Movimento #OcupaUESC lança nota em repúdio à reitoria

NOTA DE REPÚDIO À REITORA DA UESC

 

15319552_1219727914776364_1485422174_nNós, integrantes do movimento OCUPA UESC, viemos por meio desta repudiar a ação autoritária da reitoria da UESC. No último dia dois de dezembro, durante o período da tarde, o Movimento #Ocupauesc tomou ciência de um pedido de reintegração de posse solicitado pela reitoria da UESC, esta na figura de Adélia Pinheiro. Para nós essa ação é arbitrária e vai na contramão do posicionamento da ABRUEM – Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais, da qual a reitora é vice-presidente. É uma postura no mínimo incoerente com a decisão tomada em reunião ordinária realizada no dia 20 de Outubro na UESC, quando a ABRUEM posicionou-se contrária às medidas de austeridade do governo e favorável às mobilizações.

Nesse sentido, repudiamos a forma como o Movimento de Ocupação vem sendo fortemente criminalizado pela reitoria desta universidade. A administração central pede reintegração de posse para um movimento legítimo e democraticamente construído, caracterizando-o como uma invasão e apontando a Ocupação como “um ato de violência e intolerância que não se coaduna com a legislação posta nem com os ideais de um Estado Democrático de Direito”.

Compreendemos que o alicerce do Estado Democrático de Direito se dá através do livre exercício do direito de manifestação, exercido pelos estudantes organizados em suas instâncias representativas asseguradas por lei que decidiram por meio de Assembleia soberana e legítima pela ocupação da universidade contra os recentes ataques do Governo Federal – a PEC 55, a MP 746.

Não aceitaremos que o movimento seja acusado de causar prejuízos para a comunidade acadêmica, bem como de nos negarmos ao diálogo com a reitoria. Entendemos que o diálogo é construído numa via de mão dupla e não por meio de coações ou tentativas escusas de desocupar a universidade, condicionando a efetivação das pautas internas conquistadas, por esse movimento à desocupação.

Para além disso, ressaltamos que as atividades fim desta universidade não foram suspensas, visto que, por lei, a universidade tem de cumprir o Ensino, a Pesquisa e a Extensão e, de forma alguma essas atividades estão sendo impedidas pelo movimento de ocupação. Vários eventos de extensão e de pesquisa, tais como o Seminário de Iniciação Científica da UESC, bancas e seleções de pós-graduação estão sendo realizados.

A reitoria afirma que a ocupação traz “fragilidade para o patrimônio público” baseando-se no relatório de segurança 353\2016 de teor racista, corroborando com o estereótipo de tratar ocupantes negros enquanto criminosos em potencial. Nosso movimento é construído de forma democrática nos princípios de que todos têm direito à educação, onde repudiamos quaisquer posicionamentos que reforcem a segregação histórica que distancia o povo negro da universidade.

A reintegração de posse é uma clara coerção judicial acompanhada de coerção econômica, uma vez que pede uma multa de milhares de reais, indo na contramão da realidade dos estudantes a fim de intimidar aos membros da ocupação.

Diante do todo exposto, repudiamos veementemente a postura adotada pela reitora da universidade Estadual de Santa Cruz, já que esta conduta vai na contramão dos que lutam por uma educação emancipatória verdadeiramente inclusiva e sócio referenciada.

Ilhéus, 04 de Dezembro 2016.

Gigantesca marcha contra PEC 55 é duramente reprimida em Brasília

Representantes da UESC, UFSB e IFBA participaram do ato e já retornam para casa em segurança

imp-pop-1314183062de Mais de 30 mil pessoas participaram, nesta terça (29), da marcha Ocupa Brasília, para lutar contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/16, que corta investimentos em educação e saúde por vinte anos. A resposta de Michel Temer e da Polícia Militar do Distrito Federal à manifestação foi uma enorme repressão, com centenas de bombas e balas de borracha, que feriram dezenas de jovens e idosos.

A concentração da manifestação começou às 14h, em frente ao Ministério da Educação (MEC). Maria Lúcia Fatorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, deu uma aula pública sobre os perigos decorrentes da aprovação da PEC, explicitando como o projeto serve para retirar direitos da população mais pobre, enquanto garante lucros maiores aos grandes empresários e banqueiros.

