Decisão arbitrária do STF em cortar ponto dos servidores é mais um motivo para ir à luta

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou por 6 a 4 que o poder público deve descontar o salários de servidores em greve. A decisão foi tomada um dia antes da data em que se comemora o Dia do Servidor Público, 29 de outubro.

bancoImagemFotoAudiencia_AP_328245-880x380-470x210Essa medida representa um ataque à democracia e ao direito de greve em nosso país e se dá em um momento em que os trabalhadores mais se mobilizam contra as políticas que o governo Temer vem apresentando, como a PEC 241, que prevê o congelamento do orçamento nos serviços públicos por 20 anos.

Em vídeo, o dirigente da CSP-Conlutas Paulo Barela ressalta que essa matéria sobre o direito de greve não foi ainda regulamentada, portanto, não é o STF tampouco a justiça que tem que fazer a regulamentação. “Essa matéria não foi votada até hoje no Congresso Nacional e o STF está se dando o direito, nesse momento, de puxar pra si a decisão de fazer descontos nos salários dos servidores. Os dias parados em uma greve são objeto de negociação; não pode, nem deve ser uma medida pré-estabelecida”, argumenta.

 

Barela alerta ainda que essa medida surge justamente em um momento de lutas dos servidores que tentam a todo custo, através de paralisações e protestos, barrar ataques aos seus direitos e que “portanto, é uma tentativa de calar e barrar as ações dos trabalhadores”.

Os ministros que decidiram por essa medida (vide quadro abaixo) foram indicados por Luiz Inácio Lula da Silva e por Dilma Rousseff, governos que se diziam democráticos e a serviço dos trabalhadores. “Nós achamos que esses ministros não estão voltados para os interesses dos trabalhadores. Justifica-se inclusive essa argumentação porque Dias Toffoli foi indicado pelo Lula e foi o relator da matéria que indicou o desconto dos dias parados, por outro, lado Luiz Fux, que foi indicado por Dilma Rousseff falou recentemente que é preciso que o ‘STF tome medidas contra os movimentos que pretendem paralisar o país’, ou seja, eles sabem que as medidas são extremamente amargas e, portanto, estão tomando ações que visam evitar que os trabalhadores se manifestem contra essas medidas”, ponderou Barela.

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A CSP-Conlutas não vai se dobrar a essa decisão do STF e vai continuar apoiando as greves em curso no país. Vamos continuar apoiando a greve dos técnicos administrativos das universidades, base da Fasubra, as mobilizações que estão sendo feitas pelos servidores e docentes dos IFES, base do Sinafese, assim como as manifestações dos professores das universidades federais, base do Andes-SN.

“Seguiremos construindo a grande jornada de lutas das Centrais Sindicais que começa no dia 11 com manifestações e paralisações em várias partes do país a partir dos servidores públicos. E no dia 25 uma grande paralisação nacional envolvendo um número maior de trabalhadores, desde o setor público, trabalhadores da iniciativa privada e os movimentos populares e estudantis. Vamos sim contraditar a posição do ministro Fux, vamos parar o país. Porque se não pararmos o país essas reformas tendem a ser impostas, o que vai significar um atraso nas conquistas dos trabalhadores. A CSP-Conlutas repudia a decisão do STF e estaremos construindo a jornada de lutas”, finalizou Barela.

A jornada de lutas e as mobilizações dos servidores públicos se enquadram em um processo de mobilização importante no país que, no entendimento de nossa Central, deve culminar com a realização de uma poderosa Greve Geral para derrotar os ajustes, as reformas e impor nas ruas o Fora Temer e todos os corruptos e reacionários do Congresso Nacional.

Fonte: CSP-Conlutas

 

Coordenação Nacional reafirma: Greve Geral, já! Contra as reformas da Previdência e Trabalhista! Não à PEC 241!; e calendário de lutas

A manhã de domingo (23) na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, em São Paulo, foi dedicada à aprovação da resolução política, dos relatórios dos setoriais e moções na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas.

Após a reunião de Coordenação Nacional a CSP-Conlutas volta ás ruas, aos locais de trabalho, às escolas, universidades, aos que lutam nos movimentos populares reforçando suas consignas de luta (leia a resolução na íntegra):

Greve Geral, já! Contra as reformas da Previdência e Trabalhista! Não à PEC 241! Por emprego e salário, contra o ajuste fiscal e a retirada dos direitos!

O setoriais de Negros e Negras, Saúde e Segurança no Locais de Trabalho, LGBT, Educação, Servidores Públicos, Internacional, trabalhadores dos Correios, Campo, Petroleiro e grupo de Comunicação aprovaram políticas para o setor e se incorporam as bandeiras gerais da Central.

O MML (Movimento Mulheres em Luta) exibiu um vídeo denunciando a cultura do estupro no Brasil pela campanha do 25 de novembro – Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.

Partindo dessa armação incorporamos a defesa de um programa dos trabalhadores para enfrentar a crise:

Contra as demissões e o desemprego. Redução da jornada para 36h, sem redução de salário. Extensão do seguro desemprego para um ano para todos sem nenhum tipo de carência;

Não a carestia; Defendemos o controle e congelamento dos preços da cesta básica e tarifas públicas;

Não ao pagamento da dívida externa; Pela auditoria da Dívida Pública e suspensão imediata do pagamento da dívida;

Prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores!

