os cortes no orçamento da Educação, as tentativas de amordaçar as escolas e clamando “Fora Temer”!
O dia 7 de setembro foi marcado em todo o país pela 22ª edição do Grito dos Excluídos, que este ano trouxe o tema “Vida em primeiro lugar – este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!”. As ruas de diversas capitais como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro receberam milhares de manifestantes. Nesse ano, o tradicional ato incorporou também protestos contra o governo Temer, contra os ataques de governos estaduais e municipais e a luta em defesa da educação e da saúde públicas.

Seções Sindicais do ANDES-SN de diversos estados participaram das atividades, que aconteceram em cidades como Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Petrolina (BA), Uberlândia (MG), Feira de Santa (BA), Itabuna (BA), Chapecó (SC), Ponta Grossa (PR), ente outras.

No Rio de Janeiro, docentes das universidades federais e estaduais do Rio de Janeiro integraram a Coluna da Educação Superior, que esteve presente no Grito dos Excluídos. A manifestação aconteceu no centro da cidade no mesmo dia em que ocorreu a abertura dos Jogos Paraolímpicos na capital fluminense.

gritoNa Bahia, as seções sindicais da Universidade Estadual de Santa Cruz (Adusc SSind) e de Feira de Santana (Adufs-BA SSind) integraram os blocos da Educação, em Itabuna e Feira de Santana, respectivamente. Os docentes criticaram também o governo do estado e cobraram mais recursos para a educação pública. Em Petrolina (PE), os professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco também foram às ruas contra a retirada de direitos.

Em Pernambuco, os docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco participaram da manifestação, que reuniu cerca de 20 mil pessoas nas ruas de Recife, de acordo com os organizadores. Os docentes da Universidade Federal do Acre (Ufac) também marcaram presença na manifestação que ocorreu na capital Rio Branco.

Em Cuiabá, os professores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) foram às ruas dialogar com a população que participava das comemorações do Dia da Independência do Brasil e aproveitaram para divulgar a jornada de lutas que acontece em todo o país na próxima semana.

Em Chapecó (SC), representantes da Seção Sindical da Universidade Federal da Fronteira Sul (Sinduffs – SSind) participaram do ato que denunciou a retirada de direitos dos trabalhadores promovida pelo governo federal.  No Paraná, os docentes também foram às ruas em Ponta Grossa e Paranaguá.

 Jornada de Lutas
Na próxima semana, docentes de todo o país participarão da Jornada de Lutas chamada pelas entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, em Brasília (DF), que agregará também servidores públicos de estados e municípios, além de outras categorias do setor privado, além de representantes de diversos movimentos sociais e populares.

Na pauta, a luta contra o PLP 257/2016, contra a PEC 241/2016 e contra as reformas previdenciária e trabalhista, que devem ser encaminhadas ao Congresso Nacional nas próximas semanas pelo governo federal.

A Jornada tem início dia 12, com caravana à capital federal. Na terça-feira (13), ocorrerá uma grande marcha na Esplanada dos Ministérios e na quarta (14), reunião ampliada dos servidores. O dia 15 será marcado por paralisação e atos nos estados.

 

*Com informações e imagens das Seções Sindicais. Imagem do Rio (1) Revista Megafone e de Recife (4) Agência Brasil/EBC

 

Fonte: ANDES-SN

Diretoria do ANDES-SN lança nota sobre o FORA TEMER!

FORA TEMER! CONTRA O AJUSTE FISCAL E A RETIRADA DE DIREITOS! RUMO À GREVE GERAL!

imp-ult-1181310058A Diretoria do ANDES-SN manifesta veemente repúdio ao governo ilegítimo de Michel Temer. Comungando com a indignação de amplos setores da sociedade brasileira e, particularmente, dos/as docentes das instituições de ensino superior, básico, técnico e tecnológico, a diretoria convoca suas seções sindicais e todos(as) os(as) seus(suas) sindicalizados(as) para uma vigorosa e urgente reação organizada contra este governo e a agenda regressiva que ele expandiu, aprofundou e acelerou.
O conservadorismo de setores da sociedade brasileira, o fortalecimento das frações mais reacionárias da burguesia e a política de conciliação de classes implementada no País durante mais de uma década, contribuíram para criar as condições de instauração deste governo ilegítimo, ainda mais autoritário e truculento, que, em pouco tempo, imprimiu nova dinâmica ao ajuste fiscal – que penaliza a classe trabalhadora para salvaguardar os interesses dos credores da dívida pública – e aprofundou os ataques aos direitos sociais e trabalhistas.

