Depois de sofrer redução de 45%, bolsas do CNPq podem ser suspensas

CNPq informa que trabalha junto ao MCTI para regularizar a situação

Como parte do projeto de desmonte e privatização das políticas públicas no país, os sucessivos cortes nos orçamentos de áreas como saúde, educação, ciência e tecnologia, intensificados em 2015, e aprofundados pelo governo ilegítimo de Michel Temer, atacaram também o financiamento de pesquisas científicas no país. No início do ano, o governo promoveu mais um corte no orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, dessa vez de 44%. Os resultados desses ataques, amplamente denunciados pelo ANDES-SN e outras entidades que lutam em defesa da Educação e Ciência públicas, estão emergindo e colocando em risco a produção científica pública no Brasil. Confira Nota do ANDES-SN contra os cortes de verba na C&T

Um levantamento da Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG), com base em dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), demonstra que foram pagas, em julho de 2017, 45% menos bolsas de mestrado e doutorado em relação a 2015. Não há dados referentes ao ano de 2016.

Nos dados totais o CNPq pagou, até 27 de julho de 2017, 49,29% menos bolsas em todas as modalidades, incluindo bolsas de Iniciação Científica, Doutorado, Mestrado, Produtividade em Pesquisa dentre outras. “As aplicações das políticas de ajuste fiscal no Brasil estão eliminando milhões de reais de investimento em Ciência e Tecnologia e colocam sob o risco de desintegração do atual sistema de pós-graduação brasileiro”, aponta em nota a ANPG.

De acordo com a Associação, os dados para o ano de 2017, coletados no site do CNPq, se referem ao conjunto total de bolsas ativas, ou seja, que estão atualmente em vigência e sendo pagas aos estudantes na data de 27 de julho de 2017. Os dados para o ano de 2015 e 2014 são referentes ao conjunto de bolsas pagas no total de cada um desses anos. Ou seja, os dados se referem ao número de bolsas e não ao número de estudantes beneficiados, pois, uma bolsa pode ser paga parte do ano para um estudante e outra parte do ano para outro estudante.

“Por isso, pode haver uma disparidade na comparação em virtude bolsas alocada para os programas de pós-graduação que não tenham sido na data de 27 de julho – temporariamente – destinadas para alguns pós-graduandos. O CNPq chama essas bolsas concedidas, mas não pagas, de “bolsas ociosas”. Apesar de não desprezível essa variação não deve ser superior a 10% do volume total de bolsas atualmente pagas, se levarmos em conta os dados de bolsas ociosas em março de 2016”, informa a ANPG.

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Fim dos recursos?

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, divulgada nessa quarta (2), o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, declarou “até agosto conseguimos honrar nossas dívidas. De agora para frente, se não houver uma ampliação dos limites de empenho, vamos ficar impedidos de cumprir os compromissos assumidos, incluindo o pagamento de bolsas”.

O ANDES-SN entrou em contato com o CNPq questionando as informações e, nessa quinta-feira (3), o órgão respondeu, através de sua assessoria de comunicação, que “o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), como órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) destaca o papel da pesquisa científica, imprescindível para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país, como demonstra a história. Portanto, o CNPq, em conjunto com o MCTIC, trabalha pela recomposição orçamentária, atuando junto aos Ministérios da Fazenda e do Planejamento pelo descontingenciamento de recursos, que afetaram os diferentes órgãos do Governo Federal.”
“Ressaltamos que o CNPq permanece empenhado na recomposição do orçamento e informa que não interrompeu o pagamento das bolsas, bem como procura novas soluções para dar continuidade às suas atividades de fomentar a ciência, tecnologia e inovação”, complementa o CNPq.

Congelamento do orçamento e denúncia
Com a aprovação da PEC 55, convertida após sanção na Emenda Constitucional 95, no final de 2016, o governo federal instituiu o “Novo Regime Fiscal”, que dentre outras coisas, limita por 20 anos os gastos sociais do governo, incluindo a destinação de recursos para Ciência Tecnologia, ao limite máximo do gasto do ano anterior adicionado a inflação do período. Diante dos cortes realizados, a perspectiva é que o orçamento para a área em 2018 inviabilize o financiamento da produção científica pública no país, aprofundando o espaço para a privatização do setor.

A denúncia dessa política de desmonte e privatização da produção científica pública no Brasil foi realizada pelo ANDES-SN durante o seminário “Universidade e Política de C&T: por uma ciência e tecnologia para o povo”, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. O evento, organizado pelo ANDES-SN em parceria com o Movimento pela Ciência e Tecnologia Pública (MCTP), aconteceu em paralelo à 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e marcou oposição à postura da entidade, que não abre espaços para discussões sobre políticas tão controversas nessa área, como é o caso do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Durante o Seminário da SBPC, foram distribuídas também mais de 1500 cópias da cartilha produzida pelo Sindicato Nacional, “Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/16): riscos e consequências para as universidades e a produção científica no Brasil”.

