A Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo, centrais sindicais, entidades e sindicatos de trabalhadores, juventudes organizadas e demais segmentos engajados na mobilização da Greve Geral do dia 28 de Abril, manifestam por essa nota sua postura firme na defesa do direito legítimo de greve dos/das trabalhadores e trabalhadoras.
Cerca de 35 milhões de trabalhadores entraram em greve, com paralisações nos principais centros industriais e em cidades de pequeno e médio porte, como Ilhéus, Itabuna e várias outras de nossa região. As manifestações foram apoiadas por igrejas cristãs, com a participação da Confederação Nacional dos Bispos (CNBB) no debate de 19 de abril, afirmando sua posição de apoio ao enfrentamento do desmonte de direitos trabalhistas e fim da previdência. OAB, TRTs, MPT também aderiram e apoiaram a Greve Geral, além de inúmeras instituições de ensino por todo país, inclusive da rede privada.
Em ilhéus a GREVE GERAL também foi bastante abrangente, paralisando servidores públicos de todas as esferas, rodoviários, portuários, bancários, professores de escolas públicas e privadas, trabalhadores de hotéis, comerciários, feirantes, operários fabris e da construção.
Aproximadamente 2 milhões de pessoas participaram de manifestações em todo o país, sendo 80 mil em Salvador. Ocorreu repressão brutal contra manifestação pacífica no centro do Rio de Janeiro. Em Ilhéus, nas primeiras horas da manhã, um jovem trabalhador foi baleado por um policial militar na entrada do bairro Teotônio Vilela, durante a paralisação da via, sofrendo assédio do seu agressor até mesmo no hospital, sendo conduzido preso à delegacia. Numa tentativa de inversão dos fatos, foi lavrada ocorrência com o mesmo sendo acusado de desobedecer a ordem legal de funcionário público (!).
Situações de abuso e uso de força por membros de forças policiais também foram registradas ao longo do dia, culminando com um delegado da polícia civil que avançou contra os manifestantes na contramão da via em alta velocidade dirigindo a própria viatura, postou-se na frente das lojas do comércio, empunhando uma escopeta contra trabalhadores, professores e jovens para impedir o protesto contra o fechamento dos estabelecimentos comerciais. Também no Vilela, houve o guinchamento do carro-de-som do diretor do SINPOJUD (Sindicatos dos Servidores do Poder Judiciário) e vereador Makrisi (PT), que participava da greve.
A greve geral foi realizada num momento de desemprego recorde, com números oficiais divulgados em 14 milhões. O desemprego foi a principal ameaça usada pelos patrões para tentar dissuadir os trabalhadores de participar das mobilizações.
No Centro da cidade foi notória a pressão de lojistas e comerciantes para que os trabalhadores desses setores não aderissem à GREVE GERAL. Nota pública de entidades patronais, como CDL, Sindicom e Associação Comercial foi divulgada à imprensa e em carro-de-som anunciando que não haveria greve, como se fosse prerrogativa dos patrões decidirem sobre a greve dos trabalhadores. Importante frisar que a atuação dos manifestantes era principalmente de se postar em grandes grupos em frente às lojas, gritando palavras-de-ordem, principalmente de boicote, ao tempo em que dirigentes do Sindicato dos Comerciários e demais militantes buscavam sensibilizar os lojistas dialogando sobre a necessidade de se garantir o exercício do direito de greve por parte dos trabalhadores. Apesar das manifestações pacíficas dos manifestantes, alguns comerciantes e seguranças privados sacaram armas de fogo em direção aos manifestantes.
Repudiamos os atos de violência, principalmente os praticados pelo grupo da PM da 70.a Cia – PETO e o delegado da polícia civil, pela ação inadequada enquanto agentes de segurança pública.
Temos certeza de que nosso movimento foi vitorioso, aqui em Ilhéus e no Brasil. Pesquisas sobre o impacto nas redes sociais e na opinião pública apontam para um amplo apoio popular à greve e rejeição à destruição de direitos, principalmente por ser direcionada por um governo sem legitimidade e repleto de elementos investigados por corrupção. A luta pela resistência dos direitos sociais, de trabalho, sobre a terra e pelos povos indígenas contra o governo ilegítimo que nasceu do golpe de 2016 alcançou novo patamar, e a força desta tomada de consciência tende a crescer.
Continuaremos mobilizados e unidos na defesa da previdência social e nos direitos dos trabalhadores. Estaremos em sintonia com as centrais sindicais que convocaram uma marcha à Brasília no dia 24 de maio.
Seguimos na luta.
#LUTARNÃOÉCRIME! #NENHUMDIREITOAMENOS! #FORATEMER
Assinam esta nota:
Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo,
CTB,
Sindicato dos Bancários de Ilhéus, Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Sindicato dos Comerciários de Ilhéus, APPI, ADUSC/SS-ANDES, DCE-UESC, SINDICACAU,
PSOL/RAIZ, MLT, JPT, Mandato do Vereador Makrisi (PT), Coletivo Quilombo PCdoB, UJS,
G.E. Mulheres, Trabalho e Reprodução, JSB, ENECOS, UJC, ASMS-BA, Sindiacs, Sindiborracha e Sindicato dos Metalúrgicos.