Em meio a cortes na educação federal, Kroton lucra R$ 455 mi em três meses

charge_finalEnquanto a educação pública, tanto federal quanto estadual, sofre com a falta de verbas – que impossibilita a manutenção das atividades de ensino, pesquisa e extensão – os grandes grupos econômicos do setor de educação, conhecidos como “tubarões do ensino”, mantêm lucros exorbitantes. Apenas no primeiro trimestre de 2015, o Grupo Kroton, que tem quase 60% dos seus alunos presenciais matriculados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) mantido pelo governo federal, apresentou lucro líquido de R$ 455 milhões, de acordo com informações divulgadas recentemente por diversos veículos de comunicação.

O Kroton foi fundado em 1966, em Belo Horizonte, a partir do Colégio Pitágoras. Em seguida, começou a incorporar outras empresas do setor – entre as mais conhecidas estão a Anhanguera e a Unopar – tornando-se a maior empresa de ensino superior do mundo por capitalização de mercado no ano passado.

Desde o início desta década, o Kroton foi impulsionado pela política educacional do governo federal, que prioriza o investimento de dinheiro público em educação privada. Entre 2010 e 2014, o governo repassou mais de R$ 30 bilhões para os tubarões do ensino por meio do Fies, e o Kroton é o maior beneficiário. Para simples comparação, o orçamento anual de investimentos em todas as Instituições Federais de Ensino (Ife) somadas não ultrapassou os R$ 2,59 bilhões em 2014. E, em 2015, sofreu corte de 47%, segundo informação divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.  “Os cortes no orçamento e o ajuste fiscal promovido pelo governo só tiveram impacto para as políticas sociais, o que demonstra que a suposta falta de dinheiro é, na verdade, uma opção política do governo”, ressalta Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN.

O presidente do Sindicato Nacional reforça ainda que o governo vem ampliando e financiando cada vez mais a participação das empresas do setor de educação na oferta do ensino superior, com expressivo aumento no repasse de verbas públicas nos últimos anos para as instituições privadas, sem a preocupação da qualidade do ensino ofertado. “Isso demonstra qual o sentido do lema “Pátria Educadora”: a desconstrução do ensino público de qualidade em detrimento da educação cada vez mais privatizada, voltada aos interesses do capital”, destaca.

Portas abertas apenas para os empresários
Enquanto o Ministério da Educação (MEC) não se dispõe a negociar efetivamente com docentes e técnico-administrativos da educação federal em greve, abre suas portas aos grandes empresários do setor da educação. Segundo informações divulgadas pela imprensa, apenas entre janeiro e fevereiro, durante a gestão de Cid Gomes, o Big 6 (como é conhecido o grupo de empresários da educação que congrega Kroton, Estácio, Anima, Ser Educacional, Laureate e DeVry) foi recebido sete vezes no MEC. Já Renato Janine Ribeiro, atual ministro, consultou o Big 6 antes de anunciar novas mudanças no Fies, em 8 de junho, que representaram a valorização de 9% dos papeis do Kroton na bolsa de valores.

*Com informações de Istoé Dinheiro e Valor Econômico.

 

Fonte: ANDES-SN

 

Governo Rui Costa não demonstra vontade política para atender reivindicações

A contraproposta do Movimento Docente para a minuta substitutiva da lei 7176/97 foi entregue ao governo nessa terça (16). Sobre os outros pontos da pauta de reivindicações, o governo Rui Costa (PT) mostrou sua incapacidade de negociar e não apresentou avanço. O Fórum das ADs foi duro na defesa do respeito aos direitos trabalhistas e afirmou que não aceitará absolutamente nenhum ataque à carreira ou ao Estatuto do Magistério Superior. Pressionado, o governo se comprometeu a apresentar proposta e uma nova reunião foi agendada para a quinta (18) às 15h.

Autonomia universitária

Após a realização da rodada de assembleias para discussão da proposta de minuta substitutiva da lei 7176/97, o Fórum das ADs fez as adequações sugeridas pela categoria. Não houve divergência de conteúdo. Vale recordar que toda a elaboração foi realizada democraticamente por meio dos grupos de trabalho e assembleias nas quatro associações docentes. Outros pontos da pauta de reivindicações, como a destinação de 7% da receita líquida de impostos (RLI) para o orçamento e ampliação do quadro de vagas, foram incluídos na minuta.

