AJUSTE FISCAL: GOVERNO RENUNCIA A R$ 8 BILHÕES EM IMPOSTOS ENQUANTO CONGELA SALÁRIOS DE SERVIDORES

Desde 2015 os salários dos servidores públicos estão congelados pelo governo Rui Costa (PT). Os docentes das Universidades Estaduais da Bahia enfrentam o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos. Enquanto isso, o relatório do Tribunal de Contas da Bahia (TCE) aponta que de 2015 a 2017 o Estado renunciou a R$ 8 bilhões em impostos. Apesar da promessa de geração de empregos como contrapartida ao benefício fiscal aos empresários, o TCE também afirma que existem problemas para o “acompanhamento dos empreendimentos incentivados, quanto ao cumprimento dos compromissos assumidos”.

Veja o relatório das contas 2017 do Tribunal de Contas da Bahia.

Governar pra quem?
Em 2017, foram 107 protocolos de intenções firmados na Bahia, ou seja, contratos para isenção fiscal. A previsão de investimento da iniciativa privada era de R$ 4,8 milhões e criação de quase 25 mil empregos. Contudo, com as dificuldades para verificação do cumprimento das metas, não se sabe se elas foram colocadas em prática. Apesar disso, o governo deixou de arrecadar R$ 2,8 bilhões apenas no ano passado. Significa dizer que o investimento do setor privado na economia não chega a 1% do total das renúncias fiscais do mesmo ano.

O valor das isenções fiscais de 2017 representam 41,49% do total gasto em saúde e 50,5% do utilizado em educação. As quatro Universidades Estaduais da Bahia poderiam ser financiadas integralmente por dois anos. Apenas com o valor que deixou de ser arrecadado em 2017 seria possível pagar cerca de 70% da perda salarial acumulada nos últimos três anos dos 270 mil servidores públicos da Bahia. Mais de 30 mil servidores estão com vencimentos abaixo do salário mínimo.

Como funciona a renúncia fiscal
O Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica do Estado da Bahia (Desenvolve), criado em 2001, é o principal meio de renúncia fiscal no Estado. O Desenvolve englobou mais de 70% da isenção realizada em 2017. As empresas participantes têm direito a pagar 90% do valor devido do ICMS em até 72 meses. Além disso, o pagamento antecipado de cada uma das parcelas terá desconto de até 90%. Por exemplo, se o imposto devido for de R$ 100, a empresa pagará R$ 10 e dos R$ 90 restantes o desconto pode chegar a R$ 81. Portanto, a dívida com o Estado de R$ 100 se transforma em R$ 19.
É claro a quem serve a política realizada pelo Estado da Bahia. O governo Rui Costa abre mão de recursos que poderiam ser investidos em saúde, educação, respeito aos direitos trabalhistas, sem garantia real de contrapartida social, beneficiando apenas aos patrões.

Fonte: Adusb com informações do Tribunal de Contas da Bahia e Portal da Transparência.
Texto: Ascom Adusb

FÓRUM DAS ADS DENUNCIA ARROCHO SALARIAL COM BUSDOORS EM SALVADOR

Desde a última quinta-feira, dia 23 de Agosto, busdoors estampam as ruas de Salvador com a campanha de mídia 2018 dos docentes das Universidades Estaduais da Bahia. Os painéis denunciam a situação crítica que os professores e o funcionalismo público baiano enfrentam há três anos sem reajuste salarial. O material circulará durante 30 dias entre os meses de agosto e setembro.
As peças publicitárias de ônibus circularão pela capital enquanto serão distribuídos outdoors nas demais cidades do interior da Bahia. Os dois materiais de campanha possuem o mesmo layout e abordam os reflexos do congelamento salarial que já representa o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos. A conclusão foi revelada através de um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Leia mais


Busdoor nas ruas.