* com informações e imagem da ANPG

 

Fonte: ANDES-SN

Pelotas (RS) recebe Seminário Nacional Integrado do GTPCEGDS

imp-pop-500648963A cidade de Pelotas (RS) receberá, entre 24 e 26 de agosto, o Seminário Nacional Integrado do Grupo de Trabalho de Política de Classe para questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade (GTPCEGDS) do ANDES-SN. O evento será composto pelo III Seminário Nacional de Mulheres, pelo II Seminário de Diversidade Sexual e pelo III Seminário de Reparação e Ações Afirmativas do Sindicato Nacional.

Caroline de Araújo Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e uma das coordenadoras do GTPCEGDS, afirma que os três seminários foram aprovados em Congressos do ANDES-SN, e que são uma demanda da categoria para debater e pensar a carreira e a luta docente,levando em conta questões como o racismo, o machismo e a LGBTfobia dentro das instituições de ensino.
“O espaço da pesquisa ainda é muito masculinizado, heteronormativo e embranquecido. Ou seja, institucionalmente, a educação não reflete a diversidade de nosso povo. Com a política de cotas, que é recente, tivemos a entrada de muitos estudantes negros e negras, mas isso não se refletiu no corpo docente. Temos um número reduzido de professores negros e negras, LGBTs e indígenas”, comenta Caroline.

“Isso nos deu a tarefa de realizar esses seminários e fazer o enfrentamento político. Por isso vamos debater questões como o feminismo negro, o feminismo trans, as políticas públicas para a população LGBT dentro das instituições de ensino, a política de cotas, o acesso à educação de quilombolas e indígenas entre outros assuntos”, completa a docente, que solicita que todas as seções sindicais envidem esforços para enviar docentes para participar do evento em Pelotas.

O seminário será realizado em parceria com a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (Adufpel – Seção Sindical do ANDES-SN). O Seminário Nacional Integrado do GTPCEGDS terá início, em 24 de agosto, com a Conferência de Abertura “Gênero, Raça e Classe: uma discussão interseccional”. Participarão do debate Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, e Cláudia Durans, 2ª vice-presidente do Sindicato Nacional.

III Seminário Nacional de Mulheres
No mesmo dia, terá lugar a Mesa Redonda “Feminismo Negro e Feminismo Trans”, do III Seminário Nacional de Mulheres, com a presença de Meire Reis, professora da Rede Estadual da Bahia, e Adriana Sales, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Assim como nos seminários subsequentes, após a Mesa Redonda, haverá uma roda de conversa para apontar propostas de encaminhamentos e ações políticas para serem incorporadas na pauta e agenda de lutas do Sindicato Nacional.

II Seminário de Diversidade Sexual
No dia 25 de agosto, será realizada a Mesa Redonda “Políticas Públicas para a população LGBT e o combate a LGBTfobia nas Instituições de Ensino Superior”, do II Seminário de Diversidade Sexual do ANDES-SN, na qual falarão Qelli Rocha , da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Gean Santana, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), e Wilson Honório Silva, do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese).

III Seminário de Reparação e Ações Afirmativas
Já em 26 em de agosto será realizada a Mesa Redonda “Por uma Universidade Pública e Plural: a luta por direitos para a população negra, indígena e quilombola”, com a presença dos debatedores Hertz Dias, do Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe, e de Alessandra Gasparotto, da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel).

GTs também se reúnem em Pelotas
No dia 27 de agosto, na sede da Adufpel-SSind, terá lugar a reunião conjunta do GTPCEGDS com os Grupos de Trabalho de Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA) e de Ciência e Tecnologia (GTC&T). A reunião conjunta é deliberação do 36º Congresso do ANDES-SN, e debaterá “as questões que envolvem a demarcação de terras indígenas, a biodiversidade e a pressão sobre os recursos naturais e energéticos de suas terras, bem como aprofundar a dívida ecológica”. O GTC&T também realizará reunião própria, na cidade gaúcha, em 26 de agosto.

Circulares

Confira aqui a Circular 219/17, com a programação do Seminário Nacional Integrado do GTPCEGDS

Confira os anexos da Circular 231/207 com indicação de hospedagem: 01 e 02

 

Fonte: ANDES-SN

Governo publica medida provisória com plano de demissão voluntária para servidores

imp-pop-1822123573Uma medida que trata do Programa de Desligamento Voluntário (PDV) no âmbito do Poder Executivo Federal foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (27). A Medida Provisória (MP) nº 792/17, assinada pelo presidente Michel Temer, tem como objetivo demitir 5 mil servidores públicos federais e economizar, de acordo com cálculos do governo, cerca de R$ 1 bilhão por ano. O ajuste fiscal, iniciado no final de 2014, vem se intensificando nos últimos meses com o governo ilegítimo de Michel Temer.