Às 16h, os manifestantes se dirigiram ao Museu Nacional, onde já se concentravam milhares de pessoas. Nem a chuva que caiu afastou da manifestação os milhares de docentes, estudantes e demais categorias de trabalhadores que chegaram a Brasília de todos os cantos do país, muitas vezes enfrentando dias de ônibus para poder protestar contra a PEC 55.

Adolfo Oliveira Neto, docente da Universidade Federal do Pará (Ufpa) que compõe o CNG, afirma que a motivação da manifestação é a intransigência do governo federal em relação à política de ajuste fiscal. “Viemos pra rua, para a frente do Congresso Nacional, para mostrar que o Brasil está mobilizado contra essa PEC. A PEC vai destruir a universidade pública. Com ela, não consolidaremos cursos novos, não teremos dinheiro para pesquisa e extensão, vai acabar a assistência. Ela vai desmontar a universidade, e precisamos nos manifestar”, disse o docente, que ressaltou a presença de manifestantes de todos os estados do país, citando todas as dificuldades que muitos deles enfrentaram para chegar a Brasília.

A manifestação saiu com tranquilidade do Museu, e percorreu toda a Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional, onde os senadores apreciavam a proposta em primeiro turno. Considerando o número expressivo de participantes, a marcha foi o maior ato na capital federal, em unidade entre trabalhadores e estudantes, desde a aprovação da Reforma da Previdência, em 2003.

A PM do DF, em conjunto com a Polícia Legislativa, não demorou meia hora para iniciar a repressão. Os policiais jogaram gás de pimenta nas pessoas e começaram a lançar bombas do alto, para em todas as direções da manifestação, o que provocou correria. Várias pessoas caíram e foram atingidas pelas bombas e estilhaços.

Mesmo com o recuo dos manifestantes, a repressão aumentou. A polícia avançava contra as pessoas com a Tropa de Choque e a Cavalaria e seguia atirando bombas para todos os lados. Nem o carro de som, onde estava a coordenação do ato e jornalistas, passou ileso do ataque policial, sendo impedido de seguir independente da repressão que ocorria a metros dali.

Os manifestantes, uma hora depois, se reagruparam próximo ao Museu Nacional, mas a repressão seguiu. A PM demonstrava clara intenção de levar a marcha o mais longe possível do Congresso Nacional, sem se importar com os meios para conseguir tal objetivo. A polícia militar, ironicamente, também não demonstrou se importar com a grave crise econômica pela qual passa o Distrito Federal, gastando milhares de reais em equipamentos de repressão.

Dezenas de idosos e jovens ficaram feridos pela ação policial. Algumas pessoas foram detidas. O Comando Nacional de Greve (CNG), a diretoria do ANDES-SN e a Assessoria Jurídica Nacional (AJN) estão tomando todas as medidas necessárias para minimizar os problemas causados pela polícia.

De acordo com Amauri de Medeiros, tesoureiro do ANDES-SN, o ato foi muito importante, com grande protagonismo dos estudantes. “Eles estão dando uma lição de resistência à população brasileira. Estamos sofrendo grandes ataques aos nossos direitos. O governo Temer, junto com o Legislativo, o Judiciário e a mídia, tenta convencer o povo da necessidade de um ajuste que não é necessário ser feito através de ataques aos trabalhadores. A PEC 55 é uma farsa que vai congelar todos os direitos dos trabalhadores, e diminuir o estado brasileiro”, afirmou.

O diretor do Sindicato Nacional ressaltou que o objetivo do ato era mostrar aos senadores que há setores da sociedade que se colocam contra a essa proposta e reagem à ela. “Conseguimos mostrar essa resistência, juntamos mais de 30 mil pessoas em Brasília, foi a maior manifestação com presença sindical da última década. Foi um ato muito bonito, democrático e pacífico. Porém, na frente do Congresso, a polícia reagiu com uma repressão que caracteriza o Estado de Exceção que está crescendo no país”, completou.

A matéria foi encerrada enquanto os senadores ainda votavam a PEC 55.

