Há cem anos, Greve Geral paralisava o país e garantia direitos trabalhistas

Conquistas, como o descanso semanal remunerado, estão ameaçadas

untitledSão Paulo (SP), julho de 1917. Os trabalhadores da tecelagem Crespi reivindicam aumento salarial, mas os patrões os deixam de mãos vazias. No dia 8 de julho, eles realizam uma grande manifestação, na porta da fábrica, no bairro do Brás, e são violentamente reprimidos pela polÃícia. No dia seguinte, nova manifestação, dessa vez na frente da fábrica da Antártica, no mesmo bairro.

Depois de quebrar um caminhão de garrafas, os trabalhadores seguem com a manifestação até a Tecelagem Mariana. Após novo confronto com a polícia, o operário espanhol José Martinez é assassinado. Sua morte foi o estopim para o crescimento das mobilizações, em um ano em que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul viviam uma onda de greves, altamente influenciados por ideais anarcossindicalistas trazidos da Europa por imigrantes espanhóis e italianos.

Em 11 de julho foi realizado o funeral de José Martinez. Dezenas de milhares de pessoas acompanharam o corpo até o Cemitério do Araça e depois realizaram um comér­cio na Praça da Sé, no centro da cidade. Edgard Leuenroth, jornalista que participou ativamente das mobilizações, relata a impressionante marcha fúnebre em carta enviada ao jornal O Estado de São Paulo.

“O enterro dessa ví­tima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da Rua Caetano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação”, afirmou Edgar.

Em poucos dias, a mobilização se espalhou, e muitas categorias de trabalhadores entraram em greve. As indústrias e o comércio paulistanos se viram paralisados, o transporte não funcionava. Era a primeira grande Greve Geral da história do paí­s. Até o comércio de leite e carne foi suspenso, sendo permitida pelo Comitê de Defesa Proletária – organizador da greve – apenas sua distribuição em hospitais. Durante 30 dias, os operários comandaram a cidade de São Paulo.

As reivindicações da Greve Geral de 1917 eram diversas: a libertação de todos os presos políticos; o respeito à  livre associação de trabalhadores; nenhuma demissão por participação em greve; proibição do trabalho de menores de 14 anos; aumento salarial de 35% para os que recebiam menos, e de 25% para os que recebiam mais; imposição de prazos legais para o pagamento de salários; jornada de trabalho de oito horas, com descanso semanal remunerado, entre outras pautas.

Após uma longa negociação entre governo, patrões e o Comitê de Defesa Proletária , os empregadores se comprometeram a pagar o devido reajuste salarial, o governo libertou os presos polí­ticos, e os trabalhadores decidiram terminar a Greve Geral. Hoje, cem anos depois, os governos e o Congresso estão tentando, por meio de projetos como a contrarreforma Trabalhista – Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/17 – retirar os direitos que o movimento dos trabalhadores conquistou por meio de luta, apesar da enorme repressão e de diversas mortes.

Com informações de Arquivo Edgard Leuenroth (Unicamp). Imagem do funeral de José Martinez.

Fonte: ANDES-SN

Jornada de Luta, nos dias 11 e 12 de julho, para barrar a votação da Reforma Trabalhista no Senado!

A reforma Trabalhista está agendada para ser votada no Senado no próximo dia 11. Essa reforma vai destruir direitos que foram conquistados às duras penas por décadas de lutas. Diante disso, é necessário fortalecer a mobilização dos trabalhadores em todo o paí­s.

NOTA PÚBLICA DO FÓRUM DAS ADS SOBRE DIREITOS TRABALHISTA

O Fórum das ADs (FAD) informa que, diante da pressão do movimento docente, o governo recuou na sua postura de intransigência e comprometeu-se a abrir o diálogo para discutir direitos trabalhistas: promoção, progressão e mudança de regime de trabalho, a partir do mês de julho. A informação foi comunicada à  coordenação do Fórum das ADs por telefone (pelo Sr. Adriano Tambone, superintende de recursos humanos do governo), além de divulgada pelo governo através de blogs e mí­dias sociais na última semana.

