Confira o anexo ao caderno de textos do 63º Conad

Foi divulgado nesta segunda-feira (18), o Anexo ao Caderno de Textos do 63º Conad, que ocorrerá entre 28 de junho e 01 de julho, na Universidade Estadual do Ceará (Uece), na cidade de Fortaleza (CE). O material, juntamente com o Caderno de Textos, irá orientar os debates do Conad.

A sexagésima terceira edição é organizada em conjunto com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece – Seção Sindical do ANDES-SN), e terá como tema central “Por um projeto classista e democrático de educação pública: em defesa da gratuidade, autonomia e liberdade acadêmica”.

Esse será o quarto Conad do ANDES-SN realizado na capital cearense. A cidade de Fortaleza já recebeu o 24º Conad em 1992 (sediado por ADUFC e Adunifor), o 50º Conad em 2005 (sediado pela Adunifor) e o 55º Conad em 2010 (sediado pelo Sinduece-SSind). Também foram realizados em Fortaleza dois congressos do Sindicato Nacional, ambos sediados pela ADUFC: o 2º Congresso em 1986 e o 18º Congresso em 1999.

Credenciamento prévio
Para agilizar as inscrições nos eventos nacionais, o ANDES-SN ressalta a importância do credenciamento prévio, que poderá ser realizado de 1º a 27 de junho. O credenciamento durante o 63º Conad poderá ser feito no dia 28 de junho, até às 17 horas. As informações sobre documentação para credenciamento estão na circular 098/18.

Posse da nova diretoria
A nova diretoria do ANDES-SN, que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2018-2020, será empossada durante a Plenária de Abertura do 63º Conad, que acontecerá dia 28 de junho, às 9h30. A Chapa 01 “ANDES-SN Autônomo e de Luta” foi eleita com 51,71% dos votos dos eleitores que compareceram às urnas de todo o país, nos dias 9 e 10 de maio.

Confira os materiais do 63º Conad.

Serviço:

63º Conad

Tema central: “Por um projeto classista e democrático de educação pública: em defesa da gratuidade, autonomia e liberdade acadêmica”

Data: 28 de junho a 01 de julho de 2018

Local: Universidade Estadual do Ceará – UECE (Endereço: Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Auditório Central). Fortaleza – CE

 

Fonte: ANDES-SN

É pela vida das mulheres: deputados na Argentina aprovam aborto legal e gratuito até 14ª semana

Após uma sessão que durou quase 24h, a Câmara de Deputados da Argentina aprovou na manhã desta quinta-feira (14) a legalização do aborto no país. Com essa decisão, as mulheres poderão interromper a gravidez, de forma legal e segura, até a 14ª semana. A votação foi de 131 votos a favor da legalização contra 123 pelo não.

 

 

Acima desse prazo de 14 semanas, o aborto só será permitido se houver risco de vida para a mulher, má formação do feto incompatível com a vida ou em caso de estupro. O projeto agora irá para discussão no Senado e depois para a sanção do presidente Maurício Macri.

 

A votação coloca a Argentina, junto com Uruguai e Cuba, na lista de países da América Latina onde o aborto é legalizado. É uma grande vitória para as mulheres argentinas. O aborto passa a ser encarado como deve ser: como um caso de saúde pública.

 

“É um grande incentivo para as lutas em outros países onde ainda há criminalização como aqui no Brasil. O projeto vai agora ao Senado, onde a bancada conservadora é maior. É preciso seguir nas ruas para garantir essa vitória. Aqui no Brasil também devemos seguir o exemplo das hermanas argentinas e tomar as ruas para também arrancar nossas conquistas. É pela vida das mulheres. Aborto legal e seguro já”, comemorou a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do Movimento Mulheres em Luta, Marcela Azevedo.

 

“Hoje somos todas argentinas, somos todas irlandesas. É pela vida das mulheres. O conservadorismo vai sendo derrotado no mundo todo. Falta o Brasil”, também comemorou a integrante da SEN da CSP-Conlutas Magda Furtado.

