Milhares marcham em Salvador na abertura do Fórum Social Mundial

 

Os verdadeiros donos das terras vindos à frente, com o canto, a força e a dança, abrindo os caminhos da resistência, trazendo consigo milhares de pessoas de todo o mundo. Foi assim que um grupo de índios Potiguara, do interior da Bahia, iniciou a Marcha dos Povos, com milhares de pessoas, que marcou o começo do Fórum Social Mundial (FSM), na tarde dessa terça-feira (13), em Salvador (BA).

Até o próximo sábado (17), representantes de mais de 1.500 coletivos e entidades dos movimentos negro, feminista, LGBTs, indígenas, quilombolas, de luta do campo e da cidade, sindicais, estudantis, partidos, entre outros, discutirão a criação e o fortalecimento mundial de alternativas sócio-políticas ao neoliberalismo. O ANDES-SN e diversas seções sindicais somam forças à organização do FSM e participam ativamente das atividades, com a Tenda da Unidade.

Segundo os organizadores, são esperadas cerca de 60 mil pessoas, de 120 países, reunidas para debater e definir novas alternativas e estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes e genocídios que diversos países enfrentam na atualidade. O FSM conta com cerca de 1.300 atividades auto-gestionadas.

Após sair do bairro de Campo Grande, por volta das 16h30, a Marcha passou pela Avenida Sete até chegar a Praça Castro Alves. Conhecida como “Praça do Povo”, local, na praça um palco com apresentações culturais e performances artísticas encerrou o primeiro dia do evento.

Por volta das 16h30, a marcha partiu do bairro de Campo Grande em direção à Praça Castro Alves, local de grandes manifestações de luta e resistência baiana no centro da capital baiana. Entre as milhares de pessoas, era possível identificar faixas de delegações de vários países como Marrocos, Itália, Venezuela, Coréia do Sul, Filipinas, Tunísia e Cuba. Em clima descontraído, além das pautas mundiais coletivas, vários grupos traziam cartazes, camisas, bonecos e outros materiais que reivindicavam pautas específicas das categorias e dos movimentos.

Em Salvador há quatro dias, Mark Erkengrek, diretor de uma organização política da Suíça, estava na marcha com a delegação de seu país. Diante do difícil cenário político mundial, de ataques à democracia e aos direitos dos trabalhadores, a expectativa do suíço é que os movimentos sociais possam fortalecer a união e, assim, “reencontrar as forças necessárias” para combater o avanço do conservadorismo. “O momento é de convergência dos movimentos sociais e outros grupos políticos, para juntarmos energia e renovar a luta”, comentou Erkengrek.

De acordo com o secretário geral do ANDES-SN, Alexandre Galvão, foi justamente a necessidade da unidade na luta que levou o Sindicato Nacional a somar forças na construção do FSM. Galvão explica que a participação no Fórum foi uma deliberação do 37º Congresso do ANDES-SN realizado esse ano.

“Nossa centralidade da luta, em 2018, é fazer a unidade com os setores combativos da sociedade para barrar as contrarreformas de Temer. Assim, o ANDES-SN vai cumprir um papel importante no Fórum, articulado com outros setores do funcionalismo público, na perspectiva de construirmos e fortalecermos a luta da classe trabalhadora e dos servidores públicos em geral”, afirmou.

Tenda da Unidade
Através da atuação conjunta de várias entidades teve origem a Tenda da Unidade. A1ª secretária da Regional Nordeste III do ANDES-SN, Lana Bleicher, explica que o espaço foi o resultado de um amplo processo de construção coletiva, iniciado logo após o 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro.

Ainda segundo a professora, a Tenda da Unidade, além de fortalecer a ação unitária entre sindicatos e outras entidades, oferece diversas atividades com informações relevantes ao público. Na programação (veja aqui) constam a exibição de documentários produzidos pelo ANDES-SN, mesas redondas sobre temas que impactam o cenário político e social nacional e debates específicos sobre a Educação Pública brasileira. O Sindicato Nacional irá distribuir também uma série de materiais produzidos por seus grupos de trabalho, como cartilhas sobre políticas educacionais, a luta contra as opressões e ciência e tecnologia.

Também participam da tenda a CSP-Conlutas, a Auditoria Cidadã da Dívida, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia (Sindjufe-BA), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge-BA) e o Comitê para a abolição das dívidas ilegítimas (CADTM). A tenda está localizada no estacionamento da portaria 1, no Campus de Ondina, da Universidade Federal da Bahia.