Numa tentativa de deslegitimar a luta do Movimento Docente, o governo utilizou-se também do Fórum de Reitores para divulgar a informação, através de nota divulgada no último dia 29 de junho nos portais das reitorias. O Fórum das ADs repudia a ação do governo e lamenta que o Fórum dos Reitores se preste a esse papel.

As informações divulgadas até o momento são incertas, não dando conta de números, prazos e condições para o atendimento dos pedidos de promoção e progressão. Tão pouco tratam de toda a pauta do Movimento Docente. Desta forma, a coordenação do Fórum das ADs, mais uma vez, fez contato com o governo do Estado, cobrando uma reunião e a apresentação de uma proposta por escrito ao Movimento Docente. Por telefone, o Sr. Adriano Tambone, afirmou que, na primeira quinzena de julho, a partir dos levantamentos quantitativos dos processos, será negociado com o Movimento Docente as promoções, progressões e mudança de regime de trabalho. No aspecto da recomposição salarial, o subsecretário indicou, ainda, que se trata de um tema a ser pautado em outro momento, por ser uma questão de maior dificuldade em virtude da postura do Governo do Estado.

Assim, é necessário manter o indicativo de radicalização para pressionar o governo a apresentar uma proposta que atenda é  pauta do Movimento Docente. As Associações Docentes, como representações legítimas da categoria, reafirmam o seu compromisso com a luta em defesa do cumprimento dos direitos trabalhistas e no combate intransigente aos ataques do governo Rui Costa é  educação pública.

Leia a nota no site: http://www.forumdasadsba.org/pagina/noticias_interno/21

Alerta aos servidores públicos: a adesão ao Prevbahia acaba com o direito à  aposentadoria integral

reforma da previdencia 

O Fórum das ADs (FAD) alerta todos os docentes e servidores públicos da Bahia vinculados ao Fundo de Custeio da Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (Funprev) e Fundo Previdenciário dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (Baprev) a não migrarem para o Regime de Previdência Complementar (RPC), pois essa ação implicará na perda do direito à aposentadoria integral desses trabalhadores.

Aprovado em janeiro de 2015, o PrevBahia acaba com a aposentadoria integral e estabelece um teto do INSS de, no máximo, R$ 5.531,31. Todos os trabalhadores que ingressaram no funcionalismo público depois de 29 de julho de 2016 (data da regulamentação) não poderão ter aposentadoria com valor acima do limite estabelecido. Além disso, esse regime previdenciário aposta em planos de investimento que, na prática, não garantem retorno, por se tratar de uma previdência complementar submetida à instabilidade do mercado financeiro.

Em nota publicada no último dia 5 de Julho de 2017 no Portal do Servidor, e nos veículos de imprensa, o governo convoca capciosamente os servidores a migrar para o Prevbahia. Contudo, as Associações Docentes chamam atenção para a propaganda enganosa sobre a medida e alertam que o regime, na verdade, prejudica a aposentadoria do servidor público.

Baprev, Funprev e PrevBahia

Atualmente os servidores públicos da Bahia estão divididos entre vinculação ao Funprev, Baprev e PrevBahia. A diferença entre os trás regimes de previdência consiste na porcentagem de contribuição e cada um contempla servidores ingressos num perí­odo especí­fico. O PrevBahia difere totalmente dos outros. Ele é um fundo previdenciário de caráter privado, não solidário que administra planos previdenciários complementares facultativos.

Vinicius Correia Santos, professor de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), explica que a consequência lógica dos servidores do Funprev e Baprev, que tem direito a uma aposentadoria integral, caso migrem para o PrevBahia, é de perder esse direito e ter uma aposentadoria limitada de R$ 5.531,31. “Com esse modelo de previdência complementar privada o governo não tem responsabilidade nenhuma, ou seja, ele garante apenas o teto do INSS e, se esse investimento der errado, o servidor perde todo o dinheiro investido, que fica a mercê da ciranda do mercado financeiro”, afirma o professor.

Em defesa da Previdência Pública: Não ao PrevBahia!

O Fórum das ADs recomenda aos docentes que não contratem o PREVBAHIA pela instabilidade que ele representa. A não participação também significa um ato polí­tico contra o ataque do governo Rui Costa é previdência pública baiana. Desde 2015 o Fórum, através das ADs, denuncia do Prevbahia com a realização de seminários, notas públicas e panfletagens.