 

Mulheres tomaram as ruas

O tema da legalização ou não do aborto mobilizou a Argentina nas últimas semanas com posicionamentos contra e a favor do projeto. Mas as mulheres a favor da legalização, sob o lema “aborto legal no hospital” e “nenhuma a menos” tomaram as ruas levando dezenas de milhares de manifestantes.  Esta semana, pelo menos, 11 escolas estavam ocupadas por estudantes a favor da legalização.

 

A estimativa é de que ocorrem cerca de 500 mil abortos clandestinos por ano na Argentina, desde 2005, sendo a principal causa de mortalidade materna no país. Cerca de 50 mil internações são realizadas em hospitais públicos anualmente para tratar casos de interrupção da gravidez clandestina. São as mulheres trabalhadoras e pobres as mais prejudicadas.

 

Uma pesquisa divulgada em março deste pela Anistia Internacional Argentina e pelo Centro de Estudos de Estado e Sociedade (Cedes) indicava que 59% dos argentinos apoiavam a descriminalização do aborto e que 70% consideravam importante que o Congresso discutisse o tema.

 

Recentemente, no dia 25 de maio, a Irlanda também aprovou, com 66, 4% dos votos, a legalização do aborto em um referendo popular para revogar a oitava emenda à Constituição, que impedia o aborto legal.

 

A CSP-Conlutas se solidariza e comemora com a luta das companheiras argentinas pela descriminalização e legalização do aborto naquele país. É pela vida das mulheres!

Capes cria grupo para regulamentar EAD na pós-graduação stricto sensu

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) publicou a imp-ult-448149453Portaria 132 no dia 5 de junho, na qual cria um Grupo de Trabalho para regulamentar a Educação à Distância (EAD) na pós-graduação stricto sensu. O grupo tem prazo de funcionamento de 90 dias, podendo ser prorrogado.

O grupo terá a coordenação da Diretoria de Educação à Distância (DED) e da Diretoria de Avaliação (DAV) da Capes e será composto pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE), pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), pela Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) e pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

Também participarão duas entidades que defendem os interesses do mercado na educação: a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) e a Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED). A ABMES é a entidade patronal do ensino superior privado. Já a ABED é uma associação composta por docentes de instituições privadas e públicas que busca “estimular a prática e o desenvolvimento de projetos em educação a [sic] distância em todas as suas formas”, segundo seu próprio site.

Olgaíses Maués, 3ª vice-presidente do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE), afirma que a portaria da Capes oficializa o uso de EAD na pós-graduação stricto sensu, o que significa um maior uso do fundo público pela iniciativa privada. “EAD é um grande filão da iniciativa privada, e agora ele vai chegar de vez à pós-graduação stricto sensu. É mais um nicho de mercado para a iniciativa privada lucrar com a educação pública”, critica.

“Temos que acompanhar de perto as normas que serão elaboradas por esse grupo. A comissão é formada apenas por entidades da oficialidade e do mercado. Há ausência de representações de docentes, de servidores e de estudantes, além de associações científicas no debate, o que é lamentável. Não serão levados em conta posições de quem vivencia na prática as consequências da EAD, como a precariedade do trabalho”, completa Olgaíses.

Com informações e imagem de Capes.

Fonte: ANDES-SN

Centrais sindicais convocam Dia Nacional de Luta em 10 de agosto

Sete centrais sindicais (CUT, CSB, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT) convocaram um Dia Nacional de Luta para 10 de agosto em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra a Emenda Constitucional (EC) 95, do Teto dos Gastos.

A convocação foi divulgada durante um ato realizado em São Paulo (SP), na quarta-feira (6), no qual as sete centrais sindicais lançaram uma carta chamada Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, documento que lista 22 propostas para o desenvolvimento do Brasil. A produção do documento contou com a assessoria do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O documento, segundo a CUT, norteará as ações e mobilizações da classe trabalhadora para o próximo período, em especial no Dia Nacional de Luta previsto para 10 de agosto. Além de ser uma ferramenta de trabalho dos sindicalistas para o debate público, a “Agenda” será entregue para os parlamentares e candidatos para as eleições de 2018.