A intensificação da campanha de mídia foi um encaminhamento da última reunião do Fórum das ADs. As representações docentes indicaram a ação para ampliar o diálogo com a sociedade baiana sobre a pauta de reivindicações 2018 (leia mais). Desde o dia 18 de dezembro de 2017 o Fórum das ADs protocolou a pauta deste ano. Mesmo com o empenho das representações docentes e várias ações de luta, o governo e seus representantes não flexibilizam as suas posições e se negam a dialogar. Já são mais de oito meses sem nenhuma reunião agendada.
Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, defendeu que é preciso ampliar os canais de diálogo com a população baiana. “A nossa pauta não é apenas nossa, pois as universidades estão sendo atacadas e elas são um patrimônio do povo baiano. É por isso que consideramos muito importante intensificar a campanha para intensificar e fortalecer a luta”, destacou Barroso.
A campanha de mídia do Fórum das ADs conta com diversos materiais para a divulgação da pauta 2018, a exemplo de camisas, adesivos, marcadores de página, ventarola, notas, vídeos, cards, peças para as redes sociais, panfleto e faixas. Saiba mais sobre os vídeos divulgados no mês de agosto.

FÓRUM DAS ADS DIVULGA VÍDEOS COM AS REIVINDICAÇÕES DOCENTES

Vídeo Fórum das ADs – Campanha de Mídia 2018
Vídeo Fórum das ADs – Campanha de Mídia 2018

Como parte das ações da campanha de mídia 2018, o Fórum das ADs divulgou este mês de agosto vídeos com as reivindicações dos professores das Universidades Estaduais. Os VTs estão disponíveis na página do facebook do Fórum, das Associações Docentes e também para compartilhamento via WhatsApp.
Através dos vídeos, a categoria denunciou a redução orçamentária no custeio e investimento das universidades nos últimos quatro anos, chegando a mais de R$ 200 milhões da verba. Os VTs trataram, ainda, das questões relacionadas a direitos trabalhistas, arrocho salarial e a inflexibilidade do governador Rui Costa para diálogo e negociação. Os quatro vídeos explicam numa média de um minuto os pontos centrais de cada questão.
“Preparamos um material que fosse acessível não só para a comunidade acadêmica mas para a população baiana de modo geral. É muito importante ocuparmos as redes sociais levando através delas informações verdadeiras capazes de multiplicar a nossa luta”, destacou Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs.

Assista os vídeos na íntegra.

VT sobre orçamento
VT sobre direitos trabalhistas
VT sobre arrocho salarial
VT sobre não negociação

COM A PRESSÃO DO MOVIMENTO DOCENTE, GOVERNO DA BAHIA RECUA NO CORTE DE SALÁRIO

foto_assembeliaApós pressão do movimento docente, a reitoria da Uneb divulgou nesta quarta-feira (23) o recuo do Governo do Estado na medida autoritária de corte dos salários (leia mais). A informação é que uma folha suplementar será lançada até o dia 31 deste mês, reestabelecendo os valores cortados. Nessa quinta-feira (23), os professores da Uneb discutiram em assembleia a situação. Ficou marcada nova assembleia para o dia 31 de agosto 2018, onde a categoria irá avaliar os encaminhamentos caso a folha suplementar não se concretize.
Leia mais sobre a assembleia da ADUNEB.
Ainda no início da semana, a coordenação da ADUNEB convocou uma reunião com a reitoria, denunciando a arbitrariedade do governador Rui Costa e cobrando da administração central um posicionamento firme na defesa da autonomia universitária e dos direitos trabalhistas. Após essa reunião, a gestão da universidade acordou com o superintendente de Recursos Humanos da Saeb, Adriano Tambone, a criação de folha complementar para reposição dos dias descontados (leia mais).
As demais Associações Docentes também denunciaram a medida através de uma nota de repúdio assinada pelo Fórum das ADs. Leia na íntegra a nota pública do Fórum.