Fonte: ANDES-SN, com edição

ANDES-SN convoca docentes a participar da marcha Ocupa Brasília no dia 29

imp-ult-619705622Com o objetivo de intensificar a ofensiva para barrar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 (antiga PEC 241), o ANDES-SN, em conjunto com diversas entidades dos movimentos sindical e estudantil, irão ocupar Brasília no dia 29 de novembro, data prevista para a votação, em primeiro turno, da PEC no Senado. Atendendo ao chamado do ANDES-SN, a assembleia da ADUSC realizada nesta quinta-feira(24) deliberou por intensificar a participação do movimento na Marcha.

Em circular encaminhada seções sindicais, o Sindicato Nacional reafirma que “a greve geral continua a ser nossa principal perspectiva e entendemos que a construção da greve dos docentes das instituições de ensino superior, pode ser um importante passo nessa direção. Nesse sentido, temos nos empenhado em buscar ações juntamente com os outros setores da educação, com o qual construímos a proposta da caravana a Brasília (Ocupa Brasília!), no dia 29 de novembro”. A circular afirma que a data foi incorporada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e pela CSP-Conlutas.

A diretoria nacional orienta ainda que, para viabilizar a participação do maior número de pessoas, é necessário a articulação com os demais segmentos e entidades da educação nas universidades e fora delas, nos municípios e estados.

“No dia 29, será uma intensa e longa jornada de luta radicalizada, em Brasília, com a participação de estudantes, movimentos sociais e de trabalhadores na educação. Haverá atividades ao longo de todo o dia, começando às 9 horas e com previsão de finalização ao final da votação da PEC que pode acontecer durante a madrugada do dia 29 para o dia 30”, conclui o documento, informando que a programação da caravana será fechada nas próximas reuniões da coordenação da marcha e encaminhada às seções sindicais e secretarias regionais por através de circular.

Confira aqui o documento.

As/os docentes interessadas/os em integrar a caravana da Bahia, que irá de ônibus à Brasília, devem enviar nome completo e RG à ADUSC, pelo e-mail contatoadusc@gmail.com. Os dados devem ser enviados até às 18h, do dia 26 de novembro. A Caravana sairá dia 28, no período da manhã, de local ainda a ser divulgado.

Fonte: ANDES-SN, com edição

 

Marcha da Periferia é realizada em diversos estados no Dia da Consciência Negra

imp-ult-540419976Negras e negros marcharam e realizaram diversas atividades em todo o país para marcar o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra – data em que se celebra a resistência de Zumbi dos Palmares e Dandara – para publicizar as denúncias contra o racismo, a opressão e a exploração, e a crescente situação de extermínio da população negra no país, sobretudo de sua juventude e os ataques aos quilombolas. A Marcha da Periferia é realizada há 10 anos e organizada pelo Quilombo Raça e Classe, movimento ligado à CSP-Conlutas.  Artistas, ativistas, religiosos de matriz africana, de diferentes grupos, coletivos e organizações políticas, se somaram a atividade.

Este ano, sob o tema “Aquilombar para Reparar”, foram realizadas manifestações, debates, encontros, palestras em escolas e instituições de ensino superior públicas, festivais de Hip Hop, entre outras ações, nas periferias de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí. Ainda ocorrem atividades até o final de novembro.

No Rio Grande do Norte, ocorreram atos em Natal e Ceará Mirim nos dias 18 e 19 de novembro, respectivamente. Na capital potiguar, a I Marcha da Periferia reuniu cerca de 300 pessoas. As palavras de ordem contra o racismo, o machismo e a lgbtfobia se somaram às lutas contra os ataques dos governos. Pela primeira vez os moradores do Bom Pastor, periferia de Natal, presenciaram um ato em reverência às lutas de negros e negras. Durante a marcha, foram realizadas falas políticas de diversas organizações e coletivos independentes, batucadas e apresentações de Hip Hop.

Em Belo Horizonte (MG), foi realizado um debate sobre a reparação dos prejuízos do racismo no dia 18. Em Curitiba (PR), ocorreu a marcha no dia 19 no bairro Almirante Tamandaré, região metropolitana. Em Teresina (PI), como parte das atividades do Novembro Negro, no dia 20 de novembro, foi realizada uma roda de conversa na ocupação Dandara dos Cocais, Zona Norte da cidade. Em seguida, ocorreu uma apresentação cultural no local.