O PDV valerá para servidores do Poder Executivo. Os trabalhadores que aceitarem o desligamento vão receber 1,25 salário para cada ano trabalhado. Por exemplo, um servidor que tenha remuneração de R$ 5 mil por mês, caso resolva aderir ao plano de demissão voluntária, vai receber mais R$ 6,2 mil por cada ano de serviço prestado.

O Programa também prevê a redução da jornada de 8 horas diárias e 40 semanais para 6 ou 4 horas diárias e 30 ou 20 horas semanais, respectivamente, com redução proporcional do salário, calculada sobre o total da remuneração. Como incentivo à diminuição da jornada e do salário, o governo oferece o pagamento adicional correspondente a meia hora diária. Os funcionários públicos que optarem por uma jornada reduzida poderão ter outro emprego no setor privado, desde que não haja conflito de interesses entre as duas atividades.

Outra proposta apresentada no PDV do governo é a licença incentivada em pecúnia sem remuneração. Pela proposta, o servidor tira uma licença não remunerada de três anos, que pode ser prorrogável por igual período, e recebe, no momento da suspensão das atividades, um valor correspondente a três vezes seu salário. É proibida a interrupção da licença.

Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, explica que o Programa de Demissão Voluntária faz parte um conjunto de medidas que visam o total desmonte dos serviços púbicos no país – como exemplo, a Emenda Constitucional (EC) 95, que congela gastos públicos por 20 anos -, para manter o pagamento de juros e amortizações da dívida ao sistema financeiro e aumentar a arrecadação da União.

“Esse conjunto de medidas, que o governo vem intensificando, tem como foco central a diminuição de políticas públicas para diminuir os gastos e se ‘adequar’ à EC 95. E, uma dessas formas, é diminuir o número de servidores públicos. Se o contingente que o governo espera de adesão do PDV se concretizar, as nossas políticas públicas estarão condenadas para o segundo semestre de 2017”, alerta a presidente do Sindicato Nacional, que antecipa que o PDV, certamente, se replicará nos estados e municípios.

Eblin Farage alerta também para o preocupante fato de uma redução significativa do quadro de servidores públicos, que já está escasso com a suspensão de concursos, e que ainda deve diminuir com o aumento pedidos de aposentadoria daqueles que têm receio de perder direitos a contrarreforma da Previdência seja aprovada.

“Atacar os servidores é uma maneira de atacar toda a classe trabalhadora, porque, automaticamente, os serviços serão diminuídos ou até suspensos. Em cada lugar que um funcionário aderir ao PDV, serão menos servidores para atender a população, em áreas essenciais como Saúde, Educação, Previdência, Segurança e outras”, disse. Confira o texto do PDV.

Demissão de Servidores Não é de hoje que o governo federal tenta emplacar o PDV para os servidores públicos federais, estaduais e municipais. A proposta quase foi aprovada no Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16, enviado pela ex-presidente Dilma Rousseff, em abril do ano passado. O projeto previa, entre outras medidas, a suspensão dos concursos públicos, congelamento de salários, não pagamento de progressões e outras vantagens (como gratificações) e, ainda, o programa de demissão. Durante as votações do PLP 257 no Congresso Nacional, o PDV, e outros ataques aos servidores, foi retirado.

Logo depois, já no governo Temer, foi enviado ao Congresso o PLP 343/2017, que também trata do renegociamento de dívida dos estados e municípios com a União e recuperou em seu texto uma série de propostas que foram retiradas do PLP 257, como a autorização de contratação de crédito, com garantia da União, financiar programas de desligamento voluntário de pessoal, em troca da renegociação das dívidas.  O PLP 343/2017, convertido em maio na Lei Complementar 159/2017 prevê ainda, entre outras medidas, a instituição de regime de previdência complementar nos estados e municípios e a revisão do regime jurídico único dos servidores estaduais da administração pública direta, autárquica e fundacional para suprimir benefícios ou vantagens não previstos no regime jurídico único dos servidores públicos da União.

Para a presidente do ANDES-SN, o PDV não pode ser uma alternativa ao trabalhador. Eblin Farage relembra que o Programa realizado na década de 90, no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), resultou em um número grande de casos de suicídio no país.