Nenhuma confiança na justiça do Estado burguês em defesa das liberdades democráticas;

Reforma agrária sob o controle dos trabalhadores;

Plano geral de obras públicas para construção de moradia popular, hospitais, creches e escolas;

Fim dos Despejos. Redução e Congelamento dos preços dos aluguéis;

Salário igual para trabalho igual. Chega de assédio aos setores oprimidos;

Basta de genocídio à população negra.  Desmilitarização da PM;

Unir os trabalhadores contra a violência à mulher, o feminicídio e os estupros;

Pela criminalização da LGBTfobia;

Não à PEC 241 e ao PLP 257;

Não à MP 746 (reforma do Ensino Médio) e o PL 867 (Escola Sem Partido);

Não a entrega do pré sal. Contra a PL 131. Petrobras 100% estatal;

Contra a resolução 739 do INSS que ataca direitos previdenciários.

Calendário de Mobilizações:

24 e 25 de outubro – Mobilização na Câmara Federal, em Brasília: Orientamos o deslocamento de representações de nossas entidades para esse dia; Colagem de cartazes com as fotos dos deputados por estado, mobilização nos aeroportos para pressão sobre os deputados, campanha de mídia de acordo com a possibilidade e realidade de cada entidade e participação nos atos de rua nos estados.

11 de novembro – Dia Nacional de Protestos, Mobilizações e paralisação: Impulsionaremos o envolvimento e participação do ativismo de nossa central em todos os estados, especialmente naquelas categorias que já deliberaram por paralisação nesse dia, bem como garantiremos a presença da central em atos unitários que sejam realizados;

20 de Novembro – Marcha da Periferia: (Ver resolução específica da coordenação);

25 de novembro – Dia Nacional de Protestos Paralisações e Greves: Nossa linha é debater e aprovar Greve nas bases de todas as organizações e categorias nesse dia Nacional de Protestos e Greves, e fazendo amplas ações conjuntas com o movimento popular, incorporando a luta contra a violência às mulheres como parte do dia latino-americano nesse processo de construção, seguir agitando a necessidade da Greve Geral.

Centrais sindicais aprovam Jornada de Lutas contra a PEC 241 e demais ataques

centraisAs centrais sindicais brasileiras se reuniram em São Paulo (SP), na quarta (19), e definiram um calendário de lutas contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista. A Jornada de Lutas iniciará com uma reunião das entidades do setor de transporte nesta sexta (21) e terminará com um grande Dia de Greves, Manifestações e Protestos em todo o país, no dia 25 de novembro.

Já na segunda-feira (24), em Brasília (DF), durante o segundo turno da votação da PEC 241 na Câmara, todas as centrais estarão presentes para realizar uma manifestação no Congresso Nacional. A medida pretende congelar por 20 anos o valor das verbas para as áreas sociais como saúde e educação, limitar o reajuste no salário mínimo e outros serviços públicos. O ANDES-SN está empenhado na construção de manifestações e paralisações nesse dia.

No dia 11 de novembro, haverá um Dia Nacional de Lutas e Paralisações de diversas categorias. No dia 25 de novembro será realizado novo Dia Nacional de Greves e Protestos com a participação de um número superior de categorias que o dia 11. Esse será o ponto alto da jornada de lutas, com a participação e convocação efetiva de todas as centrais sindicais e entidades de base. Haverá também um plantão permanente das centrais no Congresso Nacional neste período.

A CSP-Conlutas defendeu na reunião que a única forma de barrar os ataques promovidos pelo governo Temer é com a realização de uma grande Greve Geral. “Nós só conseguiremos barrar esses ataques com uma grande Greve Geral e a participação de todo mundo”, disse José Maria de Almeida, pela CSP-Conlutas. Mesmo assim, a CSP-Conlutas entende que o acúmulo de forças e unidade são fundamentais. “É importante que levemos essa resolução para discutir nas assembleias de base, com os trabalhadores”, reforçou Zé Maria.

Após a jornada, uma nova reunião entre as centrais será realizada para que sejam discutidos os próximos passos da mobilização.

Calendário:

Dia 21 de outubro – Reunião do setor de transporte.

Dia 24 de outubro – Mobilização na Câmara Federal, em Brasília.

Dia 11 de novembro – Dia Nacional de Protestos e Mobilizações.

Dia 25 de novembro – Dia Nacional de Protestos e Greves.

Edição de ANDES-SN com imagem de CSP-Conlutas

Fonte: CSP-Conlutas

O povo haitiano precisa de ajuda humanitária

O furacão Matthew atingiu o Haiti na última terça-feira (4) de forma catastrófica. Aproximadamente 900 mortos e 60 mil desabrigados, segundo autoridades locais ouvidas pela agência Reuters. Deslizamentos de terra, destruição de moradias, pontes, plantações, bairros inundados e árvores arrancadas. O Haiti se encontra no caos.

Segundo a ONU (Organizações das Nações Unidas), o governo haitiano calcula que pelo menos 350 mil pessoas precisam de assistência humanitária no país. Este é o primeiro saldo provocado pelos ventos de mais de 230 km num país agredido pela miséria e desigualdade social.

 

Segundo Didier Domenique, da organização Batay Ouvriye (Batalha Operária), a destruição é muito grande. “Vários companheiros nossos foram muito afetados na região noroeste do país. Alguns perderam tudo! É difícil explicar esse tudo, pois há anos que estão numa situação difícil. Mas, casas, animais domésticos e de criação, documentos, familiares, vizinhos, colheitas, terrenos inundados e não se sabe quando se poderá semear novamente”, diz, angustiado.

 

A tragédia pode ser pior, e há a possibilidade de doenças, como a cólera, se alastrar. Somente esse ano já foram registrados 28,5 mil casos da doença no país.

