Proposta de Reforma Fiscal tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados

Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16 prevê congelamento salarial e plano de demissões voluntárias no serviço público

A Câmara dos Deputados recebeu, na noite da última terça-feira (22), a proposta de Reforma Fiscal do governo federal que irá limitar o gasto público federal e estadual por meio de, entre outras ações, congelamento salarial, suspensão de benefícios e, em última instância, criação de um plano de demissões voluntárias no serviço público. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16, que tramitará em regime de urgência constitucional, contém o plano anunciado na última semana pelos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão. O plenário da Casa analisa a matéria nesta segunda-feira (28), às 18h.

A reforma faz parte do pacote de ajuste fiscal iniciado pelo governo, no final de 2014, e tem como objetivo manter o pagamento de juros e amortizações da dívida ao sistema financeiro e aumentar a arrecadação da União, atingindo diretamente o serviço público e programas sociais.

Além de estabelecer um novo limite para o crescimento do gasto público, o PLP 257/16  cria um Plano de Auxílio aos Estados e ao Distrito Federal com propostas de “alívio financeiro”, com o alongamento do contrato da dívida com o Tesouro Nacional por 20 anos e a consequente diluição das parcelas, a possibilidade de refinanciamento das dívidas com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o desconto de 40% nas prestações da dívida pelo prazo de dois anos.

Em troca, os estados são obrigados a aderir ao programa oferecido pela União, de curto e médio prazo, para reduzir o gasto com pessoal, que prevê, entre outras medidas, a proibição de reajustes, exceto os já previstos em lei, a redução do gasto com cargos comissionados em 10% e a instituição de regime de previdência complementar de contribuição definida.

Segundo Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, o PLP terá um efeito devastador sobre os servidores públicos das três esferas de governo e para o serviço público como um todo. “Este projeto é mais um golpe ao setor público por retirar direitos dos servidores, congelar a folha de pagamento e permitir aos estados renegociarem suas dívidas com a União em troca de medidas de controle da folha de pagamento para além do que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) já exige. Essa proposta é repudiada por todos os fóruns dos servidores públicos, de todos os segmentos, e estamos seguindo na luta para barrar a aprovação deste projeto”, afirma.

Urgência constitucional

Como o projeto tramitará em regime de urgência constitucional, quando o Executivo solicita celeridade para os projetos de sua autoria, os deputados federais têm até o dia 6 de maio para apreciar a proposta em plenário e um prazo de cinco sessões para apresentar emendas ao projeto. A primeira sessão ocorre nesta segunda-feira (28) a partir das 18 horas. Após votação em plenário, o projeto seguirá para análise do Senado Federal, os senadores também terão 45 dias para concluir a votação. Caso contrário, o projeto passará a trancar a pauta da Casa e nenhuma proposta legislativa poderá ser votada.

Paulo Rizzo ressalta a importância da mobilização dos servidores neste momento. “Teremos uma reunião do Fórum dos Servidores Públicos Federais (SPF) nesta quarta-feira (30) e iremos deliberar sobre as próximas mobilizações para barrar esse projeto. Temos também os atos nos estados no dia 1° de abril, convocado pela CSP-Conlutas e Espaço de Unidade de Ação, que tem como objetivo publicizar mais uma das mentiras do Governo e do Congresso Nacional que tentam jogar mais uma vez, e o mais rápido possível, o peso da crise econômica nas costas dos trabalhadores”, disse. Rizzo lembrou ainda a importância de mobilização dos docentes para participação no ato nacional dos Servidores Públicos Federais que acontecerá no próximo dia 14, em Brasília (DF), convocado pelo Fórum das Entidades Nacionais dos SPF.

 

 

 

Fonte: ANDES-SN

Reunião do setor das Estaduais e Municipais planeja Semana Nacional de lutas

Docentes de diversas seções sindicais do ANDES-SN participaram no último fim de semana (11 e 12) em Brasília (DF), da reunião do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) do Sindicato Nacional. Os representantes das Iees e Imes se reuniram para discutir a conjuntura política e as questões relativas ao planejamento da Semana Nacional de Lutas das Iees e Imes, que integra o Plano de Lutas do Setor, aprovado no 35° Congresso do ANDES-SN, que ocorreu no final de janeiro, em Curitiba (PR).

Epitácio Macário Moura, 2° vice-presidente do ANDES-SN e um dos coordenadores do Setor das Iees/Imes, conta que diante da conjuntura desafiante que se encontra o país, a reunião foi um importante espaço para debater com as seções sindicais e dar continuidade às deliberações do 35º Congresso. “A reunião do Setor trouxe em evidência a importância de unidade de várias pautas e lutas que se desdobram nos estados e que podem ser envolvidas de várias formas na Semana Nacional de Lutas das Iees e Imes”, disse.

O diretor do ANDES-SN ressalta a gravidade da conjuntura política do país e como ela impacta economicamente os estados. “O contingenciamento de verbas tem inviabilizado algumas instituições tanto nas carreiras, quando o governo local não repassa o aumento salarial referente à promoção, quanto no sucateamento das instituições. Fora isso, em vários estados e municípios, é visto o atraso no pagamento de salários e a retirada de direitos sociais dos servidores públicos estaduais, e a implantação de fundos de pensão estaduais, como já ocorreu no Paraná”, apontou.