No Rio de Janeiro, dia 20, em homenagem a Dandara e Zumbi dos Palmares, ocorreu a 5ª Marcha da Periferia, “Aquilombar para reparar: nenhum direito a menos para negras e negros”, na Zona Norte da cidade. A programação contou com ato político, Missa dos Quilombos, e atividades culturais. Em Porto Alegre (RS) ocorreu a III Marcha Zumbi Dandara Independente. Logo após o ato, ocorreram atividades culturais. Em Belém (PA), também ocorreu a marcha no dia 20, com os manifestantes saindo de frente da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), onde há uma ocupação de estudantes, até a Praça Matriz localizado na Terra Firme, bairro mais populoso da cidade.

No estado de São Paulo, diversas cidades como São José do Rio Preto, na Ocupação Itália II, São José dos Campos, em Osasco na ocupação Esperança, e na capital paulista nas zonas Leste, Oeste e Sul, aconteceram marchas pelo direito à moradia e contra o genocídio da população negra.

Em São Luiz (MA), cidade que originou a Marcha da Periferia em 2006, a marcha será realizada nesta sexta-feira, 25 de novembro. A população fará o seu protesto nas ruas da cidade e, depois, no 26º Festival de Hip Hop do Maranhão.

*Com informações da CSP-Conlutas e da Marcha Nacional da Periferia. Imagem de CSP-Conlutas

 

 

Fonte: ANDES-SN

CSP-Conlutas lança animação sobre os perigos da PEC 55 (antiga 241)

A Proposta de Emenda Constitucional 55 (antiga 241), também chamada de PEC do Teto de Gastos, tem como objetivo limitar despesas com saúde, educação, assistência social e previdência pelos próximos 20 anos. O mesmo projeto ainda propõe o congelamento do salário mínimo. A aprovação dessa proposta é a prioridade do Governo Temer, que vai pressionar por outros ataques nos próximos meses, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista.

Entenda no vídeo porque essa PEC é tão perigosa para os trabalhadores e a população mais pobre.

Clique aqui e assista o vídeo

Comitê Estadual divulga moção de repudio à criminalização dos movimentos sociais

O Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública do Estado da Bahia repudia a perseguição e criminalização de movimentos sociais, lideranças dos movimentos sociais, estudantes e professores que participam e apoiam o movimento de luta e resistência Ocupa Tudo.

MOÇÃO DE REPÚDIO

 

COMITÊ ESTADUAL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA – BAHIA

 

O Comitê em Defesa da Educação Públicas do Estado da Bahia repudia a perseguição e criminalização de movimentos sociais, lideranças dos movimentos sociais, estudantes e professores que participam e apoiam o movimento de luta e resistência Ocupa Tudo e lideranças das instituições públicas ocupadas.

Repudiamos veementemente:

 A invasão da sede da Escola Nacional Florestan Fernandes, pela Polícia Civil, no dia 04/11/2016, em Guararema (SP), sem mandado judicial. Além disso, utilizou de intimidação pelo disparo de armas de fogo contra professores e demais trabalhadores da educação desarmados;

– A interferência do Ministério Público na gestão e autonomia educacional de escolas, Institutos e Universidades Federais e Estaduais, por meio de intimações, ameaças de condução coercitiva de seus dirigentes, entre outras ações. A ação tem a clara finalidade de reprimir a liberdade de expressão dos membros da comunidade escolar e o direito de organização dos estudantes, técnicos e professores em luta contra a retirada de direitos;

– Usos do aparato jurídico e policial e de truculência e técnicas de tortura para repressão do movimento estudantil Ocupa Tudo, que estende-se por todo o Brasil em escolas públicas, Institutos Federais, Universidades Estaduais e Federais contra a PEC 55, que propõe alteração à constituição determinando o congelamento dos gastos públicos com educação e saúde;

– Caça ao direito de greve dos servidores públicos, que lutam de forma justa contra o desmonte do Estado promovido pelos governos Federal e Estadual.

Por meio de tais ações, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário evidenciam o firme propósito de quebra do estado de direito, convertendo as lutas e mobilizações de estudantes e trabalhadores em casos de polícia, retrocedendo às formas autoritárias de gestão da coisa pública e à negação dos direitos sociais via estado de exceção.

Diante do exposto, repudiamos as referidas ações e reafirmamos o nosso compromisso pela luta em defesa dos direitos e pela construção da greve geral para barrar a PEC 55 e as medidas truculentas deste nefasto governo.