 

Campanha urgente – Ajuda humanitária

Mesmo tendo clareza de que a ajuda ao povo trabalhador haitiano é uma obrigação dos estados que estão intervindo militarmente naquele país, não podemos deixar de prover algum apoio aos nossos irmãos haitianos.

 

A CSP-Conlutas deverá fazer uma campanha junto às entidades filiadas para arrecadar recursos financeiros que ajudem um pouco aquele povo tão sofrido. “Mas, não podemos deixar de fazer todas as criticas à ONU e aos países que estão intervindo militarmente naquele país”, diz um dos integrantes do Setorial Internacional Wilson Ribeiro.

 

Será discutido na SEN (Secretaria Executiva Nacional) da Central a abertura de uma conta corrente para receber depósitos de entidades e ativistas, para o envio imediato ao Haiti.

 

“Num país com melhores condições econômicas a condição do povo, após um desastre como esse, sempre pode ser amenizada, seja pelos recursos dos próprios trabalhadores, seja pela ação do estado. No Haiti nenhuma das alternativas é possível”, reforça Wilson.

 

De acordo com Didier é imperativa a necessidade de sustentar de imediato companheiros da organização. “Estamos certos que eles repartirão o que têm com seus companheiros mais próximos, e no que pudermos ajudar mais”, afirma.

 

“Neste sentido, qualquer ajuda nos seria ótimo. No que puderem seria muito importante. Muchas gracias antecipadas”, frisa o dirigente haitiano à CSP-Conlutas.
Quem destrói mais o Haiti a natureza ou o imperialismo?

 

Há doze anos ocupado pelas tropas da ONU, por meio de pressões do governo norte-americano, o Haiti encontra-se um país que sofre com a superexploração dos trabalhadores por multinacionais e o povo continua vivendo na miséria a mercê da violência das tropas estrangeiras, a Minustah, capitaneadas pelo governo brasileiro. Tudo isto apesar do argumento de que a ocupação tinha cunho humanitário no país. A miséria não diminuiu. É fato.

 

Milhões de pessoas vivem numa situação de miséria no Haiti. Os trabalhadores não possuem quase nenhum direito, têm salários arrochados e jornadas extenuantes. Saúde, educação e previdência social são artigos raros. Os levantes contra essas condições são reprimidos pelas tropas da ONU.

 

O terremoto que destruiu o Haiti em 2010 deixando 316 mil mortos aprofundou a miséria no país.

 

Ao longo desses anos, trabalhadores que saíram do Haiti se espalharam pelo mundo em busca de recursos financeiros para mandar para suas famílias. No Brasil o número de imigrantes chegou a 70 mil.

 

“Infelizmente, nenhuma política de reparação foi feita nos 13 anos do governo do PT, nem sequer foi garantido aos haitianos uma sede para sua organização aqui no Brasil, um abrigo para recepcioná-los, nem o reconhecimento de seus diplomas profissionais”, denuncia Wilson.

 

A CSP-Conlutas mais uma vez levanta a defesa de que as tropas da Minustah saiam urgentemente do Haiti. Já ficou provado que não cumpriram papel de ajuda humanitária.

 

Diretoria dos Correios da Bahia pune a ecetista Keila Fernanda

A ecetista Keila Fernanda – diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Estado da Bahia (Sincotelba), ativista do Movimento Mulheres em Luta (MML/CSP Conlutas) e militante do PSTU – recebeu, no último dia 04, uma punição de 15 dias de suspensão de suas atividades laborais.

 

Keila Fernanda é perseguida pela direção dos Correios na Bahia por suas lutas em defesa de melhores condições de trabalho, direitos de saúde, segurança e o combate à gestão baseada no assédio para intimidar os/as trabalhador (as).

 

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A punição à keila Fernanda é parte da escalada de assédio moral na EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS, que também tem vitimado milhares de outros trabalhadores e trabalhadoras em todas as diretorias regionais com transferências arbitrárias, advertências verbais e escritas, suspensões e demissões por “justa causa”.

 

Desde 2013, com sucessivos processos administrativos e penalidades desproporcionais, além da transferência arbitrária de setor, o assédio contra Keila Fernanda tem, cada vez mais, se escancarado.

 

No Rio de Janeiro, um parecer conclusivo de um processo administrativo (com diversos vícios processuais) recomenda a DISPENSA POR JUSTA CAUSA do ecetista e cipeiro Heitor Fernades, também ativista da CSP Conlutas e militante do PSTU. Assim como o processo administrativo de Heitor Fernandes, o de Keila Fernanda trata-se de um instrumento de perseguição política.

 

Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios estão realizando suas atividades profissionais sob péssimas condições de trabalho e sem condições humanas de seguir prestando um serviço de qualidade à população brasileira. É crescente a brutal sobrecarga de trabalho, causando sérios danos à saúde física e mental, além da falta de segurança que sempre resultam em acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e em condutas de assédio moral praticadas pelos gestores em nível nacional.

 

A atuação das representantes sindicais como a Keila Fernanda e de membros da CIPA como Heitor Fernandes tem sido fundamental na identificação, na ampla denúncia e na cobrança de soluções destes e de outros problemas. Infelizmente, como respostas não são encontradas as soluções cobradas. Ao contrário, na maioria das vezes, as respostas dos gestores tem sido o descaso, a arrogância, a truculência e ações de criminalização das atividades sindicais e das CIPAS, com aplicação crescente de Processos Administrativos Disciplinares e punições.