Para viabilizar a Semana Nacional de Lutas das Iees e Imes, de 23 a 27 de maio de 2016, o Setor das Iees/Imes deliberou que as seções sindicais deverão enviar até o dia 31 de março para a coordenação do setor e secretaria do Sindicato Nacional as suas pautas de lutas e o planejamento de como se dará o processo local de mobilização para a semana. A intenção é produzir materiais que fortaleçam a luta nacionalmente e que mobilizem os docentes estaduais e municipais em defesa de mais recursos públicos para as instituições de ensino e contra a precarização e o sucateamento das Iees/Imes. Outros dois temas foram incorporados à luta: a defesa do serviço público estadual e contra o arrocho salarial. “Temos muitas lutas locais que são lutas gerais e faremos uma semana bastante ativa com lutas de ruas e/ou internas nas instituições, com paralisações e atos públicos”, disse Macário.

Dando continuidade às deliberações do Congresso, os docentes discutiram ainda sobre o Fundo Único (Fundo Nacional de Solidariedade, Mobilização e Greve do ANDES-SN), com a sugestão de novas regras para o Fundo.

 

Fonte: ANDES-SN

ADUSC disponibiliza revista Universidade e Sociedade para empréstimo

ADUSC disponibiliza para empréstimo as edições da revista Universidade e Sociedade, que em sua edição nº 57, de Janeiro/2016, aborda “as lutas sociais ante a agenda do capital”. A revista é uma publicação semestral realizada pelo Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN) para dar visibilidade a temas de relevância social e acadêmica, sobretudo no que se refere às lutas sindicais e políticas. A iniciativa tem como objetivo fornecer aporte para a compreensão da conjuntura.

 

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Adusc participa da reunião do Setor das Iees/Imes

Professores das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior do Andes-SN (Iees/Imes) reuniram-se nesta sexta (11) e sábado (12), em Brasília. O professore Carlos Vitório de Oliveira e a professora Lucimar Pereira de França participaram representando a ADUSC, e o professor Luiz Henrique Blume representando a regional Nordeste 3 do ANDES-SN

Na pauta, análise de conjuntura; continuidade das discussões sobre as deliberações do 35º Congresso do Andes, ocorrido entre 25 e 30 de janeiro deste ano; planejamento da Semana de Lutas Unificadas, a ser realizada de 23 e 27 de maio; discussão do financiamento federal para as Iees/Imes, além dos encaminhamentos e deliberações.

8 de março: Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras

Nesta terça-feira, 8 de março, em que se comemora o Dia Internacional de Luta das Mulheres, mulheres de todo o país sairão às ruas em diferentes estados do país para trazer à tona questões sociais gerais, bem como as mais específicas, que atingem violentamente as trabalhadoras, como a questão da igualdade de gênero, a legalidade do aborto e contra leis que o criminalizam, a contrarreforma da Previdência e uma basta à violência que atinge diariamente milhares de mulheres no país. A convocação foi realizada pelo Movimento Mulheres em Luta (MML), que pretende construir um 8 de março classista e de luta. Veja o calendário abaixo.

Liliane Machado, 2ª vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Classe, Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN, afirma que apesar do apelo comercial e da tentativa de resgatar a ideia da maternidade e da beleza, a data pode ser pensada como um dia importante na luta diária das mulheres. “Este dia faz parte de um conjunto de lutas diárias, permanentes, em prol do pleno acesso à cidadania das mulheres, respeitando suas pluralidades e especificidades”, disse a docente, que enfatizou a importância das mulheres saírem às ruas para marcar a data e para barrar a tentativa de retirada de direitos das trabalhadoras.

A coordenadora do GT destacou o posicionamento do ANDES-SN, como sindicato classista, e o seu papel fundamental na conscientização da classe trabalhadora, em especial os docentes, de pautas do movimento feminista que ainda precisam ser travadas no cotidiano para superar o machismo, romper com a desigualdade de gênero e barrar os ataques a diversos direitos – já garantidos, e que seguem ameaçados.  “O ANDES-SN, ao longo da sua história, vem tomando decisões congressuais que vão ao encontro aos direitos das mulheres, como a luta pela descriminalização do aborto, a luta contra o Estatuto da Família, que descaracteriza o significado de família, excluindo mulheres lésbicas e mulheres solteiras que são mães, a luta contra o PL 5069/13, que penaliza os profissionais da saúde que deem informações sobre a possibilidade de aborto em casos de gravidez de risco, feto anencéfalo, e para vítimas de violência sexual. Essas questões citadas cabem às mulheres decidirem, e não o Estado, a justiça ou a religião”, disse.

Liliane Machado falou ainda sobre os andamentos dos trabalhos do GT, que busca a construção de um material que irá abordar as questões de gênero de forma ampla, evidenciando as desigualdades em diversos espaços. Este material será disponibilizado aos docentes e também será entregue durante o II Encontro Nacional de Educação (ENE), em junho em Brasília (DF).

Origem da data

Apesar da história difundida para a origem do Dia Internacional das Mulheres ser o das operárias de uma fábrica têxtil de Nova Iorque, que haviam morrido queimadas após o patrão ter ateado fogo ao prédio devido a uma greve, no ano de 1857, a origem da data é bastante questionada. De acordo com a cartilha “A origem socialista do Dia da Mulher”, produzida pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, a data tem uma origem socialista, que remonta ao início do século 20 e foi apagada ao longo dos anos, principalmente durante o período da Guerra Fria. O dia 8 de março foi fixado a partir de uma greve iniciada em 23 de fevereiro (calendário russo) de 1917, na Rússia. Uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras de São Petersburgo foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa.

