Comunicação popular e sindical foi tema do Seminário da CSP-Conlutas

Ocorreu nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, em terras paulistanas, o I Seminário Nacional de Comunicação da CSP-Conlutas. Um marco para os profissionais e dirigentes da comunicação sindical e popular.

Participaram do Seminário as representações sindicais dos docentes, metalúrgicos, correios, vigilantes e demais entidades representando estados como o Ceará, Pará, Bahia, Piauí, Sergipe, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Acre, Goiás, Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba e São Paulo.

Foi um importante passo para a integração dos profissionais e dirigentes da comunicação que se propuseram a participar de um amplo debate acerca das atividades e demandas da área. A ADUSC, junto com a ADUNEB e ADUSB participaram do evento representando suas ADs.  Cada assessor fez sua fala na plenária expondo a rotina e desafios em suas respectivas seções sindicais.

Antes de iniciar as atividades, um vídeo de homenagem aos companheiros que se foram em 2014, emocionou a plenária, deixando aceso o exemplo de luta a serviço dos trabalhadores e a importante missão desempenhada pelos profissionais da comunicação sindical.

Após a emoção, a plenária seguiu com a programação com a temática “Desafios da Comunicação dos Trabalhadores hoje” e a tarde, com o tema “A importância da linguagem na comunicação”, seguindo com “O mundo digital e as lutas” e “O audiovisual como ferramenta da comunicação”. Fazendo uma correlação dos temas apresentados pelas mesas, uma dos pontos chaves discutidos, foi os três primeiros desafios da comunicação: O primeiro desafio é que essa comunicação, voltada para os trabalhadores, exista. O segundo é que seja bem feita. O terceiro desafio é que a comunicação deve ser desejada. “Nossa comunicação não é vendida, diferente dos grandes jornais, nossa comunicação é ofertada aos trabalhadores”, elencou Claudia Santiago do Núcleo Piratininga de Comunicação – NPC.

Ressaltando essa fala, levanta-se a questão da linguagem e o desafio de como realizar uma comunicação eficaz. Como alertou a Claudia (NPC), nossa comunicação é ofertada, e ainda sim, ela não é lida, não é desejada. E aí cabe pensar, por que ela não é desejada? Ela trata de interesses mútuos da classe trabalhadora, agrega atividades e lutas, e por que ainda sim a nossa informação não chega?

Nessa seara, destaca-se a falta de uma comunicação dinâmica. E essa configuração se dá pelo acúmulo de funções e a precarização do trabalho da assessoria de comunicação, a falta de tempo para pensar em uma comunicação atraente, dinâmica e sedutora, sem perder de vista o conteúdo bem feito. O pouco tempo para fazer reportagens (estudo, fonte), cavar buracos na grande mídia, enviar releses para a mídia externa, que pautem não só as lutas, mas a importância delas. Falta tempo para pensar estratégias que ultrapassem os muros das próprias categorias.

O Seminário foi um espaço rico de troca de experiências, reconhecimento da luta e o fortalecimento de estratégias em levar a comunicação popular e sindical de qualidade para a classe trabalhadora e a sociedade.

No sábado, seguiu a mesa “Lei de acesso à informação e cruzamento de dados a serviço dos trabalhadores”; “A assessoria de imprensa: o que interessa às mídias?”; “Apresentação e troca de experiências”, encerrando no domingo (14), com a mesa “A comunicação é estratégica? Relação entre entidade e profissionais de comunicação”. Por último, foi construído um espaço para as propostas de encaminhamentos, bem como o indicativo da realização do II Seminário Nacional de Comunicação da CSP-Conlutas.

O relatório final do Seminário e encaminhamentos apresenta os seguintes pontos: A valorização do profissional dentro dos Sindicatos e a busca efetiva contra a precarização; A construção de um Manual de Comunicação nas Redes Sociais, elaborado coletivamente pela rede de emails dos presentes; Buscar estruturar as CSP-Conlutas regionais e estaduais para melhor trabalho de comunicação; Criar setoriais ou grupos de trabalho para discutir o tema comunicação; Aprofundar as discussões pertinentes ao campo jornalístico, entre elas, a democratização dos meios de comunicação, o diploma para exercer a função de jornalista e o caráter do jornalismo; Elaborar conceitualmente sobre a comunicação dos trabalhadores; A profissionalização dos departamentos de comunicação, levando em conta a autonomia de cada entidade; Estudar as possibilidades da criação de uma agência de comunicação; Formular o Plano Nacional de Comunicação da CSP-Conlutas; Fortalecer o tripé – dirigente, jornalista, trabalhador.

 

 

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