 

É preciso organizar uma campanha nacional contra as perseguições políticas na EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. Cobrir de solidariedade as trabalhadoras e trabalhadores perseguidos. Exigir da empresa o cancelamento dos processos administrativos e o fim do assédio moral que também tem vitimado milhares de outros trabalhadores e trabalhadoras em todas as diretorias regionais com transferências arbitrárias, advertências verbais e escritas, suspensões e demissões por “justa causa”.

 

  • TODO APOIO E SOLIDARIEDADE À KEILA FERNANDA E HEITOR FERNANDES!
  • CANCELAMENTO IMEDIATO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS E DAS PUNIÇÕES!
  • BASTA DE ASSÉDIO MORAL NA EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS!

Especial Escola Sem Partido: CSP-Conlutas lança material sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos pelo país e o que significam para a Educação

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“Escola Sem Partido” é uma política de perfil conservador contrário ao processo de ensino e aprendizagem que estimule o pensamento crítico. O movimento é liderado pelo advogado Miguel Nagib. Os defensores da Escola Sem Partido buscam legislar sobre o que é ou não permitido ao professor debater dentro de sala de aula sob o argumento que é necessário “reagir ao fenômeno da instrumentalização do ensino para fins político-ideológicos, partidários e eleitorais”.

Vivemos num país onde grande parte das escolas não possuem sequer merenda ou material didático, sem mencionar uma lista sem fim de outros problemas como estruturas precárias. Neste cenário, querem que estudantes e trabalhadores em educação fiquem calados: uma verdadeira Lei da Mordaça.

A onda de luta dos estudantes secundaristas é prova da força dos movimentos em defesa da educação. Não é à toa que querem desmobilizar e criminalizar quem participa de manifestações, atos públicos e passeatas. A “Escola sem Partido” busca evitar qualquer questionamento contra os grupos políticos tradicionais e impedir a denúncia sobre o ajuste fiscal que retirou bilhões de escolas e universidades.

 

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A CSP-Conlutas formou junto com outras entidades a Frente “Escola Sem Mordaça” para barrar essa ofensiva. O Fórum pretende somar na defesa da Educação Pública e barrar o arsenal de projetos que estão em tramitação com esse conteúdo.

Os projetos em questão dizem defender a “neutralidade do ensino” por meio da proibição da “doutrinação ideológica” nas escolas. Mas as entidades e trabalhadores em educação alertam o que por trás dessa suposta neutralidade: cerceamento da atividade pedagógica e criminalização dos movimentos sociais. Há relatos de várias partes do país que mostram como a lógica ditatorial dos projetos começou a ser aplicada através de perseguições e punições.

As entidades que lançam a Frente divulgaram um manifesto no qual explicam algumas das razões do movimento. “Defender a escola sem partido é defender a escola com apenas um partido. Partido daqueles que são contra uma educação laica e contra o debate sobre gênero, fortalecendo assim a cultura do estupro e a LGBTTIfobia presente em nosso país. Defendemos a escola crítica sim, a educação libertadora, a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão e pensamento. Historicamente, as classes dominantes do Brasil em seus sucessivos governos e em todas as esferas têm sucateado e precarizado a educação. Sequer a escola pública de qualidade em suas acepções fundamentalmente liberais é garantida à população, principalmente aos seus segmentos mais pauperizados”, diz trecho do documento.

 

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A CSP-Conlutas defende, em primeiro lugar, investimento na Educação. Não é possível discutir democracia com as escolas caindo aos pedaços. Para começar, é necessário 10% do Produto Interno Bruto (PIB) destinados à Educação imediatamente.

Reafirmamos nossas bandeiras históricas: a mais ampla democracia nas escolas em sintonia com as comunidades; a defesa dos concursos públicos; que os professores e funcionários tenham estabilidade, direitos e salários dignos; ensino plural, livre, de qualidade e nenhuma punição contra quem pensa diferente e critica a realidade em que vivemos. NÃO CALAREMOS!

O que é o Projeto Escola Sem Partido?
No Congresso Nacional, segundo a Frente Nacional contra o Projeto Escola Sem Partido, havia quatro projetos diretamente ligados à proposta na Câmara, e todos foram vinculados ao PL 7180/14. São eles o PL 867/15, o PL 7181/14, o PL 1859/15 e o PL 5487/16. Há, ainda, o PLS 193/16 tramitando no Senado, e o PL 1411/15 e o PL 4486/16, que a Frente considera relacionados ao tema, e tramitam na Câmara.
Quase todos os projetos reproduzem o texto do programa Escola Sem Partido, idealizado pelo advogado Miguel Nagib.

Clique AQUI e conheça os projetos

O que defende o Movimento Escola Sem Partido?

Miguel Nagib afirma que deve ser proibida a liberdade de expressão dos professores em sala, pois o fato de o aluno ser presença cativa, obrigatória, em sala de aula, a liberdade de expressão do professor prejudica a liberdade de conhecimento do aluno. Os alunos são tidos como a parte mais frágil da relação ensino e aprendizagem, e que, por isso, é necessário barrar o “abuso ideológico” que ocorre nas escolas.

A afixação deste cartaz, que seria obrigatório, resume a ideologia do Movimento:

 

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Clique AQUI e saiba mais

Não calaremos. CSP-Conlutas em defesa da “Escola Sem Mordaça”

O II ENE (Encontro Nacional de Educação), realizado em Brasília entre os dias 16 e 18 de junho de 2016, apresentou propostas de ação e caminhos para a unidade de todas e todos que atuam na defesa da educação pública e na defesa dos direitos da classe trabalhadora.