Pauta local
Presente na marcha e nas atividades do FSM, as seções sindicais dos docentes das Universidades Estaduais Baianas, levaram à manifestação faixas e panfletos que denunciam o descaso do governo da Bahia com a educação pública superior. Um dos coordenadores da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb SSind.), Vamberto Ferreira, comentou sobre as reivindicações do movimento docente baiano.

“O FSM busca pensar a transformação a sociedade. Nós, da Aduneb SSind., participamos desse espaço e defendemos a universidade pública e gratuita, além do respeito aos direitos trabalhistas dos professores e professoras. Atualmente, 888 docentes das estaduais da Bahia têm seus direitos à promoção, progressão e alteração de regime de trabalho negados pelo governo estadual”, afirmou Ferreira.

Os professores denunciaram ainda o arrocho salarial a que são submetidos. “Estamos há três anos sem o pagamento da recomposição das perdas da inflação. Já perdemos mais de 20% de nosso salário. É o maior arrocho dos últimos 20 anos para os servidores públicos baianos”, finalizou o dirigente da Aduneb SSind.

*Com edição do ANDES-SN. Imagens: Aduneb SSind.

 

Fonte: Aduneb SSind

Nota da Diretoria do ANDES-SN sobre o assassinato de Marielle Franco

imp-ult-607258205A Diretoria do ANDES-SN lamenta profundamente a morte da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio de Janeiro, que foi brutalmente assassinada na noite desta quarta-feira, dia 14 de março, ao sair de uma atividade política no centro da cidade. Manifestamos também imenso pesar pelo assassinato de Anderson Pedro Gomes, trabalhador que estava conduzindo o veículo que transportava a vereadora no momento que foi violentamente atacada. Colocamo-nos, solidariamente, ao lado de seus familiares, amigas e amigos, neste momento de muita dor e pesar.

Marielle Franco, mulher, negra, jovem moradora da Favela da Maré, estava sempre ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, construindo resistências e esperanças em seus corajosos enfrentamentos contra diversas formas de opressão. Sua atuação política inspirava a juventude carioca, que se via reconhecida em sua luta, em sua cor e em sua potência feminista.

A luta pelos direitos humanos, incluindo a denúncia da violência policial no estado do Rio de Janeiro, era uma das bandeiras empunhadas por Marielle Franco, e o ANDES-SN manifesta grande preocupação a respeito desta tragédia, que ocorre no momento em que há um aumento da militarização do estado do Rio de Janeiro, o qual se encontra sob autoritária intervenção das forças armadas. Assim como as lutas encampadas pelo ANDES-SN sempre encontravam com Marielle pelas ruas da cidade, o nosso luto por Marielle deverá ser transformado em resistência e luta em sua homenagem e respeito.

O assassinato de Marielle representa também o extermínio da população negra, das mulheres e moradoras de favela.
Não vão nos calar! Por Marielle e todas as mulheres negras, pobres e faveladas que são exterminadas pela quadrilha no poder a serviço do capital.

Marielle, presente!
Anderson, presente!
#MariellePresente #AndersonPresente

 

Fonte: ANDES-SN

Professor da UFBA é intimado a depor por disciplina sobre ‘golpe’

O professor Carlos Zacarias, do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi intimado a depor, na 16ª Vara Federal na capital baiana, sobre o pedido de liminar feito pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM), posteriormente indeferida pelo juiz federal Iran Leite. Zacarias recebeu a intimação no dia 9 de março e tem 10 dias para se manifestar. O reitor da UFBA, João Carlos Salles, também foi citado.

O docente é o responsável pela disciplina optativa “Tópicos Especiais em História – o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, ministrada por ele e mais um grupo de cerca de vinte professores, em solidariedade ao colega da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Felipe Miguel, recentemente vítima de represália do Ministério da Educação (MEC).

Luiz Felipe é idealizador do curso “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil” na UnB e tem recebido manifestações de apoio de docentes de diversas instituições do país após ameaças do MEC à autonomia universitária, liberdade acadêmica e à pluralidade pedagógica. O ministro Mendonça Filho acionou a Advocacia-Geral da União, o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal para impedir que se discuta o processo que culminou com a ascensão de Michel Temer à Presidência da República.  Mendonça quer que seja apurada suposta “improbidade administrativa”, sob o argumento de que a disciplina promove “pensamentos político-partidários” na instituição de ensino. A ação do MEC teve efeito contrário e fez o curso se multiplicar mais de 30 instituições do país.

