Reajuste salarial: a luta faz a diferença

Numa conjuntura adversa em que o governo da Bahia impôs ao funcionalismo público a recomposição da inflação parcelada com perdas temporais, nos anos de 2013 e 2014, os reajustes salariais conquistados pelos docentes são expressões da força de uma categoria organizada e mobilizada para o enfrentamento ao governo. Com muita luta, o Movimento Docente conquistou a incorporação integral do restante que faltava da CET (24,97%) em 2013 e mais 7% de reajuste no salário base de 2014, sem prejuízo do reajuste linear concedido ao funcionalismo público. Assim, nestes dois últimos anos, por meio da luta os docentes arrancaram um acordo salarial que contribui para a valorização da categoria.

Na campanha salarial do ano passado, após cinco meses de negociação e aprovação do estado de greve em maio de 2013, o movimento docente arrancou para 2014 um acordo salarial com reajuste no vencimento base, a ser pago em duas parcelas, 4% em junho e 3% em dezembro, sem prejuízo do reajuste linear dos funcionários públicos. Já foi lançada no mês de junho a primeira parcela de 4%.

Além disso, no mês de julho, o(a)s docentes perceberão 3,84%, referente ao que o “governo chama” de reajuste linear, mas que concretamente não recompõe as perdas inflacionárias. Vale lembrar que a parcela anterior de 2%, retroativa a janeiro, deste suposto reajuste linear, entrou no contracheque de abril.

Para o presidente da ADUSC, Emerson Lucena, “a conquista salarial do Movimento Docente arrancada do governo em 2013 demonstra o potencial de mobilização e coerência com a qual a categoria vem pautando suas lutas”. Lucena destaca que esta deve ser a postura da categoria diante dos demais problemas que afligem as Universidade Baianas, como a escassez orçamentária e a falta de autonomia, somente terão soluções a partir da mobilização e luta.

Recentemente, depois de acordado o texto do PL da desvinculação de vagas por classe entre Fórum das ADs, reitores e Secretaria de Educação/CODES, o governo alega impeditivos jurídicos e mais uma vez barrou o processo de construção da autonomia universitária. Ao não enviar o PL para a Assembleia Legislativa, o governo mantém a morosidade e o controle sobre o processo de promoção na carreira, desrespeitando os direitos da categoria docente previstos no Estatuto do Magistério Superior.

Saiba mais sobre o PL da desvinculação

Fonte: ADUSB, com edição

Fórum das ADs discute negativa do PL da desvinculação

Com o impasse estabelecido após o anúncio do governo de que não enviaria o Projeto de Lei (PL) da desvinculação do quadro de vagas nos termos acordados com o Movimento Docente (MD) e reitores, o Fórum das ADs realizou reunião extraordinária no dia 1 de julho, ultimo, para debater a situação. Dentre os encaminhamentos aprovados estão a elaboração de um documento de denúncia do PL e o desrespeito do governo. A agenda de mobilização/paralisação também fez parte da pauta.

Na avaliação do Fórum das ADs, ao comunicar que o PL da desvinculação de vagas por classe não será encaminhado, o governo está descumprindo o acordo feito entre reitores, docentes e Secretaria de Educação (Sec). Segundo informações do coordenador da Codes, Nildon Pitombo, para a Secretaria de Administração (Saeb) com base no parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) o texto do PL deveria conter algum tipo de controle para as promoções. Tal situação gera um impasse, pois o Fórum das ADs já deixou claro em diversas oportunidades que não aceitará nenhuma modificação de conteúdo no PL, em defesa dos direitos docentes, além de não existir impedimento legal. Quanto à questão orçamentária, caberiam às reitorias realizar o planejamento orçamentário das Universidades para que as promoções fossem realizadas.

