FÓRUM DAS ADS REIVINDICA ABERTURA DE NEGOCIAÇÕES

Entrega de documento com solicitação de reunião ao Subsecretário de Educação. Foto: Ascom Fórum das ADs

Frente ao agravamento do cenário estadual com a restrição aos direitos trabalhistas, arrocho salarial e crise financeira das universidades, o Fórum das ADs esteve na última terça-feira (20) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e na Secretaria de Educação (SEC). As representações do movimento docente pautaram a necessidade de abertura de diálogo do governo. Há 170 dias o Governo do Estado não se reúne com o movimento docente e mantêm completo silêncio sobre a pauta de reivindicações.
Na oportunidade, as Associações Docentes (ADs) encaminharam novos documentos ratificando o compromisso das diretorias em resolver, pela via negociada, as questões que envolvem as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). O documento apresentado na Secretaria de Educação foi entregue pessoalmente ao Subsecretário da pasta, Nildon Pitombo. No seu texto, o arquivo protocolado reivindica uma reunião com o governo em caráter de urgência.

Audiência pública
As ADs cobraram novamente uma audiência pública através da Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Serviços Públicos. Desta vez a solicitação da audiência foi feita diretamente à presidente da comissão, a deputada estadual Fabíola Mansur (PSB).

Solicitação de audiência é entregue à presidente da Comissão de Educação. Foto: Ascom Fórum das ADs

 

No dia 25 de julho de 2017 o Fórum encaminhou para a Comissão de Educação a solicitação de audiência pública para tratar dos “Desafios do ensino superior público da Bahia”. Mesmo sendo cobrada intensamente pelas ADs, a ALBA se manteve omissa negando-se a marcar a audiência. Embora não tenham dado previsão de datas para a reunião com o governo e a audiência, Nildon Pitombo e Fabíola Mansur se comprometeram em cumprir com os encaminhamentos acordados. Pitombo se comprometeu, ainda, em consultar a Secretaria de Administração, na figura de Adriano Tambone, para marcar a reunião.
“As Universidades Estaduais são um patrimônio da sociedade baiana. É preciso ampliar a luta pelo seu caráter público, gratuito e de qualidade para além dos muros da comunidade acadêmica. Estamos compromissados em construir uma grande audiência pública e abrir canais de diálogo. Seguimos na luta por soluções e respostas efetivas”, afirmou Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs.
Leia na íntegra o pedido de audiência protocolado em julho de 2017

Arrocho salarial e problemas acumulados
O funcionalismo público do Estado acumula perdas salarialis fruto do não pagamento da reposição da inflação dos últimos três anos. Para recompor a perda é necessário um reajuste de, no mínimo, 21,1%. Segundo o DIEESE, este é o maior arrocho salarial em 20 anos.
Além do reajuste linear, o governo também não respeita os direitos trabalhistas. Os números atualizados demonstram que, nas quatro universidades estaduais, existem 473 professores na fila de espera por promoção, 208 por progressão e 201 por mudança de regime de trabalho. O estrangulamento orçamentário também é um grande problema. Desde 2013 as universidades acumulam um corte de mais de 200 milhões no custeio e investimento.
A última vez que o governo reuniu-se com o movimento docente foi em setembro de 2017. Mesmo assim, não apresentou nenhuma proposta em relação à pauta de reivindicações. A pauta atualizada foi protocolada ainda no dia 18 de dezembro do ano passado. O documento foi entregue na Governadoria e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin).

Como resposta ao descaso, atualmente os docentes das quatro universidades estão com indicativo de greve aprovado.Leia mais sobre a pauta das reivindicações 2018.

FÓRUM DAS ADS DENUNCIA ATAQUES DO GOVERNO RUI COSTA NA ABERTURA DO FSM 2018

Panfletagem do Fórum das ADs na concentração do ato. Foto: Ascom ADUNEB
A 13ª edição do Fórum Social Mundial começou nesta terça-feira (13) em Salvador com um grande ato no centro da cidade que reuniu milhares de pessoas, organizações e movimentos populares. O Fórum das ADs (FAD) esteve presente, desde a abertura do evento, com panfletos e faixas denunciando a realidade de ataques do governo Rui Costa à educação e direitos trabalhistas.

Além da massiva panfletagem no primeiro dia do evento, o FAD também alocou na Tenda da Unidade um balão blimp denunciando o arrocho nos salários do funcionalismo público baiano, que já acumula a maior perda dos últimos 20 anos. De acordo com cálculo do Fórum das ADs, a não reposição da inflação nos últimos três anos (2015, 2016 e 2017) implica numa perda salarial de pelo menos 21,1%. Isso já equivale a uma perda acumulada de, pelo menos, três meses de salário desde 2015 para a categoria docente. O estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) confirmou que essa representa a maior perda salarial em 20 anos, de 2016 até então o arrocho é de 17,42% conforme a análise.

“Estamos participando do Fórum Social Mundial porque acreditamos que é um importante espaço para debates e articulação das lutas”, explicou Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs. “Os docentes das universidades estaduais baianas estão travado uma árdua batalha pela sobrevivência do ensino superior e contra a retirada de direitos. Queremos dialogar com os movimentos sociais e fortalecer essa resistência”, destacou.

