Iniciaremos a Greve!!

ADUSC e o Comando de Greve conclama-os a participarem do ato de início da greve dos professores da UESC, HOJE (13) às 7horas nos portões da universidade, com um café da manhã da resistência.

Você que votou pela greve venha fortalecer esse momento em que vamos fazer valer a decisão da assembleia do 07 de maio.

Nossa luta é justa!
Nossa força é a ação unificada!

#Nenhumdireitosamenos

1. Revogação da lei 7.176/97
A referida lei vai à contramão do art. 207 da Constituição Federal, que prevê autonomia didático-científica e financeira para as universidades.

2. 7% da RLI – Receita Líquida de Impostos para as Universidades Estaduais Baianas educação. A comunidade acadêmica, desde 2011, reivindica o aumento do orçamento para, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI). Os atuais 5% destinados às UEBAs resultaram da luta do movimento docente há 20 anos, o que evidencia a atual carência de recursos das universidades.

3. Ampliação do quadro de vagas nas universidades
Para ajustar e adequar o atual quadro de vagas, seriam necessários, até 2016, 1644 novos professores.

4. Valorização do trabalho docente
Respeito aos direitos dos docentes: plano de carreira, mudança do regime de trabalho e insalubridade.

5. Respeito aos direitos trabalhistas
Alterações no Estatuto do Magistério Superior para valorizar o trabalho docente: pós-graduação, regime de dedicação exclusiva.

6. Reposição salarial em parcela única.

Nota Fórum ADs – Greve das Ueba: governo antecipa reunião e diz que era “apenas um bate-papo”

A deflagração da greve, no último dia 07.05, e a pressão da categoria docente das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) fez com que o governo Rui Costa antecipasse a reunião com o Fórum das ADs, do dia 19 de maio para esta segunda-feira (11). Recebidos pelo secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, os professores e as professoras tinham como expectativa uma proposta concreta do governo para as reivindicações da pauta 2015, sobretudo, o aumento do orçamento para, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI). Invés disso, posto à mesa, apenas o despreparo por parte dos representantes governamentais e o desrespeito com os docentes. A informação no início da reunião foi que a atividade se tratava “apenas de um bate-papo”.

Os professores das Ueba (Uneb, Uefs, Uesb e Uesc) deflagram greve; o estrangulamento orçamentário compromete inúmeras atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão; em dois anos foram cortados da rubrica de custeio e investimento R$ 19 milhões; e o governo marca uma reunião apenas para “bater-papo”. Sem uma única nova proposta, sem avanços na pauta, apenas para retomar o falso discurso da crise nos cofres públicos.
O Fórum das ADs considera a ação do governo um desrespeito à categoria e a comunidade acadêmica. A antecipação da reunião causou expectativa em milhares de pessoas que são impactadas diretamente pela crise orçamentária das Ueba. O governo petista finge não entender a profundidade da crise das Universidades Estaduais da Bahia. Por falta de recursos, docentes e técnicos sofrem com o déficit no quadro de vagas, há insuficiência de materiais didáticos e equipamentos nos laboratórios, falta política eficaz de permanência estudantil, atrasos em bolsas de auxílio à pesquisa, entre outros problemas. Além disso, o governo tenta transformar direitos trabalhistas garantidos em lei, como promoção, progressão e alteração de regime de trabalho em “pacotes” a serem negociados.
Ato público dia 19 – Todas e todos em Salvador
Diante das veementes críticas e cobranças do Fórum das ADs, o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, afirmou que fará esforços para que o governo apresente uma proposta na próxima reunião, que acontecerá dia 19, às 10h, na Secretaria da Educação (SEC).
Ainda sobre a próxima reunião do dia 19, o Fórum das ADs convida professores, estudantes e técnico-administrativos para um grande ato de reivindicação a ser realizado durante a reunião, às 9h, em frente à SEC. As Associações Docentes das Ueba novamente mostrarão força e poder de mobilização contra o descaso do governo Rui Costa, que age com descaso com a educação pública superior e privilegia os interesses políticos e econômicos do capital privado. Ônibus serão fretados para que a comunidade acadêmica dos campi do interior possa estar presentes e somar forças ao ato público. Para mais informações entrar em contato com a Associação Docente de sua universidade. Só a luta muda a vida!
#ABahiaQuerResposta
FÓRUM DAS ASSOCIAÇÕES DOCENTES – ADUFS, ADUSB, ADUNEB, ADUSC

 

Movimento Docente recebe pedido de reunião do Governo

Após um dia da deflagração da greve nas quatro Universidades Estaduais da Bahia, o Governo entrou em contato com a coordenação do Fórum das ADs e marcou uma reunião extraordinária para hoje(11), às 10 horas, na SERIN – Secretaria de Relações Institucionais, em Salvador. “Interessante ressaltar que será uma reunião com os mesmos representantes que não podiam, sob hipótese alguma, ter reunião antes do dia 19”. Ressaltou o coordenador, Elson Moura.