O coordenador do Fórum das ADs, Marcos Tavares, destacou que a situação é grave e que “não é a primeira vez que a Saeb se posiciona contrária a um acordo entre Sec e Movimento Docente”. No caso atual, com tal atitude, fica explicito que o governo não deseja que as Ueba tenham autonomia para decidir sobre o seu orçamento e sobre o respeito à carreira docente. A desvinculação de vagas por classe implica em dizer que o(a) professor(a), cujos requisitos para promoção na carreira estejam atendidos, poderá ser promovido(a) desde que haja dotação orçamentária. Assim, as Universidades não dependeriam mais do governo do Estado aumentar o quadro de vagas ou ocorrer vacância para realizar as promoções. A última ampliação do quadro docente foi realizada em 2010, após forte tensionamento do Fórum das ADs.

Um documento sobre a situação do PL será elaborado para denunciar o desrespeito do governo com a categoria. O Fórum das ADs também convocará uma reunião com o Fórum de Reitores para discussão da crise orçamentária e negativa do PL da desvinculação. A agenda de mobilização/paralisação foi debatida entre os docentes e os indicativos de data serão definidos na próxima reunião ordinária que acontecerá no dia 14 de julho, na sede da ADUFS.

Fonte: ADUSB, com alterações

Reunião entre estaduais paulistas com Cruesp não avança

A reunião entre o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) e o Fórum das Seis, realizada nesta quinta-feira (3), não apresentou nenhum avanço. O Cruesp reafirmou a proposta de remeter as discussões salariais para setembro-outubro, tendo em vista o “cenário de alto comprometimento dos recursos orçamentários com a folha de pagamento das três universidades”, e propôs a criação de grupos de trabalho entre as partes para discutir permanência estudantil e isonomia.

Os representantes do Fórum acusaram o Cruesp de desrespeito e absoluta falta de diálogo. De acordo com comunicado divulgado pelo Fórum “os reitores ignoram totalmente a argumentação das entidades e sequer apresentam propostas para itens da pauta unificada que não implicam em recursos. Contraditoriamente, sinalizam para negociações de pautas específicas, embora saibam que a maior parte das reivindicações também envolve recursos”.

Reunido logo após a “não negociação” com o Cruesp, o Fórum das Seis indicou às categorias:

– Continuidade da greve;
– Negociação das pautas específicas somente após a conclusão das discussões salariais;
– Realização de assembleias de base na segunda-feira (7) para avaliar os fatos da “não negociação” e discutir os próximos passos do movimento;
– Nova reunião do Fórum na terça-feira (8), às 9h, para avaliar o retorno das assembleias.

Governo de São Paulo impede negociações 

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) votou na madrugada desta sexta-feira (4) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO-2015), aprovando o relatório da deputada Maria Lúcia Amary (PSDB). Nenhuma das emendas, apresentadas pelas bancadas oposicionistas, em nome do Fórum das Seis, que reúne as entidades representativas dos docentes e técnicos das universidades estaduais paulistas, foi incorporada.

Até o momento da votação, representantes do Fórum tentaram negociar com líderes do governo a aprovação das emendas em plenário, com ênfase para a que previa isonomia de tratamento às universidades estaduais paulistas em relação aos municípios. Conforme o Fórum vem denunciando, o governo expurga da quota-parte do Estado do ICMS (75%) um conjunto de recursos (habitação, juros, moras etc.) antes de calcular os 9,57% destinados às universidades. Já a quota-parte dos municípios (25%) não tem estes descontos.

Já passava de meia-noite quando os representantes do Fórum, sob a intermediação dos deputados oposicionistas, solicitaram que a sessão fosse suspensa por alguns minutos, para que pudessem conversar com as lideranças governistas sobre a “emenda aglutinativa” que havia sido proposta. Nesse momento, o líder do governo na Alesp, deputado Barros Munhoz, pediu a palavra para informar que não adiantava conversar, pois o governador havia proibido qualquer negociação que pudesse gerar mais recursos para as universidades, seja de aumento do percentual seja de correção da base de cálculo dos atuais 9,57% do ICMS.

* Com edição do ANDES-SN

 

Fonte: Fórum das Seis

Servidores públicos na Europa iniciam greve coordenada dia 10 de julho

Com adesão esperada de cerca de 2 milhões de trabalhadores do serviço público, diversos sindicatos organizam greve para o dia 10 de julho na Inglaterra, Irlanda do Norte e no País de Gales. Funcionários públicos do setor da educação, incluindo professores, devem engrossar a mobilização.