 

Faixas do Fórum das ADs e ANDES-SN durante o ato. Fotos: Ascom FAD

Além de demarcar a pauta estadual, as Associações Docentes baianas também estarão presentes nas atividades do ANDES-SN do dia 16 de março. Neste dia ocorrerá uma mesa de debate com o tema “Educação, Ciência e Tecnologia: Por uma alternativa anticapitalista” e o lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior na Bahia.
Leia mais sobre a programação do ANDES-SN na Tenda da Unidade

Pauta 2018
Assim como foi durante a abertura do Fórum Social Mundial, nos próximos dias do evento o Fórum das ADs reafirmará a pauta de reivindicações dos docentes protocolada em 18 de dezembro no ano passado. O documento, entregue na Governadoria e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin), reforça e atualiza os eixos de reivindicações da categoria do último ano. Acesse aqui o documento na íntegra
Durante todo o ano de 2017 o Governo da Bahia se manteve em silêncio e inflexível para diálogo com o Movimento Docente diante da situação dos professores e das universidades. As representações do Movimento Docente das Ueba voltarão a se reunir no próximo dia 19 de março, às 9h, em Salvador na sede da ADUNEB.

Fonte: Fórum das Ads

Nota da Diretoria do ANDES-SN sobre os novos cortes nas IES

No dia 12 de março, o governo publicou no Diário Oficial da União a Lei nº 13.633 pela qual “Fica aberto aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União (Lei nº 13.587, de 2 de janeiro de 2018), em favor dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento Social, crédito especial no valor de R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), para atender à programação constante do Anexo I”, e simultaneamente estabelece que “Os recursos necessários à abertura do crédito de que trata o art. 1º decorrem de anulação de dotações orçamentárias, conforme indicado no Anexo II”.

Trata-se, em essência, de um corte dos investimentos na ordem dos 2 bilhões de reais nos seguintes órgãos: Ministério da Educação (R$ 600.000.000), Ministério da Justiça e Segurança Pública (R$ 224.734.791), Ministério da Saúde (R$ 454.202.968), Ministério do Trabalho (R$ 10.600.000), Ministério da Cultura (R$ 13.307.174), Ministério da Defesa (R$ 294.887.583), Ministério do Desenvolvimento Social (R$ 400.000.000), Advocacia-Geral da União (R$ 1.367.484), e Ministério dos Direitos Humanos (R$ 900.000). Estes cortes destinam-se a financiar,  em montante proporcional, as atividades do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (R$ 600.000.000), do Fundo Nacional de Saúde (R$ 1:000.000) e do Fundo Nacional de Assistência Social (R$ 400.000). Observamos que nesta lei não há cortes no FIES, que beneficia principalmente aos proprietários das instituições particulares, endividando os jovens das camadas populares.

O corte de R$ 600 milhões no MEC tem a seguinte composição:


* Construção do Campus do Sertão e do prédio do Centro de Simulações e Práticas do Campus Universitário de Ciências de Saúde Prof. Antônio Garcia Filho – No Município de Lagarto (SE).
** Este fundo está composto por 4 rubricas: Apoio à Infraestrutura para a Educação Básica (R$ 38.800.154), Apoio a Entidades de Ensino Superior Não Federais (R$ 76.273.351), Apoio ao Desenvolvimento da Educação Básica (R$ 5.000.000) e Aquisição de Veículos para o Transporte Escolar da Educação Básica – Caminho da Escola (R$ 14.531.521)

No item “Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação” há uma sub rubrica com destinação às entidades de ensino superior não federais, com a seguinte composição:


Assim, continua a política de cortes dos investimentos sociais, e em particular na área da educação superior, que como já denunciada por nosso sindicato, padece de um subfinanciamento crônico de longa duração, que não foi resolvido pelos governos nestes últimos anos, e pelo contrário, a partir de 2015, apesar do slogan “Pátria Educadora” que o governo da época utilizava como sua marca, observa-se que o setor das IES começa a sofrer uma diminuição significativa do orçamento, que agora se aprofunda ainda mais. Naquela oportunidade, primeiramente as parcelas repassadas para as universidades deixaram de ser de 1/12 para passar a ser de 1/18. Finalmente, naquele ano de 2015 foram cortados R$ 10,6 bilhões, o que reduziu o orçamento autorizado para 2015 de cerca de R$ 109 bilhões para aproximadamente R$ 98 bilhões. O setor das federais do ANDES-SN respondeu com mobilizações e uma greve muito importante, compreendendo que se iniciava um ciclo de austeridade e cortes nos investimentos nas áreas sociais, que infelizmente se efetivou nos anos seguintes. No ano de 2016 o contingenciamento foi de R$ 4,27 bilhões. A mesma situação aconteceu no ano passado e agora se reitera com novos cortes.

Entendemos, hoje, como já o fizemos no passado, que só a luta unificada do setor da educação, do(a)s servidore(a)s público(a)s e do conjunto da classe trabalhadora pode reverter este quadro de profunda negligência com a educação pública e os investimentos em Ciência e Tecnologia. Continuamos na luta. Com o FONASEFE e o FONACATE acabamos de protocolar a pauta unificada dos SPFs no MPOG e no dia 2 de março aconteceu a primeira reunião com o governo ainda sem nenhum resultado concreto. Estamos encaminhando também a pauta específica do ANDES-SN para o MEC com o objetivo de abrir negociações para a recomposição do orçamento das IFES e continuar a luta pela carreira, pelas condições de trabalho e pela valorização salarial.

Nenhum direito a menos!
Brasília, 15 de março de 2018
Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

 

Fonte: ANDES-SN

Milhares marcham em Salvador na abertura do Fórum Social Mundial

 

Os verdadeiros donos das terras vindos à frente, com o canto, a força e a dança, abrindo os caminhos da resistência, trazendo consigo milhares de pessoas de todo o mundo. Foi assim que um grupo de índios Potiguara, do interior da Bahia, iniciou a Marcha dos Povos, com milhares de pessoas, que marcou o começo do Fórum Social Mundial (FSM), na tarde dessa terça-feira (13), em Salvador (BA).