“O PDV tem um lado extremamente cruel, como o que ocorreu na época do governo FHC, que ninguém mostra. Muitos servidores se suicidaram, pois não conseguiram retornar ao mercado de trabalho. O Programa vai atrair aqueles servidores que estão adoecidos por conta das condições precárias de trabalho e endividados, cada vez mais, por conta do congelamento dos seus salários. Eles veem o PDV como uma saída imediata para resolver o seu problema imediato, mas em médio prazo a situação não se resolve, pois o trabalhador não consegue se inserir no mercado de trabalho, e passa a ter uma condição de vida ainda mais precarizada”, afirma.

Para Eblin Farage, “o servidor que aderir ao PDV perderá a sua estabilidade no serviço público para se inserir, depois, em uma economia totalmente insegura, que só atende os interesses do mercado financeiro e coloca nas costas do trabalhador a conta”. A presidente do ANDES-SN conclama ainda toda a categoria docente a se posicionar contrária à esse plano e intensificar a luta contra os ataques aos trabalhadores e aos serviços públicos, que resultam, entre outras coisas, no desmonte da Educação pública e gratuita, especialmente das universidades e institutos federais.

Isenções fiscais, dívidas e empréstimos
Nos últimos meses, Michel Temer concedeu uma série de isenções fiscais às empresas, perdoou dívidas bilionárias de bancos, autorizou empréstimos a bancos internacionais e liberou a emendas parlamentares. De janeiro a junho, segundo levantamento da ONG Contas Abertas, o total liberado pelo governo para emendas foi de R$ 2,12 bilhões. Nas três primeiras semanas de julho, foram liberados R$ 2,11 bilhões de acordo com a entidade. O período corresponde ao de votação, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, da denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer, e também de conclusão da votação da contrarreforma Trabalhista.

Recentemente, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, decidiu favoravelmente ao Itaú-Unibanco e Santander, em processo que cobrava, das empresas, o não pagamento de tributos em valor superior a R$ 25 bilhões à Receita Federal e R$ 338 milhões de cobranças de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), respectivamente.

No dia 17 de julho, o Ministério da Educação (MEC) foi autorizado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (Mpog) a solicitar um empréstimo de até US$ 250 milhões (cerca de R$ 800 milhões) ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), do Bando Mundial, para implementar a contrarreforma do Ensino Médio nos estados brasileiros.

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Fonte: ANDES-SN

Auditoria da dívida pública com participação popular foi incluí­da na LDO de 2018

imp-ult-1392537066Depois de grande batalha na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, no iní­cio de julho, foi incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO 2018) o artigo 91, que prevê que “durante o exercí­cio de 2018, será realizada auditoria da dívida pública, com a participação de entidades da sociedade civil, no âmbito do Ministério da Fazenda e do Banco Central do Brasil”.

A LDO aprovada para 2018 prevê um aumento de apenas R$ 39 bilhões nas despesas do governo. Tal valor se deve ao aumento da população e à correção da inflação, conforme limita a Emenda Constitucional 95/2016 – do Teto dos Gastos -, em vigor desde o início deste ano.

A transparência sobre os gastos com juros da dí­vida foi o pleito de duas outras emendas apresentadas à  LDO do próximo perí­odo. De acordo com a associação Auditoria Cidadã da Dí­vida, atualmente, o governo federal contabiliza grande parte do pagamento de juros – que é uma “despesa corrente” – como se fosse “amortização/refinanciamento” ou “rolagem” da dí­vida, que é uma “despesa de capital”. Desta forma, o governo tem burlado sistematicamente o disposto no art. 167, III da Constituição.

“Com esta ‘mega pedalada’, o governo aumenta artificialmente o teto para novos endividamentos no ano, e, assim, emite centenas de bilhões de reais em novos tí­tulos da dívida, obrigando-se a pagar os juros mais elevados do mundo que incidem sobre essa dí­vida que possui diversos indí­cios de ilegalidades”, explica, em nota, a associação.

Ainda segundo a Auditoria Cidadã, grande parte dos juros nominais pagos não consta nos relatórios do Tesouro, pois aparece misturada ao valor do “refinanciamento” ou “rolagem”, rubrica, esta, constantemente desprezada por diversos analistas que ainda não entenderam essa manobra, a qual vem sendo denunciada pela Auditoria Cidadã da Dí­vida, desde a CPI da Divida, concluí­da em 2010.

Uma emenda que prevê que o governo divulgue qual foi o montante total de juros nominais pagos durante o ano, sem disfarce, também foi incluí­da na LDO, que aguarda sanção presidencial. No entanto, é importante lembrar que proposta semelhante inserida no Plano Plurianual 2016-19 foi vetada por Dilma Rousseff, e, na LDO/2017, por Michel Temer.