Só a luta muda a vida!

 

Feira de Santana, 05 de novembro de 2016.

 

 

Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública- Bahia

Universidades divulgam impactos negativos no orçamento caso a PEC 55 seja aprovada

PEC 241 E PLP 257 2Recentes estudos divulgados por instituições federais de ensino superior no país mostram os efeitos nefastos para a Saúde e Educação públicas, caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/16 (antiga PEC 241) seja aprovada no Senado Federal. A PEC 55 limita por 20 anos as despesas primárias da União aos recursos do ano anterior corrigidos apenas pela inflação do período, para aumentar o superávit primário e destinar recursos ao pagamento de juros e amortização da dívida pública. No que tange o ensino público superior, a proposta – caso seja aprovada-, limitará o orçamento das instituições e colocará em risco o pleno desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

A reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apresentou, no dia 4 de novembro, ao Conselho Universitário um estudo realizado pela administração da instituição sobre os impactos da PEC 55 no custeio da universidade. O estudo aponta que caso a proposta estivesse em vigor entre 2006 e 2015, o orçamento da UFRGS teria sido reduzido para menos da metade, o que “mal cobriria os gastos com vigilância, energia elétrica, água e telefonia, manutenção predial, motoristas e limpeza” até 2012 e, a partir de 2013, “não cobririam nem esses gastos”. Em 2015, o orçamento da universidade foi de R$ 184.573.240,00. Nas regras da PEC 55, o orçamento seria de R$ 75.299.511,00, uma diferença de R$ 109.273.736,00.

Outra reitoria que analisou os impactos da PEC 55 no orçamento foi a da Universidade de Santa Maria (UFSM). O reitor Paulo Burmann, no final de outubro, fez duras críticas à proposta do governo Michel Temer que limita gastos nas áreas sociais. Segundo ele, se a PEC do Teto fosse vigente desde 2006, a instituição teria recebido R$ 3 bilhões a menos em um período de 10 anos. Conforme Burmann, a manutenção de serviços, a finalização de obras e a compra de equipamentos podem ficar seriamente comprometidas, assim como a consolidação e expansão de novos campi. O orçamento anual da UFSM gira em torno de R$ 1,1 bilhão.

O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) publicou nota, no início de novembro, se posicionando oficialmente contra a PEC 55/16. Criada há três anos, a Unifesspa segue um cronograma de expansão previsto até 2021, quando a instituição, enfim, conseguiria estabilizar seu funcionamento com a estimativa de 50 cursos de graduação e 11 mil alunos. Dados apresentados à comunidade externa mostraram as limitações impostas ao processo de expansão e consolidação da Unifesspa já a partir de 2017, caso a PEC 55 seja aprovada. Segundo o reitor da universidade, Maurílio de Abreu Monteiro, não há “gorduras” que possam ser cortadas para ajustar o orçamento. “Nossas despesas vão aumentar. Se a verba for cortada, não conseguiremos chegar a 2018 com o mínimo necessário. A gente precisa continuar crescendo. Estamos tentando sensibilizar os parlamentares sobre as limitações gravíssimas da PEC na Educação, especialmente contra as novas universidades. Temos convicção de que a história não acabou e vamos continuar lutando com todas as nossas forças para garantir a necessária expansão da nossa Universidade”, disse o reitor.

Já o Consuni da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgou, no dia 21 de outubro, as simulações realizadas no orçamento de todas as universidades públicas do país caso a proposta já estivesse em vigor no período de 1999 a 2015. Os dados mostraram que a diminuição dos recursos destinados ao conjunto das universidades federais, em janeiro de 2016, alcançaria o valor de R$ 196,8 bilhões. “O Consuni compreende que o país precisa reorganizar a sua economia, contudo não concorda que este processo implique em uma maior exclusão social, uma maior concentração de renda, que já é demasiadamente elevada na sociedade brasileira, e que restrinja o acesso e permanência de estudantes às Universidades Públicas. O que está em pauta é o Futuro da Nação, que depende fundamentalmente da educação pública e gratuita que conseguirmos oferecer aos nossos estudantes”, disse a nota. O Consuni  ainda conclamou toda a sociedade a se mobilizar contra a retirada de direitos sociais.