Fonte: ANDES-SN

Luta das mulheres será tema central da próxima revista Universidade e Sociedade

O ANDES-SN divulgou, por meio da Circular 19/2016, o tema central da 58ª edição da revista Universidade e Sociedade, que será lançada durante o 61º Conad, em Boa Vista (RR), no mês de junho. “Mulheres em movimento nas lutas sociais e sindicais” será a temática da revista, cujo intuito é fomentar as pesquisas, debates e experiências no âmbito da pesquisa acadêmica, bem como oriundas das experiências sindicais e sociais acerca de temas de relevância para as lutas empreendidas pelos docentes.

Daniel Franco, 2º tesoureiro do ANDES-SN e um dos membros do atual Conselho Editorial da revista, explica que, a partir da definição do tema central, esperam-se artigos que enfoquem os ataques constantes que têm sido perpetrados no âmbito social, político e cultural contra os direitos das mulheres brasileiras. Além disso, artigos que reflitam sobre os processos sociais de luta por direitos das mulheres, nos movimentos sociais e sindicais, tais como mulheres indígenas, quilombolas, educadoras, etc. e suas lutas cotidianas pela sobrevivência e contra todas as formas de opressão e violência.

“Escolhemos esse tema porque é muito atual, inclusive pelo esforço que o Sindicato tem feito para contemplar os debates de gênero e de opressão em suas lutas. Queremos, com essa revista, colocar em evidência a luta das mulheres em suas mais diversas frentes”, comenta o docente. Daniel ressalta ainda que a revista Universidade e Sociedade é uma publicação de caráter acadêmico, com classificação Qualis B4.

Além de artigos temáticos, também são aceitas resenhas críticas de livros sobre o tema central, bem como de outros que, de forma transversal, abordem as questões relativas aos ataques trabalhistas no âmbito da educação brasileira.

Os artigos enviados para Revista deverão obedecer à normatização prevista na circular, e devem ser submetidos até o dia 30 de abril de 2016 para o endereço eletrônico andesregsp@uol.com.br.

Confira aqui a 57ª revista Universidade e Sociedade

Confira aqui a Circular 19/2016 com as normas e orientações para publicação

 

 

Fonte: ANDES-SN

Docentes das universidades estaduais se mobilizam contra cortes e perdas salariais

Docentes de universidades estaduais de várias partes do país vêm enfrentando uma realidade muito semelhante: o corte de verbas das instituições, que aprofunda a precarização das condições de trabalho, o congelamento de salários, suspensão de data-base, entre outros. Estados e munícipios reproduzem as medidas de ajuste fiscal do Governo Federal, de desmonte do serviço público e retirada de diretos sociais.

Em resposta aos ataques, professores das Instituições Estaduais de Ensino Superior, em conjunto com outras categorias do funcionalismo público, têm organizado manifestações, paralisações e atos em diversos estados do país contra os cortes, que impactam diretamente as verbas de custeio e investimento nas instituições, e pela reposição salarial dos servidores.

Epitácio Macário Moura, 2º vice-presidente do ANDES-SN e um dos coordenadores do Setor das Estaduais e Municipais (Iees/Imes) do Sindicato Nacional, explica que com a crise o repasse de verbas da União para estados e municípios tende a diminuir, porém ressalta que há uma especulação muito grande em torno dessa temática.

“A Auditoria da Dívida Pública publicou, recentemente, que a União tem um caixa razoável. Então, entendemos que as classes dominantes no país e os políticos se utilizam da palavra ‘crise’ para criar um pânico na classe trabalhadora, criando um ambiente favorável à imposição de medidas restritiva de direitos, antidemocráticas, regressivas do ponto de vista social”, disse, lembrando que o governo tem priorizado a destinação de recursos para o pagamento de juros e amortização da dívida pública, em detrimento de investir em políticas sociais.

No Ceará, os docentes das universidades estaduais do Ceará (Uece), do Vale do Acaraú (UVA) e do Cariri (Urca), junto dos demais servidores, realizaram paralisações nos dias 23 e 24 de fevereiro e um grade ato em frente ao Palácio da Abolição, sede do governo do estado em Fortaleza, para cobrar o cumprimento do acordo feito em janeiro de 2015 com a categoria. Os docentes protestaram também contra os cortes de verbas no serviço público em geral e, especificamente, nas três universidades estaduais – que foi de cerca de 25% -, o ataque aos direitos já conquistados em negociações anteriores, e pelo reajuste de 12,67%, uma vez que a data-base do funcionalismo é em janeiro e até o momento não houve recomposição salarial. Segundo Macário, a defasagem no poder aquisitivo dos servidores é de 57%. O diretor do ANDES-SN explica que, especificamente, no caso do Ceará o estado tem um caixa superavitário. “Dessa maneira, poderia ser concedido os 12,47% de aumento aos servidores públicos estaduais, sem comprometer a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”, disse.

Na Paraíba, docentes e técnico-administrativos da Universidade Estadual da Paraíba (Uepb) paralisaram as atividades no dia 24 em protesto contra a Medida Provisória (MP 242) do Executivo, que determinou a suspensão da data-¬base, o congelamento de salários – que segundo o Fórum os Servidores Estaduais, as perdas ultrapassam os 30% -, e da vigência dos planos de carreira de todos os servidores estaduais. No mesmo dia da paralisação, foi realizado um ato público em frente ao prédio da Assembleia Legislativa, em João Pessoa.