O II ENE impulsionou a necessidade da construção de um amplo e unitário movimento que organizasse a mobilização para resistir contra os ataques e enfrentar o desmonte da educação pública. A partir deste Encontro conformou-se a Frente “Escola Sem Mordaça”, a qual a CSP-Conlutas é uma das integrantes.

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Clique AQUI e confira as Resoluções do II Encontro Nacional da Educação e o Manifesto da Frente “Escola Sem Mordaça”

 

Precisamos desmistificar o “apartidarismo”

Sob o discurso do “apartidarismo”, estão os interesses dos mesmos grupos de sempre.

A juventude, os movimentos de periferia, ativistas no combate às opressões e trabalhadores muitas vezes manifestam uma forte desconfiança com os partidos políticos, que faz com que propostas ditas como “apartidárias” tenham espaço. Esse é um sentimento muito honesto, resultado inclusive da desilusão com o PT que aplicou o ajuste fiscal abertamente contra os jovens, trabalhadores e os setores oprimidos foram, sem dúvida, os mais afetados.

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A luta dos secundaristas nas ocupações, por exemplo, foi construída por baixo, pela base, através de assembleias e não nas cúpulas das entidades estudantis ou de qualquer organização partidária. Porém, se a política da “Escola Sem Partido” já tivesse prevalecido, essas mesmas ocupações que uniram estudantes, trabalhadores em educação e famílias não seriam possíveis.

Ao impor uma lógica “antipartidária” estão na verdade atacando partidos e movimentos de esquerda para que a escola reproduza uma ideologia única, de direita, daqueles que comandam a sociedade: os empresários, os ricos e poderosos.

Criminalizar para silenciar: Uma ofensiva mundial contra a Educação

Existe uma ofensiva mundial para calar aqueles que lutam em defesa da Educação. No México, por exemplo, a chamada Reforma Educativa pretende privatizar o ensino e criminalizar aqueles que resistem. Segundo informações da Coordenação Nacional Dos Trabalhadores Da Educação daquele país, como resultado dessa luta, há 14 companheiros mortos; 3360 docentes demitidos e outros milhares a caminho desse mesmo destino; dezenas de presos políticos; inúmeros mandatos de prisão e uma perseguição midiática e policial sem precedentes.

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No Brasil, o Projeto Escola Sem Partido, está longe de se preocupar com a qualidade de ensino, mas sim, se for aprovado, servirá como um mecanismo eficaz de criminalização e perseguição de trabalhadores e estudantes. Um retrocesso comparado apenas à volta da Ditadura Militar.

Por uma escola sem machismo, racismo e LGBTTIfobia

A ofensiva conservadora do programa “Escola Sem Partido” também tenta silenciar qualquer debate que incentive o respeito às diferenças, desde o entendimento da diversidade até o combate à violência causada pela intolerância.

Identificar as opressões relacionadas a gênero e sexualidade é uma tarefa urgente em nossa sociedade. Negar esse direito significa legitimar aqueles que se beneficiam da opressão e exploração. Não há neutralidade possível.

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O machismo, o racismo e a LGBTTIfobia precisam ser combatidos para que as todos tenham direito pleno à vida. É preciso ensinar que homens e mulheres, nas suas diferentes orientações sexuais devem ser respeitados, que mulheres podem ocupar os mesmos espaços que os homens e que seus corpos não estão à disposição do estupro ou controle por parte dos homens e do Estado, além da importância de ensinar sobre a história e a cultura da população negra e sobre como enfrentar o racismo.

A CSP-Conlutas conclama que todos se engajem contra a Lei da Mordaça e em defesa do ensino livre e laico. Onde seja possível divergir para que a realidade seja transformada e o conhecimento sirva para combater a opressão e exploração.

Fontes de Pesquisa:

 

Reforma do Ensino Médio é um grande ataque contra a Educação. É necessário organizar a resistência!

O governo Temer (PMDB) publicou nesta sexta-feira (23) o texto da Medida Provisória sobre a Reforma do Ensino Médio. A publicação confirma o conteúdo apresentado no dia anterior pelo Ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). O texto da reforma estabelece uma mudança estrutural da base curricular. Entre outros ataques, disciplinas como Sociologia, Filosofia, Educação Física e Artes deixarão de ser obrigatórias, ficando a “critério das redes de ensino”.

 

Clique aqui para conferir o texto final no Diário Oficial

 

Qual a proposta da Reforma do Ensino Médio?

 

O quadro abaixo, publicado pelo Portal G1, ajuda a compreender as mudanças propostas pelo Governo em comparação com o modelo atual:

 

 

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O que muda na reforma do ensino médio (Foto: Arte/G1)

 

A Reforma do Ensino Médio é um ataque contra a Educação

 

Joaninha Oliveira, da Secretaria Executiva  Nacional da CSP-Conlutas, destaca o caráter autoritário da proposta, imposto sem qualquer debate com a sociedade. “Essa Reforma merece ser chamada de ditatorial. É escandaloso que mudanças dessa magnitude sejam aprovadas sem que haja um amplo debate que envolva os profissionais em educação, os pais, comunidade e também os estudantes”, declarou.

 

A Educação no Brasil, que é mundialmente reconhecida como precária, tende a piorar. Apesar de defender “escola em tempo integral”, a proposta não oferece qualquer estrutura e tampouco valorização dos professores. “A medida prevê que as redes de ensino poderão contratar profissionais de notório saber. Notório saber é um nome bonito para justificar a contratação de pessoas sem diploma, rebaixando a qualidade de ensino para os estudantes. Para a elite desse país, os filhos da classe trabalhadora devem se contentar com uma formação técnica, para que no futuro sejam mão-de-obra barata e precarizada”, constatou Joaninha.