Entre as 22 propostas estão: a revogação da EC 95; ações imediatas para combater o desemprego, como a retomada das obras públicas; a regulação do direito de negociação coletiva para os servidores públicos; a jornada de trabalho de 40 horas semanais; a revogação dos aspectos negativos da Reforma Trabalhista e da Lei das Terceirizações; o direito à previdência pública; entre outras.

Confira aqui a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora das centrais sindicais.

Com imagem de CUT

 

Fonte: ANDES-SN

III ENE é adiado para abril de 2019

imp-ult-556501027A Coordenação Nacional de Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep) decidiu adiar a realização o III Encontro Nacional de Educação (ENE) para o mês de abril de 2019. O encontro, que provavelmente será realizado em Brasília (DF), terá como tema “Por um projeto classista e democrático de educação”.

O adiamento do III ENE, que inicialmente estava previsto para a metade do ano de 2018, se deve a dificuldades organizativas e à necessidade de maior mobilização e a realização dos encontros preparatórios. As etapas preparatórias municipais, estaduais e regionais já começaram e devem ser realizadas até o mês de dezembro.

Jacqueline Rodrigues Lima, 1ª vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN, uma das coordenadoras do Grupo do Trabalho de Política Educacional (GTPE) e uma das representantes do Sindicato Nacional na Conedep, ressalta que as seções sindicais devem se empenhar na organização das etapas preparatórias até dezembro e na ampliação da mobilização para o III ENE.

“Poucos estados avançaram nas etapas preparatórias, por isso a Conedep achou importante adiar a realização do III ENE. Agora, teremos um período maior para preparação e mobilização, com o qual aprofundaremos os diagnósticos sobre a situação da educação brasileira”, comenta a docente.

O I ENE, em 2014, foi realizado no Rio de Janeiro (RJ). O II ENE, em 2016, aconteceu em Brasília (DF).

Confira aqui a Circular 164/18 sobre o adiamento do III ENE.

Para mais informações sobre o encontro acesse o blog do ENE

Fonte: ANDES-SN

 

SAIBA O QUANTO VOCÊ PERDEU EM TRÊS ANOS DE ARROCHO SALARIAL

Há mais de três anos o governo Rui Costa não faz o pagamento da reposição inflacionária aos servidores públicos baianos. Na prática, os professores e o funcionalismo público baiano já enfrentam quase quatro anos de salário congelado. Segundo o DIEESE, o prejuízo imposto pelo governo Rui Costa (PT) já representa a maior perda salarial dos últimos 20 anos. Está também é a primeira vez, desde 1990, que o movimento docente amarga mais de três anos de congelamento salarial. Para que a categoria visualize o quanto o Estado tem usurpado seus direitos, o Fórum das ADs criou uma calculadora que estima as perdas em decorrência do não pagamento da reposição inflacionária de 2015 a 2018.

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Confira as suas perdas e lute pelos seus direitos.

Apenas a luta poderá alterar este cenário de ataques. Desde 2017 o movimento docente tenta dialogar com o Governo do Estado. Atualmente, o governo segue inflexível em suas posições, mesmo com o Fórum das ADs ratificando o compromisso das diretorias em resolver pela via negociada as questões que envolvem as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Como resposta ao descaso, os docentes estão com indicativo de greve aprovado.

A pauta de reivindicações 2018 tem como uma das suas principais bandeiras de luta a exigência de reposição integral das perdas inflacionárias, que já ultrapassam 21,1%, defesa dos direitos trabalhistas e das universidades estaduais.

Leia mais sobre o arrocho salarial

Cai Pedro Parente da presidência da Petrobrás. O próximo tem de ser Temer!

A greve dos caminhoneiros e a paralisação nacional dos petroleiros aprofunda a crise e desgasta ainda mais o governo Temer

 

 

Pedro Parente, presidente da Petrobras, apresentou na manhã desta sexta-feira (1°) sua carta de demissão ao presidente Michel Temer (MDB). A saída de Parente ocorre após a poderosa greve de caminhoneiros e as paralisações realizadas por petroleiros em todo o país na última quarta-feira (30).