Finalizado esse processo, o documento foi apresentado ao governo, na terça (16), que solicitou algumas explicações. Depois de esclarecidos os pontos, os representantes governamentais informaram que uma reunião com a Procuradoria Geral do Estado (PGE) já estava agendada para o mesmo dia e o retorno seria célere.

Direitos trabalhistas, orçamento e quadro de vagas

Questionados sobre as reivindicações do Movimento, o governo reafirmou a resposta das reuniões anteriores e nada de novo foi apresentado para o quadro de vagas, direitos trabalhistas e valorização da carreira. Mesmo com um mês de greve, o governo do Partido dos Trabalhadores se recusa a fazer qualquer esforço para atender a pauta.

O Fórum das ADs cobrou a apresentação de uma proposta que assegure os direitos trabalhistas a toda categoria, garantia de fluxo contínuo e orçamento. A alternativa colocada até o momento (remanejamento de vagas) desrespeita a carreira docente estabelecida por lei. O governo do Partido dos Trabalhadores está propondo rasgar o Estatuto do Magistério Superior, conquistado por meio de greves históricas durante o autoritário regime carlista.

O Movimento tem avançado no processo de negociação ao discutir as questões levantadas nas mesas e apontado caminhos para a solução dos problemas. Contudo, o governo finge não escutar as alternativas e perceber a situação insustentável vivida pelas Universidades Estaduais da Bahia. A viabilidade financeira para atender ao pleito é clara, o orçamento do Estado está folgado, falta vontade política de priorizar a educação pública e a classe trabalhadora.

Após forte pressão do Fórum das ADs, o Governo agendou uma nova reunião para quinta-feira (18), com o compromisso de apresentar uma proposta concreta que faça a mesa de negociação avançar.

A Bahia quer resposta!

 

Fonte: ADUSB

Foto: Ascom ADUNEB

 

Movimento Grevista prepara contraproposta de minuta substitutiva da lei 7176/97

No dia 16 de junho, o Movimento Docente Baiano dará um passo importante em defesa da autonomia universitária. Após quase 20 anos de luta, o Fórum das ADs apresentará ao governo a minuta substitutiva à lei 7176/97 construída pelos(as) professores(as) das quatro Universidades Estaduais. A expectativa é que diante a mobilização da categoria o governo avance na negociação e encaminhe o projeto de lei para a Assembleia Legislativa.

A luta

A Constituição Federal em seu artigo 207 confere às universidades autonomia didático-cientifica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial. A lei 7176, criada pelo ex-governador Paulo Souto em 1997, ataca gravemente esse direito. A implantação da lista tríplice para reitor(a) é um exemplo disso. Mesmo com a realização das eleições, de acordo com a referida lei, as Universidades devem encaminhar uma lista com os(as) três mais votados(as) ao governador para nomeação. Ou seja, o governo da Bahia pode nomear como reitor(a), qualquer um dos(das) candidatos(as), mesmo não sendo este(a) o(a) mais votado(a) pela comunidade acadêmica.

Desde a criação da Lei, o Movimento Docente reivindica sua revogação. Durante a campanha do ex-governador, Jaques Wagner, foi feita a promessa de que a 7176/97 seria revogada. Contudo, o governo petista não cumpriu com a palavra. Agora, a força do movimento grevista aponta para a conquista dessa pauta histórica.

A negociação

Após a realização de um ato público com mais de 600 manifestantes no Centro Administrativo de Salvador, o governo apresentou uma proposta de minuta substitutiva para a lei 7176/97, no dia 20 de maio. Diante da concepção de que todos os passos da luta devem ser dados de forma democrática pela categoria, os Comandos de Greve apresentaram o documento às assembleias, que decidiram por construir grupos de trabApresentação1alho para estudar a proposta. Após a finalização dos relatórios dos GTs das quatro Associações Docentes, o Fórum das ADs fez a compatibilização e consolidou um documento conjunto, que conta ainda com a contribuição do Fórum dos Técnicos Administrativos . O fruto desse trabalho será discutido pelas assembleias e apresentado ao governo no dia 16 de junho. A assembleia da ADUSC para discussão do tema ocorrerá no dia 12 de junho, às 13h no CEU.