Na tentativa de negociação com o Movimento Docente, estarão presentes o Secretário de Administração do Estado da Bahia, Adriano Tambone, o Coordenador de Desenvolvimento de Educação Superior, Paulo Pontes, e o Secretario de Educação, Ilton Cunha.

Antes da aprovação da greve, o encontro aconteceria apenas no dia 19 de maio. A convocação imediata do Governo, é sem dúvidas, mérito da luta e mobilização que o Movimento Docente, com a soma de estudantes e técnicos, vem construindo.

‪#‎Vamosaluta‬
‪#‎nenhumdireitoamenos‬

É GRAVE: É GREVE NA UESC!

IMG_9164Em assembleia realizada ontem (7) pela ADUSC, professores aprovaram a deflagração da greve. Houve 100 votos a favor e 58 contra. Foi uma assembleia histórica! Ricos números de debates e professores presentes. Entre posições e contradições, a greve foi a melhor escolha. A categoria entendeu que a melhor ferramenta que temos para enfrentar a imposição e o descaso do governo, é a greve!

Após a deflagração da greve, foi colocado o prazo de 72 horas para iniciar a vigência. O que significa, que a partir de quarta-feira (8), as atividades serão paradas, sustentadas apenas, em 30%, conforme pede a legalidade determinada pela lei nº7.783/89, art.13.

Em nota, o governo aproveitou para reafirmar nessa sexta-feira(8) que será impossível o aumento do orçamento de 5,1%, para 7%. No entanto, dados do Portal Transparência Bahia mostram um superávit de R$ 1.623.386 (Um bilhão seiscentos e vinte e três milhões e trezentos e oitenta e seis mil reais), no ano de 2014. O que não respalda o discurso do governo. O aumento DE 7% da RLI – Receita Líquida de Impostos é um dos pontos de reivindicação do Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia. Essa questão orçamentária é tão precária, que os próprios reitores da UESC; UNEB; UEFS e UESB através de um documento, encaminhado ao governo, em novembro de 2014, denunciaram a necessidade de um orçamento compatível para a manutenção das atividades nas Instituições. “As Universidades Estaduais da Bahia, necessitam de urgente e substancial suplementação orçamentária para o presente exercício e ampliação de 2015, com vistas a dar continuidade as suas ações, missões e objetivos”. O que reafirma, que a reivindicação por no mínimo 7% da RLI, que constitui um dos pontos de pauta da greve, não é uma luta apenas dos docentes, mas uma luta pelas UEBAs, pela educação publica gratuita e de qualidade, como defende a constituição. “Não há como a Universidade funcionar sem o recurso que ela demanda. Ela cresce e isso é fruto de um bom trabalho feito pelos professores, estudantes e servidores que a mantém de pé. Sem esse recurso necessário, ela não se sustentará”, enfatiza, o diretor da ADUSC, Emerson Lucena.

Sobre o acréscimo de 10% que o governo anunciou em nota pública:

O governo tem escondido a realidade entre os números. Ele aumenta o orçamento total das Instituiçãos, com a prerrogativa de que as Universidades retirem verbas da rubrica de Despesa de Investimento para garantir o pagamento com a Despesa com o Pessoal. Na UESC, essa realidade em número refere-se a R$ 15.268.800,00 em 2014, diminuindo para 12.714.000,00, em 2015. Dessa forma, as condições de trabalho são descaradamente precarizadas, já que, despesas como: energia elétrica, material de limpeza e escritório, aquisição de passagem para apresentação de trabalhos, transporte para aulas de campo, compra de livros equipamento de laboratório, etc) sofrem absurdos cortes.