Relevância acadêmica
Em entrevista ao programa de televisão baiano TVE Revista, Carlos Zacarias defendeu a importância do estudo do tema. Para ele, diante da ameaça a tantos direitos historicamente conquistados, é necessário debater os rumos da democracia no país e garantir a autonomia universitária – esta última prevista no artigo constitucional 207.

De acordo com Zacarias, as ciências humanas são disciplinas que se alimentam de debates intensos; a História é um campo de batalha com as narrativas em disputa.  “Um governo que assumiu de maneira tumultuada não pode cercear o direito à palavra”, disse. “Vamos continuar refletindo sobre o golpe dentro e fora da universidade; isso é fundamental”, afirmou.

O Conselho Universitário da UFBA aprovou por unanimidade nota na qual defende a liberdade de cátedra e a autonomia acadêmica, além de afirmar que a disciplina em questão “respeitou toda tramitação prevista na Universidade, desde a proposição regular no Departamento até a criação de seu código na Superintendência Acadêmica da Universidade e disponibilização para matrícula, devendo, por conseguinte, ser garantida”.

A manifestação do conselho diz ainda que “os componentes curriculares de Tópicos Especiais têm o traço de serem mutáveis, voltando-se amiúde à contemporaneidade das áreas do saber e a pesquisas em andamento. São assim característicos do ensino superior de qualidade, no qual ensino, pesquisa e extensão são indissociáveis”.

Solidariedade
O ANDES-SN e diversas seções sindiais têm manifestado solidariedade aos docentes que vêm sofrendo represália do MEC. Em moção divulgada no dia 5 de março, a diretoria do Sindicato Nacional denuncia que a autonomia universitária vem sendo atacada incessantemente pelo governo ilegítimo de Temer. “Ações coercitivas, projetos de lei com o objetivo de amordaçar a educação pública, a Reforma do Ensino Médio, os cortes em custeio e investimentos, além do incentivo ao discurso de ódio com características anticomunista, misógina, racista, machista, lgbtfóbica e antifeminista. Historicamente, os movimentos sociais sempre responderam com veemência às opressões. As universidades públicas, ao longo do tempo, se tornaram a extensão das lutas, sendo sua comunidade acadêmica parte desse processo. Em momentos de autoritarismo e retirada de direitos, os movimentos docente e estudantil foram e são expressão de resistência.”

Ainda de acordo com a nota do ANDES-SN, “a ação popular contra a disciplina na UFBA e os depoimentos do Ministro de Educação, criminalizando o(a)s docentes responsáveis por disciplinas sobre o Golpe de 2016, ferem a autonomia universitária e são uma clara tentativa de censura”.

*Com edição e inclusão de texto do ANDES-SN. Imagem: Reprodução.

 

Fonte: Aduff SSind.

Nota do ANDES-SN – Em defesa da autonomia universitária e contra a criminalização dos (as) docentes da UFBA

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A autonomia universitária vem sendo atacada incessantemente pelo governo ilegítimo de Temer. Ações coercitivas, projetos de lei com o objetivo de amordaçar a educação pública, a Reforma do Ensino Médio, os cortes em custeio e investimentos, além do incentivo ao discurso de ódio com características anticomunista, misógina, racista, machista, lgbtfóbica e antifeminista. Historicamente os movimentos sociais sempre responderam com veemência às opressões. As universidades públicas, ao longo do tempo, se tornaram a extensão das lutas, sendo sua comunidade acadêmica parte desse processo. Em momentos de autoritarismo e retirada de direitos os movimentos docente e estudantil foram e são expressão de resistência.

Em menos de seis meses, o corpo docente da Universidade Federal da Bahia sofreu ataques de grupos políticos alinhados à direita e a movimentos de características fascistas, com a ameaça de morte a docentes do NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher), e agora com uma ação popular contra o docente Carlos Zacarias, responsável pela disciplina Tópicos Especiais de História, que terá como um dos conteúdos “o Golpe de 2016”. O proponente da ação popular afirma que estenderá sua iniciativa a UnB, origem da primeira disciplina acerca do Golpe, e a outras IES. O ANDES-SN solidariza-se com os e as docentes da UFBA, e se coloca ao lado do(a)s combativos e combativas de todas as universidades, que demonstram força e resistência ao oferecerem disciplinas para debater e analisar a conjuntura atual e os impactos das contrarreformas impostas pelo governo ilegítimo. A ação popular contra a disciplina na UFBA e os depoimentos do Ministro de Educação, criminalizando o(a)s docentes responsáveis por disciplinas sobre o Golpe de 2016, ferem a autonomia universitária e são uma clara tentativa de censura. Todo o apoio à(o)s que lutam!