 

Na carta apresentada informando sua demissão em caráter “irrevogável” e “irretratável”, Parente alega que a política de reajustes da Petrobras para os combustíveis foi questionada pela greve dos caminhoneiros, o que levou o governo a fazer concessões para o fim da paralisação. Prossegue afirmando que sua permanência no cargo deixou de ser “positiva”.

 

A notícia caiu como uma bomba no meio político. A saída do presidente da Petrobras foi uma das reivindicações que esteve presente em meio à greve dos caminhoneiros e, principalmente, da paralisação feita pelos petroleiros no último dia 30.

 

Na presidência da Petrobras, desde 2016, Parente estava à frente da política de venda de ativos e do avanço do processo de privatização da Petrobras, razão da atual política de reajustes dos combustíveis de acordo com as variações do mercado internacional. Tudo para favorecer os lucros dos acionistas da estatal, em sua maioria estrangeiros.

 

No último dia 29, o membro representante da Shell no Conselho Administração da Petrobras José Alberto de Paula Torres Lima também apresentou renúncia ao cargo. O conselheiro alegou razões pessoais.

 

Governo Temer está contra a parede. É hora de avançar a luta e derrotar ataques!

O conteúdo da carta revela que a política de Parente e Temer foram colocadas em xeque com as greves dos últimos dias. Depois da luta dos trabalhadores forçar Temer a fazer concessões aos caminhoneiros, agora cai Pedro Parente.

 

A greve dos caminhoneiros durou por 10 dias com muita força e parou o país, numa das maiores mobilizações da história da categoria. Já os petroleiros cruzaram os braços na quarta-feira (30) e realizaram paralisações na base de todos os sindicatos. Os protestos começaram ainda na semana passada, no dia 24, com vários cortes de rendição (suspensão da troca de turnos) em várias refinarias e unidades operacionais.

 

A mobilização previa 72 horas de greve e o governo, com a ajuda do Judiciário, fizeram de tudo para impedir a mobilização.

 

Nos dias que antecederam a greve, o Exército começou a montar acampamento dentro das refinarias numa nítida tentativa de intimidar os trabalhadores. Tropas se instalaram na REVAP (São José dos Campos/SP), REPLAN (Paulínia/ SP), REPAR (Araucária/ PR), REFAP (Canoas/RS), REDUC (Duque de Caxias/ RJ), RLAM (Mataripe/ BA).

 

No dia 29, a ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Maria de Assis Calsing declarou a greve como ilegal e abusiva, mesmo antes de começar. Arbitrariamente, a justiça a serviço dos interesses da empresa, criminalizou os sindicatos, estipulando uma multa de R$ 500 mil por dia, podendo chegar a até R$ 1,5 milhão. Com o início da greve, elevou a multa para R$ 2 milhões por dia, podendo chegar a R$ 6 milhões por dia.

 

Equivocadamente, a FUP (Federação Única dos Petroleiros), filiada à CUT, que dirige 13 dos 18 sindicatos da categoria, orientou a suspensão temporária da greve. Ainda assim, em bases como a Regap, em Betim/MG, os petroleiros passaram por cima da orientação da FUP e mantiveram a paralisação. Os sindicatos da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) no Rio de Janeiro e Sergipe mantiveram a mobilização por todo o dia de quinta-feira. Esses trabalhadores mostraram coragem e disposição em se rebelar contra a justiça burguesa e suas direções.

 

É preciso construir a Greve Geral! Fora Temer!

No momento em que o governo Temer e a Petrobras, com respaldo da justiça, ameaçam de retaliação os trabalhadores e os sindicatos, é preciso fortalecer a greve e conclamar a solidariedade de toda a classe trabalhadora e da população.

 

É preciso repudiar o uso dos militares nas refinarias da Petrobras, bem como a criminalização da greve pelo Judiciário. A greve petroleira foi suspensa temporariamente, mas a necessidade da greve geral ainda está colocada.