Repare em um fragmento da nota publicada pelo Fórum das ADs: “A denúncia feita pelo Fórum das ADs, refere-se aos cortes em manutenção e finalística de custeio, verbas que devem garantir as atividades de ensino, pesquisa e extensão. São nesses setores, ligados ao cotidiano da universidade, que o corte ultrapassa R$ 19 milhões nos últimos dois anos. Desafiamos o governo a desmentir esses números. Por trás dos números absolutos utilizados pelo governo do PT para enganar a sociedade, está o crescimento das universidades”. É justamete por esse crescimento, que mais do que nunca, afirmamos a necessidade do aumento no orçamento de 2015 das Universidades Estaduais da Bahia.

Reajuste Linear.

Chegamos ao absurdo de negociar Direitos!! O reajuste linear é um direito garantido pela constituição no art. 207, no qual defende a correção do salário de acordo com a inflação do ano interior, apontado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou como índice, 6,41%. Nessa seara, não da para admitir a proposta rebaixada do governo. E ainda aceitar a divisão do valor em duas parcelas. A primeira em março, e a segunda em novembro, sem retroatividade. Ou seja, há um cofisco salarial daquilo que é garantido pela constituição ao trabalhador.

O governo afirmar que negociou o reajuste linear com todas as categorias e funcionários públicos do Estado. É mentira! Em nenhuma mesa de negociação para discutir reajuste linear, os professores das Universidades Estaduais da UESC; UNEB; UEFS e UESB foram convocados. Portanto, não houve negociações. Inclusive, o Fórum das ADs protocolou um documento que denuncia esse desrespeito. E repetimos: Não aceitaremos essa proposta, rebaixada que não leva em consideração a correção da inflação no salário do trabalhador.

O Coordenador de Desenvolvimento do Ensino Superior da Secretaria de Educação, Paulo Fontes, anunciou ontem(7), na mesma data das assembleias nas quatro Universidades Estaduais, que as promoções e progressões dos professores que estavam represadas na Secretaria de Administração foram liberadas e já entrarão com o pagamento a partir da folha de maio. Há promoções e progressões que estavam paradas há 02 anos. Isso é fruto da organização Docente, que não abriu mão dos seus direitos. Assim como também é mérito do Fórum das ADs, a minuta que está sendo elaborada pelo Governo com as alterações do quadro de vagas, e que será apresentada no dia 19 de maio, na reunião com o Movimento Docente.

Nenhum direito a menos!!

A ADUSC seguirá somando forças à ADUNEB, ADUFS e ADUSB em defesa dos direitos docentes e por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Fonte: Ascom ADUSC

PARA A EDUCAÇÃO: A VIOLÊNCIA COMO RESPOSTA

O Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Aduneb, Adufs, Adusb e Adusc), seções sindicais do ANDES/SN, vem a público repudiar de forma veemente a atitude do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB),  que usou a PM para massacrar violentamente os professores, as professoras, funcionárias e funcionários das escolas e universidades estaduais do seu estado que, neste momento, lutam em defesa da previdência pública que está sendo tomada pelo governador com a leniência do poder Legislativo.

Um governo que minimamente levasse em consideração a educação e os direitos previdenciários/trabalhistas, não se comportaria como gendarme da burguesia para destruir a previdência pública com o espúrio interesse de usar seus recursos em favor das políticas que beneficiam ao capital. O que vimos no dia 29 de abril é um crime contra os direitos sociais e um atentado ao estado de direito da democracia formal. Foi usada a mais brutal repressão da Polícia Militar para tentar impedir que professores e funcionários públicos lutassem pelos seus direitos previdenciários. Tudo isso em um flagrante atentado aos direitos constitucionais dos lutadores sociais.

Ao mesmo tempo, queremos também repudiar o papel da direção da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná que tentou, num ato antidemocrático, impedir a participação dos professores nas galerias da casa, mesmo sendo o dia em que se votaria um dos projetos mais nefastos aos interesses dos servidores públicos do estado: o regime de previdência. É um atentado contra a soberania popular e só demonstra o quanto esses políticos, serviçais dos interesses burgueses, mantêm distância das mais sentidas aspirações de segmentos populares.

O Fórum das ADs solicita ao Ministério Público do Paraná que se abram investigações sobre esses lamentáveis atos praticados pelo governo do estado do Paraná, PM e Assembleia Legislativa (PR), e identifique os responsáveis por essa brutal violência que o Brasil e o mundo tomou conhecimento no dia 29.

Deixamos aqui a nossa mais profunda solidariedade a todos os professores, professoras, funcionárias, funcionários e estudantes em luta.