Recentemente, o FAD publicou uma Cartilha Estadual contra a Reforma da Previdência que explica os prejuí­zos causados pelo PrevBahia denunciando o plano privado de aposentadoria complementar que tenta ser imposto pelo governo Rui Costa e como ele impactará a vida dos docentes. Para o FAD, é preciso defender a previdência pública, tanto a ní­vel estadual quanto federal. O Prevbahia é um retrocesso e fere os direitos conquistados pela classe trabalhadora.

Acesse a cartilha do Fórum das ADs “Não ao Prevbahia” aqui.

 

Senadores aprovam urgência para tramitação da contrarreforma trabalhista

Os senadores aprovaram nessa terça-feira (4) o pedido de urgência para tramitação da contrarreforma Trabalhista. Em reunião, os lí­deres e o presidente do Senado, Euná­cio Oliveira (PMDB-CE), definiram o calendário de discussões e de votação do PLC 38/2017 no Plenário do Senado. Nestas quarta (5) e quinta (6) o projeto será discutido pelos parlamentares. A votação deve ocorrer na terça-feira (11).

O calendário de votações do Plenário até o recesso parlamentar, que começa no dia 17 de julho, inclui ainda a convalidação de incentivos fiscais e o cancelamento de precatórios. Todas as matérias tramitam em regime de urgência.

O encaminhamento e a votarão da matéria estão marcados para a terça-feira da próxima semana (11), às 11h. Durante o encaminhamento, só poderão falar os li­deres partidários, cada um por cinco minutos. Após a votação do texto principal, o Plenário ainda precisa analisar as emendas individuais e de bancada apresentadas ao projeto.

Perda de apoio

O governo ilegí­timo de Michel Temer tem perdido apoio no Congresso Nacional devido à  série de denuncias de corrupção envolvendo o presidente e sua base aliada, além da pressão popular demonstrada nas duas últimas Greve Gerais (28/4 e 30/6), bem como as crescentes manifestações dos trabalhadores, que culminaram no Ocupe Brasília de 24 de maio, que reuniu mais de 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, na capital federal.

Nessa terça-feira (4), a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) deve anunciar o relator da denúncia contra Michel Temer pelo crime de corrupção passiva.

Desmonte dos direitos trabalhistas

O PLC 38/2017 altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), retirando direitos historicamente conquistados. O texto estabelece, por exemplo, que os acordos coletivos de trabalho podem retirar direitos legais. Com isso, poderão ser negociados temas como parcelamento de férias, cumprimento de jornada e trabalho remoto.

Histórico

A contrarreforma trabalhista já passou por trás comissões do Senado. Na última semana (28), a CCJ aprovou o parecer de Romero Jucá, favorável ao PLC 38/2017, por 16 a 9. No dia 20 de junho, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) rejeitou o parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), por 10 votos a 9, o que representou uma importante derrota do presidente ilegí­timo Michel Temer e sua base aliada. No iná­cio de junho (6), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), aprovou, também em votação apertada “14 votos a 11”, o relatório de Ferraço.

Dos 52 senadores que votaram durante a tramitação, 20 posicionaram-se contrários a proposta e um se absteve, enquanto 31 declararam voto a favor do texto que veio da Câmara, onde a matéria onde foi aprovada por 296 votos a 177, em 27 de abril. O Senado tem 81 parlamentares.

Edição de ANDES-SN com imagem de Agência Senado

Fonte: Agência Senado

 

 

Fórum das ADs pressiona o governo para resolver os 1.042 processos de docentes travados nas Universidades Estaduais

Representantes docentes protocolam novamente a pauta na SAEB
Representantes docentes protocolam novamente a pauta na SAEB

O Fórum das ADs (FAD) esteve, mais uma vez, na Secretaria da Administração do Estado da Bahia (SAEB) na tarde do dia 3 de Julho para tratar dos direitos trabalhistas, no que diz respeito às promoções, progressões, mudança de regime de trabalho e recomposição salarial. Apesar da solicitação prévia de reunião com o superintendente de Recursos Humanos, Adriano Tambone, o encontro não ocorreu sob a justificativa de que o titular da SRH se encontrar de férias.