Até o próximo sábado (17), representantes de mais de 1.500 coletivos e entidades dos movimentos negro, feminista, LGBTs, indígenas, quilombolas, de luta do campo e da cidade, sindicais, estudantis, partidos, entre outros, discutirão a criação e o fortalecimento mundial de alternativas sócio-políticas ao neoliberalismo. O ANDES-SN e diversas seções sindicais somam forças à organização do FSM e participam ativamente das atividades, com a Tenda da Unidade.

Segundo os organizadores, são esperadas cerca de 60 mil pessoas, de 120 países, reunidas para debater e definir novas alternativas e estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes e genocídios que diversos países enfrentam na atualidade. O FSM conta com cerca de 1.300 atividades auto-gestionadas.

Após sair do bairro de Campo Grande, por volta das 16h30, a Marcha passou pela Avenida Sete até chegar a Praça Castro Alves. Conhecida como “Praça do Povo”, local, na praça um palco com apresentações culturais e performances artísticas encerrou o primeiro dia do evento.

Por volta das 16h30, a marcha partiu do bairro de Campo Grande em direção à Praça Castro Alves, local de grandes manifestações de luta e resistência baiana no centro da capital baiana. Entre as milhares de pessoas, era possível identificar faixas de delegações de vários países como Marrocos, Itália, Venezuela, Coréia do Sul, Filipinas, Tunísia e Cuba. Em clima descontraído, além das pautas mundiais coletivas, vários grupos traziam cartazes, camisas, bonecos e outros materiais que reivindicavam pautas específicas das categorias e dos movimentos.

Em Salvador há quatro dias, Mark Erkengrek, diretor de uma organização política da Suíça, estava na marcha com a delegação de seu país. Diante do difícil cenário político mundial, de ataques à democracia e aos direitos dos trabalhadores, a expectativa do suíço é que os movimentos sociais possam fortalecer a união e, assim, “reencontrar as forças necessárias” para combater o avanço do conservadorismo. “O momento é de convergência dos movimentos sociais e outros grupos políticos, para juntarmos energia e renovar a luta”, comentou Erkengrek.

De acordo com o secretário geral do ANDES-SN, Alexandre Galvão, foi justamente a necessidade da unidade na luta que levou o Sindicato Nacional a somar forças na construção do FSM. Galvão explica que a participação no Fórum foi uma deliberação do 37º Congresso do ANDES-SN realizado esse ano.

“Nossa centralidade da luta, em 2018, é fazer a unidade com os setores combativos da sociedade para barrar as contrarreformas de Temer. Assim, o ANDES-SN vai cumprir um papel importante no Fórum, articulado com outros setores do funcionalismo público, na perspectiva de construirmos e fortalecermos a luta da classe trabalhadora e dos servidores públicos em geral”, afirmou.

Tenda da Unidade
Através da atuação conjunta de várias entidades teve origem a Tenda da Unidade. A1ª secretária da Regional Nordeste III do ANDES-SN, Lana Bleicher, explica que o espaço foi o resultado de um amplo processo de construção coletiva, iniciado logo após o 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro.

Ainda segundo a professora, a Tenda da Unidade, além de fortalecer a ação unitária entre sindicatos e outras entidades, oferece diversas atividades com informações relevantes ao público. Na programação (veja aqui) constam a exibição de documentários produzidos pelo ANDES-SN, mesas redondas sobre temas que impactam o cenário político e social nacional e debates específicos sobre a Educação Pública brasileira. O Sindicato Nacional irá distribuir também uma série de materiais produzidos por seus grupos de trabalho, como cartilhas sobre políticas educacionais, a luta contra as opressões e ciência e tecnologia.

Também participam da tenda a CSP-Conlutas, a Auditoria Cidadã da Dívida, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal na Bahia (Sindjufe-BA), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge-BA) e o Comitê para a abolição das dívidas ilegítimas (CADTM). A tenda está localizada no estacionamento da portaria 1, no Campus de Ondina, da Universidade Federal da Bahia.

Pauta local
Presente na marcha e nas atividades do FSM, as seções sindicais dos docentes das Universidades Estaduais Baianas, levaram à manifestação faixas e panfletos que denunciam o descaso do governo da Bahia com a educação pública superior. Um dos coordenadores da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb SSind.), Vamberto Ferreira, comentou sobre as reivindicações do movimento docente baiano.

“O FSM busca pensar a transformação a sociedade. Nós, da Aduneb SSind., participamos desse espaço e defendemos a universidade pública e gratuita, além do respeito aos direitos trabalhistas dos professores e professoras. Atualmente, 888 docentes das estaduais da Bahia têm seus direitos à promoção, progressão e alteração de regime de trabalho negados pelo governo estadual”, afirmou Ferreira.

Os professores denunciaram ainda o arrocho salarial a que são submetidos. “Estamos há três anos sem o pagamento da recomposição das perdas da inflação. Já perdemos mais de 20% de nosso salário. É o maior arrocho dos últimos 20 anos para os servidores públicos baianos”, finalizou o dirigente da Aduneb SSind.

*Com edição do ANDES-SN. Imagens: Aduneb SSind.

 

Fonte: Aduneb SSind

Nota da Diretoria do ANDES-SN sobre o assassinato de Marielle Franco

imp-ult-607258205A Diretoria do ANDES-SN lamenta profundamente a morte da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio de Janeiro, que foi brutalmente assassinada na noite desta quarta-feira, dia 14 de março, ao sair de uma atividade política no centro da cidade. Manifestamos também imenso pesar pelo assassinato de Anderson Pedro Gomes, trabalhador que estava conduzindo o veículo que transportava a vereadora no momento que foi violentamente atacada. Colocamo-nos, solidariamente, ao lado de seus familiares, amigas e amigos, neste momento de muita dor e pesar.