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), decanos e diretores aprovaram em plenária, na última terça-feira (8), uma carta aberta aos representantes do Rio de Janeiro no Senado solicitando que rejeitem a PEC 55. O documento foi aprovado por 72 acadêmicos da universidade − entre eles, o reitor, Roberto Leher −, pelas seis Decanias e Pró-Reitorias e por 54 unidades que compõem a estrutura da instituição. “A já grave situação que hoje enfrentamos será dramaticamente agravada caso venha a ser aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que projeta drásticas reduções de recursos para a educação e a saúde”, diz um trecho da carta. O reitor da instituição, desde agosto, já se manifestava publicamente contra a PEC 55, assim como o Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ, que publicou uma moção mostrando preocupação com a aprovação da PEC, que inviabilizará o serviço público brasileiro e, particularmente, a universidade pública, a ciência e a tecnologia, a cultura e a arte.

O reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro, no mês de outubro, se manifestou quando a PEC ainda tramitava como 241. Ele criticou a proposta que “compromete o futuro da universidade”, em vídeo publicado no dia 26, e os efeitos nefastos da PEC ao ensino público caso seja aprovada. “A PEC 241 [agora PEC 55] configura um quadro muito dramático e de muitos riscos para as conquistas que obtivemos ao longo dos últimos anos”, disse.

Em agosto deste ano, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) se manifestou contra a PEC 55. Em um ato público, promovido pela Frente Parlamentar Mista Pela Valorização das Universidades Federais, na Câmara dos Deputados, a entidade se posicionou contra a medida por entenderem que as universidades públicas vivem um processo de expansão e que a PEC representa um risco à educação de qualidade, gratuita e de inclusão.

Entidades denunciam os ataques contidos na PEC 55

Em outubro deste ano, instituições, fundações e entidades divulgaram diversos materiais e estudos denunciando os riscos contidos na PEC 55 e os impactos negativos para as políticas e direitos sociais, e consequentemente para a população brasileira.

Segundo a nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) o pacote de medidas anunciado, pelo governo Temer, tem como objetivo promover um ajuste nas contas públicas, reduzir o papel do Estado como indutor do desenvolvimento no país.

Já Auditoria Cidadã da Dívida denunciou a intenção da PEC em garantir recursos para “empresas estatais não dependentes”, enquanto ficarão congelados por até vinte anos o conjunto de gastos e investimentos primários em saúde, educação, segurança, assistência.

A nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada em setembro, apontou os impactos do novo regime fiscal para o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e para a efetivação do direito à saúde no Brasil.

A CSP Conlutas divulgou nessa quarta-feira (16) um vídeo sobre a PEC 55, explicando por que a proposta é tão perigosa para os trabalhadores e a população mais pobre.

 

Fonte: ANDES-SN

Cresce o número de docentes em greve em Instituições de Ensino Superior

imp-ult-1429582243Os docentes de vinte e cinco Instituições de Ensino Superior (IES) já aprovaram deflagração de greve contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/16 (antiga PEC 241), a Medida Provisória (MP) 746 da Reforma do Ensino Médio. São dezoito universidades que já têm suas atividades paralisadas contra a retirada de direitos, enquanto sete decidiram iniciar a greve nos próximos dias.

As vinte e cinco IES estão espalhadas por todas as regiões do país e abrangem tanto instituições federais quanto estaduais. A discussão da greve foi indicada por duas reuniões conjuntas entre o Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) e o Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino (Iees/Imes) do ANDES-SN, realizadas em Brasília (DF), nas últimas semanas.

A última reunião dos setores, realizada em 5 e 6 de novembro, indicou às seções sindicais que iniciassem rodadas de assembleia em todo o país para discutir e deliberar sobre o indicativo de greve da categoria docente, em articulação com os setores da Educação, contra a PEC 55 (PEC 241 na Câmara) e contra a MP 746/2016, bem como definir a temporalidade da greve.

Nos dias 19 e 20 de novembro ocorrerá nova reunião conjunta dos Setores das Ifes e das Iees/Imes do Sindicato Nacional para avaliar os resultados da rodada de assembleias e apontar os encaminhamentos tendo como referência as deliberações da base.