FONTE: ADUSB, com edição

FOTO: ASCOM ADUNEB

2º Congresso da CSP-Conlutas encerra vitorioso

Delegação de docentes das Universidades Estaduais da Bahia. Representaram a ADUSC os professores Marcelo Lins e Luiz Herique Blume
Delegação de docentes das Universidades Estaduais da Bahia. Representaram a ADUSC os professores Marcelo Lins e Luiz Herique Blume

O 2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas terminou na tarde deste domingo (7), na cidade de Sumaré (SP). Após quatro dias de intensos debates, os delegados aprovaram propostas de balanço, estrutura e organização da central. Participaram 2639 pessoas, entre delegados, observadores, convidados internacionais e trabalhadores – de 373 entidades e movimentos. 78 docentes, das seções sindicais e da diretoria do ANDES-SN, estiveram no evento.

O balanço da atuação nos últimos três anos, desde o 1º Congresso da CSP-Conlutas, considerou acertadas as ações da central. Foram ressaltadas as lutas construídas no período, como a campanha contra o Acordo Coletivo Especial (ACE), contra a realização da Copa do Mundo e das Olímpiadas no Brasil, a luta pelo transporte público, as greves das mais diversas categorias, a campanha por 10% do PIB para Educação Pública Já, e a construção do Espaço de Unidade de Ação, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), do Movimento Mulheres em Luta (MML) e do Quilombo, Raça e Classe.

A plenária considerou que a CSP-Conlutas fortaleceu seus laços com a classe trabalhadora, e que a CSP Conlutas tem cumprido papel decisivo nos processos de mobilização e luta contra as medidas que retiram direitos dos trabalhadores, como as Medidas Provisórias (MP) 664 e 665 e o Projeto de Lei (PL) 4330, chamando todas as centrais à ação conjunta nestas lutas e na construção da greve geral.

O congresso reafirmou, ainda, a posição da central contra a política sindical dependente e subserviente aos governos – baseada no imposto, na investidura e na unicidade sindical – e a favor da construção democrática, pela base, dos sindicatos e movimentos populares. A proposta do ANDES-SN, aprovada no 7º Conad Extraordinário realizado no início de maio em Brasília (DF), que defende a construção de um Setorial de Comunicação da central, foi também aprovada.

imp-ult-625773140Foram deliberadas, além, resoluções para combater a burocratização sindical, tanto fora quanto dentro da CSP-Conlutas. As propostas que versavam sobre mudanças estatutárias foram encaminhadas à Coordenação Nacional, para criação de um Grupo de Trabalho (GT), que as analisará e proporá posteriores modificações. O GT tem prazo de trabalho definido de seis meses. A proposta do ANDES-SN, também deliberada no 7º Conad Extraordinário, sobre a escolha de delegados a partir do número de filiados a cada entidade, e não mais a partir da base total da categoria, é uma das que foi remetida a esse GT.

Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, avaliou o congresso como positivo para afirmação e construção da CSP-Conlutas como alternativa de organização dos trabalhadores e explorados, na luta por mais direitos.

Fonte: ANDES-SN

Greve em defesa da educação pública se amplia em todo o Brasil

Movimento de greve nas Federais e Estaduais se intensifica com novas adesões e com ampliação da greve entre técnicos e estudantes

Em meio a ajustes fiscais e cortes nos orçamentos federal e estaduais, professores federais e de várias instituições estaduais de ensino superior protagonizam greves que têm em comum a pauta central: a defesa do caráter público da educação e a luta por mais financiamento na educação pública.

Nesta quarta-feira (3), a greve dos docentes federais completou uma semana. O movimento, deflagrado no dia 28 de maio com a adesão de 18 seções sindicais, já conta com a participação de 23 seções sindicais. Confira aqui a lista.

“O movimento é crescente e com importantes atividades dentro das instituições federais e também em diálogo com a sociedade. É importante ressaltar as mobilizações estudantis em apoio à greve, que estão assumindo as reivindicações de verbas e melhores condições de trabalho e ensino nas IFE”, comenta o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo. Veja as principais reivindicações do movimento.

Estaduais
O mês de maio marcou a intensificação da luta das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) em todo o Brasil. E o resultado dessa crescente mobilização é acompanhado nas decisões das assembleias das instituições de ensino e nas ações das que já estão em greve.

Além dos docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), das Estaduais do Paraná e da Bahia, está prevista para o dia 10 de junho a deflagração da greve na Universidade Estadual do Amapá (Ueap), segundo deliberação, em assembleia unificada dos professores, técnico-administrativos e estudantes, realizada na terça-feira (2).