A mobilização coordenada contará com o Sindicato Nacional dos Docentes (NUT) e o Sindicato dos Bombeiros (FBU), contra a reforma previdenciária e cortes salariais, os três maiores sindicatos de servidores públicos do Reino Unidos, Unison, Unite e GMB, o Sindicato de Servidores Públicos e Comerciais (PCS), e a Aliança dos Servidores Públicos do Norte da Irlanda (Nipsa), além de categorias ligadas ao transporte de Londres, como o metrô, com a participação do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e dos Transportes (RMT) e a Associação dos Funcionários Assalariados em Transporte (TSSA).

O NUT, que conta com cerca de 300 mil trabalhadores, se manifesta contra a reforma previdenciária e ganha o apoio de outras categorias por travar luta contra outros 10 ataques, incluindo campanha pela redução da carga horária e inspeção do trabalho, e contra a privatização e o sucateamento da educação pública, que tem cada vez menos profissionais qualificados e alunos que frequentam “escolas de lata” implantadas nos playgrounds dos colégios.

O investimento em educação tem sofrido cortes e o sexto grau de educação na Inglaterra chegou a perder 100 milhões de libras por ano.

Outras greves para o mesmo dia serão organizadas pelos servidores públicos municipais que fazem parte dos sindicatos Unite, Unison (governo local e funcionários da educação) e GMB (com cerca de 150 mil membros). As categorias enfrentam os mesmos problemas com a austeridade do governo que ofereceu apenas 1% de aumento salarial.

O PCS, com cerca de 270 mil trabalhadores, anunciou que fará parte da greve com os trabalhadores do funcionalismo público, com destaque para os ligados a setores responsáveis por emissão de passaportes e autoridades fiscais.

Este dia nacional de ações foi construído individualmente pelos diversos sindicatos, e a mobilização coordenada, apesar de apresentar diferentes pautas, traz consigo um tema em comum que é a luta contra a austeridade.

A ação do dia 10 de julho deve se consagrar como a maior greve geral desde a de 1926, que contou com a adesão de 1,7 milhões de trabalhadores durante a paralisação. Além disso, protestos serão realizados em cerca de 50 locais na Inglaterra e no País de Gales.

* Com edição do ANDES-SN

Fonte: CSP-Conlutas

 