Governo “mãos de ferro”
O autoritarismo do governo Rui Costa atingiu cerca de 2.063 docentes que compõem o quadro de vagas da Uneb. O objetivo da medida foi de punir os professores pela paralisação de 06 a 11 de agosto que, entre outros pontos, protestavam contra a ameaça de corte das passagens docentes. Entenda os motivos do protesto.
De acordo com Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, essa foi a primeira vez que o governo cortou o salário dos professores por conta de paralisação. “Já tivemos o nosso salário cortado durante greves, agora isso nunca ocorreu em situações de paralisação. Nem mesmo durante os governos carlistas. A política que o governo Rui Costa implementa, hoje, é de um duro ataque contra os/as trabalhadores/as e seu direito de organização sindical”, destacou Barroso.
A última vez que o Governo do Estado cortou os salários dos professores foi durante a greve de 2011, ainda no governo de Jaques Wagner. Em 2003 e 2005, o governo Paulo Souto também cortou o salário dos professores durante o movimento grevista. Na época, foram ajuizados mandados de segurança coletivos entre às ADs para assegurar o pagamento de salários.

Outras ameaças
Nos últimos dias, os técnico-administrativos das Universidades Estaduais da Bahia também foram ameaçados de descontos no pagamento. O motivo apontado pela circular nº 8 da Superintendência de Recursos Humanos foi a paralisação de 24h, no dia 16 de agosto, em protesto contra o silêncio do governo sobre a pauta de reivindicações dos servidores técnicos.
Leia mais sobre as ameaças de cortes nos salário dos técnicos.

NOTA DE REPÚDIO AO CORTE DE SALÁRIOS DOS DOCENTES DA UNEB: GOVERNO RUI COSTA, INIMIGO DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS!

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As crueldades do governo estadual de Rui Costa não têm fim. Após ameaçar com cortes no salários os servidores técnico-administrativos das Universidades Estaduais baianas, o governo agora volta seu autoritarismo contra os professores da UNEB.
Na semana de 6/8 a 11/8, por deliberação da assembleia docente da Associação dos Docentes da UNEB – ADUNEB, a categoria paralisou suas atividades. A paralisação se deu em protesto aos impactos nefastos na UNEB da política do governo baiano de sucateamento das Universidades Estaduais.
O governo, desrespeitando a autonomia universitária, determinou à reitoria da UNEB que encaminhasse a relação dos docentes que aderiram à paralisação docente, sob ameaça de corte salarial correspondente aos dias da paralisação.
O Fórum das ADs repudia veemente mais esse ataque do governo aos direitos trabalhistas. A paralisação é um direito legítimo dos trabalhadores, que só podem contar com sua resistência organizada para defender seus direitos. Retóricas jurídicas de suposta legalidade não mudam o fato de que o corte de salários é uma medida antissindical, com objetivo de punir e criminalizar o movimento docente. Aos legalistas de plantão lembramos que o poder judiciário legitima as medidas antissindicais e de ataques aos direitos trabalhistas, porque, privilegiados pela democracia burguesa, podem aumentar o próprio salário na “canetada”.
O movimento docente baiano não se intimidará com o neocarlismo petista do governo Rui Costa. Seguiremos na luta, firmes, em defesa dos nossos direitos!

22 de agosto de 2018.

Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia
ADUSB – ADUSC – ADUNEB – ADUFS

Técnicos-administrativos das Ueba paralisam por 24h e sofrem ameaças de corte de ponto

Na última quinta-feira (16) os Servidores Técnicos das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) paralisaram suas atividades nas quatro universidades – Uefs, Uesc, Uesb e Uneb. A paralisação reivindicou resposta do governador Rui Costa sobre a pauta da categoria que, assim como a pauta dos docentes, foi entregue por diversas vezes e segue sendo ignorada. Ao invés de atender as questões relativas à pauta, a resposta dos representantes governistas às manifestações foi de cobrar das reitorias a relação de frequência dos servidores, com ameaças de corte de ponto.