As universidades Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), do Norte Fluminense (Uenf) e o Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), no estado do Rio,  e a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), também se encontram em processo de intensa mobilização.

Educação básica

Foto: SIMPI
Foto: SIMPI

Em vários estados e municípios, os professores das redes estaduais e municipais de ensino básico estão paralisados também em luta pelo cumprimento da Lei do Piso, por melhorias das condições de trabalho e em defesa da educação pública.

Em Itabuna, os professores, organizados no Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna (SIMPI), ocuparam por quatro dias o Gabinete do Prefeito. A “lavagem da corrupção” marcou a desocupação do prédio, mas os docentes permanece em greve para defender os direitos da categoria.

Fontes: ANDES-SN e SIMPI, com alteração

Professores, indignados com ausência de nova proposta, ocupam o gabinete do Prefeito de Itabuna

10984094_796545020460314_2424432172382335930_nApós mais uma frustrante rodada de negociação ocorrida na manhã desta terça-feira, 02/06, entre o Sindicato do Magistério – SIMPI e o Governo de Itabuna, os Professore da Rede Municipal decidiram manter a Greve e ocupar o Gabinete do Prefeito, até que o mesmo apresente uma proposta de reajuste salarial em conformidade com os valores determinados pelo MEC, qual seja, 13,01%.

Confira reportagem veiculada no G1 aqui

O Prefeito Claudevane Leite, após ter sido pressionado na última sexta, 29/05, pela Diretoria do SIMPI em um evento de seu partido, resolveu convocar a entidade sindical para mais uma rodada de negociação, entretanto, não trouxe nenhum dado novo, apenas reafirmou a falta de verbas e manteve a proposta de reajuste salarial de 8% parcelado. Na oportunidade, a Presidente do Sindicato, Profa. Carminha Oliveira, afirmou que este percentual já havia sido rejeitado pela classe e pediu que o Prefeito fosse sensível aos 13,01% pleiteados, ainda que o mesmo se desse de forma escalonada. “Nós estamos lutando por nossos direitos. Já vencemos esta causa perante a Justiça do Trabalho no Tribunal Regional – TRT 5ª Região e não iremos retroceder. Temos uma lei municipal de 2003 que é o nosso Plano de Carreira e é por ela que estamos lutando”, afirma a líder sindical.

Após a manutenção do impasse entre categoria e Governo, os Professores indignados, decidiram por ocupar a sala de reuniões do Prefeito com malas, colchões, lençóis, afirmando que só sairão de lá quando lhes forem apresentado o reajuste ao qual fazem jus. “Este prefeito quando vereador esteve em nossas caminhadas defendendo reajustes mais elevados do que este. Acreditávamos nele e agora que chegou ao poder nos trata com indiferença”, afirma a Professora Cristiane Barros que faz parte da base.

Além do reajuste, os Professores lutam pela atualização do FGTS, visto que muitos profissionais tem se aposentado, mas não estão recebendo seus saldos por conta de falhas no repasse da Prefeitura. “Sou Professora aposentada e até hoje não tive o direito de desfrutar de meu Fundo de Garantia”, declara a servidora pública aposentada, Ligia Lisboa. A Diretoria também pretende ficar na Prefeitura analisando os documentos apresentados pela Secretária da Educação de última hora e afirma estar disposto a passar a noite no Centro Administrativo. “Iremos permanecer aqui até que tenhamos todas as informações necessárias. Temos novos documentos para analisar e provavelmente varemos a noite estudando os mesmos”, finaliza a vice Presidente do SIMPI, Maria Ionei.
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Fonte: Ascom SIMPI, com edição
Foto e Texto: Jeremias Barreto

Pressionado por manifestação, Secretário de Educação agenda reunião para a quarta (3)

Professores e professoras da UESB realizaram protesto na inauguração do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente de Vitória da Conquista na tarde da segunda (1). Pressionado pela mobilização, o Secretário de Educação conversou com o Movimento e agendou reunião para esta quarta-feira (3). A expectativa é que o governo avance na negociação.

Os(As) docentes dialogaram com a população presente no evento sobre a crise orçamentária vivida pelas Universidades Estaduais e o desrespeito aos direitos trabalhistas. O movimento pressionou o Secretário de Educação, Osvaldo Barreto e o Chefe de Gabinete da SEC, Wilton Cunha, a construírem uma proposta que contemple a pauta de reivindicações. Os graves problemas vividos pelas Instituições, bem como os ataques ao Estatuto do Magistério foram ressaltados pelos(as) professores(as).