 

“A CSP-Conlutas reforça o chamado que fez às demais centrais sindicais: é hora de unificar as lutas e construir uma Greve Geral no país contra o aumento abusivo no preço dos combustíveis e do gás e cozinha, contra a privatização da Petrobras e para botar para fora Temer e todos os corruptos do Congresso para barrar todos os ataques à classe trabalhadora brasileira. A Petrobrás tem que ser 100% estatal e estar à serviço da maioria do povo, controlada pelos próprios trabalhadores”, afirma o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela.

Fonte: CSP-Conlutas

 

“Os trabalhadores estão em luta no país. São várias categorias se mobilizando contra os ataques dos governos e patrões. Em defesa dos seus direitos e reivindicações. Podemos e devemos unificar petroleiros, metalúrgicos, professores, servidores públicos, todos em luta, e construir uma forte Greve Geral para por pra fora Temer e todos os corruptos do Congresso que atacam nossos direitos”, concluiu.

 

Leia também: Greve nacional de petroleiros tem início com forte adesão e diz não à privatização da Petrobrás

Entrevista: Profa. Iracema Lima denuncia as contrarreformas na educação

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Foto: Ascom Fórum das ADs

Neste mês de maio o Fórum das ADs entrevistou a professora Iracema Lima sobre as contrarreformas da educação e seus impactos nas esferas estadual e nacional. A entrevista especial marca a Semana Nacional de Lutas do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Setor das Iees/Imes), organizada pelo ANDES-SN, que aconteceu entre os dias 21 a 25 de maio.
Iracema é Professora titular do Departamento de História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, vice-presidente da atual gestão da Adusb (2017-2019) e também compõe o Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública, na Bahia. Abaixo reproduzimos na íntegra as respostas da docente acerca dos ataques à educação, desmonte dos serviços públicos e o III Encontro Nacional de Educação (ENE), que ocorrerá nos dias 12,13 e 14 de abril de 2019.

FAD: O governo de Michel Temer tem sido marcado pelos retrocessos e desmonte do serviço público. Como você considera que está a educação nesse cenário?
Iracema: O alinhamento do Estado brasileiro aos princípios neoliberais reforça o modelo da segregação e exclusão da grande maioria da população. No Brasil vivemos um momento de profunda instabilidade política e econômica em que direitos sociais e trabalhistas são confundidos com privilégios. No conjunto dos ataques às garantias sociais, o governo Temer, que tem a maioria no Legislativo e Judiciário nacional, não tem evitado esforços para sucatear ainda mais a educação. Este projeto de retrocesso está sendo ainda mais aprofundado com a aprovação da Lei do Teto, que congelou por 20 anos os investimentos sociais, inclusive na educação.

FAD: Quais são as principais contrarreformas da educação do último período?
Iracema: Foram aprovadas reformas que atingem todos e todas os (as) trabalhadores (as) do país, como é o caso da Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização. E faço referência a estas duas reformas porque não podemos deixar de considerar que, conjuntamente, impactarão tanto no momento da escolha quanto na permanência na carreira docente. Foi oficializada a categoria teacher bus que terá contratos de trabalho extremamente fragilizados.
Diretamente ao campo da Educação a Reforma do Ensino Médio que, na essência, pretende atender às demandas estabelecidas pela formação para o mercado de trabalho. Estabelece, ainda, que qualquer profissional do mercado poderá dar aula, independente da sua formação. Professores com vinculo horista e tantos outros. Não esquecendo que esta mesma lei possibilita que parte da carga horária do ensino médio poderá ser realizada à distância (EAD). Neste aspecto o mercado escolar, possuindo capilaridade que o mercado financeiro lhe possibilita, encontra-se em festa.
A Base Nacional Comum Curricular e a formulação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), também atacam autonomia do professor deste a etapa da concepção do planejamento à sua efetivação no interior do espaço da sala de aula. A liberdade da atuação política-pedagógica foi colada em cheque.
Há também a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na essência ela foi orquestrada por grandes corporações e está completamente comprometida, na raiz, com os princípios neoliberais. Enquanto supostamente professores e demais sujeitos da comunidade escolar debatiam o que fica ou não no currículo, o que pode ou não ser considerado conhecimento válido, os grandes conglomerados financeiros davam o tom e formato na concepção de sociedade que necessitam para referendar o projeto econômico e político em curso. Lembrando que esta Base desconsidera valores expressos na Constituição Federal de 1988 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, especialmente no campo das liberdades e garantias individuais.
Ainda tramitam os Projetos de Lei no Congresso Nacional e nos legislativos estaduais e municipais do Escola com Mordaça. Ataques a projetos que discutem a formação de professores, a exemplo do PIBID e a excrecência da Residência Pedagógica que, ao final, serve para reforçar a não realização de concursos públicos. Trata-se também de uma interferência direta na autonomia universitária na função de organizar sua estrutura curricular e o perfil do profissional a ser formado.