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A circular nº 08, assinada pelo Superintendente de Recursos Humanos Adriano Tambone, cobra das reitorias a relação de frequência dos técnicos-universitários no dia da paralisação. No texto, o governo intima os servidores afirmando que haverá desconto do dia não trabalhado.  Leia o documento na íntegra.
A assessoria de comunicação do Fórum das ADs entrou em contato com o Firmino Júlio, presidente do Fórum dos Técnicos, e perguntou a posição dos representantes técnicos diante do documento. Firmino afirmou que a paralisação foi legítima e que os Sindicatos dos Técnicos-administrativos divulgou uma resposta pública sobre o assunto, amparada em suas assessorias jurídicas. “O Fórum dos Técnicos publicará uma carta pública unificada. Estamos trabalhando junto com nosso setor jurídico para dar a melhor resposta em defesa da nossa categoria”, afirmou o presidente. Leia a nota do Sintest à categoria.

Contradição
O governo Rui Costa (PT) mostra mais uma vez sua postura autoritária e contraditória. Em 1995 o governo carlista publicou o Decreto 4264/1995, criando uma série de medidas de ataque ao direito de greve e manifestação dos servidores públicos. Uma delas era o corte de ponto. O Partido dos Trabalhadores (PT), em conjunto com outros partidos, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) contra o Decreto, por ser contrário às medidas aprovadas à época pelo governo carlista. Na esteira dos diversos ataques do governo Rui Costa aos direitos trabalhistas, o mesmo agora reproduz até práticas carlistas. Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, destaca que “A prática é o critério da verdade. E a verdade é que o governo Rui Costa não respeita os direitos trabalhistas.” Leia mais sobre o Decreto 4264/1995.
Barroso aponta mais uma contradição do governo petista. “É uma postura autoritária, antissindical. Isso mostra como o governo petista oscila nos seus argumentos quando lhe é conveniente.” destacou Barroso. “Nós professores prestamos toda solidariedade aos servidores técnicos. A organização sindical é um direito historicamente conquistado pelos trabalhadores.”, concluiu.

Leia a nota de repúdio do Fórum das ADs em conjunto com o ANDES-SN.

Motivos da luta
Em nota distribuída à comunidade acadêmica, os servidores apresentaram os motivos da manifestação. Atualmente o salário-base da categoria está abaixo do mínimo, no valor de R$ 796,00 reais, e não passa por reajuste desde 2015. A situação já gera perdas salariais que chegam a 80%. Outras reivindicações dos servidores dizem respeito ao auxílio alimentação, que está abaixo do ideal, e ao adicional de insalubridade, que foi cortado sem explicações

Confira na íntegra a nota do Fórum dos Servidores Técnicos Administrativos com os motivos da mobilização.

Fórum das ADs intensifica campanha de mídia e avalia próximos passos da luta

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Foto: Ascom Fórum das ADs

No último dia 3 de agosto o Fórum das ADs reuniu-se na Adusc para discutir as ações do movimento docente com o retorno das atividades acadêmicas nas Universidades Estaduais. Os professores refletiram sobre a necessidade de ampliar o diálogo com a sociedade baiana sobre a pauta de reivindicações 2018. Nesse sentido, foi apontado para o mês de agosto intensificar a campanha de mídia em toda Bahia com outdoors, spot de rádio e busdoor, na capital.
Além dos encaminhamentos de comunicação, as representações docentes discutiram meios e formas de tratar a pauta 2018 durante o período eleitoral. Foi apontada uma ação jurídica mais incisiva contra o governador Rui Costa pelo não cumprimento dos direitos trabalhista durante a sua gestão. A reunião indicou uma avaliação junto às assessorias jurídicas de uma denúncia contra o governo Rui Costa na Organização Internacional do Trabalho – OIT, pelo descumprimento dos direitos trabalhista e não pagamento da reposição da inflação. O Fórum solicitará, ainda, reunião e audiências com todos os candidatos ao Governo do Estado e Senado para apresentar a pauta das Universidades Estaduais da Bahia.
“A nossa categoria e a educação pública baiana sofreram muito durante o governo de Rui Costa. Desde 2014 as quatro universidades acumulam cortes em investimento, manutenção e custeio que passam de 200 milhões de reais. Além disso, amargamos a maior perda salarial dos últimos 20 anos. A insatisfação no funcionalismo público e no setor da educação é grande. O Governo Rui retira direitos e se mostra totalmente inflexível para o diálogo. Não deixaremos de pautar isso durante o período eleitoral”, afirmou Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs.