Na Bahia, com o objetivo de barrar as investidas do governo contra o setor público e os direitos trabalhistas garantidos por lei aos servidores, o Fórum das ADs (formado pelas seções sindicais do ANDES-SN) realizou uma semana de mobilização ( de 22 a 26) nas quatro universidades estaduais: da Bahia (Uneb), de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb) e de Santa Cruz (Uesc), com atividades de panfletagens, e diálogo com professores e estudantes sobre os ataques do governo estadual e reuniões com as reitorias. Também foi indicada para avaliação das assembleias docentes a paralisação das atividades acadêmicas no dia 7 de abril. Na pauta de reivindicações, a destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para as instituições; o aumento de 15,5% no salário-base; respeito aos direitos trabalhistas, a exemplo da garantia das promoções, progressões e mudança de regime; e a desvinculação de vaga por classe do quadro de cargos de provimento permanente.

No Rio de Janeiro, os docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) também estão na luta pela reversão dos cortes orçamentários na universidade, na casa de 16%, em defesa do Hospital Universitário e pelo reajuste salarial da categoria – que sofre com perdas desde o último reajuste, em 2001. Uma assembleia docente está marcada para o dia 1° de março e irá discutir, entre outras pautas, indicativo de greve e estratégias de luta pela defesa dos direitos trabalhistas. O Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) também passa por dificuldades. A instituição suspendeu o início das aulas do primeiro semestre alegando a falta de condições para a prestação de serviços de limpeza no campus. O começo do ano letivo, segundo nota oficial divulgada pelo centro universitário, dependerá do restabelecimento destes serviços.

Em Minas Gerais, os docentes da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) estão mobilizados por conta do quadro docente que conta com menos de 150 docentes efetivos apenas e uma defasagem salarial que acumula quase 40% de perdas desde 2011. Além dos anuncio feito pelo governo em janeiro deste ano sobre o parcelamento dos salários para os servidores que ganham acima de R$ 3 mil.

No Rio Grande do Norte, no início do mês de fevereiro, os docentes se uniram aos servidores e participaram de um ato em Natal em frente à Assembleia Legislativa, que protestavam contra o atraso dos salários, as perdas salarias, e o descumprimento de uma série de direitos conquistados na greve de 2015, como a garantia da implementação do Plano de Cargos e Salários (PCS) da categoria. Os docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) reivindicam o pagamento das quatro parcelas de 12,35% referente ao realinhamento salarial.

Para aprofundar o debate sobre os ataques aos servidores e ao serviço público e organizar ações simultâneas e unificadas, o diretor do Sindicato Nacional ressalta que os representantes do Setor das Iees/Imes do ANDES-SN de todo o país se reúnem  nos próximos dias 11 e 12 de março, em Brasília.  De acordo com Macário, a agenda de lutas do Setor deverá se concretizar na Semana de Lutas Unificadas, de 23 a 27 de maio, conforme deliberado no 35° Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro em Curitiba (PR).

“A nossa ideia é tirar diretrizes nessa reunião de março, encaminhar para todas as seções sindicais estaduais e municipais, para que na Semana de Lutas Unificadas  possamos fazer mobilizações locais, indo às assembleias legislativas pressionar os deputados estaduais para reverter os cortes e, principalmente, garantir que, nas votações das leis de Diretrizes Orçamentaria (LDO), que ocorrem neste período, sejam assegurados mais recursos para as instituições estaduais e municipais de ensino superior. Nesta semana, também denunciaremos os ataques desferidos  nos estados contra os servidores, o serviço público e a educação”, disse.

*Com imagem das Seções Sindicais: Sinduece SSind., Aduepb SSind., Adufs-BA SSind. e Aduneb SSind.

Fonte: ANDES-SN

Governo corta R$ 23,4 bilhões no Orçamento de 2016 e afeta direitos sociais

Educação foi a terceira pasta mais afetada, com um corte de R$ 1,3 bilhão.

imp-ult-2124483539O governo federal anunciou na última sexta-feira (19), um corte de R$ 23,4 bilhões nos gastos públicos do Orçamento Federal de 2016. A medida tem o intuito de garantir o superávit primário – saldo usado para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública ao sistema financeiro – atingindo diretamente o serviço público e programas sociais. Novamente o governo escolhe cortar direitos sociais como a saída para a crise econômica, mantendo intacta a dívida pública, que consome quase metade do orçamento.

Com a medida, o limite para gastos com despesas discricionárias (não obrigatórias) caiu de R$ 256,8 bilhões para R$ 233,4 bilhões neste ano. O valor foi anunciado durante a apresentação da programação orçamentária e financeira do Poder Executivo para este ano e contou com a presença dos ministros Nelson Barbosa, da Fazenda, e Valdir Simão, do Planejamento, Orçamento e Gestão. Antes, a equipe econômica já havia limitado os gastos dos ministérios e secretarias especiais com despesas discricionárias a 1/18 avos por mês até março. Saiba mais.