“A Auditoria deveria ser uma praxe, e amplamente divulgada, em respeito à sociedade que paga a conta. Os sucessivos vetos têm colocado em evidência o fato de que nem os órgãos de controle auditam a dí­vida. Também desmascaram a desobediência ao princípio da transparência previsto na Constituição e o desrespeito à cidadania e seu direito de participação social “, afirma a Auditoria Cidadã.

Com edição do ANDES-SN e imagem de EBC.

Fonte: Auditoria Cidadã da Dí­vida

Docentes da UESC falam sobre participação no 62º CONAD

O 62° Congresso Nacional dos e das Docentes (CONAD) aconteceu entre 13 e 16 de julho, último, reunindo 268 docentes entre delegados, observadores, diretores nacionais e representantes de 70 seções sindicais do ANDES-SN. Representando a ADUSC participaram o professor Carlos Vitório (1°tesoureiro da ADUSC), como delegado, e a professora Maí­ra Mendes (docente da base), como observadora.

O evento foi realizado num contexto de muitas lutas no Brasil e no Mundo, frente a uma conjuntura de acirramento da luta de classes, que se expressa em fortes retrocessos para educação pública.

Diante deste cenário, o 62° CONAD teve como tema central “Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!”.

Marcado por intensas discussões, o 62° CONAD atualizou o plano de lutas e as consignas do ANDES-SN, assim como um calendário de lutas que podem ser acessados na Carta de Niterói (disponí­vel aqui). Também foi o primeiro evento do Sindicato Nacional que contou com uma comissão de combate ao assédio, em tempo que lançou a primeira campanha da entidade sobre o tema.

Para falar dessas experiências, a ADUSC entrevistou os docentes Carlos Vitório e Maí­ra Mendes.

Prof. Carlos Vitório: Como o professor avalia o debate ocorrido no 62º Conad e o que ele indica e contribui para esse momento de radicalização das lutas das UEBA?

Essa foi a minha quinta participação em um CONAD, que é sempre uma experiência enriquecedora e de muito aprendizado no debate. O encontro mostrou, mais uma vez, que só vamos enfrentar os ataques dos governos e da burguesia com a unidade dos trabalhadores na rua. Nesse sentido, o 62º CONAD indica para o movimento docente continuar e intensificar o caminho que nós já estamos percorrendo. Foi unânime entre os presentes no CONAD a defesa da construção de uma nova greve geral, para barrar as contrarreformas e derrubar o governo Temer. Na Bahia, não pode ser diferente, vamos lutar para revogar as contrarreformas já implementadas pelo governo Rui Costa, nenhum direito a menos e construir a greve nas UEBA.

Profª. Maira Mendes: Qual a importância de docentes, de fora da diretoria dos sindicatos, participarem de eventos como o CONAD?

O Andes-SN é um sindicato estruturado a partir das bases. Portanto as seções sindicais tem um papel muito importante, e devem ter a preocupação de envolver as filiadas e os filiados na sua construção cotidiana. Este CONAD, em especial, ocorre num momento muito delicado da polí­tica nacional, e, portanto, a participação de posições múltiplas só faz com que o debate seja enriquecido. Além disso, também é um sindicato que inovou com a constituição de uma Comissão de Enfrentamento aos Assédios, dando um exemplo de que as pautas feministas precisam ser incorporadas na preocupação de um sindicalismo que se constrói em parceria com os movimentos sociais mais atuantes da conjuntura brasileira.

25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

 

O dia 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, o dia também é em homenagem à  Tereza de Benguela, lí­der quilombola que se tornou rainha, resistindo bravamente à  escravidão por duas décadas. Esse ano, a data traz à  tona a luta da mulher contra o feminicí­dio, as reformas que destroem os direitos do povo brasileiro, principalmente, das mulheres negras e por reparações à  comunidade negra.

“Essa data é importante porque chama a reflexão para a situação de setores mais explorados e oprimidos da sociedade, que é a mulher negra Latino-Americana e Caribenha, e para os indicadores sociais, econômicos, políticos, que denunciam essa condição da mulher na sociedade brasileira”, disse Claudia Durans, 2° vice-presidente do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Polí­tica de Classe para Questões Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do Sindicato Nacional.

Segundo a coordenadora do GTPCEGDS, a data possibilita também resgatar a história da mulher negra no Brasil. “É um histórico de luta e resistência, como no período colonial, em que mulheres enfrentaram o escravismo, dirigindo insurreições, fazendo parte da direção dos quilombos, como é o caso da Tereza de Benguela. E esse resgate à importante, pois a mulher negra chefia famílias e garante o sustento familiar”, afirmou a docente.

