Três docentes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e uma estudante de mestrado foram recentemente ameaçados por conta da temática das pesquisas que realizam. Uma das docentes, que participa do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim), grupo de estudos sobre gênero e sexualidade criado em 1983, foi ameaçada de morte por meio de mensagens na internet.
Em resposta às ameaças, a comunidade acadêmica da Ufba se mobilizou. Nesta quarta (22), pela manhã, mais de 300 docentes, estudantes e técnico-administrativos – em greve – realizaram uma manifestação de solidariedade às quatro pessoas ameaçadas. Um grande ato público em defesa da universidade e da democracia está sendo organizado para os próximos dias. A manifestação deve ser articulada com outros setores da sociedade, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Alguns setores estão indo para caminhos extremistas, espalhando o ódio, já que não encontraram soluções e querem culpar o outro: o negro, a mulher e os LGBTs, que podem exercer sua visibilidade dentro da universidade”, ressalta Carlos Zacarias, professor do departamento de História da Ufba e um dos organizadores da manifestação, em entrevista ao Jornal A Tarde.
A reitoria da Ufba se manifestou oficialmente sobre o caso, criticando os ataques. “Em episódios recentes, verificamos ameaças de morte e outros tipos de violência contra uma de nossas docentes, pesquisadora do Neim; a tentativa de impedimento de defesa de uma dissertação de Mestrado de aluno do IHAC (Instituto de Humanidades, Artes e Ciências), tendo que solicitar a segurança da própria Universidade; e a perseguição e ridicularização nas redes sociais de projetos de pesquisa e extensão que versam sobre essas temáticas”, destaca o reitor da Ufba, João Carlos Salles, em nota. A polícia está investigando as ameaças, buscando identificar os responsáveis.
Com informações de Ufba, Jornal A Tarde e Correio 24 Horas. Imagem de Lana Bleicher.
Fonte: ANDES-SN