O grave retrocesso econômico, político e social comandado pela nefasta articulação do poder executivo com o Congresso Nacional, entidades patronais, poder judiciário e mídias corporativas materializa-se, por exemplo, nos drásticos contingenciamentos orçamentários, na ampliação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), na venda do patrimônio público, na generalização das Organizações Sociais (OS), na aprovação do PLP 257/16 (de iniciativa do governo anterior) e no novo regime fiscal propugnado pela PEC 241/16. Estes instrumentos, em trâmite no Congresso Nacional, objetivam reduzir os investimentos estatais e o financiamento de políticas sociais, atingindo o serviço público e os(as) trabalhadores(as). Propõem medidas como o congelamento de salários, progressões e promoções de servidores/as, a implementação de programas de demissão voluntária e proibição de concursos se os gastos do ente federado ultrapassar os estreitos limites de “responsabilidade fiscal” estabelecidos.

Além desses instrumentos, o governo ilegítimo já anunciou uma nova reforma da previdência que, dentre outros aspectos, pretende elevar a idade para aposentadoria, que passaria ser a mesma para homens e mulheres, além de propugnar o aumento das alíquotas contributivas. Em seu discurso de posse, Michel Temer defendeu a reforma trabalhista, sinalizando o desmantelamento da CLT pela instituição da prevalência do negociado sobre o legislado, ameaçando direitos conquistados à custa de lutas históricas dos trabalhadores, como o 13º salário e as férias remuneradas.

Nos últimos dois anos, os cortes na educação ultrapassaram 13 bilhões de reais e novas reduções são previstas para 2017, tudo feito para beneficiar os credores da dívida pública. O impacto nas universidades e institutos federais poderá levar algumas dessas instituições ao colapso por impossibilidade de honrar seus compromissos financeiros. As agências de fomento realizaram cortes de bolsas e outros auxílios como os destinados aos programas de pós-graduação, ao PIBID, ao PIBIC, ao PIBIT e Editais, ocorrendo o mesmo em escala estadual e municipal. Isto indica que um projeto democrático de educação está cada vez mais longe, pois as medidas privatizantes e reacionárias, a exemplo do projeto Escola Sem Partido, estão sendo propostas e algumas já implementadas de maneira célere.

Estes ataques às conquistas democráticas e aos direitos sociais e trabalhistas desencadearam mobilizações e manifestações, que se juntaram a greves setoriais em todo o Brasil, diante das quais os setores dominantes e os governos têm lançado mão da violenta repressão com prisões e perseguições de lideranças sindicais e populares.

A diretoria do Andes-SN, coerente com a consigna aprovada no 61º CONAD – FORA TEMER, contra o ajuste fiscal e retirada dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores e cortes nas políticas sociais; pela auditoria da dívida pública; contra a política de conciliação de classe; rumo à greve geral – solidariza-se com os movimentos e pessoas vítimas do terrorismo de Estado e reafirma o histórico princípio do Sindicato de lutar pela democratização da sociedade, pelos direitos sociais e trabalhistas, pela universidade pública, gratuita, laica e de qualidade.

Por fim, a Diretoria nacional, por compreender que os/as docentes das instituições de ensino superior, básico, técnico e tecnológico têm papel fundamental na construção da resistência e na consolidação de uma ampla unidade com os demais segmentos da comunidade universitária e com outros setores da classe em luta contra os ataques em curso, convoca as Seções Sindicais e seus/suas filiados/as para participarem das mobilizações e manifestações promovidas em seus estados, municípios e locais de trabalho e a integrarem as caravanas para a Jornada de Luta que ocorrerá em Brasília, nos dias 12, 13 e 14 de setembro, promovendo atos nos estados no dia 15 com todas as categorias em luta. Esta agenda de mobilizações tem o propósito de articular, com os diversos movimentos e greves setoriais em curso, a construção da GREVE GERAL.