Governo expande Fies para pós-graduação e amplia lucro das empresas de educação

Após a aprovação do texto final do Plano Nacional de Educação (PNE), que incluiu o repasse de recursos públicos para financiar programas como o de acesso nacional ao ensino técnico e emprego (Pronatec), a renúncia fiscal para faculdades privadas (Universidade para Todos – ProUni),  o de bolsas para estudo no exterior (Ciência sem Fronteiras) e o de financiamento estudantil (Fies), na última quarta-feira (2) foi publicada, no Diário Oficial da União, a portaria do Ministério da Educação (MEC) que amplia o fundo de financiamento para todas as formas de pós-graduação stricto sensu, que envolvem os cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado, expandindo assim o repasse de verbas públicas para a educação privada em todos os níveis. Dessa forma, o Fies, que opera através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), rompe com a exclusividade de atendimento aos cursos de graduação da educação superior de instituições não gratuitas. A partir de agora, estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC poderão recorrer ao financiamento quando desejarem ingressar nos cursos de pós-graduação stricto sensu. A portaria complementa a meta 14 do PNE, que prevê objetivamente elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Como forma de viabilizá-la, o texto aponta a expansão do financiamento estudantil por meio do Fies. De acordo com Daniel de Oliveira Franco, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) do ANDES-SN, “essa é uma justificativa que eles lançam mão para fazer o repasse de dinheiro público para as empresas que comercializam serviços na área de ensino. É mais uma porta para o setor privado, desviando e restringindo ainda mais os parcos recursos públicos para o atendimento das demandas atuais necessárias à educação pública brasileira”. Hoje, a titulação anual no Brasil é de 42.878 mestres e 13.912 doutores, conforme a matéria do G1 de final de junho. Segundo o MEC, atualmente o Fies conta com 1,6 milhões de contratos firmados com as IES privadas em relação aos cursos de graduação, dessa forma há grande expectativa também para os contratos referentes aos cursos de pós-graduação. Segundo dados da Capes, do total de 203.717 matriculados em pós-graduação stricto sensu no ano de 2012, 31.691 (15,5%) eram em instituições privadas. Com base nesses dados, o ministro da educação, José Henrique Paim, apontou, em matéria de O Globo, que existe uma demanda importante de financiamento nessa área, especialmente nos cursos de mestrado profissional. De acordo com Daniel Franco, “o ANDES-SN tem posição firme e histórica de garantir que os recursos públicos sejam destinados exclusivamente para o financiamento da educação pública, e é assim que entendo ser a política correta. Aplicar os 10% do PIB na educação pública a partir de agora seria o básico para corrigir as distorções que temos hoje, buscando investir na formação, valorização dos professores e servidores da educação, bem como estruturar e equipar devidamente as instituições públicas que cuidam da educação. Dessa forma nos opomos que os estudantes sejam financiados para pagar com recursos públicos instituições privadas”. Dessa forma, a implementação das metas previstas no Plano Nacional de Educação fortalecem a concepção da educação brasileira não mais como um direito, e sim como serviço. Neste contexto, não é à toa que cresceram os grupos empresariais que atuam no ensino superior. Recentemente, os acionistas dos grupos Kroton e Anhanguera aprovaram uma fusão que criou a maior empresa brasileira na área do ensino superior, com valor de mercado estimado em R$ 22 bilhões, e quase um milhão de alunos matriculados. “Evidentemente, com a garantia do financiamento pelo governo e com o devido credenciamento das instituições desse nível de ensino, o montante dos lucros deve crescer, uma vez que se ampliará, pois os possíveis estudantes da pós-graduação, demandantes das particulares que tem limites financeiros, certamente entrarão no mercado”, aponta Franco. Com informações: O Globo e Portal G1

 

Fonte: ANDES-SN

 

ANDES-SN repudia escolha antidemocrática de reitor da Ueap

Camilo Capiberibe, governador do Amapá, atropelou a democracia ao nomear, na tarde de terça-feira (1), o novo reitor da Universidade do Estado do Amapá (Ueap). Capiberibe ignorou a votação realizada junto à comunidade acadêmica no início de maio e escolheu como administrador da universidade o professor Perseu da Silva Aparício, candidato derrotado no processo eleitoral. O ANDES-SN e a Seção Sindical dos Docentes da Ueap (Sindueap-SSind) divulgaram notas de repúdio ao ocorrido.

A reitoria da Ueap já estava colocada no centro de uma crise política, pois a antiga reitora, Maria Lúcia Teixeira Borges, não era professora efetiva da instituição, e sim da Universidade Federal do Amapá (Unifap). A comunidade acadêmica da Ueap reagiu de maneira enfaticamente contrária à nomeação antidemocrática. O ANDES-SN, em sua nota, afirmou que “considera inaceitável o desrespeito perpetrado contra a autonomia da universitária e a democracia interna, instrumentos que têm garantido à universidade pública e gratuita o cumprimento do seu papel de educadora, criadora da ciência e propagadora das artes e da cultura”. A nota do Sindueap sobre o caso classifica a escolha do governador como “autoritária, desrespeitosa e arbitrária”. A nota continua afirmando que o governador “não reconhece os princípios constitucionais da Autonomia Universitária e da democracia” na escolha dos cargos de reitor e vice-reitor.