O Ministério da Educação foi o terceiro mais afetado, com um corte de R$ 1,3 bilhão, com a autorização para empenho passando de R$ 32,8 bilhões para R$ 31,5 bilhões. Os ministérios de Minas e Energia e da Saúde lideram os cortes com R$ 3,14 bilhões e R$ 2,5 bilhões, respectivamente. Com os cortes, o governo pretende atingir a meta de superávit primário de 0,5% do PIB, o equivalente a R$ 30,5 bilhões para todo o setor público (governo, estados, municípios e estatais).

Ainda no anúncio, Nelson Barbosa defendeu a necessidade de uma reforma fiscal, em longo prazo, com destaque para a Reforma da Previdência. Segundo ele, é preciso controlar “o item de maior gasto do governo” – Previdência Social, para equilibrar as contas públicas do país. O governo pretende enviar a proposta de reforma ao Congresso Nacional até o final de abril. Saiba mais.

O ministro ainda citou medidas que retiram mais direitos sociais como formas de combater a crise, tal qual a suspensão de aumento real das despesas de custeio, de aumento real das demais despesas discricionárias, da realização de concursos, de contratação e criação de cargos, de aumento real de salários dos servidores públicos e, inclusive, de aumento do salário mínimo.

Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidente do ANDES-SN, critica o governo, que, mais uma vez, diante da crise econômica, anuncia cortes que aprofundam o desmonte dos serviços públicos e ameaçam direitos dos trabalhadores. “A lógica do governo é a mesma do grande capital, que deseja trabalhadores cada vez mais precarizados e sem direitos. Além de serviços públicos sem qualidade, retirando da população o direito a vida e a educação, para usar o argumento falacioso da ‘ineficiência do serviço público’ em prol da privatização. As universidades já estão funcionando de forma precária com os cortes de 2015 e, com mais cortes em 2016, a situação ficará insustentável. Por outro lado, em todos os decretos governamentais sobre cortes, nenhum corta ou reduz o pagamento dos juros da dívida pública”, explica.

Durante o 35º Congresso do ANDES-SN, realizado em Curitiba (PR), em janeiro deste ano, os docentes deliberaram por intensificar a luta contra o Funpresp – fundo de previdência complementar para os servidores públicos, pela anulação da Reforma da Previdência e também contra a nova proposta de mudança nos direitos de aposentadoria dos trabalhadores.

Meta Fiscal e gasto público

Outra medida defendida, foi o envio de um projeto de lei ao Congresso nos próximos dias para alterar a meta fiscal de 2016. O Orçamento de 2016 poderá encerrar o ano com déficit de R$ 60,2 bilhões, caso a arrecadação federal diminua, conforme as projeções mais pessimistas do governo. Barbosa também antecipou que o governo estuda enviar ao Congresso um projeto de lei complementar que limite o crescimento do gasto público nos próximos anos. Segundo ele, haverá um teto para vários anos, que seria incorporado ao Plano Plurianual (PPA).

Enfrentamento à retirada de direitos

Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidente do ANDES-SN, ressalta que “os cortes anunciados destroem direitos e vidas, e que a luta para barrar a Contrarreforma da Previdência e o desmonte do serviço público será uma das pautas centrais das ações dos Servidores Públicos Federais (SPF) no ano de 2016”. Nos dias 27 e 28 de fevereiro o Fórum dos SPF se reunirá em Brasília (DF) para discutir a agenda de lutas e a Campanha Unificada para 2016. Saiba mais.

Com informações e imagem de Agência Brasil

Fonte: ANDES-SN

ANDES-SN completa 35 anos

Entidade foi fundada em 19 de fevereiro de 1981, como Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior. Apenas em 1988, com a promulgação da Constituição que garantiu o direito à sindicalização aos servidores públicos, foi transformado em Sindicato Nacional

No dia 19 de fevereiro de 1981, cerca de 300 docentes, reunidos em Campinas (SP), deliberavam pela criação da Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior – a ANDES. Entre as funções da associação, segundo as atas do Congresso de Fundação, estavam a integração com outras entidades representativas de docentes, trabalhadores e demais setores sociais, a luta pela redemocratização do país e a campanha nacional em defesa e ampliação da educação pública, gratuita e de qualidade.

Segundo Sadi Dal Rosso, presidente do ANDES-SN entre os anos 1988 e 1990, o Sindicato Nacional nasceu da resistência à ditadura militar (1964-1985) e em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade. “O nascimento do ANDES-SN em 1981 – na forma inicial de associação nacional, pois a legislação vedava a organização de sindicatos no setor público – se deu através da resistência travada dentro das universidades por docentes, estudantes e técnico-administrativos. As associações docentes espalharam-se por todos os recantos das universidades brasileiras, públicas e privadas”, contou.

Para Rosso, a história do ANDES-SN não pode ser contada ou analisada sem levar em conta a participação do Sindicato no processo de redemocratização do país. Em 1987, os docentes federais exercitaram o direito de greve de forma exitosa, que culminou na criação do Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos (PUCRCE).

Márcio Antônio de Oliveira, presidente do ANDES-SN entre 1992 a 1994, e secretário geral do Sindicato nos períodos de 1986 a 1988 e de 2010 a 2014, lembrou a participação do ANDES-SN no processo da Constituinte. “Foi um movimento muito profundo e detalhado e não tínhamos interesse apenas na educação, fizemos uma plataforma comum, junto às entidades e partidos políticos, para a Constituinte que abrangia educação, saúde, segurança, direitos dos cidadãos, etc. Tivemos uma vitória neste sentido na Constituinte de 1988, onde está prevista a gratuidade do ensino nas instituições oficiais”, afirmou.