 

Miguel Leme, também da Executiva da CSP-Conlutas fez duras críticas contra a proposta. Segundo o dirigente, sem o entrosamento com as reivindicações da juventude e dos profissionais da educação, a Reforma do Ensino Médio significará um retrocesso. “Precisamos de políticas públicas que façam da educação um instrumento de promoção da diversidade e da inclusão. Este projeto, começando pela forma autoritária como foi apresentado, é a expressão das práticas repressivas contra os movimentos de ocupação de escolas e de greves de professores. É preciso resistir!”, conclamou.

 

É fundamental contextualizar essa Reforma no conjunto dos ataques que o governo Temer busca aplicar contra a classe trabalhadora. A PEC 241, que na prática, significa o fim do Piso Nacional do Magistério, só pode ser implementada mediante o desmonte da educação pública através da precarização. Da mesma forma, a Lei da Mordaça, representada pelos projetos ideologicamente identificados com a política da Escola Sem Partido, também caminha na mesma direção: não é por acaso que as áreas do conhecimento diretamente atingidas pela Reforma do Ensino Médio são justamente aquelas que a elite do país tenta silenciar.

 

É verdade que o governo tem pressa, a medida será levada imediatamente ao Congresso, que terá até 120 dias para a votação e depois encaminhada para o Senado. Mas, também é necessário pontuar que não estamos diante de um projeto novo. Essa Reforma foi defendida pelo PT durante a campanha eleitoral em 2014. Veja no vídeo:

 

 

 

Vamos barrar a Reforma do Ensino Médio e todos os ataques dos governos e patrões!

 

Temer, que possui apenas 5% de aprovação popular, declaradamente governa para os banqueiros, latifundiários e empresários. Quer aplicar a fundo reformas contra a educação, a previdência e os direitos trabalhistas, além de privatizar todas as riquezas do país. Nesta quinta-feira (22), milhares de professores e estudantes foram às ruas em todo país em defesa da educação. Está marcado para o dia 29 de setembro paralisação nacional dos metalúrgicos pelos direitos dos trabalhadores, que também mobilizará outras categorias. Está na hora de organizar uma greve geral no país que barre os ataques.

Fonte: CSP-Conlutas

Dia Nacional de Mobilização Rumo à Greve Geral será marcado por paralisações na UESC

10Os professores da UESC paralisarão as atividades nesta quinta-feira (22) como parte do Dia Nacional de Mobilização Rumo à Greve Geral. A data também será marcada por mobilizações e paralisações de diversas categorias dos serviços públicos e privados, contra o ajuste fiscal, a retiradas de direitos e pelo Fora Temer. Os servidores técnicos da UESC também aprovaram em assembleia a adesão ao dia nacional de lutas com paralisação das atividades.

O Dia Nacional de Lutas é uma iniciativa das diversas centrais sindicais, como a CSP-Conlutas, também dos movimentos sociais, estudantis e organizações políticas de esquerda. O objetivo é intensificar a reação e a unidade dos trabalhadores contra os ataques aos direitos sociais em curso rumo à greve geral. As organizações denunciam medidas como o PLP 257/16 (PLC 54/16), a PEC 241/16, e as reformas previdenciária e trabalhista previstas no documento “Ponte para o futuro” do governo ilegítimo de Michel Temer.

Caso sejam aprovadas, as medidas ameaçam a existência de direitos essenciais para  toda a população. A PEC 241, por exemplo, congela o orçamento da saúde, da educação e outros gastos públicos por vinte anos; o PL 257 cria programa de demissão voluntária e impede o cumprimento dos planos de carreira dos servidores públicos; já a reforma trabalhista prevê a flexibilização da CLT, permitindo que os patrões possam negociar acordos independente da legislação, ameaçando as férias e o 13º salário, por exemplo. A Reforma da Previdência visa estabelecer novas regras para a aposentadoria, ampliando a idade mínima.

Neste sentido, é imprescindível a resistência organizada da classe trabalhadora, que prepara mobilizações e paralisações nesta quinta-feira (22), em todo país. No dia 29 de setembro novas mobilizações devem compor a unidade com a paralisação nacional dos metalúrgicos.

Mobilização nas universidades

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O vice-presidente da AFUSC, Rafael Bertoldo, contribuiu com os informes sobre a reunião do Fórum das Doze e a mobilização dos Servidores Técnicos

Para ampliar a mobilização interna, a assembleia também aprovou a criação de uma comissão de mobilização composta pelos docentes José Luiz e Paulo Santos, da diretoria da ADUSC, além de Emerson Lucena e Lucas Sampaio.

A plenária também discutiu a pauta unificada durante a reunião do Fórum das Doze (que congrega as entidades representativas de docentes, estudantes e técnicos das UEBA), a fim de ampliar a unidade da comunidade acadêmica. Professores, estudantes e técnicos defendem: Combate ao PLP 257, a PEC 241 e as reformas da previdência e trabalhista; 7% da RLI para o orçamento das universidades com o objetivo de garantir direitos trabalhistas, melhores condições de trabalho e estudo; 1% da RLI para permanência estudantil; garantia do reajuste linear; realização de concursos públicos para docentes e técnico-administrativos; combate à privatização e terceirização nas Universidades Estaduais da Bahia.