Professores, técnico-administrativos em educação e estudantes já estavam mobilizados na Ueap. O movimento “Nomeie Já” exigia a nomeação imediata de Luciano Araújo Pereira, primeiro colocado na eleição, como reitor da universidade. O movimento, que chegou a ocupar a reitoria da Ueap por dois dias, também criticava o fato de a reitora da universidade não ser professora efetiva da instituição. Quanto a isso, o governo estadual respondeu ironicamente na reportagem oficial sobre a nomeação do candidato derrotado, afirmando que “em atendimento à legislação aplicada, os ocupantes do cargo de reitor e vice-reitor devem pertencer ao quadro docente efetivo da Universidade”.

Prática comum durante a ditadura empresarial-militar, a nomeação de candidatos derrotados nas consultas à comunidade tem acontecido em menor número desde o fim do regime, mas ainda mostra seus resquícios em universidades federais e estaduais. A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) são algumas das instituições que tiveram, nos últimos anos, sua democracia afrontada ao ter como reitores candidatos derrotados nas consultas.

Confira aqui a moção de repúdio do ANDES-SN.

Foto de Agência Amapá.

 

 

Fonte: ANDES-SN

Após forte greve, operários da Construção Civil de Fortaleza conseguem vitória

Os trabalhadores da construção civil de Fortaleza (CE) conquistaram 9% de reajuste salarial e decidiram por fim à greve de 10 dias da categoria. O índice representa aumento real de 3,6%. Outra importante vitória foi o aumento de quase 38% no valor da cesta básica, que subiu de R$ 65 para R$ 90.

A proposta foi aprovada pela categoria em assembleia na Praça Portugal, na manhã desta quarta-feira (2), com a presença de cerca de 2 mil trabalhadores, feita simultaneamente à outra, realizada no Complexo de Obras do Beach Park,  com a presença de 500 operários, que também foram favoráveis aos reajustes.

A campanha salarial dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza, cuja data base é em março, foi marcada por intensas mobilizações, paralisações e pela dureza da patronal que, em dado momento, interrompeu as negociações. Os operários mantiveram-se unidos e decidiram deflagrar greve no dia 23 de junho, período de Copa do Mundo no país, que tem a capital cearense como uma das cidades sedes dos jogos do campeonato.

A greve ganhou visibilidade e foi marcada por forte repressão do estado, que acionou a Tropa de Choque para tentar impedir que a luta dos trabalhadores continuasse e “atrapalhasse” a realização do mundial.

“Essa paralisação esteve no marco das grandes mobilizações do período “Na Copa vai ter Luta!””, destacou o membro da CSP-Conlutas Atnágoras, que está no Ceará e comemora com os operários essa importante vitória.  “O papel de protagonista do Sindicato nesta greve é referência para as lutas gerais e para CSP-Conlutas”, concluiu o dirigente.

* Com edição do ANDES-SN 

 

Fonte: CSP-Conlutas

ANDES-SN divulga o caderno de textos do 59º Conad

imp-ult-1480712116O Caderno de Textos do 59º Conselho Nacional do ANDES-SN (Conad) do ANDES-SN foi divulgado nesta quarta-feira (18). O documento foi encaminhado à todas as Seções Sindicais, para que o reproduzam, em número de cópias suficientes, para que seja utilizado como subsídio às discussões e formulações da categoria. As contribuições que forem encaminhadas entre os dias 9 de junho e 5 de agosto serão incorporadas ao Anezo do Caderno de Textos.

O 59º Conad acontece em Aracaju (SE), entre os dias 21 e 24 de agosto, com o tema Luta em defesa da educação: autonomia da universidade, 10% do PIB exclusivamente para a educação pública. Segundo a apresentação da diretoria do ANDES-SN, publicada no Caderno de Textos, a temática “expressa com clareza a continuidade e a persistência do nosso esforço no cumprimento de princípios que são parte da luta histórica do ANDES-SN”.

Confira aqui o Caderno de Textos do 59º Conad.

 

Fonte: ANDES-SN

 

Em dia de jogo do Brasil, manifestantes vão às ruas contra as injustiças da Copa

As manifestações contra as injustiças e abusos cometidos em nome da realização da Copa do mundo no Brasil continuam pelo país. Nesta segunda-feira (23), dia em que aconteceu o jogo da seleção brasileira contra a seleção do Camarões na capital federal, novos atos foram promovidos em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outros.