A negociação

Até o momento, foi apresentado aos docentes pelo governo a proposta de remanejar até 20 vagas das classes de auxiliar e assistente para redistribuí-las entre as demais. A proposta configura-se como a oficialização do desrespeito à carreira docente, pois não “zera” a fila para promoção e cria disputa entre a própria categoria por um direito já constituído no Estatuto do Magistério Superior. Além disso, não prevê a realização de concursos públicos. As assembleias da categoria, realizada nas quatro universidades (UESC, UESB, UNEB e UEFS), rejeitou esse princípio e apontou a necessidade de assegurar os direitos trabalhistas, ampliar o quadro de vagas, além de investir 7% da receita líquida de impostos para o orçamento das Universidades.

Agenda da GREVE

Como parte das mobilizações da greve, o Fórum das ADs está organizando um grande ato público em frente ao Iguatemi, em Salvador, no dia 10 de junho, para alertar a população sobre o descaso do governo para com a educação pública superior. Faixas, cartazes, blusas padronizadas e carro de som irão endossar o protesto, que já conta com o apoio de outras categorias em luta na defesa da educação pública. A ADUSC irá disponibilizar o transporte àqueles que quiserem participar do protesto. A saída está marcada para 6h, no Módulo 4 da Uefs.
Acompanhe a agenda de atividades do Comando de Greve para esta semana:
03/06 – Reunião entre Fórum das ADs e governo, 9h, SEC;
03/06 – Reunião do Comando de Greve para avaliar solicitações de atividades no período da greve;
04-07/06 – 2° Congresso Nacional da CSP-Conlutas;
08/06 – Reunião ampliada do Comando de Greve da UESC, 14h;
09/06 – Café da manhã com mobilização nos portões da UESC;
10/06 –Ato público em Salvador;
11/06 – Reunião do Comando  de Greve com Conselho Departamental;
12/06 – Assembleia Docente
16/06 – Aula Pública sobre documento federal Pátria Educadora
Fonte: ADUSB, com alterações

Professores adoecem mais por conta da precarização de condições de trabalho

imp-ult-297696676O adoecimento vem afetando cada vez mais os professores em seus locais de trabalho. Das doenças laborais clássicas – provocadas por atividades insalubres – aos transtornos mentais e comportamentais, os docentes têm sofrido, mental e fisicamente, pela precarização de suas condições de trabalho.

A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Sedufsm – Seção Sindical do ANDES-SN) levantou dados e entrevistou especialistas sobre o tema para reportagem especial publicada em seu jornal de maio. De 2012 para 2013, os casos de adoecimento docente por contra do próprio trabalho passaram de 26 para 58, conforme dados cedidos pelo Setor de Qualidade de Vida da UFSM.

E, dentre esses transtornos, a depressão é o carro-chefe, ilustrando um cenário, para os professores, que não se afasta daquele mais amplo observado no conjunto da classe trabalhadora. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, na próxima década, a doença será a mais comum do mundo. Já dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mostram que a depressão foi responsável por 61.044 dos pedidos de afastamento do trabalho no ano de 2013 em nosso país.

Por que a universidade causa adoecimento?

Foi o que se perguntou a professora da Sociedade Brasileira para o Ensino e Pesquisa (Sobresp) e da Educação a Distância (EaD) na UFSM, Alessandra Pimenta, no decorrer de sua pesquisa na pós-graduação. “Eu notava a diferença de comportamento de alguns professores em sala. Geralmente o aluno de pós-graduação é problematizador, levanta questões e busca avançar no conhecimento. E em determinadas aulas ninguém abria a boca. Via-se que mudava a postura dos colegas. E aí tu olhas para o professor e vês que ele está a ponto de explodir”, diz a autora da tese de doutorado ‘(Des)caminhos da pós-graduação brasileira: o produtivismo acadêmico e seus efeitos nos professores pesquisadores’.

E a resposta central para sua indagação não ficou longe daquilo que o movimento sindical docente vem apontando: o produtivismo acadêmico, espécie de valor que hoje encharca o modelo de universidade, de educação e as próprias relações de trabalho, construiu uma lógica perversa da qual o professor dificilmente consegue se desvencilhar. Se por um lado tal lógica pressiona os docentes a produzirem num ritmo quase tão acelerado quanto o observado numa linha de produção, por outro oprime com a desvalorização aqueles que desenvolvem projetos de extensão considerados pouco rentáveis na perspectiva dos órgãos fomentadores.