Marielle Franco, mulher, negra, jovem moradora da Favela da Maré, estava sempre ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, construindo resistências e esperanças em seus corajosos enfrentamentos contra diversas formas de opressão. Sua atuação política inspirava a juventude carioca, que se via reconhecida em sua luta, em sua cor e em sua potência feminista.

A luta pelos direitos humanos, incluindo a denúncia da violência policial no estado do Rio de Janeiro, era uma das bandeiras empunhadas por Marielle Franco, e o ANDES-SN manifesta grande preocupação a respeito desta tragédia, que ocorre no momento em que há um aumento da militarização do estado do Rio de Janeiro, o qual se encontra sob autoritária intervenção das forças armadas. Assim como as lutas encampadas pelo ANDES-SN sempre encontravam com Marielle pelas ruas da cidade, o nosso luto por Marielle deverá ser transformado em resistência e luta em sua homenagem e respeito.

O assassinato de Marielle representa também o extermínio da população negra, das mulheres e moradoras de favela.
Não vão nos calar! Por Marielle e todas as mulheres negras, pobres e faveladas que são exterminadas pela quadrilha no poder a serviço do capital.

Marielle, presente!
Anderson, presente!
#MariellePresente #AndersonPresente

 

Fonte: ANDES-SN

Tenda da Unidade lança programação para o FSM 2018

 

Está confirmada para o Fórum Social Mundial a programação completa da Tenda da Unidade. A tenda é uma iniciativa unitária de diversas entidades e sindicatos da esquerda socialista. Estão entre estes o ANDES-SN, CSP-Conlutas, Auditoria Cidadã da Dívida, ASSIBGE Sindicato Nacional, SINASEFE – Sindicato Nacional e o SINDJUFE-BA. A localização da tenda será no estacionamento da Portaria 1 do Campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Dentro da programação na sexta-feira (16), o ANDES-SN promoverá uma mesa de debate com o tema “Educação, Ciência e Tecnologia: Por uma alternativa anticapitalista”. No mesmo dia ocorrerá, em conjunto com as seções sindicais baianas, o lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior na Bahia às 16h30. O Fórum das ADs estará presente no espaço com panfletos e balões para denunciar o arrocho salarial promovido pelo Governo Rui Costa (PT) dando visibilidade à pauta estadual.

Essa não é a primeira vez que o Fórum Social Mundial acontece na Bahia. A expectativa dos organizadores é que cerca de 50 mil pessoas participem das atividades. A abertura do evento será marcada com um ato público na terça-feira (13) às 15h no Campo Grande.

Confira a programação da tenda da Unidade.

13.03 (terça-feira)
18h – Exibição do documentário “Andes 30 anos – Universidade pública, trabalho Acadêmico e Crítica Social”
20h – Debate: Sindicalismo e a luta das mulheres.

14.03 (quarta-feira)

9h30 – Mesa de discussão: “A atual crise capitalista e o sistema da dívida na América Latina e Caribe”
15h – Debate: As contrarreformas do governo Temer, crise social e perspectivas para a classe trabalhadora
18h – Exibição do documentário “Narrativas Docentes: memória e resistência LGBT”
19h – Debate: Trabalho e sindicalismo no serviço público

15.03 (quinta-feira)

9h – Debate: Indicadores de Gênero no Brasil
11h – Debate: Quilombo: resistência no passado, resistência no presente
15h às 17h – Mesa de discussão “Sistema da dívida: sua relação com o atual modelo produtivo. Resistências e Alternativas”
18h – Exibição do documentário “Narrativas Docentes: memória e resistência negra”
19h – Debate: Democratização e Precarização no Serviço Público

16.03 (sexta-feira)

14h – Debate: Educação, ciência e tecnologia: por uma alternativa anticapitalista
16h30 – Lançamento na Bahia da Frente em Defesa das Instituições de Ensino Superior Públicas
19h – Atividade cultural

17.03 (sábado)

9h – Mesa – Reorganização da frente escola sem mordaça
15h – Debate – Observatório da intervenção militar no Rio

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Acesse a programação oficial completa do FSM 2018.

CSP-CONLUTAS |Coordenação aprova campanhas e mobilizações para próximo período. Confira Resolução Política

 

A reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, realizada no último final de semana, em São Paulo, aprovou resolução política unitária pelas entidades que compõem a instância, em que aponta políticas estratégicas, como a reafirmação da defesa do socialismo e políticas imediatas como a campanha contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e a luta contra as privatizações de Temer.

 

“A intervenção militar no Rio de Janeiro é um grave ataque aos direitos democráticos da população promovido pelo governo. As ações desenvolvidas até então pelo Exército se concentram nas favelas e comunidades pobres, utilizando inclusive métodos e mecanismos ilegais, a exemplo do fichamento massivo de moradores, revistas vexatórias em crianças nas portas das escolas e a ameaça de mandato coletivo de busca e apreensão, que daria carta branca para o exército invadir e revistar casas”, afirma o documento.

 

 

A CSP-Conlutas conclama ampla unidade de ação para lutar contra a intervenção no Rio.

 

A resolução avalia ainda a importância das mobilizações pelo mundo do 8 de março para a luta das mulheres e dos trabalhadores em todo o mundo; aponta o aprofundamento da crise econômica no Brasil e avança em propostas de luta para os trabalhadores contra as privatizações anunciadas pelo governo Temer, em defesa de direitos e contra a criminalização dos pobres e das lutas.

 

A manhã de domingo (11) da reunião da Coordenação Nacional foi dedicada à votação da resolução política, resoluções dos setoriais e moções.

 

Resoluções de Setoriais

As propostas de resoluções dos setoriais foram elaboradas em reuniões na tarde de sábado para aprovação na manhã de domingo pela Coordenação Nacional.