Mesmo com a negativa do governo em reunir, o Fórum reafirmou as bandeiras da luta do movimento docente e protocolou, novamente, na SAEB com a pauta de reivindicações 2017 junto com o alerta de indicativo de greve já apontado pelo Fórum. Por telefone, o superintendente retornou ao FAD que a previsão do governo é de receber e negociar com os docentes na primeira quinzena do mês de Julho. Acesse o documento entregue aqui.

Enfrentamento e greve a caminho

No mesmo dia, os professores também entraram em contato com a coordenação do Fórum de Reitores para apurar informações sobre a reunião ocorrida entre reitores e o governo, no sentido de reafirmar a pauta docente e cobrar dos reitores apoio no problema dos processos docentes emperrados e da recomposição salarial.

“É importante salientar que os reitores não tinham conhecimento que o governo os chamaria para discutir direitos trabalhistas. Isso foi fruto da luta das Associações Docentes e foi informado pelo próprio FAD na reunião anterior que tivemos entre Fórum das ADs e de Reitores no dia 8 de Junho. Estamos desde dezembro de 2016 pautando essa luta”, destaca Milton Pinheiro, Coordenador do FAD.

Reunião do Fórum das ADs com coordenação do Fórum de reitores no dia 3 de julho
Reunião do Fórum das ADs com coordenação do Fórum de reitores no dia 3 de julho


Na ocasião, o coordenador do Fórum de Reitores, informou que as universidades estaduais fazem, nesse momento, um levantamento de dados de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho para enviar à SAEB. O reitor da Uneb afirmou que esse trabalho é feito para atualizar o quantitativo de promoções e progressões. Contudo, o FAD exigiu que a questão da mudança de regime de trabalho seja prioridade nesse levantamento, já que o coordenador do Fórum dos Reitores informou que o governo não entrou no mérito desse direito trabalhista. Foi destacado também pelo Fórum a exigência pelo remanejamento e/ou alteração do quadro de vagas.

A postura do FAD é de responder à altura o descompromisso do governo. A pauta do indicativo de greve já está em curso e assembleias docentes marcadas para primeira quinzena de julho. Para o Fórum, a realidade de os professores serem privados dos direitos básicos, como promoção na carreira não pode ser tolerada. Os professores afirmam que, até o governo dar respostas concretas e efetivas sobre os direitos trabalhistas, não haverá recuo.

Entidades se reúnem para organizar III Encontro Nacional de Educação

imp-ult-918777581As entidades que compõem a Coordenação Nacional de Entidades Em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep) se reuniram, nesta quarta (28), na sede do ANDES-SN para analisar a conjuntura e debater a organização do III Encontro Nacional de Educação (III ENE), previsto para acontecer em 2018.

Após análise de conjuntura, os participantes discutiram a proposta do Sindicato Nacional de realização de um diagnóstico da realidade da educação brasileira, para subsidiar os debates do III ENE na construção de um projeto classista e democrático de educação.

“Conforme foi deliberado no último Congresso do ANDES-SN [realizado em janeiro], propusemos à Conedep a realização de uma atualização do diagnóstico da realidade da educação Brasileira nos seus diferentes ní­veis e modalidades, como um caminho para a preparação do próximo ENE e um acúmulo político para, a partir daí­, desdobrar quais seriam as diretrizes, os eixos do que estamos chamando de um projeto classista e democrático de educação, para contrapor essa polí­tica educacional inscrita desde a LDB de 96, e aprofundada no PNE do governo FHC e, principalmente, no PNE do governo Dilma”, explicou Francisco Jacob Paiva, 1º secretário do ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalhado em Políticas Educacionais (GTPE).

Os representantes das entidades participantes da reunião acolheram a proposta apresentada pelo ANDES-SN e definiram indicaram o seguinte calendário para realização das atividades, que deverá ser aprovado na próxima reunião do Conedep: 2º semestre de 2017 “ realização do diagnóstico; 1º semestre de 2018 “realização dos encontros preparatórios do III ENE nos estados e 2º semestre de 2018” realização do III ENE, com data e local ainda a serem definidos.