DIRETORIA DO ANDES-SN

29 de agosto: Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

imp-ult-142702577429 de agosto é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data foi criada por ativistas lésbicas brasileiras em 29 de agosto de 1996 durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), como um marco na luta de mulheres brasileiras que têm seus direitos violados diariamente por sua orientação sexual. De acordo com o balanço divulgado pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, dos mais de 130 mil casos de violações de direitos humanos denunciados em 2015, 23% das vítimas eram gays, 12% travestis, 10% lésbicas, 9% transexuais e 2% bissexuais.

Caroline de Araújo Lima, 1° vice-presidente da Regional Nordeste III e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, afirma que a data é uma grande vitória para as lésbicas tanto pelas conquistas de direitos alcançadas quanto pela luta travada diariamente contra a lesbofobia. “Infelizmente, a violência contra as lésbicas ainda é uma constante. Pesquisas revelam que lésbicas sofrem com o ‘estupro corretivo’, principalmente por seus familiares, como forma de puni-las e com a intenção de ‘mudar’ sua orientação sexual, além da violência sofrida nas ruas por causa de manifestação pública de afeto. É  importante denunciar também as várias violências que as lésbicas têm sofrido também nas instituições de ensino superior”, disse.  A diretora do ANDES-SN chama a atenção para um agravante: quando a mulher lésbica é negra a probabilidade de sofrer violência é ainda maior.

Combate a lesbofobia
Segundo Caroline de Araújo Lima, é de extrema importância inserir temas como a lesbofobia nos espaços de construção da luta, como sindicatos, e também em espaços acadêmicos. A diretora do Sindicato Nacional ressaltou a luta do ANDES-SN para visibilizar as demandas, não apenas da população lésbica, como a de toda a comunidade LGBT, mulheres e negros. Entre as ações de luta do Sindicato, realizadas neste ano, está a distribuição da cartilha “Em defesa dos direitos das  mulheres, dos indígenas, das/os negras/as, e das/os LGBT” – elaborada pelo GTPCEGDS e lançada durante o 61º Conad, que ocorreu de 30 de junho a 03 de julho, em Boa Vista (RR) -, nas seções sindicais e instituições de ensino superior. Outro importante passo dado pelo ANDES-SN na luta contra a lesbofobia foi a deliberação, também durante o 61º Conad, de incluir o dia 29 de agosto no calendário de lutas da entidade nacional.

“A cartilha é resultado de amplo debate realizado ao longo dos últimos anos sobre o combate às violências lgbtfóbicas, machistas e racistas. A cartilha, que está sendo distribuída em diversas seções sindicais do ANDES-SN, é uma ferramenta importante para fomentar este debate e instrumentalizar os docentes no combate às opressões as minorias”, disse.

Para a diretora do ANDES-SN, em tempos de intensa retirada de direitos e com a “Lei da Mordaça” nas escolas, é importante que os movimentos sociais, LGBT’s e negro se unam e lutem contra o machismo, racismo e LGBTfobia. “A organização dos movimentos em datas importantes, como a de hoje, demarca que nós não iremos recuar diante desta conjuntura posta que atinge, principalmente, as minorias no país”, aponta.

Acesse a cartilha aqui

 

Fonte: ANDES-SN

Auditoria Cidadã da Dívida questiona farsa do déficit público

Em 2015, sobraram R$ 480 bilhões no caixa do governo de acordo com dados do próprio governo

grafico480bi-768x840A Auditoria Cidadã da Dívida, organização que atua reivindicando a realização de uma auditoria da dívida pública brasileira, divulgou estudo que contradiz o discurso de déficit do Estado brasileiro – sempre utilizado como justificativa por aqueles que querem retirar direitos dos trabalhadores. Segundo a organização, dados divulgados pelo próprio governo brasileiro indicam que, no ano de 2015, sobraram R$ 480 bilhões no caixa do governo, cuja aplicação é desconhecida.