Setorial de Educação

 

O Setorial de Saúde, com um tempo maior para apresentação, convocou o 3º Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador, que acontecerá em Duque de Caxias (RJ), de 23 a 25 de agosto, e cujas inscrições já estão abertas. O encontro discutirá as consequências das Reformas Trabalhista, da Previdência e da terceirização na saúde do trabalhador, assédio moral, doenças no mundo do trabalho, experiências de Cipas combativas (Comissões Internas de Prevenção a Acidentes de Trabalho), entre outros temas.

 

Apresentação do Setorial de Saúde

 

Além da Saúde, também foram apresentados e tiveram os relatórios aprovados os setoriais de Transporte, LGBT, Internacional, Trabalhadores dos Correios, Negros e Negras, Serviço Público, Educação e o GT de Comunicação.

 

A reunião foi encerrada com a aprovação de diversas moções que serão publicadas na terça-feira (13).

 

Prestação de contas do Conselho Fiscal

A reunião da Coordenação também aprovou as contas de 2018 da CSP-Conlutas a partir do novo Conselho Fiscal aprovado no 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, realizado em outubro de 2017.

 

Conselho Fiscal

 

 

Coordenação rica em debates 

Acesse as matérias da Coordenação nacional:

 

Sexta-feira –  Debate de conjuntura abre Coordenação Nacional e discute temas como Reforma da Previdência, intervenção no RJ e rumo das lutas dos trabalhadores

 

Debate sobre conjuntura produziu resolução política

 

SábadoDefesa de uma concepção classista e socialista para a luta das mulheres marca o segundo dia da Coordenação Nacional

 

Mesa permitiu rico debate sobre mulher trabalhadora

 

Saudações

Esta Coordenação Nacional recebeu saudações importantes no campo de luta dos trabalhadores. A pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU, Vera Lúcia e seu vice, Hertz Dias, e o pré-candidato que disputou a indicação para a candidatura à presidência pelo PSOL Hamilton Assis.

 

Hertz Dias e Vera Lúcia, do PSTU

 

 

Hamilton Assis, do PSOL

 

RESOLUÇÃO POLÍTICA PODE SER LIDA ABAIXO:

 

A Coordenação Nacional acontece sob o impacto das grandes mobilizações que ocorreram neste último 8 de março em 170 países, com destaque para o Estado Espanhol e a Argentina. Foram greves, manifestações e ocupações que demonstraram a força da greve internacional de mulheres, da qual participamos e apoiamos através da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta.

 

A crise econômica continua atingindo fortemente os trabalhadores e o povo pobre. Apesar de toda campanha alardeada pelo governo de que a situação econômica está melhorando, com um pequeno aumento do PIB de 1% (produto interno bruto), na prática, a situação é outra. O desemprego continua alto chegando a atingir 26 milhões de pessoas, a indústria patina, os estados continuam com o calote aos salários e os serviços públicos seguem a cada dia mais sucateados.

 

O governo Temer foi obrigado a recuar da Reforma da Previdência, retirando o projeto de pauta. Apesar de toda campanha milionária nos meios de comunicação, das barganhas e negociatas no Congresso Nacional, não conseguiu os votos suficientes para aprovar esta nefasta reforma. Esta foi uma vitória do movimento, da Greve Geral de 28 de abril, da Ocupação de Brasília em 24 de maio e da mobilização dos trabalhadores durante todo o segundo semestre de 2017, mesmo diante do papel representado pela cúpula das grandes centrais ao frear a mobilização desde 30 de junho e recuar na última hora da construção da segunda greve geral em 5 de dezembro. Nossa Central cumpriu importante papel nesses processos, impulsionando pela base das categorias a mobilização, construindo a unidade de ação e denunciando as vacilações das cúpulas das grandes centrais.

 

Impedido de fazer a Reforma da Previdência, o governo lança mão de outro pacote de maldades com privatizações (Eletrobrás, Casa da Moeda etc.) e ataques ao funcionalismo público federal e nos estados. Também decreta a intervenção militar no Rio de Janeiro, tentando mudar o foco para encobrir a derrota da Reforma da Previdência e tentar algum apoio popular, frente ao caos da violência nas grandes cidades.

 

Existe uma série de mobilizações ocorrendo no país: diversas ocupações estão sendo feitas para garantir moradia; no campo crescem as ocupações na luta pela reforma agrária; campanhas salariais de várias categorias se aproximam; e os trabalhadores e trabalhadoras estão lutando contra a aplicação da Reforma Trabalhista através de convenções coletivas que garantam os direitos conquistados.

 

Também estão em luta os funcionários públicos nos estados e municípios contra o pacote de ajuste dos governos estaduais e municipais. Os servidores públicos federais estão em processo de mobilização e discutem no Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) a possibilidade de uma greve unificada a partir de maio. Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios preparam uma greve nacional agora em março contra as mudanças no plano de saúde e o desmonte e privatização da ECT.

 

Nos bairros e periferias ocorrem vários protestos contra a violência e o abuso das forças policiais, que afligem principalmente a população negra. Também entra em cena o movimento negro que prepara uma série de atividades no mês de maio, quando se completam 130 anos da abolição da escravidão, denunciando o racismo, ainda bastante arraigado na sociedade, que impõe uma situação de precariedade e superexploração aos negros e negras, e exigindo também uma política de reparações.

 

A nossa tarefa é impulsionar e trabalhar para a unificação de todas as lutas.