Rodadas de Assembleias e agenda
Para fortalecer o debate na categoria e apontar as ações do segundo semestre, o Fórum das ADs indicou uma rodada de assembleias unificadas nas quatro Universidades Estaduais para o dia 19 de setembro. As representações docentes indicaram que as assembleias discutam um dia unificado de luta, com atos locais e paralisação, para o dia 27 de setembro.
Além das assembleias, está também no calendário do movimento docente a participação do XVI Seminário Nacional das Instituições de Ensino Superior Estaduais e Municipais (Iees/Imes). O encontro ocorrerá nos dias 21, 22 e 23 de setembro na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos dos Goytacazes (RJ) e terá como eixos centrais Previdência, Carreira, Salário e Financiamento nas Iees e Imes.
A próxima reunião do Fórum ocorrerá em Feira de Santana, na Adufs, no dia 13 de setembro, a partir das 9h.

Fonte: Fórum das ADs

NÚMEROS COMPROVAM CORTES NO ORÇAMENTO DA FAPESB

O valor de execução orçamentária da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) registrou uma queda de R$ 96,4 milhões para R$ 70,8 milhões entre 2014 e 2017. A redução representa um corte de cerca de 27% (R$ 25,6 milhões) nesse período. É o que aponta o levantamento feito pelo Fórum das ADs com base nos números obtidos através do portal oficial do Governo do Estado, o Transparência Bahia.

photo453623726021388690 (1)Pesquisadores e instituições têm alertado sobre a situação crítica da Fapesb, a principal agência de fomento à pesquisa da Bahia. A dificuldade orçamentária tem sido levantada há três anos por algumas reitorias das universidades e entidades, como o Instituto Gonçalo Muniz, braço da Fiocruz na Bahia, e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), junto com a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Apesar do atual secretário da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, Vivaldo Mendonça, alegar que as questões da Fapesb se tratam de “uma falsa crise” e temas administrativos de gestão (leia mais), os números divulgados pelo próprio governo comprovam o contrário. O governador Rui Costa (PT) realiza cortes orçamentários no incentivo à pesquisa desde que a assumiu a gestão do Estado da Bahia, em 1 de janeiro de 2015.

Ataques à Fapesb
De acordo com o Artigo 5º da Lei Estadual nº 7.888/2001, é determinado que o governo repasse 1% da “Receita Tributária Líquida” para investimento na Fundação. No entanto, o que os números do Transparência Bahia também comprovam é que, apesar da receita tributária do estado ter aumentado, o repasse para a Fapesb não acompanhou este aumento.
Cerca de 80% dos recursos da Fapesb são provenientes de repasses do governo do estado, o restante vem de parcerias internacionais e federais. Se for mantida a mesma razão de despesas por mês executadas até junho de 2018, o orçamento deste ano fechará em R$ 48,8 milhões, um corte significativo em relação a 2017.
Acesse na íntegra os repasses das receitas tributárias entre 2015 e o primeiro semestre de 2018.

Reflexos do corte
Nas Universidades Estaduais da Bahia os impactos dos cortes já são uma realidade. O pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Aristeu Vieira, afirmou que pesquisas em diversas áreas têm sofrido, principalmente as que demandam equipamentos e materiais de consumo específicos como reagentes de laboratório.
Segundo o pró-reitor, em levantamento feito com pesquisadores da Uefs, em maio de 2017, foi detectado que R$ 5,2 milhões em projetos de pesquisa aprovados desde 2014 não tinham sido repassados pela Fundação de Apoio à Pesquisa no estado da Bahia (Fapesb).
O Fórum das ADs entrou em contato telefônico com a assessoria de imprensa da Fapesb com perguntas relativas ao corte no orçamento da instituição. A assessoria informou que, nesse momento, o setor não tem autorização das esferas superiores para fazer nenhum pronunciamento sobre o assunto.