FAD: Qual é a sua leitura sobre essas contrarreformas frente à conjuntura? Na sua opinião, elas têm relação entre si?
Iracema: Estes projetos estão absolutamente todos interligados. O Sistema educacional funciona, ou deveria funcionar, como um organismo onde as partes compõem o todo. As Reformas então são pensadas numa perspectiva que fortalece o apassivamento da classe trabalhadora, sua alienação e seu silenciamento. A mídia opera no sentido de convencer a população que o projeto pensado e elaborado pelo governo burguês atenderá às necessidades da classe trabalhadora. Engano maior não há!

FAD: Compreendendo o papel da educação na reprodução do sistema, como anda a disputa de projetos no interior da Universidade?
Iracema: Especificamente nas Universidades Estaduais Baianas percebemos que o Governo Rui Costa tem utilizado todos os subterfúgios necessários para interferir na organização administrativa-pedagógica das estaduais baianas. Servidores estão sem o reajuste linear há três anos; existem centenas de professores nas filas de progressão e promoção da carreira, o fim da licença sabática e da licença prêmio, a operação Dedicação Exclusiva são afrontes ao Estatuto do Magistério Superior e a autonomia universitária.  O fortalecimento da política de balcão é perceptível, inclusive aos mais desatentos. Instâncias democráticas correm o risco cotidianamente de serem engessadas. A política petista reproduz, senão elabora, propostas que colocam a educação num patamar de destruição similar a qualquer governo de direita. Governo que fecha escola da educação básica não terá escrúpulos em propor o fechamento de um dos maiores patrimônio que a Bahia construiu com muita luta da sociedade civil. As universidades estaduais baianas que hoje têm mais de 60 mil trabalhadores e trabalhadores matriculados.

Foto: Ascom Fórum das ADs

FAD: Que outras considerações você entende como pertinentes a este tema da educação nesta fase do imperialismo que conta com as ideologias e a cultura para domínio da classe trabalhadora?
Iracema: Cresci ouvindo o seguinte dizer: “para doentes remédio”. Então para o avanço do conservadorismo o enfrentamento é a resistência.

FAD: Você vê uma possibilidade de avançar na luta em defesa da educação pública? De que forma?
Iracema: Sim, senão não estaria atuando à frente da Vice-Presidência da minha sessão sindical que é a ADUSB. Não estaria construindo o Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública, nem estaria participando do Grupo de Trabalho de Política Educacional GTPE do ANDES. Entendo que a classe trabalhadora organizada tem muito mais força para fazer o enfrentamento e construir novos horizontes.

FAD: Quais são os principais desafios do III Encontro Nacional da Educação no atual cenário político?
Iracema: O III ENE acontecerá na Universidade Federal Fluminense entre os dias 12,13 e 14 de abril de 2019. O Tema escolhido foi: “Por um projeto classista e democrático de educação”. Teremos três dias intensos de debates acerca da relação entre o capitalismo e educação, onde apontaremos a luta pela educação pública e experiências da Educação Popular no Brasil. O desafio maior ainda é envolver a sociedade civil que tenha como horizonte um projeto classista de educação. Um dos argumentos utilizados para o imobilismo é que a conjuntura não está favorável para a classe trabalhadora. A pergunta que persiste, no entanto, continua sendo: e quando foi? Quantas vidas de trabalhadores e trabalhadoras são ceifadas cotidianamente neste projeto da sociedade burguesa? A classe trabalhadora terá realmente qualquer condição de ter uma vida digna onde o Estado representa os interesses da elite econômica?