                                                                                                           Maio de 2015, Fórum das ADs

Fórum das ADs denuncia Reajuste Linear e entrega documento ao Governo

O Governo propôs o reajuste em duas parcelas: 3,5% retroativos a março e 2,91% em novembro. Tal proposta representa um confisco no salário dos trabalhadores. Os argumentos giram em torno da impossibilidade financeira do Estado. “Não temos recursos e nem tem previsão de aumento de receita ou sequer de cumprimento do orçamento que propomos na Assembleia. É simples: não temos recursos para isso”, afirmou o Secretário de Relações Institucionais, Sr. Josias Gomes, em entrevista ao Bahia Notícias, após reunião do dia 16 de abril com a Fetrab.

Eis as contradições dos argumentos apresentados. Segundo dados do próprio governo, disponíveis no Portal Transparência Bahia, o Estado fechou o ao de 2014 com superávit, ou seja, fez uma Receita Total de R$ 37.937.831, gastou R$ 36.314.445 e trabalhou com valores abaixo de suas próprias expectativas. No ano passado, por exemplo, as despesas com o pessoal de todo Estado somou 55,23% ficando 3,87% abaixo do projeto e 4,77% do teto da LRF. Ou seja, nem mesmo os limites prudenciais exigidos pela lei foram atingidos.

A partir dos dados apresentados, nada impede que o Governo da Bahia recomponha a perda inflacionária na data-base, e que até o presente momento não o fez, na ordem de 6,41% (índice de inflação oficial do governo federal).

Confira o documento completo protocolado pelo Fórum das ADs e entregue ao governo no dia 24 de abril

O Fórum também comunicou via documento protocolado, a indicação da deflagração da greve a acontecer na assembleia docente do dia 07 de maio nas Universidades Estaduais Baianas (UESC; UNEB; UEFS e UESB).

 

Medidas Provisórias que atacam direitos trabalhistas voltam à pauta

imp-ult-342914156As Medidas Provisórias (MP) 664/2014 e 665/2014, que retiram direitos trabalhistas com a justificativa de aumentar a arrecadação e atingir o superávit primário, voltaram à pauta do Congresso Nacional essa semana. A MP 664 retira direitos na concessão de pensão por morte e auxílio doença. Já a MP 665 modifica acesso a direitos previdenciários e trabalhistas, alterando as regras do seguro-desemprego.

Walcyr Barros, 3º tesoureiro do ANDES-SN, ressalta a necessidade de todos os trabalhadores combaterem essas medidas. “Mesmo interferindo diretamente na vida dos trabalhadores da iniciativa privada, as MPs têm desdobramentos no serviço público, já que atingem frontalmente o mundo do trabalho. A volta delas à pauta do Congresso é a continuidade dos ataques aos trabalhadores, em favor de um processo de aumento da remuneração do capital”, afirma o diretor do ANDES, lembrando ainda a semelhança entre a retirada de direitos promovida pelas MPs com a do Projeto de Lei (PL) 4330/2004, que legaliza a terceirização de todas as atividades, tanto meio quanto fim.

A MP 664 foi debatida nessa terça-feira (28), em comissão mista e específica. A MP 664 volta a ser discutida no dia 5 de maio. Já a MP 665 foi debatida em audiência pública realizada na segunda (27) e deve ser pautada na reunião da Comissão Mista prevista para esta quarta-feira (29). Ambas as medidas vencem no dia 1 de junho. Caso não sejam apreciadas em plenário na Câmara e no Senado antes dessa data, perdem a validade.

Fonte: ANDES-SN

 

CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS: GOVERNO DA BAHIA DISTORCE DADOS SOBRE AS UNIVERSIDADES ESTADUAIS

Se o orçamento não aumentar, as universidades vão parar. 7% da RLI já!

O governo Rui Costa, em 08 de abril, na tentativa de responder a paralisação e ato público, realizado por mais de 500 pessoas da comunidade acadêmica das Universidades Estaduais da Bahia (Uebas), divulgou uma nota à imprensa em que, omitindo a verdade dos fatos, fez um jogo de números para tentar enganar a sociedade.

Para colocar a opinião pública contra professores, professoras, estudantes e técnicos, que reivindicam 7% da Receita Líquida de Impostos para as universidades, o governo afirmou que aumentou os recursos deste ano em 3,8%. Todavia, seus representantes não explicam que para chegar ao valor divulgado, foram somadas as rubricas que constituem o orçamento das UEBAs: pessoal (salários de professores e técnicos), manutenção e finalística de custeio (recursos destinados ao pagamento das despesas com energia elétrica, material de limpeza e escritório, aquisição de passagem para apresentação de trabalhos, transporte para aulas de campo, compra de livros e equipamento de laboratório, etc). A denúncia feita pelos docentes refere-se aos cortes em manutenção e finalística de custeio, verbas que devem garantir as atividades de ensino, pesquisa e extensão. São nesses setores, ligados ao cotidiano da universidade, que a redução ultrapassa R$ 19 milhões nos últimos dois anos. Desafiamos o governo a desmentir esses números.