Brasília, 5 de março de 2018.

 

Fonte: ANDES-SN

Comissão eleitoral homologa chapas para a eleição da diretoria do ANDES-SN

A Comissão Eleitoral Central (CEC) homologou, na tarde desta quinta-feira (1), as duas chapas inscritas para o processo eleitoral que elegerá a diretoria do ANDES-SN, que estará a frente do Sindicato Nacional no biênio 2018/2020.  Os membros da CEC estiveram reunidos nessa quarta (28) e quinta (1) e, após análise minuciosa da documentação apresentada pelas chapas inscritas, constataram que ambas cumpriram as exigências estatutárias e regimentais.

A comissão também divulgou, através da circular 01/CEC/2018, as nominatas da Chapa 1 – ANDES Autônomo e de Luta e da Chapa 2 – Renova ANDES. Confira aqui.

 

Confira as circulares:

Circular nº 001/CEC/18 

Circular Nº 002/CEC/18 –  a data do início da computação dos votos pela CEC (Art. 40 do mesmo regimento) para o dia 14 de maio de 2018 e o prazo de recurso à Comissão Eleitoral Local (CEL), previsto no Art. 49, para o dia 14 de maio de 2018, mantendo-se inalterados os horários referidos nos artigos mencionados.

Circular 19/18 – Encaminha os seguintes documentos:

 

  • 1. Ato Nº 001 da Diretoria do ANDES-SN, gestão 2018-2020, instituindo a Comissão Eleitoral Central – 2018.
  • 2. Regimento Eleitoral das eleições para a Diretoria do ANDES-SN, gestão 2018/2020.

Aberto prazo para envio de artigos para as edições da Universidade e Sociedade

Pela primeira vez, a revista Universidade e Sociedade do ANDES-SN terá número Especial

imp-ult-361804012A diretoria do ANDES-SN divulgou, na quarta-feira (21), o prazo para envio de artigos para as edições de nº 62 e a Especial da Revista Universidade e Sociedade (U&S). Os interessados têm até 19 de março de 2018 para encaminhar os textos para as publicações que têm como motes “A Barricada fecha a rua, mas abre o caminho: 50 anos do Maio de 68 e atualidade das lutas sociais” e “130 anos da Abolição da Escravidão no Brasil: Resistência do Povo Negro e a Luta por Reparações”, respectivamente. As edições serão lançadas durante o 63º Conad do Sindicato Nacional, em junho de 2018.

Além dos artigos temáticos, também serão aceitos artigos sobre questões da educação superior brasileira tais como: estrutura das universidades, sistemas de ensino, relação entre universidade e sociedade, política universitária, política educacional, condições de trabalho, questões de cultura, artes, ciência e tecnologia, apresentação de experiências de organização sindical de outros países, além de resenhas críticas de livros.

Erlando da Silva Rêses, 2º vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN e da comissão editorial da revista, explica que o tema escolhido para a 62º edição “A Barricada fecha a rua, mas abre o caminho: 50 anos do Maio de 68 e atualidade das lutas sociais” é pertinente à situação atual do país, com ataques às políticas sociais essenciais a população, como a Educação e Saúde, e aos direitos dos trabalhadores, além do recrudescimento do conservadorismo.

“Maio de 68 foi um período de grandes manifestações, greves, ocupações de fábricas e universidades e ganhou proporções significativas no campo revolucionário. Aqui no Brasil, esse período teve um significado político muito importante, também, pois vivíamos um período de ditadura empresarial-militar. 50 anos depois, vivemos uma situação de ataques similares e precisamos reagir com Greve Geral, ocupações, manifestações, o que o ANDES-SN tem pautado na sua unidade de ação, e se articulando com outras entidades sindicais, políticas para, de fato, combater esses ataques”, disse.

Já a escolha da temática “130 anos da Abolição da Escravidão no Brasil: Resistência do Povo Negro e a Luta por Reparações” para a edição especial da Revista U&S teve como objetivo dar visibilidade as reais condições que vivem a população negra no país, ainda mais, com a política de retirada de direitos.