Regional Nordeste 3 do ANDES-SN realiza encontro em Vitória da Conquista (BA)

 A Regional Nordeste 3 do ANDES-SN realizará no dia 8 de junho um encontro que reunirá representantes das seções sindicais da Bahia, Sergipe e Alagoas. O encontro terá como tema central o impacto das contrarreformas na Educação Superior Pública: o papel do sindicato nacional na defesa das Universidades, Colégios de Aplicação e Cefet.

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Durante a mesa de abertura, será lançada a cartilha do Grupo de Trabalhos de Política Educacional (GTPE) “Um pouco de história, pois o futuro não se constrói só com o presente”, que foi distribuída, pelo Sindicato Nacional, durante a Conape. Na sequência, serão debatidas as temáticas “O Impacto do Marco Legal da Ciência e Tecnologia e Inovação nas Universidades”, “Por maior participação das Mulheres no Sindicato Nacional: Paridade na Direção Nacional” e “Contrarreformas da Educação: Residência pedagógica e militarização da educação”. O encontro, que acontecerá no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Adusb Seção Sindical do ANDES-SN), será encerrado com uma atividade cultural.

Sérgio Barroso, 1º tesoureiro da Regional NE 3 e presidente da Adusb SSind., explica que o encontro vai debater questões muito importantes para o ANDES-SN como os ataques que a educação pública vem sofrendo diante da conjuntura e do acirramento das políticas neoliberais, tanto por parte do governo federal quanto dos governos estaduais, o impacto da implementação do Marco Legal de Ciência e Tecnologia nas universidades públicas e ainda a perspectiva de paridade de gênero na composição da diretoria nacional do ANDES-SN.

“A questão da paridade na diretoria nacional do ANDES-SN é um assunto muito importante e, diante da nossa sociedade machista e opressora, se torna fundamental aprofundarmos esse debate”, comentou. Segundo o presidente da Adusb SSind, esse debate já foi levantado no 37º Congresso do ANDES-SN realizado em Salvador (BA) no início do ano, deverá ser ampliado no 63º Conad, que acontece entre 28 de junho e 1 de julho, em Fortaleza (CE). “A ideia é que até o próximo Congresso do ANDES-SN, que ocorrerá no início de 2019, tenhamos um acúmulo que nos permita avançar nessa pauta”, acrescentou.

 

Fonte: ANDES-SN

Nota do ANDES-SN em apoio à greve dos caminhoneiros

A diretoria do ANDES-SN vem a público manifestar sua solidariedade à greve nacional dos caminhoneiros que se alastra pelo país. Não é sem contradições que essa mobilização ocorre, mas diferentemente de outros momentos em que os interesses patronais paralisaram o setor, boa parte das reivindicações dos caminhoneiros nesta luta é justa e em sintonia com os interesses da classe trabalhadora.

A política econômica do Governo Temer é desastrosa para a população. O desmonte de empresas estatais estratégicas, como das companhias Eletrobrás e Petrobrás, representa a entrega do patrimônio estatal brasileiro para a lucratividade dos empresários.

Os aumentos nos preços dos combustíveis são operados pelos interesses internacionais de acionistas da Petrobrás e grandes petrolíferas em acordo com o governo federal, ocasionando uma série de prejuízos para a classe trabalhadora.

Essa mobilização dos caminhoneiros se soma a várias lutas que estão ocorrendo pelo país, especialmente da educação pública. É preciso defender a Petrobrás 100% pública e estatal e os direitos da classe trabalhadora.

Para fortalecer a mobilização contra as políticas do governo, é urgente unificar as lutas em curso no país e exigir das centrais sindicais a convocação de uma nova Greve Geral em defesa dos direitos sociais, contra a EC 95 e a Reforma Trabalhista e pelo Fora Temer!

Brasília(DF), 25 de maio de 2018

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

 

Fonte: ANDES-SN