Pesquisa em risco
Tanto na esfera estadual quanto federal a pesquisa científica está na mira dos governos. O conselho superior da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) informou na última quinta-feira (2), em nota pública, que o governo Temer possivelmente efetuará um corte na pesquisa brasileira que pode suspender 200 mil bolsas a partir de agosto de 2019.
Para Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, o momento exige unidade em defesa da pesquisa e do ensino público. “É evidente que o governo Temer aprofundou os ataques à pesquisa, educação e aos direitos trabalhistas. Contudo, o que se percebe é que na esfera estadual isso já é uma realidade implementada por outros governos, como é o caso do governo Rui Costa em relação às Universidades Estaduais baianas e a Fapesb. Precisamos fazer uma defesa intransigente da educação pública em todas as esferas”, demarcou Barroso.
Leia também a nota de repúdio do Fórum das ADs e do ANDES-SN sobre os cortes na Capes.

Fonte: Fórum das ADs

ADS PROPÕEM AO FÓRUM DE REITORES AÇÕES CONJUNTAS EM DEFESA DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS

 

Na última sexta-feira (20) o Fórum das ADs reuniu-se com o Fórum de Reitores para discutir sobre o atual cenário das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Na oportunidade, os docentes apresentaram para os gestores propostas de ações unitárias no sentido de ampliar as iniciativas em defesa das universidades. Mesmo com a disposição das ADs em construir iniciativa conjuntas, os reitores não deram retorno imediato sobre todas as propostas.
Reunião do dia 20.07.18. Foto: Ascom Aduneb
Reunião do dia 20.07.18. Foto: Ascom Aduneb

A reunião, solicitada pelas Associações Docentes (ADs), pautou o contingenciamento e execução orçamentária de 2018, direitos trabalhistas e congelamento de salários. Além disso, foi cobrado novamente compromisso das reitorias da Uefs e Uesc para resolver a nomeação dos concursos públicos ocorridos em janeiro deste ano. Leia mais

Audiência Pública
Entre as proposições, o Fórum das ADs reivindicou a necessidade de construir uma audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) sobre “O futuro da educação pública na Bahia”. A proposta das ADs é que esse espaço seja construído coletivamente entre todos os setores da comunidade acadêmica: estudantes, servidores e professores. Os reitores acordaram sobre a iniciativa e se comprometeram em atuar para que o espaço ocorra antes da votação da Lei Orçamentária Anual – LOA 2019, conforme foi demarcado pelas representações docentes.
Desde 2017 o Fórum das ADs cobra intensamente à Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Serviços Públicos, através de ofícios e reuniões, a necessidade de uma audiência pública sobre o assunto. Leia na íntegra o pedido de audiência feito ainda em julho de 2017.

Nota conjunta em defesa das Ueba
Além da audiência pública, o Fórum das ADs também propôs aos reitores uma nota conjunta contra o desmonte do ensino superior baiano, principalmente diante dos novos contingenciamentos orçamentários apresentados pelo Governo do Estado. Mesmo reconhecendo a situação crítica das universidades, os representantes da administração central pediram um tempo para avaliar a adesão das reitorias à proposta.
“Estamos propondo essa nota conjunta porque acreditamos que não podemos recuar diante do trato que o governador Rui Costa vem dado as Universidades Estaduais e a nós professores. Essa conjuntura exige ações unitárias, pois separados conseguiremos muito pouco” defendeu a professora Iracema Lima representando a coordenação do Fórum das ADs. “A situação é crítica. Recebemos constantemente relatos de evasão e adoecimento de professores e estudantes. Entendemos que os reitores são, em primeiro lugar, docentes e devem se posicionar”, concluiu.
Além da proposição de audiência pública e nota conjunta, o Fórum das ADs também reivindicou que o Fórum de Reitores retome as discussão sobre o PL da desvinculação vaga/classe frente à Secretaria de Administração (Saeb) e a Secretaria de Educação (Sec). A próxima reunião entre os fóruns ocorrerá novamente no dia 15/08, às 16h, no Campus Salvador da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