“Nessa conjuntura de acirramento, a população negra tem sido mais atacada e violentada nas zonas periféricas da cidade, nos centros urbanos, e nas áreas rurais com os direitos dos quilombolas sendo atacados, por exemplo. A abolição da escravidão se constrói todos os dias. Por isso, pautamos o tema, pois é necessária a luta do Sindicato Nacional em defesa dessa parcela da população que não têm direitos. Inclusive, as cotas – que foi uma demanda antiga do povo negro -, estão ameaçadas”, ressaltou Lila Luz, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste I do ANDES-SN e também da comissão editorial da revista.

Envio de textos
Os artigos deverão ser encaminhados para o endereço eletrônico andesregsp@uol.com.br, até o dia 19 de março de 2018, obedecendo à normatização determinada pelo conselho editorial (Circular nº 34/18). A Universidade e Sociedade é uma publicação semestral, editada pelo ANDES-SN, cujo intuito é fomentar as pesquisas, debates e experiências no âmbito da pesquisa acadêmica bem como oriundas das experiências sindicais e sociais acerca de temas de relevância para as lutas empreendidas pelos docentes em busca de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, em âmbito nacional.

10 de maio de 1968
O 10 de maio de 1968 foi antecedido por uma série de greves estudantis em universidades e escolas de ensino secundário em Paris, na França. Os estudantes exigiam reformas no setor educacional. No dia 10 de maio, ocorreu a Noite das Barricadas, em que 20 mil estudantes enfrentaram a polícia nas universidades e ruas da cidade parisiense. Dias depois, a mobilização estudantil atinge o seu auge se unindo aos operários e promovendo uma das maiores Greve Gerais de trabalhadores da Europa. No Brasil, além da ascensão dos movimentos de massa, com destaque para a passeata dos 100 mil, contra a ditadura empresarial-militar e o imperialismo, houve também a edição do Ato Institucional Número Cinco (AI-5), considerado o um golpe dentro do golpe, e o Decreto 477 – o qual punia professores, estudantes e funcionários de universidades com a acusação de subversão ao regime – para conter as lutas da comunidade acadêmica e de toda a classe trabalhadora brasileira. Também foi aprovada uma reforma universitária pautada pelos interesses dos EUA, via convênio MEC/USAID, altamente danosa para a o desenvolvimento de uma verdadeira vida acadêmica livre.

130 anos de abolição
No dia 13 de maio de 1888, a escravidão foi abolida legalmente no Brasil com a assinatura da Lei Áurea. Uma conquista do movimento negro, que lutou contra o sistema escravagista e fez parte da resistência, a exemplo dos quilombos. Apesar do marco histórico, 130 anos depois, a população negra até hoje enfrenta, cotidianamente, as consequências dos quatro séculos de escravidão, com desigualdade social, a exploração, criminalização e o racismo.

Confira aqui a edição 61 da Revista Universidade e Sociedade

Imagem de Goksin Sipahioglu (Maio de 68)

 

Fonte: ANDES-SN

Delegação da ADUSC faz balanço positivo do 37º Congresso do ANDES-SN

Representaram a ADUSC no 37º Congresso do Andes -SN (esquerda para direita): Kátia Guerreiro. Carlos Vitório, Salvador Trevisan, Arturo Samana e Luiz Blume. Foto: Ascom ADUSC
Representaram a ADUSC no 37º Congresso do Andes -SN (esquerda para direita): Kátia Guerreiro. Carlos Vitório, Salvador Trevisan, Arturo Samana e Luiz Blume. Foto: Ascom ADUSC

Realizado entre os dias 22 e 27 de Janeiro, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, o 37º Congresso do ANDES-SN foi o maior da história do Sindicato Nacional. Participaram do evento 413 delegados, 122 observadores de 82 seções sindicais, 10 convidados e 36 diretores. Após intensos debates, o Congresso definiu as orientações para as lutas dos docentes do ensino superior no próximo período.

Representaram a ADUSC, no evento, os docentes Arturo Samana, Vitório de Oliveira, Kátia Guerreiro, Salvador Trevisan e Luiz Blume.

Conjuntura e Centralidade da Luta

Após apresentação da banda jovem, da Escola de Tambores Olodum, e a plenária de abertura, teve início o debate do Tema I: Conjuntura e Centralidade da luta (Saiba mais). Temas como as contrarreformas do governo Temer, as retiradas de direito impostas desde os governos anteriores e seus impactos na educação, foram enfocados a partir de diferentes análises. O papel do Sindicato Nacional nas lutas mais amplas da classe trabalhadora brasileira e internacional, também esteve em pauta.