A lógica produtivista traz consigo outra intencionalidade, destacada pelo professor do departamento de Medicina do Trabalho da Universidade Federal do Pará (UFPA), Jadir Campos: a responsabilização da categoria docente pela captação de recursos orçamentários, uma vez que a universidade pública vem sofrendo cada vez mais com os cortes de verbas. “A suposta ‘genialidade’ do docente, eleita por critérios definidos pelos interesses do mercado, é produto da própria escassez dos recursos (disponibilizados para as instituições de ensino), que se tornam alvo de disputa”, explica Campos. Na UFPA, os transtornos mentais são a principal causa de adoecimento na categoria docente.

Envoltos como estão, a maioria não se dá conta do seu processo de adoecimento, de forma que a única situação capaz de afastá-los da rotina frenética de produção é, muitas vezes, uma doença aparentemente orgânica que os incapacite para as atividades. “A pessoa está tão envolvida naquilo – fazer projetos, conseguir recursos, orientar – que uma dor de barriga faz ela parar depois. E muitas vezes tu vai avaliar e não tem nenhuma doença orgânica que justifique aquele sintoma de dor, pois está relacionado à questão mental”, diz Liliani Brum, médica coordenadora do Setor de Perícia da UFSM. Insônia, dependência química e transtornos de adaptação também se incluem entre os principais problemas de ordem psíquica que vêm afetando os professores da instituição. “No meio do caminho alguns não conseguem e acabam adoecendo”, problematiza Liliani, ilustrando a relação nada harmônica entre o produtivismo e a saúde dos professores.

Transtorno campeão em afastar docentes da atividade laboral na UFSM, a depressão caracteriza-se, conforme explica a médica, pela perda de vitalidade no dia-a-dia. Cansaço, falta de prazer nas atividades do cotidiano – nas quais figura o trabalho, distúrbios alimentares – aumento ou perda de peso, distúrbios no sono – insônia ou muita sonolência, isolamento e excesso de adinamia (cansaço) são alguns dos principais sintomas. Uma vez que se relaciona diretamente com o cotidiano, o professor afetado tende a transformar seu comportamento em sala de aula, podendo se mostrar irritável ou apático.

A síndrome por trás dos atestados médicos das universidades

Exaustão emocional, distanciamento afetivo e baixa realização profissional. Em quantos atestados de afastamentos figuram esses sintomas? Podemos arriscar: em nenhum. Porém, são esses os indicadores responsáveis por atestar se um trabalhador está ou não acometido pela Síndrome de Burnout. Transtorno relativamente recente – tendo sido descrito, pela primeira vez, em 1974 por Freudenberger, um médico alemão -, atinge com mais intensidade aquelas categorias que possuem contato direto com o público. Aí se incluem, por exemplo, bancários, profissionais da saúde e docentes dos mais variados níveis de ensino. De natureza multifatorial e psicossomática, a doença manifesta-se de diversas formas, podendo alterar o comportamento do professor em sala de aula e até incentivar o surgimento de problemas gástricos ou cardíacos.

ANDES-SN de olho na saúde da categoria

Walcyr de Oliveira Barros é um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) do ANDES-SN e conta que já há, na entidade, a proposta de que sejam realizados levantamentos, em cada universidade, sobre a questão da saúde docente. “O GT pensou na pesquisa como instrumento não apenas de conseguir dados, mas como um instrumento através do qual pudéssemos dialogar com a nossa base e sensibilizá-la. Se tem algo que, de certa forma, preocupa a cada sujeito é justamente seu processo de finitude e as questões de saúde”, explica Barros, que, mesmo sem o resultado de todas as universidades, já aponta a precarização do trabalho docente como uma das causas basilares para o adoecimento cada vez mais presente na categoria.