Em Brasília, o ato organizado pela CSP-Conlutas e pelo Comitê Popular da Copa do DF reuniu cerca de cem pessoas na Rodoviária do Plano Piloto. A atividade, acompanhada por um forte aparato da força policial, contou com a presença do ANDES-SN, Sinasefe, Anel e representantes de outros movimentos sociais. Ao microfone, as lideranças dos movimentos dialogavam com a população que circulava pela rodoviária, um dos locais de onde partiram os ônibus para o estádio Mané Garrincha, ressaltando que os movimentos não são contrários ao esporte, mas sim a política de exclusão, repressão e à inversão de prioridades por parte do governo para a realização do campeonato mundial no país.

Em sua fala, Marcos Pedroso, diretor do ANDES-SN, ressaltou a importância de mais investimentos em direitos sociais e a aplicação imediata de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em exclusivamente na educação pública. “Estamos aqui para repudiar o investimento em estádios enquanto a educação pública oferecida aos nossos filhos é extremamente sucateada. Em muitas universidades federais, os professores e técnicos trabalham sem condições mínimas de oferecer ensino de qualidade aos estudantes. Houve a expansão, mas sem investimento e o resultado é que temos universidades que não têm salas de aulas, bibliotecas, laboratórios. Algumas, não têm nem bebedouros para que professores, estudantes e técnicos possam beber água”, ressaltou. A precarização da educação pública também foi ressaltada pelos representantes do Sinasefe, que está em greve desde 21 de abril.

A péssima qualidade e o alto custo do transporte público, tanto em Brasília quanto nas demais cidades do país, assim como o descaso com a saúde pública, o direito à moradia, a repressão aos movimentos sociais e às greves dos trabalhadores de diversas categorias também foram destacados nas falas. O ato saiu da rodoviária e seguiu pelo Eixo Monumental em direção ao estádio, até o bloqueio criado pela polícia, com homens da PM, Choque e Cavalaria, cerca de 3 km antes do local do jogo. Ali, os manifestantes queimaram uma réplica da taça da Copa do Mundo. O próximo ato contra as injustiças da Copa no Distrito Federal será realizado na quinta-feira (26), às 11 horas, antes da partida entre Portugal x Gana.

10474453_332716496886502_1281894183780299182_nNo Rio de Janeiro, os atos “A festa nos estádios não valem as lágrimas nas favelas” e “Fifa go home” se uniram em Copacabana e seguiram em passeata até o Morro do Cantagalo. Em Porto Alegre, o Bloco de Lutas pelo Transporte Público também realizou um  ato em frente à prefeitura, que saiu em passeata pelas ruas da cidade contestando os gastos com a Copa do Mundo. A manifestação contou com forte presença da polícia, mas não houve confrontos.

Em São Paulo, o ato “Se não tiver direitos, não vai ter Copa” fechou a avenida Paulista. Inicialmente, a manifestação foi impedida de sair do local da concentração, na Praça do Ciclista, mas, após negociação, seguiu sem problemas até a Praça Oswaldo Cruz, e retornou ao vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). A manifestação de ontem foi marcada pela presença ostensiva de policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria, além de equipes em motocicletas, viaturas e a pé. Alguns policiais levavam armas nas mãos. Sobre os cavalos, soldados da PM estavam armados com sabres (espadas).Na dispersão, a Polícia Militar (PM) lançou bombas de gás lacrimogêneo em direção aos ativistas. Duas pessoas foram detidas e durante o tumulto, um policial não identificado e sem uniforme fez três disparos com arma de fogo, segundo relato dos presentes.

* Com informações da CSP-Conlutas, Agência Brasil, Mídia Ninja e portal A Nova Democracia

 

Fonte: ANDES-SN, com informações.