Após mais de 50 intervenções, aprovou-se, como centralidade da luta para 2018, “Fortalecer a unidade de ação com os setores dispostos a barrar e revogar as contrarreformas. Construir as lutas e a greve do funcionalismo público federal, estadual e municipal em defesa da educação e dos serviços públicos e da garantia de direitos, rumo a uma nova Greve Geral. Fora Temer. Nenhum direito a menos”.

arturoPara Arturo Samana, vice-presidente da ADUSC, “o ANDES possui várias frentes de luta que se articulam com a luta docente”. Nesse sentido, o docente destaca o empenho na construção de atos e mobilização para barrar o governo golpista de Temer, e uma ampla participação no Fórum Social Mundial 2018, que ocorrerá entre os dias 13 e 18 de março, em Salvador.

Seletividade Jurídica e perseguição a docentes

Ainda na plenária de conjuntura, foram apresentadas 3 moções relativas ao julgamento, em 2ª instância, de Luís Inácio Lula da Silva, ocorrido na quarta-feira (24). O documento aprovado destaca que “A condenação de Lula, seletiva e com fins eleitorais, se confirmada em segunda instância, é mais um ataque às poucas liberdades democráticas conquistadas e pode servir para o aprofundamento da criminalização das lutas sociais”.

Sobre as ameaças democráticas, decorrente da conjuntura política vivida no Brasil, foi criada uma comissão do ANDES-SN que acompanhará as denúncias dos casos de perseguições, cerceamento da liberdade acadêmica e criminalizações de caráter político (Saiba mais). Para Vitório de Oliveira, tesoureiro da ADUSC, “O sindicato acerta em se posicionar contra o julgamento de Lula, sem que isso signifique a defesa de partido algum, mas a denúncia do caráter político que alinha os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e a grande mídia a serviço do Capital e contra a classe trabalhadora”.

Previdência Social

Para barrar a Contrarreforma da Previdência, proposta na Emenda Constitucional (PEC) 287/16, os docentes deliberaram pela construção de uma nova Greve Geral, tendo em vista a votação da PEC no Congresso. A proposta foram defendidas durante as reuniões do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e no Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), realizados no dias 03 e 04 de Fevereiro, em Brasília (DF).

vitorio salvadorO ANDES-SN também irá editar um Caderno com os resultados da pesquisa realizada sobre a situação dos regimes próprios de Previdência Social e Previdência Complementar, nos Estados. Medidas jurídicas contra a propaganda enganosa do déficit da previdência, e sobre o fornecimento de dados pessoais dos servidores ao sistema financeiro, pelo Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), serão providenciadas. (Saiba mais)

Para Salvador Trevizan, que também representou a ADUSC no Congresso, as questões tratadas e as deliberações tomadas no referido evento nacional do ANDES-SN, deixam evidente que a luta dos trabalhadores docentes é uma luta por melhores condições de vida e de educação. “Nesta luta estão igualmente inseridos tanto os que estão na ativa como os que já se aposentaram”, afirma.

Políticas Educacional

No campo das políticas educacionais, o congresso deliberou sobre temas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Educação à Distância (EaD), Contrarreforma do Ensino Médio, Pedagogia da Alternância, além dos direitos e precarização do trabalho docente. O empenho pela articulação com outras entidades do setor, através da participação no CONEDEP (Coordenação Nacional das Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita) e no CONAPE (Conferência Nacional Popular de Educação), assim como a construção do III Encontro Nacional da Educação, também foram aprovadas.

katia
No campo da Ciência, Tecnologia e Inovação (C&TI), além da luta por investimento adequado e fim da precarização, com ênfase na defesa do regime de Dedicação Exclusiva (DE), foi lançado o Caderno 28 do ANDES-SN, com o tema “Neoliberalismo e Política de Ciência e Tecnologia no Brasil – um balanço crítico (1995-2016)” (Acesse aqui). O Caderno traz um denso material para compreensão técnica e ideológica sobre as políticas de C&TI aplicadas no Brasil e seus impactos na qualidade e condição do trabalho docente.

Foto: Ascom ANDES-SN

Para a docente Katia Guerreiro, “as discussões foram importantes para ampliar as ações de enfrentamento ao desmonte da educação pública e da carreira docente, instrumentalizando as seções sindicais”.