Edição de ANDES-SN

Programação do 49° Encontro da Regional Nordeste III – 15 e 16 de maio

andesd 15 de maio de 2015 (sexta-feira)
19h – Mesa de Abertura: Crise, Fundo Público e Retirada de Direitos: o que fazer?
Palestrante 1: Plínio de Arruda Sampaio Júnior – ADUNICAMP
Palestrante 2: Milton Pinheiro – ADUNEB/Regional NE III
Mediador: Tiago Leandro – ADUFAL/ Diretoria Regional NEIII
 16 de maio de 2015 (sábado)
9h – Mesa: Carreira, Previdência e Precarização Docente
Palestrante 1: Sofia Manzano – ADUSB
Palestrante 2: Alexandre Galvão – ADUSB/Diretoria Nacional do ANDES
Mediador: Luiz Henrique dos Santos Blume – ADUSC/Regional NE III
 16 de maio de 2015 (Sábado)
14h30 – Plenária de Encerramento

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ANDES SINDICATO NACIONAL – REGIONAL NORDESTE III
ALAGOAS – SERGIPE – BAHIA
Av. Oceânica, 551. Edf. Barra Center, sobreloja 01. (71)3264-2955
andesne3@gmail.com

Dia do Trabalhador tem manifestações em todo o planeta

Na sexta-feira (1), milhões de trabalhadores saíram às ruas para comemorar o Dia do Trabalhador e reivindicar mais direitos. No Brasil, o foco das manifestações foi a crítica às medidas que retiram direitos trabalhistas e sociais, como o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que tramitou na Câmara como PL 4330 e que permite a terceirização das atividades-fim, e as Medidas Provisórias (MP) 664 e 665, que atacam o seguro-desemprego e a pensão por morte. A solidariedade aos profissionais da educação também foi manifestada nos atos em todo o país.

Em São Paulo (SP), o ato classista do 1º de Maio reuniu mais de duas mil pessoas na Praça da Sé, centro da cidade. Os manifestantes demonstraram sua posição contrária ao ajuste fiscal, que retira direitos trabalhistas, operado pelo governo federal. Em São José dos Campos (SP), os trabalhadores se manifestaram na Praça Afonso Pena contra a terceirização e contra os cortes orçamentários na saúde e na educação.

Quatro mil trabalhadores foram às ruas em Fortaleza (CE), na Praia da Iracema, para protestar contra o PLC 30 e as MPs 664 e 665 com o tema “Se a crise é deles, por que pagamos a conta?”.  Na capital sergipana, Aracaju, a manifestação aconteceu no Bairro Industrial, histórico palco das lutas da classe operária sergipana. No Paraná, milhares de pessoas foram até Curitiba participar da manifestação em solidariedade aos servidores públicos estaduais massacrados pela Polícia Militar na quarta (29) ao lutar contra projeto que retira dinheiro da previdência. Em Natal (RN), o ato foi adiantado em um dia, e os manifestantes saíram às ruas para criticar a terceirização.

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Em Maceió (AL), foi realizada uma paralisação de duas horas no porto da cidade para protestar contra a terceirização. Mais de 1500 trabalhadores cruzaram os braços nessa manifestação. Em Salvador (BA), um ato unificado reuniu cerca de 20 entidades dos movimentos sindical, popular e estudantil, partidos e organizações políticas. No Rio de Janeiro (RJ), o ato unitário também denunciou os ataques aos direitos trabalhistas. Em Belém (PA), a manifestação juntou 300 pessoas no Mercado de São Brás.

Manifestações pelo mundo

Na Turquia, houve repressão policial ao ato do Dia do Trabalhador em Istambul. Os manifestantes defendiam os direitos trabalhistas e criticavam a política de austeridade que assola a Europa. Em Milão, Itália, também houve violência policial contra os trabalhadores. A manifestação criticava a realização da caríssima Exposição Universal (Expo) na cidade, em meio à grave crise econômica italiana.

Em Teerã, capital do Irã, os trabalhadores foram às ruas no 1º de Maio pela primeira vez em anos. Eles reivindicaram melhores condições de trabalho. Na Coréia do Sul, os trabalhadores se manifestaram contra o plano do governo que reforma o mercado de trabalho, retirando direitos trabalhistas.

Na Grécia, milhares de pessoas tomaram o centro de Atenas para protestar contra a chantagem da União Europeia para que o país mantenha a política de austeridade. O ministro das finanças, Yanis Varoufakis, participou do ato. Na Espanha, houve manifestação em 80 cidades. Na Rússia, cálculos do governos apontam para a participação de 2,5 milhões de pessoas nas manifestações realizadas no país.

Em Berlim, Alemanha, 400 mil trabalhadores participaram da manifestação. Na América Latina houve diversos atos. Em Buenos Aires, capital argentina, milhares de trabalhadores se reuniram na Plaza de Mayo.

*Com informações de CSP-Conlutas, Izquierda Diário e G1.

Fonte: ANDES-SN