“Cada entidade deve, até a próxima reunião, analisar a proposta indicada hoje e propor ajustes, se julgar necessário, nos elementos a serem colhidos pelo diagnóstico e, ainda, indicar em que grupo de trabalho” qual ní­vel e modalidade de ensino – elas vão se envolver, junto com as pessoas que o ANDES-SN está colocando à disposição para coordenar esse trabalho”, explicou Paiva.

Fonte: ANDES-SN

Alerta: Fórum das ADs aponta avaliação de indicativo de greve para assembleias

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Em reunião realizada no dia 19 de Junho, na cidade de Vitória da Conquista, as representações docentes discutiram os próximos passos para o Movimento Docente (MD) diante do cenário de precarização nas condições de trabalho, ataque aos direitos trabalhistas e crise orçamentária. O espaço encaminhou avaliação de indicativo de greve nas respectivas assembleias da categoria. De acordo os professores, frente às ofensivas do governador Rui Costa, a hora de fazer o enfrentamento com o Governo do Estado em defesa da carreira docente e das universidades estaduais baianas é agora e não dá para esperar.

Para Milton Pinheiro, coordenador do Fórum das ADs, é caótica a atual condição dos docentes. “Vivemos um cenário de corrosão salarial e não efetivação dos direitos trabalhistas. Atualmente existe um total de 1.042 processos travados de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho nas Universidades Estaduais. Esse é um número absurdo e um ataque não só aos professores, mas também ao desenvolvimento da pesquisa, ensino e extensão das universidades estaduais. É preciso pressionar o governo de forma mais radical por meio de uma greve, pois a postura que os gestores públicos tem tido até agora é de descaso”, afirma o professor.

Perdas salariais

A ausência de uma polí­tica de recomposição da inflação nos dois últimos anos resulta, hoje, em uma desvalorização de 30,5% do salário docente. Apenas em 2016, um docente Auxiliar A, deixou de receber R$ 7.962,79. Um Assistente A teve como perda R$ 10.776,57. Em um professor Adjunto A o impacto no bolso foi de R$ 14.224,59. No Titular A, o prejuízo acumulado pela inflação foi de R$ 16.857,28. Já o Pleno deixou de receber 21.849,54. Os cálculos são da Adufs, baseado em dados do DIEESE.
Quadro de vagas

A partir das informações dos setores de pessoal das próprias universidades, a realidade é de que os professores estão sendo privados da promoção na carreira. Na UNEB, o número de processos travados é de 489, seguido da UESB com 254, UEFS com 174 e UESC com 125. Esses processos giram em torno de promoções, progressões e mudança de regime de trabalho. A não efetivação do aumento do quadro de vagas docentes fere diretamente o Estatuto do Magistério, que regulamenta a carreira docente. Na versão do governo, a justificativa para a não efetivação desses direitos é o limite de gasto prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Mentira Orçamentária

Para tentar justificar o descaso, o governo argumenta sobre o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Contudo, a alegação governamental não se sustenta e é contraditória com as próprias informações do site “Transparência Bahia”. Recentemente o governo divulgou os números referentes à  despesa lí­quida com pessoal do primeiro quadrimestre de 2017, que demonstrou uma margem na Lei de Responsabilidade Fiscal com folga no limite prudencial das contas do Estado. (Acesse o relatório atualizado aqui)

Ou seja, de acordo as informações oficiais divulgadas, o estado da Bahia tem dinheiro para garantir os direitos trabalhistas e a educação pública. “Dinheiro tem. O que falta na verdade é vontade política do governador Rui Costa”, afirmam os docentes.

Só a greve e a luta garantem!

A situação nas Universidades Estaduais Baianas é de crise em todas as esferas e categorias. Além dos ataques aos direitos trabalhistas docentes existe também uma crise orçamentária que atravessam as universidades estaduais, apenas 5% da Receita Lí­quida de Impostos (R.L.I.) não atendem ao custeio de investimento necessário. Os estudantes também passam por problemas na assistência e permanência estudantil.

Se por um lado a situação é dramática, por outro o governo assume a postura de simplesmente ignorá-la. Pela tradição do Movimento Docente, a resposta será a radicalidade e o enfrentamento. Os representantes do Fórum das ADs apontam para o próximo perí­odo a preparação da greve e rodadas de assembleias que pautem isso na primeira quinzena do mês de Julho.