Plano de Lutas das IEES/IMES

Foto: Ascom ADUNEB
Foto: Ascom ADUNEB

No que diz respeito à luta docente nas Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (IEES/IMES), os congressistas atestaram as ações semelhantes de governadores e prefeitos no que tange ao financiamento das Universidades e ao cumprimento dos direitos. Nesse sentido, a construção de um dossiê, a realização de uma semana nacional de lutas, em maio, e o 16º Encontro Nacional do Setor, foram os principais encaminhamentos.

Segundo Luiz Blume, “a participação de docentes das universidades estaduais e municipais, nos espaços deliberativos e também na diretoria do ANDES-SN tem crescido bastante, e os espaços de reunião do setor são estratégicos, nesse sentido”. Luiz Blume também concorre ao cargo de 1º Vice-presidente da Regional Nordeste III, pela chapa “ANDES Autônomo e de Luta”, para gestão do sindicato, biênio 2018/2020. Também concorre à mesma gestão do ANDES-SN a Chapa “Renova ANDES”.

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Tem início o 37° Congresso do ANDES-SN em Salvador (BA)

 

29 de janeiro é Dia da Visibilidade Trans

imp-ult-411372545Esta segunda-feira, 29 de janeiro, é marcada pelo Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data simbólica foi criada em 2004 e é destinada a lembrar a luta de pessoas travestis e transexuais pelo respeito à identidade gênero, orientação sexual, e direitos básicos que são diariamente negados dentro da sociedade.

Durante o 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em Salvador (BA) entre os dias 22 e 27 de janeiro, os docentes aprofundaram o debate sobre os temas relacionados à identidade de gênero e ao direito ao nome social para pessoas trans. Os delegados aprovaram a incorporação da luta pela tramitação e implementação do Projeto de Lei (PL) 5002/13 (Lei João Nery) às pautas do Sindicato Nacional.

O PL garante o direito do reconhecimento à identidade de gênero de todas as pessoas trans no Brasil, sem necessidade de autorização judicial, laudos médicos nem psicológicos, cirurgias ou hormonioterapias. Assegura o acesso à saúde no processo de transexualização, despatologiza as transindentidades para a assistência à saúde e preserva o direito à família frente às mudanças registrais.

Violência

Os números relacionados à violência contra pessoas trans ainda são alarmantes. Quando se trata do Brasil, a coisa piora: ocupamos a triste posição de país que mais mata pessoas transexuais e transgêneros, no mundo.

O ranking foi elaborado por uma organização civil europeia, chamada Transgender Europe. Segundo o relatório da ONG, em números absolutos, foram assassinados no Brasil, entre 2008 e 2016, 868 pessoas trans, aquelas que não identificam o próprio gênero com o sexo biológico. O número é o triplo que o do México e quase seis vezes maior que o apresentado pelos Estados Unidos.

A entidade registrou, somente no ano passado, quase 180 pessoas assassinadas por serem transexuais. Segundo a presidente da Rede Trans, Tatiane Araújo, o que sustenta a violência e o ódio contra essas pessoas é uma série de fatores que envolvem a exclusão social em vários âmbitos, inclusive no familiar.

Somado aos números de violência, as pessoas trans ainda ocupam, majoritariamente, espaços marginalizados na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho. Com isso, tendem a se manter em profissões sem regulamentação, sem segurança e vulnerabilizadas, como a prostituição. Tatiane Araújo conta que cerca de 90% das pessoas trans brasileiras atuam como profissionais do sexo, porque muitas vezes não conseguem oportunidade em outro tipo de trabalho.

Forte motivo para a pouca participação de pessoas trans em funções de visibilidade é a evasão escolar. A menos 82% dos estudantes trans, principalmente adolescentes, abandonam os estudos, por preconceito no ambiente escolar e também familiar, segundo a Rede Trans. Este dado pode explicar o caminho difícil e curto dessas pessoas, que têm expectativa de vida de apenas 35 anos, abaixo da expectativa geral de todos os países, segundo dados da Agência Americana de Inteligência (CIA) e metade da expectativa de vida do Brasil, que é 75 anos.

Com informações de Agência Brasil.

 

Fonte: ANDES-SN

37° Congresso do ANDES-SN expressa mobilização docente e aponta desafios para 2018

imp-ult-1485843911Após seis dias de intensos debates, que resultaram nas deliberações que irão orientar as lutas da categoria docente no próximo período, a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, declarou encerrado o 37° Congresso do Sindicato Nacional.

A Plenária de encerramento aconteceu já na madrugada de domingo (28), com a aprovação mais de 30 moções e a leitura da Carta de Salvador.