Por trás dos números absolutos, utilizados pelo governodo PT para enganar a sociedade, está o crescimento das universidades. Crescimento, aliás, que visa a ampliação do ensino superior na Bahia e é fruto das lutas da comunidade acadêmica nas diversas mesas de negociação e greves.

O Fórum das ADs não desconhece o crescimento do orçamento global das Universidades. Contudo, é importante ficar claro que o governo não tem realizado o equilíbrio entre os gastos com pessoal e as verbas que garantem o cotidiano da universidade. Isto significa que por força da lei, o governo garante a folha de pagamento e para compensar, reduz os gastos na rubrica de manutenção, investimento e custeio. O divulgado crescimento de 3,8% sequer repõe a inflação do ano passado de 6,4%.

O posicionamento apresentado pelo governo é um desrespeito ao povo baiano. Contra fatos não há argumentos: mais de 500 professores estão com promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho negadas. Estudantes não tem uma política de permanência adequada e não há recurso para atividades de ensino, pesquisa e extensão. O governo distorce as informações, mas a comunidade acadêmica conhece a realidade e está pronta para defender as Universidades Estaduais da Bahia.

Importância histórica

A Bahia tem índices de analfabetismo e de avaliação do ensino ainda inferiores ao resto do país. Conforme dados do censo IBGE de 2010 e do INEP de 2013, no Brasil a taxa de analfabetismo era de 9,6%, na Bahia era de 16,6%, sem contar com o índice de jovens em idade escolar: 2,5 % (Brasil) e 3,7 (Bahia). O IDEB para a 3.a série do Ensino Médio no Brasil em 2013 foi de 3,4, enquanto que na Bahia o índice foi de 3,0.
Mesmo com a falta de vontade política dos diversos governos para combater essa situação, e com poucos investimentos no ensino superior, as Ueba deram uma enorme contribuição para modificar esse quadro. A ampliação das vagas permitiu à juventude ingressar nas universidades estaduais em muitas regiões da Bahia e, com isso, ter mais opções e possibilidades de uma boa formação. Avançamos na pesquisa científica e na extensão, tendo como objetivo atender às necessidades da maioria da população. Nossa atuação científico-pedagógica possibilitou, apesar das enormes carências, uma fundamental contribuição ao desenvolvimento do Estado.

Precarização

Apesar da importância do papel das universidades baianas no desenvolvimento social do Estado, as condições de funcionamento das UEBA estão cada dia mais comprometidas. O orçamento insuficiente prejudica o dia a dia das universidades: faltam professores, falta material para os laboratórios, não temos salas de aulas na quantidade necessária, não temos espaço para o trabalho docente (infraestrutura), a verba para a permanência estudantil não garante as condições mínimas (moradia, transporte e alimentação). Soma-se a esse cenário, o total desrespeito às leis trabalhistas: os trabalhadores(as) terceirizados(as) sem receber salários, os técnicos têm suas condições de trabalho aviltadas, professores(as) que, com muito esforço, avançam na sua titulação, não são promovidos na carreira, ficando por anos em filas de espera. É um quadro de desolação e prejuízo total.

Cofre cheio

Apesar desse cenário de destruição da universidade pública baiana, o governo encontra-se numa situação econômica muito favorável. O Estado da Bahia tem aumentado muito a sua arrecadação. Dados do Portal Transparência Bahia mostram um superávit de R$ 1.623.386 (Um bilhão seiscentos e vinte e três milhões e trezentos e oitenta e seis mil reais), no ano de 2014. Esse número significa que houve o repasse de caixa da gestão do governo Jaques Wagner para o atual, Rui Costa. Nosso Estado tem se mantido distante dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, tendo inclusive, no momento, caixa para pagar o reajuste linear dos servidores públicos, de 6,41%, retroativo a janeiro, sem comprometer o planejamento.