Nos dados referentes ao ano de 2015, há uma relevante diferença entre os valores referentes às despesas federais pagas, indicados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) – R$ 2,268 trilhões-, e as receitas federais realizadas, indicadas na página da Transparência Brasil – R$ 2,748 trilhões -, divulgadas pela Controladoria Geral da União (CGU). Na contramão de seus próprios dados, o governo federal anuncia publicamente um déficit “primário” de R$111,2 bilhões naquele ano.

“O anunciado déficit de R$ 111,2 bilhões é obtido de forma artificial, comparando-se apenas parte das receitas e despesas, e tem sido usado para justificar contrarreformas que destroem direitos sociais, levando áreas essenciais como saúde, educação, assistência social e previdência ao caos, aprofundando a desigualdade social e aumentando a violência”, afirma o texto da Auditoria Cidadã da Dívida.

Dívida consumiu 42,43% do orçamento em 2015

Em 2015, o governo federal destinou R$ 962 bilhões ao pagamento de juros e amortizações da dívida, correspondente a 42,43% do orçamento executado. Apesar do cenário de enorme escassez em 2015, a dívida interna federal em títulos cresceu de forma acelerada, saltando de R$ 3,2 trilhões em 31 de janeiro do ano passado para R$3,9 trilhões em 31 de dezembro 2015. Ou seja, em apenas 11 meses a dívida interna cresceu R$732 bilhões.

“Recurso é algo que não falta em nosso país. O cenário de escassez vem sendo produzido pelo histórico pagamento de juros e mecanismos financeiros abusivos, atrelados a uma dívida ilegal e ilegítima, cenário esse que tem servido para justificar a contínua entrega do nosso patrimônio por meio das privatizações e a pilhagem de matérias primas agrícolas e minerais. É urgente prosseguir com a reivindicação de completa auditoria da dívida pública – interna e externa – desde a sua origem”, conclui a Auditoria Cidadã da Dívida.

Com informações e gráficos de Auditoria Cidadã da Dívida.

 

 

Fonte: ANDES-SN

Relator da ONU condena PEC da redução da maioridade penal em tramitação no Senado

imp-ult-1336915681PEC que propõe redução da maioridade penal entra em pauta na CCJ do Senado na próxima semana

O relator especial das Nações Unidas sobre tortura, Juan Méndez, fez nessa quarta-feira (17) um apelo a parlamentares brasileiros para que rejeitem as propostas de emendas constitucionais, atualmente em tramitação no Congresso, que reduzem a maioridade penal ou que aumentam o tempo de internação de jovens para até dez anos.

O apelo urgente surgiu no momento em que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado se prepara para votar na próxima semana o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/2012, que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal para crimes hediondos.
“As crianças correm maior risco de violência, abusos e atos de tortura quando privadas de liberdade”, declarou Méndez. “A particular vulnerabilidade das crianças exige que o Estado implemente padrões mais altos e salvaguardas mais amplas para a prevenção da tortura e de maus-tratos”, completou.

O especialista independente da ONU também expressou sua preocupação com a tramitação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 333/15, já aprovado pelos senadores e atualmente em apreciação na Câmara dos Deputados, que aumenta o período máximo de internação de jovens e adolescentes acima de 14 anos para até 10 anos, sem regime de progressão de pena.

Méndez lembrou que processar adolescentes como adultos viola obrigações internacionais assumidas pelo Brasil sob a Convenção dos Direitos das Crianças. “A aprovação dessas propostas agrava a atual superlotação dos presídios em todo o Brasil, condição que frequentemente contribui para o tratamento cruel, desumano e degradante”, declarou o representante da ONU, que visitou presídios brasileiros em agosto de 2015.

Essa é a segunda vez que especialistas da ONU se posicionam contrários à redução da maioridade penal no Brasil. Em junho de 2015, Jorge Cardona, membro do Comitê para Crianças e Adolescentes das Nações Unidas, afirmou que “não há país no mundo que, aplicando uma política de mão dura contra adolescentes, tenha reduzido a delinquência.”

No ano passado, mesmo diante de forte manifestação contrária por parte de diversos movimentos sociais, populares e sindicais, entre estes o ANDES-SN, os deputados aprovaram em segundo turno na Câmara a PEC 171/1993, que tramita no Congresso em conjunto com a PEC 33/2012.
*Com edição do  ANDES-SN

 

Fonte: Conectas