Em meio ao debate na categoria docente sobre a deflagração da greve, Fasubra e Sinasefe já estão em greve, e milhares de estudantes em todo o país ocupam suas escolas, universidades e institutos. Os estudantes lutam contra a PEC, mas também contra a Reforma do Ensino Médio. São mais de mil escolas e institutos ocupados, além de 71 universidades (confira a lista ao final da matéria).

Com imagens de Adufsj-SSind, William Boessio.

 

LISTA DE IES COM GREVE DEFLAGRADA

*com base em informações levantadas até a tarde de segunda (14)

Universidade Federal do Pará (Ufpa)

Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra)

Instituto Federal do Piauí (IFPI)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Universidade de Pernambuco (UPE)

Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob)

Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Universidade Federal de Goiás (UFG) Catalão

Universidade Federal de Goiás (UFG) Jataí

Universidade Federal de Lavras (Ufla)

Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)

Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ)

Universidade Federal de Alfenas (Unifal)

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)

Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)

Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Universidade Federal de Pelotas (Ufpel)

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Universidade Federal de Rio Grande (Furg)

Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) Rio Grande

 

Confira a lista de universidades ocupadas:

*com base em informações levantadas até a tarde de segunda (14)

  1. FURG
  2. UDESC
  3. UEA
  4. UEFS
  5. UEL
  6. UEM
  7. UEMA
  8. UEMG
  9. UEMS
  10. UEPA
  11. UEPG
  12. UERN
  13. UESB
  14. UESC
  15. UFAL
  16. UFBA
  17. UFCSPA
  18. UFES
  19. UFF
  20. UFFS
  21. UFG
  22. UFGD
  23. UFJF
  24. UFLA
  25. UFMA
  26. UFMG
  27. UFOB
  28. UFOP
  29. UFPA
  30. UFPE
  31. UFPI
  32. UFPR
  33. UFRB
  34. UFRGS
  35. UFRN
  36. UFRPE
  37. UFRJ
  38. UFRRJ
  39. UFS
  40. UFSB
  41. UFSC
  42. UFSJ
  43. UFT
  44. UFTM
  45. UFU
  46. UFV
  47. UFVJM
  48. UNB
  49. UNEAL
  50. UNEB
  51. UNESPAR
  52. UNICENTRO
  53. UNIFAL
  54. UNIFEI
  55. UNIFESSPA
  56. UNIOESTE
  57. UNIVASF
  58. UPE
  59. URCA
  60. UNIFAP
  61. UNB
  62. UFS
  63. UNIFESP
  64. UFSCAR
  65. UFSM
  66. UFRR
  67. UFPEL
  68. PUC-RS
  69. UERGS
  70. PUC-MG
  71. UFC

 

 

Fonte: ANDES-SN

Saúde Docente é tema de Encontro Nacional do ANDES-SN

imp-pop-660120063Nos dias 18 e 19 de novembro, o ANDES-SN realizará o VI Encontro Nacional de Saúde do Trabalhador Docente, em Feira de Santana (BA). Durante o encontro, que terá como tema central “A lógica gerencialista nas universidades e o impacto na saúde doente”, o Sindicato Nacional irá também lançar uma cartilha para instrumentalizar as Seções Sindicais na realização de uma pesquisa nacional sobre saúde docente. O material terá procedimentos detalhados, relacionados ao método de trabalho, para a aplicação da pesquisa e consolidação dos dados em âmbito nacional.

De acordo com João Negrão, 2º tesoureiro e da coordenação do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) do Sindicato Nacional, a lógica gerencialista se inclui a quebra da autonomia universitária e na visão de gestão atual. “Os reitores já são chamados de gestores e, com isso, está se perdendo toda a concepção de universidade que a própria Constituição estabelece. Mas, além disso, é a submissão das universidades à lógica gerencial do Estado brasileiro, com o controle da produção acadêmica e do que se faz no ensino. É uma lógica bem produtivista, que tira o caráter de pesquisa da própria universidade, orientada para o mercado”, explica.

De acordo com Negrão, o Encontro Nacional será um momento de reflexão e de contato com a sociedade e com outros órgãos que também pesquisam a questão do trabalho e do adoecimento laboral. “Será importante para enriquecer o nosso debate e termos elementos mais profundos para poder discutir e alavancar a nossa pesquisa”, enfatiza o diretor do ANDES-SN. O evento será sediado pela Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Ferira de Santana (Adufs-BA, Seção Sindical do ANDES-SN).