A reunião do Fórum das Doze, que definiu a pauta, aconteceu no dia 12 de setembro e aprovou como encaminhamentos: reforçar, junto à comunidade acadêmica, a denúncia sobre o sucateamento das Ueba; organizar uma agenda de reuniões, local e estadual, entre as categorias; construir um calendário de ações unificado; apoio à paralisação do dia 22; além de convocar uma reunião com a reitoria para discutir o orçamento da universidade. A próxima reunião está agendada para dia 13 de Outubro, na UESC.

Jornada de Lutas rumo à Greve Geral: presidente do ANDES-SN ministrará aula pública na UESC, em 15 de Setembro

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No dia 15 de setembro mobilizações em todo o Brasil marcarão o “Dia Nacional de Lutas rumo às Greve Geral”. A data faz parte da Jornada de Lutas que teve início no dia 12 com um acampamento que segue até o dia 14 em Brasília. A mobilização é contra o aprofundamento do ajuste fiscal, das retiradas de direitos e das reformas previdenciárias e trabalhistas em curso. Como parte das mobilizações nacionais a ADUSC promoverá uma aula pública, que será ministrada pela presidente do ANDES-SN, Eblin Farange, a partir das 17 horas, no CEU. A mobilização de docentes em diversas cidades baianas também fazem parte do “Dia Estadual de Luta em Defesa da Educação Pública e dos Direitos”.

O Dia Estadual de Luta foi encaminhado pelo Fórum das Associações de Docentes (ADs) das Universidades Estaduais Baianas (UEBAs). O objetivo é denunciar o descaso do governo com a educação pública na Bahia e cobrar solução para os atuais problemas. Nas universidades estaduais, o corte de 73 milhões no orçamento tem prejudicado aulas de campo, compra de materiais e o pagamento de contas, fornecedores e da mão-de-obra terceirizada. Além disso, direitos trabalhistas estão sendo constantemente negados.

Também tramitam no congresso federal projetos que querem acabar de vez com a educação e outros serviços públicos essenciais como a saúde. O Projeto de Lei 257 impossibilita a realização de concursos públicos e a garantia de direitos como promoções e progressões na carreira dos servidores públicos. Já o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241 congela o orçamento da educação e de outros serviços por 20 anos. Além disso, o projeto “Escola Sem Partido” pretende colocar uma mordaça nos professores e ainda questiona a capacidade crítica dos estudantes.

Na UESC, a programação do “Dia Estadual de Luta em Defesa da Educação Pública e dos Direitos” começa cedo, com passagens em sala e panfletagem no campus. Uma aula pública com o mesmo tema será ministrada pela presidente do ANDES-SN, Eblin Farange, a partir das 17 horas, no CEU. Após os debates os presentes participarão de uma programação cultural.

Campanhas salariais de bancários, metalúrgicos, petroleiros e trabalhadores dos Correios indicam mobilização unificada no dia 15 de setembro

Bancários entram em greve nesta terça-feira e abrem caminho para as mobilizações

Estamos no mês em que categorias estratégicas do país entram em campanha salarial. Neste segundo semestre, bancários – que entraram em greve na terça-feira (6) -, petroleiros, metalúrgicos e trabalhadores dos Correios vão para cima da patronal, que já sinalizou que vai endurecer e não pretende fazer concessões, muito menos atender as reivindicações.

Diante de tal intransigência, é fundamental que as categorias em luta estejam dispostas a se unir para enfrentar a realidade de crise política e econômica e tenham força para não deixar mexerem em seus direitos e muito menos permitir que a crise sirva de desculpa para rebaixar acordos.

Por isso, está sendo chamado um Dia Nacional de Luta Unificado no dia 15 de setembro para fortalecer cada uma dessas categorias. A CSP-Conlutas estará à frente para impulsionar e buscar a unidade necessária e assim dar continuidade às ações rumo à construção da greve geral.

É importante que esses trabalhadores também engrossem esse calendário de mobilizações e a unidade frente à ameaça do governo em relação às reformas Previdenciária e Trabalhista, assim como o PLP 257 e PEC 241, para lutarmos contra as demissões (que segue como no caso da Mercedes e Embraer) e em defesa de uma pauta unitária.

A orientação é que os sindicatos da CSP-Conlutas façam assembleias para aprovar o Dia Nacional de Luta e o chamado a uma greve unificada.

Bancários – A greve começa hoje(6) em todo país. “A greve dos bancários que se enfrenta com o governo Temer e os banqueiros. Não vamos aceitar essa proposta rebaixada dos bancos que só no primeiro trimestre lucraram mais de 30 bilhões de reais”, destacou o presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Eloy Natan Silveira, que também compõe o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB). O bancário salienta que a previsão é de forte adesão à greve diante da proposta “indecente apresentada pelos banqueiros”.

Sobre a unidade com as outras categorias para a realização de uma forte mobilização no dia 15, o dirigente destaca que o empenho é grande para que esse dia se concretize. “Em vários estados estamos realizando reuniões e plenárias com as outras categorias e participado de suas respectivas assembleias. Aqui no Maranhão, os trabalhadores dos Correios participaram de nossa assembleia, assim como nós vamos participar da assembleia deles, que acontece amanhã. A unidade da categoria é importante, pois acreditamos que esse é o passo  para a greve geral”, reforçou o dirigente.

Em nota, a bancária Juliana Donato, que também compõe o MNOB, destaca que os banqueiros apresentaram uma proposta vergonhosa de apenas 6,5% de reajuste, mais um abono de R$ 3 mil. A mesa especifica de negociação do Banco do Brasil não teve nenhum avanço. A inflação foi de 9,57% no período. Isso significaria uma perda salarial superior a 3% no ano.