PREVIDÊNCIA: GOVERNO BAIANO ASSEDIA PROFESSORES COM LIGAÇÕES PARA ADERIREM AO PREVBAHIA

Há três meses a professora Poliana Pereira Portela (33), lotada no Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), recebe ligações para aderir à Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (PrevBahia). Concursada desde 2016, a docente recebeu por telefone a notícia que não tem mais direito a aposentadoria integral mas que, segundo a informante telefônica, tem a alternativa de aderir a um plano que oferece “vantagens”.

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“Recebi algumas ligações de alguém que era do setor responsável do governo pela parte da previdência” relatou a professora. Indignada, Poliana procurou o sindicato para denunciar a situação. Na entrevista com o Fórum das ADs, a professora descreveu que a proposta foi apresentada positivamente como uma redução de desconto do salário dos servidores.
“Ao mesmo tempo que me fizeram propaganda sobre a contrapartida do governo na redução do desconto, também deixaram nítido que aposentarei com um teto de cerca de R$ 5.000 no INSS. Me sinto totalmente lesada, pois construímos uma carreira dentro da universidade e o governo nos oferece um plano de aposentadoria completamente instável”, desabafou.

Armadilha e propaganda enganosa
Essa não é a primeira vez que o governo Rui Costa anuncia o Prevbahia de maneira capciosa para os servidores públicos baianos. Em nota, publicada no dia 5 de Julho de 2017 no Portal do Servidor e em alguns veículos de imprensa, o governo convocou os servidores públicos para migrarem do Baprev e Funprev para o Prevbahia omitindo informações de que os trabalhadores que aderissem ao plano perderiam o direito à aposentadoria integral. Na oportunidade o Fórum das ADs alertou a categoria sobre os prejuízos disso com a orientação de professores especialistas no assunto. Leia mais
Aprovado em janeiro de 2015, o Prevbahia acaba com a aposentadoria integral e estabelece para a aposentadoria o teto do INSS, que hoje corresponde a R$ 5.645,80. Todos os trabalhadores que ingressaram no funcionalismo público depois de 29 de julho de 2016 (data da regulamentação) não poderão ter aposentadoria com valor acima do limite estabelecido. Além disso, esse regime de uma previdência complementar aposta o futuro do servidor público em planos de investimento, submetendo-o, portanto, à instabilidade do mercado financeiro.
Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs ressalta que “mesmo para os servidores mais novos, a adesão não é vantagem devido aos riscos do servidor não receber no futuro o que investiu no fundo”.

Fundo de Pensão
O histórico dos fundos de pensão privados já implementados em outras categorias é de prejuízo para os beneficiários. Os problemas enfrentados pelos participantes de fundos de pensão semelhante ao modelo do Prevbahia são muitos. A exemplo do Petros (Petrobras), Postalis (Correios), Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa) que juntos sofreram perdas nos últimos anos de R$ 8 bilhões. Leia mais
Além das suspeitas de irregularidades nestas instituições, esses fundos de pensão apresentaram também resultados negativos nos últimos períodos. A Previc publicou em janeiro de 2016 um relatório que aponta o aumento do rombo dos fundos de pensão no país. O déficit, que era de R$ 28,7 bilhões em 2014, passou a R$ 60,9 bilhões em 2015.
Na Bahia ainda não há apuração sobre os reflexos mais amplos do Prevbahia. Mesmo assim, o FAD publicou uma Cartilha Estadual contra a Reforma da Previdência que explica os prejuízos causados pelo PrevBahia que explica como ele impactará a vida dos docentes. Acesse na íntegra a cartilha “Não ao Prevbahia”.

Fonte: Fórum das ADs