O papel da entidade na organização da luta pela educação pública, por meio da constituição do Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública, também foi fundamental para o processo da Constituinte na apresentação de propostas para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e, posteriormente, na elaboração do Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira.

Após a promulgação da Constituição Federal em 1988, que assegurou o direito à sindicalização aos servidores públicos, os docentes reunidos no II Congresso Extraordinário, em novembro do mesmo ano, deliberaram pela transformação da ANDES (que até então tinha caráter de associação) em Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – o ANDES-SN.

Educação não é mercadoria
Em 1990, Fernando Collor de Mello assumiu a presidência do país e colocou em prática um profundo processo de mercantilização da educação e privatizações, com o seu Programa Nacional de Desestatização (PND). “O embate foi muito forte com o governo e em 1991 protagonizamos uma greve que resultou na rejeição de um projeto que excluía docentes e servidores das IFE e diversas outras categorias de servidores público federais (SPF) dos reajustes propostos pelo governo”, contou. Para Oliveira, a sua gestão também foi marcada pela legitimação do direito de greve no serviço público e o ínicio do processo de construção da carreira do professor federal.

Reforma do Estado: neoliberalismo
Com a chegada de Fernando Henrique Cardoso (FHC) à presidência da República (1995-2002), se iniciou o processo de reforma “gerencial” do Estado – um conjunto de ações neoliberais de transferência do patrimônio público aos interesses do Capital. “A dureza dos ataques, através de emendas constitucionais que alteravam radicalmente o conceito de empresa nacional, facilitou a rearticulação na luta dos movimentos sociais, mas as diferentes avaliações sobre o que se projetaria a partir dos seus fundamentos também resultaram em tensões profundas internas ao movimento sindical. Lembro que, em nossas avaliações da conjuntura, passou a figurar crescentemente a denúncia sobre a ‘adaptação passiva à ordem’ de algumas direções sindicais, inclusive da Central à qual o ANDES-SN era filiado, a CUT [Central Única dos Trabalhadores]”, disse Luiz Henrique Schuch.

A sua gestão à frente do Sindicato Nacional, entre 1994 e 1996, foi marcada pela luta contra a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 33, que já sinalizava os ataques por vir à Previdência Social. “A proposta foi imediatamente denunciada pelo ANDES-SN, e pela maioria dos movimentos sociais, como um profundo ataque aos direitos dos trabalhadores, ferindo centralmente o conceito de seguridade social. A reação dos trabalhadores impediu que as alterações fossem feitas até 1998, quando então o Congresso Nacional aprovou a Emenda 20, que ficou conhecida como a primeira fase da Reforma da Previdência, depois aprofundada pelos governos Lula e Dilma”, contou Schuch.

A conjuntura marcada pela política neoliberal se intensificou nos anos seguintes. Maria Cristina de Morais, presidente entre 1996 e 1998, apontou que os ataques ao ensino superior público eram direcionados à autonomia universitária, com a criação de modelos de financiamento privatizantes, e com propostas de desmonte do Regime Jurídico Único (RJU), entre outros. “Participamos ativamente de todos os  fóruns constituídos por setores da sociedade, que tinham como objetivo a luta contra as privatizações, em defesa de serviços públicos, gratuitos e de qualidade, do patrimônio e riquezas do Brasil”, disse.

Ela relembra a greve de fome realizada pelos docentes em 1998 durante 12 dias, após 76 dias de intransigência do governo em responder à pauta de reivindicações, o que, segundo Maria Cristina, elevou “o patamar de luta do ANDES-SN com muita ousadia, radicalidade, coragem e dignidade”.

Em 2001, outra simbólica greve, que durou 108 dias, contra as reformas neoliberais marcou a história do ANDES-SN. O que estava em jogo era a lógica da remuneração por desempenho, imposta pela Gratificação de Estímulo à Docência (GED), a quebra da paridade entre ativos e aposentados, a diferenciação salarial entre os docentes e a possibilidade, aberta pela contrarreforma do Estado, de conversão das universidades em Organizações Sociais (OS), como previsto no Plano Diretor da Reforma do Estado de FHC. O governo fez duros ataques para desmobilizar a categoria, com a judicialização da greve, com cortes de salários e interdito proibitório ao presidente do Sindicato, Roberto Leher (2000-2002).

“A principal conquista foi o bloqueio da implementação das OS nas universidades e um reajuste salarial linear a toda categoria, inclusive para a carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), com avanços importantes na recomposição da paridade entre ativos e aposentados. Conseguimos aindaa abertura de novas vagas para concurso de docentes e técnico-administrativos”, contou Leher.

Fortalecer a resistência
A vitória de Luís Inácio Lula da Silva para a presidência da República, em 2002, em nada mudou os rumos do país. A aprovação, em 2003, da PEC Reforma da Previdência, que apenas com a forte mobilização evitou prejuízos mais graves, foi o primeiro grande enfrentamento dos servidores públicos federais ao governo Lula. Seguindo as medidas de base ideológica e política do neoliberalismo, o governo Lula atuou no sentido de desmobilizar os movimentos sociais, com permanente cooptação de suas direções.
Consolidar e fortalecer, ainda mais, o trabalho sindical foi o grande desafio, segundo Marina Barbosa Pinto, durante a sua primeira gestão (2004-2006) à frente do Sindicato.