 

Frente a esta situação, a Coordenação Nacional da CSP-Conlutas resolve:

 

  • Desenvolver uma campanha contra o ajuste fiscal nos estados, as privatizações e a venda da Embraer para Boeing. Pela reestatização das empresas privatizadas e pela anulação dos leilões dos campos de petróleo, em defesa de uma Petrobras 100% estatal.
  • Fortalecer as campanhas salariais do primeiro semestre e a luta contra a aplicação da Reforma Trabalhista e pela sua revogação.
  • Organizar um 1º de Maio classista, de luta e independente dos governos e dos patrões.
  • Apoiar todas as lutas populares, ocupações e greves por moradia, reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras!

 

A intervenção militar no Rio de Janeiro, uma política de guerra aos pobres

 

A intervenção militar no Rio de Janeiro, promovida pelo governo, constitui um grave ataque aos direitos democráticos da população. As ações, desenvolvidas até então pelo Exército, se concentram nas favelas e comunidades pobres, utilizando inclusive métodos e mecanismos ilegais, a exemplo do fichamento massivo de moradores, revistas vexatórias em crianças nas portas das escolas e a ameaça de mandato coletivo de busca e apreensão, que daria carta branca para o exército invadir e revistar casas. As declarações do general interventor, Braga Netto, de que é preciso evitar uma nova Comissão da Verdade, pedindo salvaguarda para as ações dos soldados, é sintomático sobre o modo de atuação do exército e a ameaça que representa às liberdades democráticas.

 

Preocupado em manter sua quadrilha e evitar a prisão após o fim do mandato, Temer tenta ganhar alguns pontos de popularidade, buscando utilizar a aflição da população por segurança pública. Isso, tendo em vista o alto grau de desmoralização em que se encontra o seu governo.

 

Temer também busca responder à crise social e de segurança pública existente no estado. O Rio de Janeiro está quebrado e em situação de calamidade pública, fato reconhecido pelo governo federal. Também está instituído um quadro de desgoverno, que levou a prisão de três ex-governadores e ameaça a permanência de Pezão a frente do estado. O governo estadual perdeu o controle das forças policiais e a burguesia teme uma rebelião social. Por isso, lançaram mão da intervenção federal. Essa intervenção merece o repúdio do movimento sindical e popular, pois amplia o uso da repressão contra a população pobre e negra e aumenta a criminalização das lutas sociais.

 

A CSP-Conlutas chama a todos e a todas para construírem uma unidade de ação contra a intervenção militar no Rio de Janeiro. Desenvolver uma campanha nacional e internacional contra a intervenção, confeccionando materiais, cartilha, etc. Defendemos um programa de combate à violência que passe pela descriminalização das drogas, desmilitarização da PM e pelo direito de autodefesa da população.

 

  • Fora o Exército do Rio! Não à intervenção!
  • Expropriação dos bens de corruptos e corruptores! Pegar de volta o que Cabral, Picciani e Cia roubaram do estado do Rio de Janeiro. Fora Pezão!
  • Fim de todas as isenções fiscais e devolução do imposto roubado!

 

Apresentar uma saída classista e socialista para país

 

A maioria das instituições e organizações passam a defender que os grandes problemas do país sejam resolvidos pelas eleições do segundo semestre. A CSP-Conlutas acredita que somente a ação direta e a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras são capazes de garantir uma saída para a crise.

 

É tarefa da CSP-Conlutas apresentar um programa que aponte para a defesa das reivindicações imediatas e históricas da classe trabalhadora e do povo pobre e também uma saída estratégica que coloque nas mãos daqueles que produzem a riqueza o controle do país.

 

Impulsionaremos as lutas e mobilizações diretas. E apresentaremos para o debate nas nossas entidades, nos movimentos e na sociedade o programa aprovado em nosso congresso que afirma: “disputar a consciência da classe para uma saída operária e socialista à crise, mas também votar um programa de medidas antiimperialistas e anticapitalistas, bem como apresentar um plano econômico da classe, alternativo ao do governo e da patronal, que levante as seguintes bandeiras:

 

  • Fora Temer e todos os corruptos!
  • Defender emprego, salário, aposentadoria, direitos sociais e trabalhistas, moradia, educação e saúde públicas, direito às cidades e transporte público.
  • Os ricos devem pagar pela crise. Emprego para todos; redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; estabilidade no emprego; seguro-desemprego de dois anos; investimento em obras públicas necessárias, que gerem emprego e respeitem o meio ambiente; lutar pelo aumento geral dos salários; salário mínimo acima da inflação, rumo ao salário mínimo do Dieese.
  • Saneamento básico, escolas públicas, hospitais, postos de saúde e moradia popular.
  • Lutar pela suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros, realização de auditoria e proibição da remessa de lucros para o exterior.
  • Exigir a prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores, estatização, sem indenização e sob o controle dos trabalhadores das empresas envolvidas em corrupção.
  • Lutar pela estatização dos bancos sob controle dos trabalhadores.
  • Lutar pela reestatização sob controle dos trabalhadores das estatais privatizadas.
  • Lutar pela reforma urbana e fim da especulação imobiliária. Moradia: regularização de todas as ocupações.
  • Lutar pela reforma agrária radical. Nacionalização da terra e expropriação do agronegócio, sob controle dos trabalhadores.
  • Lutar contra o racismo, o machismo, a LGBTfobia, a xenofobia e todas as formas de opressão. Salário igual para trabalho igual, não à violência contra as mulheres, garantia e reais condições de aplicação da lei Maria da Penha e legalização do aborto. Não ao mito da democracia racial, regularização das terras quilombolas, fim do genocídio da juventude pobre e negra da periferia e reparação para os negros já. Criminalização da LGBTfobia e pela aprovação da lei de identidade de gênero. Defesa dos povos indígenas, contra o genocídio e pela regulamentação das reservas indígenas. Defesa dos imigrantes especialmente haitianos, bolivianos, venezuelanos e cubanos.
  • Acesso à cultura e ao lazer.
  • Lutar em defesa das liberdades democráticas. Lutar não é crime. Não à criminalização das lutas e das organizações dos trabalhadores e da juventude, abaixo a lei antiterrorismo e a lei de organização criminosa, liberdade para os presos políticos e fim dos processos contra os lutadores.
  • Lutar para por abaixo a lei de drogas de 2006, que resultam em encarceramento massivo de negros e pobres; descriminalização e legalização das drogas para acabar com o narcotráfico.
  • Autodefesa dos trabalhadores e povo pobre em cada bairro.
  • Lutar pelo fim dos convênios com o EUA para fins de “segurança pública” e “combate ao terrorismo”.
  • Não à entrega da Amazônia, em defesa dos povos da floresta. Não a extinção da Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados).
  • Contra a Reforma política.
  • Em defesa do Direito de greve.
  • Fim das polícias militares, direito de sindicalização e greve para as forças policiais e militares.
  • Os capitalistas é que devem pagar a conta da crise, pois são os responsáveis e os que se beneficiam dessa situação.
  • Por um governo socialista dos trabalhadores.