O ICMS nos dois últimos anos cresceu mais e 11%, em termos reais(Fonte: J. Furquim do IAF), o que assegurou melhora nas contas públicas do Estado. Nos últimos dois anos o governo a Bahia destinou para o pagamento de amortizações e juros da dívida mais de 3,5 bilhões. O orçamento (estimativa) de 2015 será 8,3% maior que o de 2014. Já os recursos para educação passarão de R$ 4,804 bilhões para R$ 4,817 bilhões, implicando em um crescimento de menos de 0,5% (meio por cento) que não repõem a inflação do período que foi de 6,5%. Certamente o governo pretende com isso economizar para pagar juros a dívida. Essa tem sido a prioridade dos governos petistas na Bahia.

Contudo, nada disso tem contribuído para mudar a crise das universidades estaduais. A marca desses últimos 8 anos tem sido o aumento no superávit primário, ou seja, o dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas no final do ano. A estimativa para 2015 é acumular R$ 812 milhões. Mas nada disso vai para a educação. O objetivo é repassar o dinheiro ao capital especulativo; cobrir o prejuízo fiscal causado pelas empresas que se estabelecerem na Bahia com isenção de impostos, quase sempre com baixas vagas de emprego; financiar obras enormes para beneficiar a infraestrutura, que possibilita ao setor empresarial ter negócios rentáveis na agricultura, na indústria e, principalmente, no setor de serviços das empreiteiras. Portanto, a Bahia tem sido um grande negócio para o empresariado.

Greve

Sabemos que as universidades estaduais, com o nosso trabalho qualificado, contribui há décadas para modificar os indicadores sociais do Estado. Da mesma maneira, sabemos que o único caminho para modificar a situação crítica em que as UEBA se encontram é a luta. Não abriremos mão dela. Lutaremos pela valorização do trabalho docente, pelo papel social das nossas universidades e para continuar a contribuir com o desenvolvimento da Bahia.
Conhecemos a prática desses últimos governos. Não adianta utilizar meios de comunicação para ameaçar o funcionalismo público e confundir a população. Estamos firmes na defesa do ensino público superior da Bahia. Se não negociar, as universidades vão parar!

Mais uma vez, apresentamos a nossa pauta de reivindicações 2015. Professoras e Professores exigem respeito e o inicio imediato das negociações. Relembramos que a categoria docente já aprovou o Estado de greve nas quatro universidades estaduais da Bahia e, caso o governo não responda ao movimento, na próxima rodada de assembleias, na primeira semana de maio, a aprovação da greve por tempo indeterminado será pautada.

Pauta de reivindicações da categoria docente para o ano de 2015

1. Revogação da lei 7.176/97;

2. Destinação de, no mínimo de 7% da Receita Liquida de Impostos do Estado da Bahia para o orçamento anual, com revisão do percentual a cada dois anos, de tal forma que o orçamento do ano não seja inferior ao executado no ano anterior e que seja assegurada a autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial das Universidades Estaduais da Bahia;

3. Ampliação do quadro de vagas para professores e a sua desvinculação das classes;

4.Respeito aos direitos trabalhistas dos docentes, a exemplo de promoções, progressões, mudanças de regime de trabalho e insalubridade;

5. Alterações no Estatuto do Magistério Superior que valorizem o trabalho docente (aumento nos interstícios entre as Classes, Incentivos de Pós-graduação e Regime de Dedicação Exclusiva);

6. Reposição integral em única parcela da inflação, utilizando índice igual ou superior ao IPCA.

Salvador, 20 de abril de 2015

Fórum das Associações docentes do Estado da Bahia (ADUSB, ADUSC, ADUFS e ADUNEB).

Sobre a Paralisação Nacional do dia 15 de abril

Sobre a Paralisação Nacional do dia 15 de abril

“É muito importante destacar que o dia 15/04 não é mais um dia de luta como tantos outros que a CSP-Conlutas já vem fazendo, precisa ser encarado como parte de uma resposta superior da classe trabalhadora aos ataques que o governo Dilma, o congresso e os patrões estão tentando aplicar contra nossos direitos, jogando a conta da crise econômica sobre nós.
Entra em cena com muita força a luta contra o PL 4330 das terceirizações, que devem se somar a luta contra as MPs 664 e 665 e contra o ajuste fiscal dos governos que atacam e retiram direitos”. (CSP- Conlutas)

A ADUSC decidirá hoje (14), em Assembleia, por uma mobilização ou paralisação.
Conclamamos a presença de todos os(as) filiados(as)! Essa luta é nossa!1526695_797974286958514_9090614654076837784_n10.04.2015