 

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Ainda segundo a bancária, os bancos continuam diminuindo seus gastos com folha de pagamento nos últimos anos e aumentando sua receita com cobrança de tarifas e juros.

 

Trabalhadores dos Correios – Essa categoria fará assembleias em todo país também na terça e já apontam nova assembleia para o dia 14 com indicativo de greve para o dia 15 de setembro.

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Os ecetistas alegam que desde que começaram as reuniões de negociações, a direção da empresa (ECT) apresenta contrapropostas com ataques aos seus direitos conquistados com muita luta, e não há avanço no atendimento de suas reivindicações. Neste sentido estão dispostos a ir à greve.

 

Esses trabalhadores estão em luta também contra o governo Temer e direção da ECT, pois ambos querem aumentar a exploração e flexibilizar a jornada de trabalho e reduzir salários.

 

PetroleirosA campanha está permeada por um forte calendário de mobilização que se estende até o dia até o dia 10, com assembleias e mobilizações (atos, atrasos, mobilizações) nas bases, além aprovaram um Dia Nacional de Luta, com paralisação, no dia 14.

 

petroleirosOs petroleiros entregaram à Petrobrás no dia 26 de agosto a pauta reivindicatória para a renovação do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), cuja data-base é 1º de setembro. Além do reajuste salarial, com reposição integral do maior índice de inflação dos últimos 12 meses e ganho real de 10%, estão incluídas na pauta todas as propostas da campanha do ano passado e as que foram apresentadas e aprovadas no último congresso da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Entre elas a oposição à venda de ativos, que é a privatização; contra a venda do pré-sal; benefício Farmácia e AMS; nenhum direito a menos; fim das punições. O plano de ação prevê assembleias de base até o dia 15/9 para ratificar a pauta e autorizar a FNP a negociar o novo ACT, com caravanas pelas bases da FNP entre os dias 5 e 16/9.

 

Metalúrgicos Os metalúrgicos da CSP-Conlutas já aprovaram a participação da categoria no 15, data  da luta unificada da Campanha Salarial para aumentar a pressão sob os patrões por aumento de salários e direitos.

 

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A decisão foi tomada na Plenária Nacional Metalúrgica da CSP-Conlutas, que aconteceu nesta sexta-feira (2), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. O encontro reuniu 80 metalúrgicos de dez entidades diferentes, dentre elas a Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais, os sindicatos dos metalúrgicos de Itajubá, São João Del Rey, Lambari, Pirapora, Itaúna, dentre outros.

 

A categoria expôs as dificuldades enfrentadas nas negociações da Campanha Salarial. Além de não querer dar aumento real de salários, os empresários estão propondo a retirada de direitos, como a estabilidade para lesionados, redução do adicional noturno e até o fim do café da manhã.

 

Os metalúrgicos da CSP-Conlutas também se posicionaram diante do impeachment da ex-presidente Dilma. Para os trabalhadores, Dilma já vai tarde, mas Temer não é a solução.

 

“Dilma sempre atacou nossos direitos e Temer já quer impor aos trabalhadores a idade mínima de 65 anos para aposentadoria. Para impor esse ataque, vai contar com a ajuda dos corruptos do Congresso Nacional. Por isso, precisamos colocar pra fora não apenas Temer, mas todos eles”, afirmou o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

 

Não vamos pagar pela crise

 

Segundo dados relativos a acordos e convenções coletivas registrados no Ministério do Trabalho (MTE), no primeiro trimestre deste ano, 10,94% das negociações foram fechadas com correção inferior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumulou alta de 7,68% nos 12 meses encerrados em março, segundo este levantamento.

 

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Como comparativo, esse dado representa o triplo do registrado em igual período do ano passado, quando apenas 3,54% dos 5.031 acordos resultaram em índice menor que o INPC, na época em 5,38%.

 

No primeiro trimestre de 2014, os aumentos reais ficaram entre 1,82% e 2,05%, acima da inflação. Neste ano, estão decrescentes: 1,64%, em janeiro, 0,93% em fevereiro e 0,64%, em março, em média. O levantamento foi feito pelo site salários.org.br e é com base em 2.121 convenções e acordos coletivos fechados este ano, por cerca de 50 categorias com data-base entre janeiro e março.

 

Neste sentido, a unidade de todas as categorias para barrar esses acordos rebaixados será determinante para que os trabalhadores, diferente do que aconteceu no primeiro trimestre, não amarguem perdas.

 

Unidade contra todos os governos e os patrões

 

Vamos impulsionar uma greve geral no país, junto aos demais trabalhadores e extrapolar as pautas especificas das campanhas salariais, transformando essas ações em uma luta contra os patrões e os governos.

 

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A tendência é que Temer em concordância com a patronal siga aprofundando os ataques do governo Dilma, para encontrar uma saída que jogue a crise nas costas dos trabalhadores. Esse governo precisa implementar a aplicação do ajuste fiscal, as reformas Trabalhista e da Previdência, pois ainda segue aberta a crise política. Além das lutas contra tais projetos, também está colocada a luta pelo “Fora Temer e todos os corruptos e reacionários do Congresso”, a central ressalta, no entanto, que não apoia a volta de Dilma.

 

Por tudo isso, a CSP-Conlutas convoca a todas essas categorias a transformar o dia 15 de setembro em um dia de grandes atos pelo país e unificar as datas de mobilizações.