“Com a entrada do governo Lula há uma grande confusão na forma organizativa dessas entidades, que optam por atuar de forma muito vinculada a política governamental, o que dificulta o processo de ação unitária. Neste sentido, o Sindicato realizou uma ampla discussão na sua base para decidir se permanecia ou não filiado a CUT e após anos de debate, no 25° Congresso do ANDES-SN em Curitiba (PR), em 2005, se decidiu pela desfiliação”, contou.

No ano seguinte, no 26º Congresso do ANDES-SN, que ocorreu em Campina Grande (PB), na gestão de Paulo Rizzo (2006-2008) foi aprovada a filiação da entidade à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), posteriormente CSP-Conlutas, que já vinha sendo discutida nas bases do movimento sindical docente desde a desfiliação à CUT.

Desestruturação da Carreira
Em 2006, no segundo mandato de Lula, o governo lançou diversos pacotes de medidas de impacto, entre eles, o Programa Universidade para Todos (Prouni) e, em 2007, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades (Reuni), implementado num contexto de sucateamento das universidades, resultando numa expansão precarizada, pois ampliava o número de alunos, mas não era proporcional o aumento no número de professores e técnico-administrativos. Este último programa foi implantado de forma truculenta nas IFE, sem discussão com a comunidade acadêmica que, por sua vez, lutou bravamente contra a adesão das universidades federais ao Reuni, com manifestações e, inclusive, ocupações de reitorias para pressionar os conselhos universitários a não entrarem no programa.

Em dezembro de 2007, o governo propôs um acordo apenas para o magistério do ensino superior, e o ANDES-SN, por decisão das assembleias, não assinou o termo. “É neste período que tem início a desestruturação da carreira, contra o que temos lutado arduamente, luta esta que continuará nos anos seguintes”, pontuou Rizzo.

Riscos e tensões
As inúmeras tentativas de aprofundar o controle do Estado sobre os sindicatos persistiram em 2008.  Ciro Teixeira Correia, presidente do ANDES-SN de 2008 a 2010, explicou, que quando assumiu a presidência, havia crescido a tentativa de legalizar, por parte de setores governistas, um sindicato paralelo ao ANDES-SN, para dividir a categoria. Neste mesmo ano, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), publicou a Portaria Normativa nº 1/2008 suspendendo novamente o registro sindical da entidade – isso já tinha ocorrido também de forma arbitrária em 2003.

Naquele momento, não só a existência do ANDES-SN estava ameaçada, segundo Correia, mas também a autonomia sindical e o próprio direito à organização de sua base.  “Mais do que em qualquer momento anterior, três frentes efetivamente ameaçavam a vida do Sindicato Nacional: estrangulamento financeiro, pela restrição às consignações; impossibilidade de atuar na defesa jurídica da categoria como substituto processual, porque o Judiciário passou a exigir o registro sindical; e a ameaça de criação de uma entidade que recebesse chancela oficial, no lugar do ANDES-SN”, relembrou Ciro.

Entretanto, o processo de luta pela reativação do registro sindical, o engajamento da categoria e as manifestações de apoio recebidas de entidades estudantis e acadêmicas, do movimento sindical e popular, de parlamentares e personalidades do meio intelectual e político foram de fundamental importância para que, em junho de 2009, fosse restabelecido o registro sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).

Crise e unidade
As políticas educacionais seguiam o projeto privatista iniciado na década de 90 e atendendo aos interesses privados. As ações em curso se caracterizaram pela ampliação de vagas no setor privado, com recursos públicos – como o Prouni e Fies e pela expansão desordenada e precarizada, através do REUNI. De acordo com Marina Barbosa, que também esteve na presidência do ANDES-SN de 2010 a 2012, o processo de ataque aos direitos dos trabalhadores, neste período, já tinha se consolidado nacionalmente. “Nós estávamos vivendo, no âmbito das IFE, a expansão desordenada implementada pelo governo, com a qual não tivemos acordo, porque ela não assegurava as reais condições para o crescimento das universidades. Na realidade, essa expansão se caracterizou como um contrato de gestão e cumprimento de metas para o recebimento de recursos. Ao mesmo tempo, no âmbito estadual já se via uma desresponsabilização com as instituições de ensino”, criticou Marina. Em 2011, o os docentes aprovam a filiação do Sindicato à Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas) no 30° Congresso do ANDES-SN.

PNE
Em 2011, de maneira antidemocrática, teve início a tramitação no Congresso Nacional, do Plano Nacional de Educação (PNE). Aprovado em 2014, o plano prevê política de destinação do dinheiro público para as empresas privadas, que comercializam serviços na área do ensino. Nesse sentido, os 10% do PIB aprovados para o financiamento na educação não serão exclusivamente destinados para a rede de ensino pública, indo na contramão da garantia da educação gratuita, pública, laica, de qualidade socialmente referenciada para toda a população, em todos os níveis.

Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN entre 2012 e 2014, conta que a falta de democracia na discussão da elaboração do PNE privatista do governo, mobilizou os docentes para discussões e ações de luta, de forma combinada com a luta pelo financiamento da educação que ordenou nossas ações em torno da campanha pelos 10% do PIB para a educação pública, Já!.