A proposta de realização da Pesquisa Sobre Saúde Docente nas Instituições de Ensino Superior surgiu após a constatação da escassez de informações específicas sobre a saúde da categoria docente, além da necessidade do aprofundamento dos debates acerca dessa temática. A elaboração da cartilha de orientação, que será lançada durante o VI Encontro Nacional foi deliberada no 35º Congresso do ANDES-SN, realizado no início desse ano, em Curitiba (PR).

Diretoria do ANDES-SN divulga nota sobre corte de ponto de servidores em greve

Sindicato Nacional considera decisão do STF mais um ataque aos trabalhadores e às trabalhadoras

imp-pop-1865920166No final de outubro (28), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por seis votos a quatro, que o Poder Público pode cortar o salário dos servidores públicos em greve, mesmo antes da Justiça do Trabalho decretar a ilegalidade do movimento paredista – excetuando os casos de greve por atraso de salário. A medida, na prática, destrói o direito de greve conquistado pelos servidores públicos, a partir da Constituição Federal de 1988.

Com a decisão, os dias parados só não poderão ser cortados se a paralisação for motivada por alguma ilegalidade cometida pelo Poder Público, como a falta de pagamento de salário. O entendimento da Corte não impede a negociação para a compensação dos dias não trabalhados por motivo de greve.

Nessa quinta-feira (3), a diretoria do ANDES-SN divulgou uma nota, na qual considera que a decisão do STF teve cunho ideológico e a classifica como mais um ataque aos trabalhadores e às trabalhadoras. “O ANDES-SN nunca se intimidou ante as decisões judiciais que objetivam criminalizar as lutas do Movimento Docente. Greves em defesa dos direitos trabalhistas, de melhores condições de trabalho, financiamento das IES, defesa da carreira, ataques aos direitos sociais e trabalhistas, enfim, pautas relacionadas com o projeto de Universidade defendido pelo Sindicato continuam e continuarão na ordem do dia das lutas do ANDES-SN”, reforça a nota, que foi encaminhada através da circular 372/2016, juntamente com os pareceres das assessorias jurídicas.

Para Francisco Jacob Paiva, 1º secretário do Sindicato Nacional e encarregado de Assuntos Jurídicos, é no mínimo estranho que, num contexto de ajustes e intensificação da retirada de direitos, no qual se esboça uma reação – seja através de greves específicas, de paralisações, da construção da greve geral e de ocupações -, se tenha, no bojo dos ataques, essa decisão do STF. “Na ausência de uma decisão do Legislativo em relação à da greve do setor público, o Supremo chama para si essa prerrogativa e apresenta uma decisão dessas, que é um impedimento claro na organização da luta dos trabalhadores para a defesa de seus interesses. É evidente que isso tem um efeito psicológico de desmobilização em qualquer categoria”, avalia Paiva.

O diretor do ANDES-SN explica que o assunto, assim como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 53 – apresentada pela senadora Rose de Freitas (PMDB/ES) -, que coloca a educação no rol dos serviços essenciais, com condicionamentos específicos para realização de greve, serão debatidos no Encontro de Assessorias Jurídicas do ANDES-SN, que acontecerá nesta sexta e sábado (5 e 6), em Brasília (DF).

“Nós queremos dizer enquanto diretoria que a nossa categoria não tem que se intimidar diante dessa decisão. Estaremos aprofundando o debate neste final de semana no encontro jurídico, para indicarmos possibilidades de ações jurídicas, se for o caso, mas principalmente aprofundaremos a perspectiva de ação política, que já está apontada nesta nota da diretoria”, acrescentou.

“Fundamentalmente, temos que entender que não dá para, por conta dessa represália, aceitarmos essa decisão como algo que não possa ser alterado. Nós vamos ter que discutir, no conjunto da categoria docentes, e também no âmbito do Fonasefe [Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais] e com as centrais sindicais, pois esse é um problema que ataca os servidores públicos num primeiro momento, mas também a classe trabalhadora como um todo”, completou.

Confira aqui a nota.

Parecer AJN

Parecer Coletivo Nacional de Advogados de Servidores Públicos

 

Fonte: ANDES-SN