O evento foi realizado de 22 a 27 de janeiro, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador. Considerado o maior da história do Sindicato Nacional, contou com a presença de 581 participantes, sendo 413 delegados, 122 observadores, de 82 seções sindicais, 10 convidados e 36 diretores.

Em sua fala de encerramento, Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressaltou que 2017 foi um ano com muitas lutas, tanto no conjunto da classe trabalhadora, quanto internas no sindicato. “Esse Congresso, na nossa avaliação, é fruto de um ano intenso de mobilização. Há muito esse sindicato não tinha a presença de mais de 80 seções sindicais em um congresso nacional. Isso, certamente, é expressão da mobilização, do trabalho que esse sindicato desenvolveu em 2017”, afirmou.

Eblin ressaltou que a grande tarefa para 2018 é retomar o patamar de mobilização do primeiro semestre de 2017, articulando, a partir das bases, pressionando as centrais sindicais, com o desafio de construir uma verdadeira unidade de ação nas ruas, para combater as contrarreformas. “Temos o desafio, já para fevereiro, de barrar a contrarreforma da Previdência e, para isso, é necessário que construamos, nas nossas bases, a greve geral, a mobilização da nossa categoria. Que as nossas universidades parem para dizer não à contrarreforma da Previdência”, conclamou.

“Certamente, esse é um ano em que o ANDES-SN vai ser desafiado a dizer qual projeto de educação ele quer continuar a construir. Por isso, todos os nossos docentes estão convocados a reafirmar um sindicato que é classista, que é de luta, e que é autônomo. Que tenhamos um ótimo 2018, com muitas lutas”, completou, declarando encerrado o 37º Congresso do ANDES-SN.

 

Fonte: ANDES-SN

 

Eleição do ANDES-SN para o próximo biênio terá duas chapas

imp-ult-2053374997A inscrição de duas chapas para participar do processo eleitoral da nova diretoria do ANDES-SN, para gestão do biênio 2018/2020, foi confirmada no início da noite de sábado (27), no 37º Congresso do Sindicato Nacional. Após as inscrições feitas, as chapas foram apresentadas na plenária do tema 4, sobre questões organizativas e financeiras e defenderam as suas posições.

A chapa 1 “ANDES Autônomo e de Luta”, a primeira a se inscrever na Secretaria do Congresso, tem como candidatos a presidente, Antônio Gonçalves Filho, Apruma Seção Sindical; a secretária-geral, Eblin Farage, Aduff SSind. e atual presidente do ANDES-SN; e a tesoureira, Raquel Dias Araújo, Sinduece SSind. “Este momento é bastante significativo para o nosso sindicato, porque fortalece a nossa democracia interna e a nossa chapa vem dentro de um contexto de muitas lutas e a forma que nos organizamos pela base e com autonomia caracterizam a nossa chapa”, disse Antônio.

imp-ult-1400349684Logo depois, a chapa 2 “Renova ANDES” apresentou inscrição. Celi Taffarel, da Ufba; Maria de Lourdes Nunes, Adufpi SSind.; e Everaldo Andrade, Adusp SSind., são os candidatos aos cargos de presidente, secretária-geral e tesoureiro, respectivamente. Por motivos problemas de saúde na família, Celi teve que se ausentar do Congresso e não pode participar, presencialmente, da inscrição. “A nossa chapa representa uma trajetória de construção da unidade de vários grupos e de docentes de várias universidades, que vem desenvolvendo um esforço para recuperar uma série de bandeiras que estava sendo esquecida pelas últimas gestões do ANDES-SN”, afirmou Everaldo Andraimp-ult-850892039de.

As chapas terão até o dia 27 de fevereiro para apresentar os demais nomes que compõem a candidatura. A comissão eleitoral terá 7 dias corridos para homologar as inscrições.  As eleições devem ocorrer, por votação direta e secreta em todo o Brasil, nos dias 9 e 10 de maio de 2018.

Comissão Eleitoral
Durante a plenária do Tema 4, foi constituída também a comissão eleitoral que organizará o processo de escolha da próxima diretoria do Sindicato Nacional. Pela atual diretoria, foram indicados o secretário-geral, Alexandre Galvão (titular), Olgaíses Maués e Luis Acosta (suplentes). A plenária elegeu os demais membros: Paulo Rizzo (UFSC), Luciano Coutinho (UFRJ), Rubens Rodrigues (UFJF), José Carneiro (UFPA), Glaucia Russo (UERN) e Américo Kerr (USP).