“O enfrentamento ao PNE do governo mobilizou o ANDES-SN na construção de espaço organizativo que pudesse congregar e unificar os lutadores em torno desta pauta. Esse esforço culminou com o Encontro Nacional de Educação, em 2014.”, disse Marinalva, que ressaltou que havia mais de 10 anos que os setores da educação não se reuniam em defesa de uma pauta comum.

Marinalva relembra que o início da sua gestão, em 2012, foi marcado por uma greve histórica de 124 dias dos docentes das Instituições Federais em defesa da carreira e por melhores condições de trabalho. “A greve dos docentes foi à fagulha para o estopim de um movimento mais amplo que culminou numa greve articulada em todo o setor da Educação. Docentes, técnicos e estudantes, tanto de graduação quanto de pós, saíram às ruas em defesa do ensino público federal de qualidade”, avaliou.

Ela citou também a luta permanente na defesa do serviço público e dos direitos dos servidores, contra a Ebserh e contra o Funpresp, como enfrentamentos centrais da entidade. O sucesso da campanha realizada pelo ANDES-SN contra a adesão ao Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-EXE), resultou na baixa adesão de docentes ao Fundo.

Gerações de lutadores
Em sua segunda gestão (2014-2016), o atual presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, cita a recente – e mais longa greve da história do ANDES-SN, realizada em 2015 pelos docentes federais, como um dos exemplos das lutas travadas pela entidade. Durante mais de quatro meses, o movimento grevista expôs para a sociedade brasileira o projeto de desmonte da Educação Pública.  Outro fato importante em 2015 foi o fortalecimento do Fórum dos SPF a partir da Campanha Salarial Unificada. A unidade construída ao longo de várias mobilizações nacionais possibilitou poder de pressão ampliado dos servidores federais sobre o governo federal.

Desafios
O presidente do ANDES-SN ressaltou que os desafios postos para 2016 são inúmeros.  “É necessário enfrentar com vigor o desmonte da educação pública, o corte de verbas, o fechamento de escolas, as formas de privatização que assolam hoje todos os níveis de ensino e, sobretudo, a intensificação da precarização das condições de trabalho. É preciso avançar, com todos os setores que assim lutam, na construção do II Encontro Nacional de Educação e na ação unitária com o Fórum dos SPF. Temos que enraizar a CSP-Conlutas e colocar o sindicato com mais força na participação do processo de reorganização da classe trabalhadora no país”, indicou.

Confira o álbum no facebook com as imagens do Varal Histórico

•    Esta matéria foi originalmente publicada na edição de Janeiro de 2016 do Informandes impresso. Foram entrevistados os docentes que estiveram à frente da presidência após o processo da Constituinte, em 1988. As imagens fazem parte do Varal Histórico exposto no 35° Congresso do ANDES-SN, para marcar os 35 anos do Sindicato Nacional.

 

Fonte: ANDES-SN

Revista Científica do ANDES-SN abre chamada  para publicações sobre as lutas das mulheres

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A edição Nº57 da Revista Universidade e Sociedade foi lançada durante o 35º Congresso do ANDES-SN.

A diretoria do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES-SN lançou, na segunda-feira (15), a chamada para publicação na 58ª edição da Revista Universidade e Sociedade. Com o tema central “Mulheres em movimento nas lutas sociais e sindicais”, a revista receberá contribuições até o dia 30 de Abril, próximo, pelo e-mail andesregsp@uol.com.br. Publicada semestralmente, a revista objetiva fomentar a publicações de pesquisas acadêmicas, bem como oriundas das experiências sindicais e sociais acerca de temas de relevância para a luta docente.

A edição de número 58 da Revista Universidade e Sociedade será lançada durante o 61º Conselho Nacional do Andes-SN (CONAD), em Boa Vista/RR, durante o mês de junho deste ano. Segundo Circular nº19, enviada pela diretoria do sindicato nacional, serão recebidos artigos relacionados aos “ataques constantes que têm sido perpetrados no âmbito social, político e cultural contra os direitos das mulheres brasileiras.  Além disso, artigos que reflitam sobre os processos sociais de luta por direitos das mulheres, nos movimentos sociais e sindicais, tais como mulheres indígenas, quilombolas, educadoras, etc. e suas lutas cotidianas pela sobrevivência e contra todas as formas de opressão e violência”.

O professor Luiz Blume reforça a importância da participação dos associados da ADUSC na revista: “É muito importante que a categoria participe, enviando artigos e sugerindo também a publicação de seus orientandos”. Secretário da ADUSC e 2º vice-presidente da regional nordeste 3 do ANDES-SN, Blume assumiu recentemente o comitê editorial da Revista e destaca a relevância do tema proposto para a próxima edição: “Este próximo número da revista traz uma dimensão importante das lutas do sindicato ao dar visibilidade ao protagonismo das mulheres nas lutas sociais e sindicais. A ADUSC sempre teve uma presença importante de mulheres nas gestões do sindicato, mas é preciso ampliar esta presença, quantitativamente e qualitativamente”.

A diretoria do ANDES-SN também informa que “além de artigos temáticos, também serão aceitas resenhas críticas de livros sobre o tema central bem como de outros que, de forma transversal, abordem as questões relativas aos ataques trabalhistas no âmbito da educação brasileira”. Tanto os artigos, quanto os ensaios deverão obedecer à normatização, disponível em anexo aqui.

Acesse as edições anteriores da Revista Universidade e Sociedade através deste link.