Universidades estaduais da Bahia: o silêncio dos inocentes

Milton Pinheiro*

Li o artigo do deputado Emiliano José, publicado neste jornal, em 16/06, sobre a presença das universidades federais na Bahia, como promotoras de um conjunto de ações jamais vistas entre nós. Tal ação, partindo da Ufba e agora das novas universidades, para ele, será um marco no desenvolvimento da educação, passando a ideia de que tudo isso ocorria pela primeira vez.

Compreendo que, pelo teor do texto, e pela louvação ao governo da república, o autor está se referindo ao ensino federal. No entanto, gostaria de fazer um registro histórico: o ensino superior estadual é responsável, apesar do pífio investimento do governo do estado da Bahia, por uma longa jornada de integração regional e desenvolvimento local, atendendo com seus cursos e projetos especiais a todas as regiões administrativas da Bahia. Embora seja evidente que temos feito isso com grandes dificuldades em virtude da histórica falta de prioridade dos governos.

As universidades estaduais da Bahia encontram-se em todas as regiões em que o deputado insiste em não ver ou calar-se sobre suas ações. A quem interessa o silêncio sobre as políticas públicas desenvolvidas por elas, através do enorme esforço de sua comunidade? Por que silenciar diante da saga social, pedagógica e científica desenvolvida pelas universidades estaduais? Que, com tão parco orçamento, tem aprofundado e desenvolvido o conhecimento para colocá-lo a serviço da população da Bahia?

Vale lembrar, também, que o texto silencia sobre o papel das estaduais no gigantesco processo de formação de professores para a rede básica. Além disso, talvez, para alguns, não seja importante o desenvolvimento de tecnologias e estratégias de alfabetização que há dezenas de anos as estaduais desenvolvem para erradicar o analfabetismo e o seu papel na pesquisa agroalimentar, socioeconômica, pedagógica e na área das ciências humanas.

Todavia, um detalhe faz-se importante para refletir sobre o texto: numa parte da região onde se instalou a Univasf, já existem dois campi da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Juazeiro e Senhor do Bonfim. Quando da instalação da UFRB no recôncavo, já existia o campus da Uneb em Santo Antônio de Jesus com amplo atendimento por demanda de ensino superior. A Uefs, em Feira de Santana, com sua presença longeva, irradia conhecimento e pesquisa para grande extensão da Bahia.

Na área da Universidade do Sul da Bahia, já existe a Uesc que tem respondido às questões da lavoura do cacau e os campi da Uneb, em Teixeira de Freitas e Eunápolis. No oeste baiano é tradicional a presença da Uneb (Barreiras) na região que deverá ter a Ufob. No sudoeste da Bahia, onde se levanta a proposta de implantar uma federal, existe a Uesb com uma forte presença de pesquisa na área da zootecnia e outras áreas do conhecimento.

E agora a campanha pela Universidade Federal do Nordeste da Bahia, numa região onde a Uneb tem trabalhado de forma perene com a sua histórica presença nas cidades de Alagoinhas, Serrinha, Conceição do Coité, Euclides da Cunha e Paulo Afonso, região que contou, assim como outras, com a presença do inovador programa especial, Rede Uneb-2000.

Certamente a memória e história da saga de Canudos e de Antonio Conselheiro, não será descoberta agora, ela é produto de uma vasta pesquisa histórica que a Uneb e seu parque de Canudos desenvolvem há muito tempo, resgatando o papel seminal daquele processo histórico brasileiro. É justa a preocupação com o ensino superior federal na Bahia, melhor ainda se ela viesse acompanhada de condições de funcionamento.

No entanto, entrar no mérito dessa questão silenciando sobre o papel das estaduais, ou colocando as federais em detrimento delas, é no mínimo retirar do livro da história o papel da comunidade acadêmica que construiu essa jornada de luta social. É, ainda, uma política danosa do ponto de vista do planejamento público integrado. A não ser que a política do governo estadual, aliado do deputado, seja de substituir o papel histórico das estaduais e isso, talvez, esteja sendo confirmado no silêncio dos inocentes.

Milton Pinheiro é diretor da Associação de Docentes da UNEB (ADUNEB) e do ANDES-SN

Fonte: Portal ATARDE