Conheça o histórico

19/12/2016 Pauta de reivindicações 2017 protocolada na Governadoria e secretarias de Administração (Saeb), Educação (SEC) e Relações Institucionais (Serin). Nesse dia a pauta também foi entregue diretamente ao superintendente de recursos humanos da Saeb, Adriano Tambone.

14/03/2017  Após diversas tentativas do FAD e negativas do governo, ocorreu nesse dia a primeira reunião do Fórum das ADs com Superintendente de Recursos Humanos da Saeb, Adriano Trombone e o Subsecretário de Educação do Estado, Nildon Pitombo para cobraça por respostas à pauta de reinvindicações do Movimento Docente de 2017.

18/04/2017  Com a ausência de respostas reunião com representantes da SAEB e SEC, o Fórum das ADs realizou uma paralisação estadual com um grande ato no CAB que foi recebido pelo governo com descaso e desrespeito. Governo da Bahia se recusou a negociar com as Universidades Estaduais.

12/05/2017  Reunião do Fórum das 12, instância que reúne estudantes, técnicos e professores pautando a crise que vivem as categorias da comunidade acadêmica discutiu a necessidade da unificação da comunidade acadêmica das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) diante da crise que atinge toda a comunidade acadêmica.

22/05/2017  Reunião das Assessorias Jurí­dicas das Associações Docentes que apontou judicializar imediatamente o Governo do Estado para que os professores tenham suas promoções garantidas. Nessa reunião foi avaliada a possibilidade de entrada com um mandato de segurança contra o governo do estado para cobrar juridicamente que os direitos sejam garantidos. Nessa reunião também foi discutido os equí­vocos da Operação DE

08/06/2017  Fórum das ADs se reúne com Fórum de Reitores para exigir medidas polí­ticas na defesa dos direitos trabalhistas com um posicionamento público das reitorias sobre o caso. O FAD também exigiu ampla divulgação sobre os números de promoções, dentro do quadro de vagas, e o número do conjunto de progressões nos respectivos portais das universidades e no Diário Oficial.

30 de junho: paralisações e protestos em todo país demonstram insatisfação e que é possí­vel uma grande Greve Geral para derrotar Temer e as reformas

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Os trabalhadores brasileiros deram mais uma grande demonstração de luta neste dia 30 de junho contra as reformas do governo Temer que ameaçam a aposentadoria e os direitos trabalhistas. Foi mais um dia com caráter de Greve Geral, com manifestações em todos os estados do paí­s mais o Distrito Federal.

Apesar das diferenças entre as centrais sindicais sobre o nome que se daria ao dia de mobilização, se Greve Geral ou dia de luta, as manifestações que tomaram o paí­s confirmam que os trabalhadores estão dispostos à luta para derrotar as reformas que atacam os direitos e os corruptos do governo Temer e do Congresso.

Foram greves, paralisações, travamento de rodovias e avenidas, passeatas e manifestações nas capitais e principais cidades do paí­s, como foi amplamente divulgado pela imprensa ao longo de todo o dia. Foram diversas categorias que foram à luta, como metalúrgicos, petroleiros, bancários, trabalhadores dos Correios, construção civil, professores, servidores públicos, entre outros.

19657294_1877951418885469_6599836479269815615_nOs professores da UESC paralisaram as atividades acadêmicas e participaram de protesto em Itabuna. Munidos de faixas e panfletos, juntaram-se a outros movimentos sindicais, estudantis e populares, realizando o fechamento de uma das principais pontes da cidade.

Para o dirigente da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, o dia 30 de Junho foi um recado da classe trabalhadora e que não é só para o governo e esse Congresso de corruptos, mas é também para os dirigentes sindicais. “A corrupção é a morte dos nossos filhos nos postos de saúde, é a falta de emprego. Nossa tarefa como dirigentes é intensificar cada vez mais a mobilização e construir uma grande Greve Geral neste paí­s, derrubar Temer e os corruptos do Congresso”.

Para o dirigente, nenhuma central sindical tem o direito de apontar para possá­veis negociações com o governo, uma vez que a base segue indignada com os ataques e a retirada de direitos.