Tereza de Benguela liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho. Conforme documentos da Época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 indígenas. O quilombo, localizado no Vale do Guaporã (MT), resistiu da década de 1730 até o final do século XVIII. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770.

Violência
O Brasil é o 5º país que mais mata mulheres no mundo, perdendo somente para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia, com a triste marca de 13 mulheres ví­timas de homicí­dio por dia, de acordo com dados de 2015 do Mapa da Violência elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) de 2015. De acordo com o Mapa da Violência de 2015, entre 2003 e 2013, aumentou em 54,2% o número de assassinatos de mulheres negras, enquanto, no mesmo perí­odo, houve diminuição de 9,8% para as mulheres brancas.

Cláudia Durans explica que o índice de violência contra a mulher negra aumentou e que a situação da mulher negra tende a se agravar com a contrarreforma da Previdência, em curso, e as já aprovadas leis Trabalhista e das Terceirizações. “As contrarreformas implementadas pelo Capital, através do governo Temer, atacam ainda mais os setores vulnerabilizados da sociedade, no que diz respeito à  aposentadoria das trabalhadoras rurais e às relações de trabalho, que ficarão ainda mais fragilizadas com a terceirização ampla e irrestrita”, ressaltou Claudia, pontuando que as contrarreformas estão na contramão da conquista de direitos das empregadas domésticas, por exemplo.

Origem
A data 25 de julho teve origem durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992. Ao longo dos anos, a data vem se consolidando no calendário de luta do movimento negro e tem resgatado a luta e a resistência das mulheres negras, bem como cumprido o papel de denunciar as consequências da dupla opressão que sofrem, com o racismo e o machismo. Ainda no mês de julho, é comemorado, no dia 31, o Dia da Mulher Africana.

Com informações da CSP-Conlutas

Fonte: ANDES-SN

Seminário paralelo à SBPC debate produção de ciência e tecnologia para o povo

 

Para fazer contraponto à  polí­tica de desmonte e privatização a produção cientí­fica pública no Brasil, foi realizado, nos dias 18 e 19 de julho, o seminário “Universidade e Política de C&T: por uma ciência e tecnologia para o povo”, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. O evento, organizado pelo ANDES-SN em parceria com o Movimento pela Ciência e Tecnologia Pública (MCTP), aconteceu em paralelo à  69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e marcou oposição à  postura da entidade, que não abre espaços para discussões sobre polí­ticas tão controversas nessa área, como é o caso do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Durante dois dias, o evento debateu questões referentes às polí­ticas e produção de Ciência e Tecnologia (C&T) no paí­s. Na abertura do seminário, representantes das entidades envolvidas na organização do evento e convidados falaram sobre a importância da iniciativa, realizada em um momento de forte desmonte do Estado e da necessidade de resistência aos ataques que vem sendo cometidos contra o povo. Mais cedo, no local onde ocorria a reunião anual da SBPC, no campus da UFMG, houve panfletagem com entrega de uma cartilha editada pelo ANDES-SN e da programação do seminário.

No final da tarde de terça-feira (18), ocorreu a primeira mesa “Dependência, desenvolvimento e política de C&T na América Latina” com os professores Nildo Ouriques, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e José Domingues de Godoi Filho, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e representante da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat – Seção Sindical do ANDES-SN). Os docentes fizeram críticas em relação ao atual processo de produção de C&T no paí­s, às relações entre empresas, universidades e Estado, as formas como são conduzidas as polí­ticas para estas áreas e as graves consequências para o país.

No dia seguinte (19), a mesa “Polí­tica industrial, meio ambiente e Marco Legal de CTI” contou com participação de Epitácio Macário, 3° tesoureiro e um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Ciência e Tecnologia do ANDES-SN (GTCT) do ANDES-SN, e Rafael Lopo, do Grupo de Estudos Temáticas Ambientais (Gesta) da UFMG, que explicou como o crime ambiental cometido pela Samarco em Mariana, interior do estado de Minas, afetou a vida da população. Já Macário falou sobre o Marco Legal e os impactos da medida na condução de C&T no paí­s, nas universidades e institutos públicos e para a carreira de professor e pesquisador, com a possível disseminação das Organizações Sociais (OS) dentro destes espaços.

No inÃício da tarde, o seminário, através da professora Angélica Lovatto e diretora da Associação dos Docentes da Universidade Estadual Paulista (Adunesp – SSind.), homenageou a obra e vida do intelectual e sociólogo, Antonio Candido, que faleceu este ano. Após a homenagem, ocorreu o lançamento de algumas publicações. Entre elas, a cartilha “Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/16): riscos e consequências para as universidades e a produção cientí­fica no Brasil” e a revista Universidade e Sociedade n° 59 “Limites do capital: questões urbanas, agrárias, ambientais e de ciência e tecnologia”, ambas publicações do ANDES-SN.