 

Professor da UFBA é intimado a depor por disciplina sobre ‘golpe’

O professor Carlos Zacarias, do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi intimado a depor, na 16ª Vara Federal na capital baiana, sobre o pedido de liminar feito pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM), posteriormente indeferida pelo juiz federal Iran Leite. Zacarias recebeu a intimação no dia 9 de março e tem 10 dias para se manifestar. O reitor da UFBA, João Carlos Salles, também foi citado.

O docente é o responsável pela disciplina optativa “Tópicos Especiais em História – o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, ministrada por ele e mais um grupo de cerca de vinte professores, em solidariedade ao colega da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Felipe Miguel, recentemente vítima de represália do Ministério da Educação (MEC).

Luiz Felipe é idealizador do curso “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil” na UnB e tem recebido manifestações de apoio de docentes de diversas instituições do país após ameaças do MEC à autonomia universitária, liberdade acadêmica e à pluralidade pedagógica. O ministro Mendonça Filho acionou a Advocacia-Geral da União, o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal para impedir que se discuta o processo que culminou com a ascensão de Michel Temer à Presidência da República.  Mendonça quer que seja apurada suposta “improbidade administrativa”, sob o argumento de que a disciplina promove “pensamentos político-partidários” na instituição de ensino. A ação do MEC teve efeito contrário e fez o curso se multiplicar mais de 30 instituições do país.

Relevância acadêmica
Em entrevista ao programa de televisão baiano TVE Revista, Carlos Zacarias defendeu a importância do estudo do tema. Para ele, diante da ameaça a tantos direitos historicamente conquistados, é necessário debater os rumos da democracia no país e garantir a autonomia universitária – esta última prevista no artigo constitucional 207.

De acordo com Zacarias, as ciências humanas são disciplinas que se alimentam de debates intensos; a História é um campo de batalha com as narrativas em disputa.  “Um governo que assumiu de maneira tumultuada não pode cercear o direito à palavra”, disse. “Vamos continuar refletindo sobre o golpe dentro e fora da universidade; isso é fundamental”, afirmou.

O Conselho Universitário da UFBA aprovou por unanimidade nota na qual defende a liberdade de cátedra e a autonomia acadêmica, além de afirmar que a disciplina em questão “respeitou toda tramitação prevista na Universidade, desde a proposição regular no Departamento até a criação de seu código na Superintendência Acadêmica da Universidade e disponibilização para matrícula, devendo, por conseguinte, ser garantida”.

A manifestação do conselho diz ainda que “os componentes curriculares de Tópicos Especiais têm o traço de serem mutáveis, voltando-se amiúde à contemporaneidade das áreas do saber e a pesquisas em andamento. São assim característicos do ensino superior de qualidade, no qual ensino, pesquisa e extensão são indissociáveis”.

Solidariedade
O ANDES-SN e diversas seções sindiais têm manifestado solidariedade aos docentes que vêm sofrendo represália do MEC. Em moção divulgada no dia 5 de março, a diretoria do Sindicato Nacional denuncia que a autonomia universitária vem sendo atacada incessantemente pelo governo ilegítimo de Temer. “Ações coercitivas, projetos de lei com o objetivo de amordaçar a educação pública, a Reforma do Ensino Médio, os cortes em custeio e investimentos, além do incentivo ao discurso de ódio com características anticomunista, misógina, racista, machista, lgbtfóbica e antifeminista. Historicamente, os movimentos sociais sempre responderam com veemência às opressões. As universidades públicas, ao longo do tempo, se tornaram a extensão das lutas, sendo sua comunidade acadêmica parte desse processo. Em momentos de autoritarismo e retirada de direitos, os movimentos docente e estudantil foram e são expressão de resistência.”

Ainda de acordo com a nota do ANDES-SN, “a ação popular contra a disciplina na UFBA e os depoimentos do Ministro de Educação, criminalizando o(a)s docentes responsáveis por disciplinas sobre o Golpe de 2016, ferem a autonomia universitária e são uma clara tentativa de censura”.

*Com edição e inclusão de texto do ANDES-SN. Imagem: Reprodução.

 

Fonte: Aduff SSind.

Nota do ANDES-SN – Em defesa da autonomia universitária e contra a criminalização dos (as) docentes da UFBA

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A autonomia universitária vem sendo atacada incessantemente pelo governo ilegítimo de Temer. Ações coercitivas, projetos de lei com o objetivo de amordaçar a educação pública, a Reforma do Ensino Médio, os cortes em custeio e investimentos, além do incentivo ao discurso de ódio com características anticomunista, misógina, racista, machista, lgbtfóbica e antifeminista. Historicamente os movimentos sociais sempre responderam com veemência às opressões. As universidades públicas, ao longo do tempo, se tornaram a extensão das lutas, sendo sua comunidade acadêmica parte desse processo. Em momentos de autoritarismo e retirada de direitos os movimentos docente e estudantil foram e são expressão de resistência.