“Este dia 30 tem o signo de uma Greve Geral e pavimenta nosso caminho rumo à  vitória da nossa classe. Precisamos de unidade na luta. Quando o trabalhador se junta, podemos transformar nossa realidade, e quem produz pode governar com suas próprias mãos o País”, concluiu.

O peso da disposição de luta dos trabalhadores e a necessária recusa de negociações com o governo também foram destaques na fala do dirigente da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, no ato unificado das centrais sindicais em frente à  Superintendência Regional do Trabalho (SP), na capital paulista, na manhã deste dia 30.

“Para nós, da CSP-Conlutas, não há espaço para conversas com este governo moribundo, que não tem como continuar no poder, se seguirmos com a mobilização dos trabalhadores. Aqueles que pensavam que o dia 30 seria fraco estão vendo as notícias que chegam do Paí­s inteiro. As centrais que vacilaram no último momento na construção da Greve Geral cometeram um grande equívoco. Hoje é mais um recado para o governo e mais um recado para todas as centrais sindicais, de que não podemos negociar com este governo e que nenhuma medida provisória vinda do Temer vai atender os nossos interesses. Precisamos avançar com nossa luta, afirmou Mancha.

Confira a cobertura no Mapa da Greve Geral (clique aqui) e na página da CSP-Conlutas no Facebook que atualizaremos ao longo de todo o dia.

Fonte: CSP-Conlutas, com edição

 

Docentes das universidades estaduais do RJ intensificam luta

Os docentes das três universidades estaduais do Rio de Janeiro – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo) – estão intensificando sua luta pelo pagamento dos salários e pela adequada destinação orçamentária às instituições.

A categoria, assim como os servidores técnico-administrativos em educação e outras categorias do serviço público fluminense, está sem receber o 13º salário de 2016 e os salários de março e abril de 2017. O governo do Rio de Janeiro também não tem pagado as bolsas estudantis e outros benefícios.

Em apoio aos docentes estaduais fluminenses, o ANDES-SN está organizando uma Campanha de Solidariedade à categoria. O Sindicato Nacional criou um fundo, que recebe doações destinadas aos docentes que têm sofrido para pagar as contas diante do confisco de seus salários pelo governo estadual.

O fundo de solidariedade será administrado pelas seções sindicais das Instituições Estaduais de Ensino Superior e pela diretoria da Regional RJ do ANDES-SN e também ajudará nas ações políticas das seções sindicais das três universidades – Uerj, Uenf e Uezo. Os recursos serão repassados aos docentes na forma de empréstimos, que deverão ser quitados quando for regularizado o pagamento dos salários. O dinheiro devolvido irá compor um fundo permanente para auxiliar docentes que se encontrem em situação semelhante.

A ação foi aprovada no 36º Congresso do Sindicato Nacional, realizado em janeiro na cidade de Cuiabá (MT), como parte do plano de lutas dos docentes dos setores das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes). Em reunião do setor das Iees/Imes, realizada no dia 13 de maio, foi encaminhada a abertura de uma conta bancária para recebimento das doações. Os dados para transferência são: Conta Corrente 403727-8, Agência Postalis (2883-5), Banco do Brasil, CNPJ nº 00.676.296/0001-65.

A Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf – Seção Sindical do ANDES-SN) também está organizando uma campanha própria para arrecadas recursos e continuar na luta em defesa da universidade. A Aduenf-SSind lançou camisetas com ilustrações do chargista Márcio Malta e, também, um boné, como parte dos materiais de divulgação e arrecadação da campanha “Eu Defendo a Uenf”.

Já a Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj – Seção Sindical do ANDES-SN) realizou assembleia geral na quarta-feira (21), na qual a categoria debateu a situação da universidade. A diretoria da Asduerj-SSind apresentou uma avaliação de que o retorno do calendário letivo gerou um sacrifício ainda maior para a comunidade acadêmica, e que retomar as aulas, em agosto, é inviável diante da situação financeira da instituição. Foi deliberada a realização de uma atividade específica da Uerj na Greve Geral de 30 de junho, além da cobrança de uma posição da reitoria sobre as condições efetivas para o início do calendário letivo em agosto, considerando o atraso de salários e bolsas, a inatividade do bandejão e a falta de orçamento.

Com informações de Aduenf-SSind e Asduerj-SSind.

 

Fonte: ANDES-SN