A última mesa do evento, “Universidade e Polí­tica de C&T no Brasil”, com as explanações pelo professor Luiz Fernando Reis, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), que falou sobre a dúvida pública brasileira, o financiamento das universidades federais e de Ciência e Tecnologia no Brasil. O pesquisador Rogério Bezerra da Silva, do Grupo de Análise de Políticas de Inovação (Gapi) da Universidade de Campinas (Unicamp) e do MCTP, falou sobre parques tecnológicos e o MCTI.

Segundo Epitácio Macário, diretor do ANDES-SN, o seminário resultou, no mí­nimo, em trás elementos importantes. “O primeiro ponto a ser destacado é que conseguimos distribuir as cartilhas sobre o Marco Legal para 1, 5 mil pessoas que participaram de ambos os seminários de C&T [a reunião da SBPC e o evento paralelo]. Em segundo, a temática tratada nosso seminário levantou questões da relação entre a produção e polí­tica de C&T, a polÃítica industrial, o modelo de desenvolvimento brasileiro e a dependência do Brasil e da América Latina em relação aos países centrais. Por último, os palestrantes abriram novos caminhos em torno da Ciência e Tecnologia e, um deles, é que precisamos tratar este tema dentro de um projeto de nação e de emancipação da classe trabalhadora”, pontuou Macário.

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Saiba Mais
ANDES-SN promove seminário sobre Ciência e Tecnologia em Belo Horizonte (MG)

*Foto 1: Matheus Ruas / Sindicefet MG SSind.

*Foto 2: Veronique Hourcade

Fonte: ANDES-SN

62º Conad foi o primeiro evento com Comissão de Enfrentamento ao Assédio

   Durante o 62º Conad, que foi realizado em Niterói (RJ) entre 13 a 16 de julho, o ANDES-SN lançou uma campanha contra o assédio sexual – com cartazes, adesivos e vídeo -, além de apresentar a nova edição da cartilha “Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indígenas, das/os negros, das/dos LGBTs”. O Conad de Niterói foi, também, o primeiro evento do Sindicato Nacional a contar com uma Comissão de Enfrentamento ao Assédio, instituída após o 36º Congresso do ANDES-SN, realizado no mês de janeiro em Cuiabá (MT).

Caroline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Questões Étnico-Raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), foi uma das integrantes da Comissão durante o Conad, e avaliou os trabalhos. “O 62° Conad foi o primeiro evento deliberativo do ANDES-SN depois do que aconteceu no 36° Congresso Nacional. Nós não tivemos nenhuma denúncia formal à Comissão aqui em Niterói, o que não significa dizer que não houve, embora possa indicar um recuo daqueles que praticam assédio. Sem dúvida, é um avanço a gente ter no regimento de um evento deliberativo do Sindicato Nacional a criação de uma comissão de enfrentamento ao assédio, mas nossa intenção é que essa comissão seja permanente”, destacou.

A diretora do ANDES-SN também ressaltou o impacto da campanha contra o assédio lançada pelo GTPCEGDS, no Conad. “O material produzido foi bastante elogiado e o GT está sendo convidado pelas seções sindicais para fazer esse lançamento nos Estados. Isso foi muito positivo”, avaliou. Caroline lembra, entretanto, que a campanha faz parte de uma luta muito maior.

“A cultura do estupro, do assédio e do machismo está entranhada na gente desde o processo de formação do Estado Nacional brasileiro. O processo de colonização foi pautado no sofrimento e no estupro de mulheres indígenas e negras. A cultura do machismo está em vários espaços, está institucionalizada, como mostrou a peça. Queremos ir além das denúncias, queremos formar os companheiros e as companheiras para romper com essa cultura que naturaliza a violência, que diz que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, que alimenta a homofobia, a transfobia. A gente ainda tem que avançar muito. A campanha é uma conquista, uma vitória, mas é só o começo”, afirmou.

Deliberações do 62º Conad

No tema de Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual, debatido na plenária de sábado (15) no Conad, foi aprovada a criação, na estrutura da diretoria nacional, de uma Comissão Permanente de Enfrentamento ao Assédio, a ser incorporada no Estatuto do Sindicato Nacional no 37º Congresso do ANDES-SN. Também foi deliberado que conste nos regimentos de eventos nacionais do sindicato a constituição de uma Comissão de Enfrentamento ao Assédio, composta por três membros da diretoria e dois da seção sindical que recebe o evento.

Confira aqui o vídeo da campanha de combate ao assédio lançado no Conad

Confira aqui a nova edição da cartilha do GTPCEGDS

Confira os demais materiais da campanha de combate ao assédio

Com informações de Aduff-SSind.