Em menos de seis meses, o corpo docente da Universidade Federal da Bahia sofreu ataques de grupos políticos alinhados à direita e a movimentos de características fascistas, com a ameaça de morte a docentes do NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher), e agora com uma ação popular contra o docente Carlos Zacarias, responsável pela disciplina Tópicos Especiais de História, que terá como um dos conteúdos “o Golpe de 2016”. O proponente da ação popular afirma que estenderá sua iniciativa a UnB, origem da primeira disciplina acerca do Golpe, e a outras IES. O ANDES-SN solidariza-se com os e as docentes da UFBA, e se coloca ao lado do(a)s combativos e combativas de todas as universidades, que demonstram força e resistência ao oferecerem disciplinas para debater e analisar a conjuntura atual e os impactos das contrarreformas impostas pelo governo ilegítimo. A ação popular contra a disciplina na UFBA e os depoimentos do Ministro de Educação, criminalizando o(a)s docentes responsáveis por disciplinas sobre o Golpe de 2016, ferem a autonomia universitária e são uma clara tentativa de censura. Todo o apoio à(o)s que lutam!

Brasília, 5 de março de 2018.

 

Fonte: ANDES-SN

Militares “ficham” moradores no Rio, prática considerada ilegal por entidades de direitos humanos

Os moradores das favelas do Rio de Janeiro, após a intervenção militar no estado, estão sendo cerceados em seu direito de ir e vir. Militares realizaram uma ação de “fichamento” no dia 23 de fevereiro nas comunidades da Vila Kennedy, da Vila Aliança e da Coreia, na zona oeste.

 

 

Nesta ação, moradores eram obrigados a apresentar documentos e eram fotografados com celulares dos próprios soldados, segurando o RG ao lado do rosto, em uma prática que está sendo questionada por órgãos de direitos humanos.

 

O defensor público Daniel Lozoya, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, declarou ao jornal Estadão, que fotografar uma pessoa após apresentação do documento é ilegal e comparou tal prática aos tempos da ditadura militar.

 

“Tem de haver transparência. Para onde estão sendo mandadas essas imagens? Isto remonta a práticas antigas, da ditadura. O cidadão não é obrigado a aceitar. Mas tem medo de negar, diante de militares armados de fuzil. Se mostra a identificação civil, não tem que ser fotografado”, informou ao jornal.

 

Moradores salientaram ainda que quem não estivesse com os documentos em mãos era obrigado a voltar para casa para buscar a identificação, senão, não poderiam circular.

 

Na Vila Kennedy, moradores relataram ao jornal Estadão que muitos deixaram de ir trabalhar por se sentirem acuados pela medida. “O que esperar? O que vem depois disso? Então somos todos suspeitos? Se eu saio para comprar pão tenho que passar por isso?”, revoltou-se um rapaz, que pediu para não ser identificado. “É muita humilhação. Mas aqui é favela, eles acham que podem tudo. Quero ver fazer isso na zona sul”, lamentou.

 

A OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) também avaliou que a ação infringia a Constituição, sobretudo, no direito de ir e vir de todo cidadão.

 

A imprensa chegou a ser impedida, em um primeiro momento, de acompanhar a atuação dos militares durante parte da ação.

 

Vale salientar que essa ação não foi ampliada para os bairros ricos do Rio de Janeiro, localizados na zona sul, limitando-se apenas às favelas e levando ao constrangimento a população pobre que reside nessas localidades.

 

Outro fato que torna ainda mais nebulosa  o procedimento do Exercito é de que essa operação começa a ocorrer poucos dias após a morte do subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vila Kennedy, tenente Guilherme Lopes da Cruz, e do sargento do Exército Bruno Cazuca, ambos assassinados em tentativas de assaltos.

 

 

Para o integrante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, Julio Condaque, há um clima de medo entre os moradores do Rio, pois estão apreensivos de haver tortura diante da atuação já desastrosa das forças militares. “Ontem houve uma reunião com  a Federação de Favelas do Rio, na Mare. O general está dizendo que não vai ocupar as favelas, mas entrou com procedimento para fichar os moradores, isso é ilegal. Há todo um processo de organização das comunidades contra essa ocupação. Essa ocupação é um ataque aos negros e aos pobres e a toda a classe trabalhadora”, disse.

 

Apesar de o exercito ter sido impedido de ocupar as favelas do Rio o processo de intimidação é forte e só se destina a parcela mais pobre da sociedade. “Se a ocupação é em todo o Rio, porque essa ação é só na favela? É a militarização da favela com o objetivo político de controlar o povo”, frisou Julio.

 

O movimento organizado nas comunidades do Rio está se articulando e traçando medidas contra a intervenção militar. “O Rio serve de laboratório dessa ação que pode se espalhar para outros estados, temos que barrar esse absurdo”, destacou o dirigente do Quilombo Raça e Classe.

 

Para ele, o povo mais pobre precisa de  políticas públicas e não do controle de suas vidas por meio da militarização dos territórios em que residem. “O problema da violência está ligado à falta de direitos como saúde e educação. Para nós é importante que o povo da favela se auto organize para barrar essa intervenção”, salientou.

 

Estão previstas manifestações no dia 8 e 21 de março no Rio de Janeiro como parte das ações contra a intervenção militar. Está prevista ainda a elaboração de uma carta à população por parte dos movimento de favelas do Rio que irá traçar políticas contra essa intervenção.

Fonte: CSP-Conlutas