Irresponsável! Esta foi a postura do governo em reunião realizada nesta quinta-feira (18). Além do mal estar gerado ao impedir que o reitor da UEFS, Evandro Nascimento, participasse da reunião, os representantes do governo não apresentaram nova proposta de alteração no quadro de vagas, para solucionar o problema das promoções. A posição do executivo quanto a contraproposta entregue pelo Movimento Docente à minuta substitutiva da Lei 7176/97 foi protelada para 4 de AGOSTO e a negativa aos demais pontos de pauta mantida. Ao término da reunião o MD solicitou que os posicionamentos do governo sejam entregues oficialmente por escrito.
Fugindo a dinâmica das negociações, o governo não apresentou o detalhamento da proposta de alteração do quadro e suplementação orçamentária, conforme garantido em reunião do dia 10 de Junho ultimo (veja aqui). Negligenciando os demais pontos de pauta, retomou o princípio de remanejamento de apenas 20 vagas para cada Universidade e remeteu ao Movimento Docente (MD) a responsabilidade para uma contraproposta. O Fórum das ADs reiterou o rechaço da categoria à proposta, que atenderia apenas pequena parte dos professores e ainda demonstra desrespeito à categoria e ao Estatuto do Magistério Superior. Defendeu ainda a posição das assembleias de ampliação de quadro de vagas, desvinculação das classes e orçamento, conforme minuta de lei. Também considerou um acinte que o governo petista proponha a categoria que negocie direitos garantidos através de muita luta contra os governos Carlistas.
O sucateamento das Universidades Estaduais da Bahia, expresso na falta de professores, estruturas de sala de aula, laboratórios, equipamentos e precarização do ensino, pesquisa e extensão, demonstram o valor dado por este governo à educação pública. O governo Rui Costa é o único responsável pela deflagração, prolongamento e demais efeitos da greve sobre os cerca de 60 mil estudantes atendidos pelas universidades baianas.
Ausência de Reitor
Os representantes do governo têm insistido que não há problema orçamentário nas universidades baianas, que o problema é de má gestão e rejeitam a pratica histórica de acompanhamento estratégico do Fórum de Reitores as negociações entre docentes e o governo. Convidado pela ADUFS a participar da reunião como observador, e colaborar com as negociações o reitor da UEFS, Evandro Nascimentos, esteve no local da reunião mas foi impedido pelo chefe de gabinete da SEC Wilton Cunha .
Há 37 dias em greve, os docentes das UEBA já se reuniram com o governo na presença dos técnicos administrativos e dos estudantes, e apenas o reitor da UEFS foi barrado. A atitude autoritária e antidemocrática deste governo, que foi imediatamente e duramente repudiada pelos docentes, é mais um exemplo da falta de interesse deste governo em avançar na negociação.
Intensificar a mobilização
O Comando de greve da ADUSC, junto com o Fórum das ADs tem conduzido a negociação com muita responsabilidade, buscando manter o dialogo com o governo e o amplo debate com a categoria. Instalado o tensionamento, considera que a hora é de intensificar as mobilizações conforme a trajetória de luta da categoria em defesa da Educação Pública e dos direitos docentes.
Para a diretoria da ADUSC a greve de 2011 foi um marco histórico numa situação atípica, e é o espírito que deve nortear o Movimento Docente hoje. “Garantimos uma linha a menos no contra-cheque, levando os impactos da incorporação da CET para as aposentadorias, e derrubamos a intransigência do governo Wagner, também petista, que queria nos impor uma mordaça de 4 anos”, lembra o presidente da ADUSC Emerson Lucena. Ele ainda destaca os 7% de aumento salarial de 2013, que além de ser o percentual mais elevando de reajuste daquele ano, só foi possível com a derrubada da clausula da mordaça.
Fonte: Ascom ADUSC
Foto: Ascom ADUNEB