 

Fonte: ANDES-SN

Encerrado o 62º Conad do ANDES-SN em Niterói (RJ)

Durante quatro dias, docentes de todo o Brasil discutiram a conjuntura, avaliaram e atualizaram os planos de lutas do ANDES-SN frente aos desafios polí­ticos e organizativos

As deliberações do 62º Conad do ANDES-SN, realizado na cidade de Niterói (RJ) de 13 a 16 desse mês, demonstraram o fortalecimento do Sindicato Nacional como uma entidade autônoma e democrática, em defesa da classe trabalhadora, pela intensificação da luta para barrar as contrarreformas e revogar as já aprovadas e mobilização pela construção de uma nova Greve Geral, no enfrentamento à  retirada de direitos dos trabalhadores, e ainda contra a política de conciliação de classes, pelo “Fora Temer” e eleições diretas e gerais já, com novas regras.

Além da agenda de lutas, foram aprovadas a prestação de contas e a previsão orçamentária do Sindicato Nacional para o ano de 2018, homologada nova sessão sindical – Adesfaetec SSind. e definida a cidade de Fortaleza (CE) como sede do próximo Conad, que será organizado em conjunto com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece-SSind.).

As deliberações e debates foram destacadas na Carta de Niterói, lida na plenária pelo secretário-geral do ANDES-SN, Alexandre Galvão. O documento sintetizou os quatro dias de encontro, abordando as resoluções aprovadas no Conad, reforçando a campanha – lançada no evento – contra o assédio sexual, a criação de uma comissão permanente de combate ao assédio e a atenção especial dada à  polí­tica de inclusão, ingresso e permanência de pessoas com deficiência nas Instituições de Ensino Públicas, ações que se colocam como importante desafio do Sindicato Nacional. A carta apontou ainda a atualização da consigna do ANDES-SN e os desafios a serem enfrentados daqui pra frente.

Conad de Niterói

Para Gustavo Gomes, presidente da Aduff SSind., seção sindical que sediou o 62º Conad, a realização desta edição em Niterói fortaleceu e motivou a luta dos trabalhadores. “Esse Conad avançou na nossa unidade interna e na unidade externa num momento de reorganização dos trabalhadores para revogar a Reforma Trabalhista e impedir a Reforma da Previdência. A gente sai mais armado, munido a partir dos debates desenvolvidos aqui, para nos engajarmos junto aos demais trabalhadores no movimento para barrar as reformas e também na campanha pelo Fora Temer, culminada agora com a exigência de eleições diretas e gerais já “, afirmou o dirigente.

O fortalecimento da luta
A presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, destacou na plenária de encerramento a importância do espaço de debate democrático proporcionado pelo 62º Conad, frente à necessidade emergencial de ampliação das lutas dos docentes e da unidade contra a retirada de direitos vivenciada pelos trabalhadores. “Nosso desafio imediato para o segundo semestre é barrar as contrarreformas e colocar para fora o Temer, e ele tem que sair pela mão dos trabalhadores. A nossa expectativa é buscar isso na organização e no nosso poder de mobilização. A nossa classe tem disposição de mudar. Precisamos botar fogo nessa fogueira, que alguns querem apagar. Ao contrário, é necessário intensificar a nossa luta e construir um projeto de Universidade muito distinto desse que vem sendo implementado nos último anos”, destacou a presidente dando por encerrado o 62º Conad.

Moções aprovadas
A plenária de encerramento aprovou 12 moções. Foram aprovadas moções de repúdio contra a atuação seletiva da Justiça, em repúdio ao atraso dos salários dos servidores do Rio Grande do Norte há 1 ano e seis meses, contra a aprovação da LDO pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, a qual congela o orçamento do Estado incluindo o salário dos servidores, repúdio à emenda aditiva que extingue a Unila por meio da criação da Universidade da Fronteira Oeste, repúdio ao discurso de ódio proferido pelo vereador Andrean Peglow (PSDB) contra a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), repúdio à  interdição do acesso de estudantes estrangeiros a auxílios da polí­tica nacional de assistência estudantil promovido pela reitoria da Unilab, contra ameaças e perguições a lideranças quilombolas e indí­genas no estado do Maranhão, repúdio ao apoio dos governos à construção de mais um porto na cidade de São Luí­s (MA) para atender interesses de empresa privada, repúdio contra a privatização da educação básico da Paraí­ba, em repúdio ao vereador de Niterói (RJ) Carlos Jordy, do PSC, e ao ato racista do Movimento Brasil Livre (MBL) contra Luiz Carlos Prates, dirigente sindical da CSP-Conlutas.

Fonte: ANDES-SN

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