As universidades estaduais cearenses estão mobilizadas para cobrar do governo do estado o cumprimento do acordo realizado durante a greve das universidades em janeiro de 2014, no qual o governador se comprometeu, entre outras pautas, a realizar concursos públicos para 577 vagas de professores efetivos. Oito meses depois do acordo, e ainda esperando que o governador Cid Gomes cumpra sua palavra, os docentes da Universidade Estadual do Ceará (Uece), da Universidade Regional do Cariri (Urca) e da Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva) voltam a se mobilizar por seus direitos.
Silvia Monteiro, presidente do Sindicato dos Docentes da Ueva (Sindiuva – Seção Sindical do ANDES-SN), afirma que o momento é retomada de mobilização para cobrar o cumprimento do acordo. “Estamos indo às rádios e à universidade para convencer os professores a voltarem a se mobilizar por nossas pautas, como a realização de concursos públicos e o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV)”, afirma a docente.
Na Uva, uma assembleia será realizada no dia 10 de setembro, e os docentes debaterão a possibilidade de retornar à greve. Além das pautas gerais das estaduais cearenses, os professores da Uva também lutam pela realização de uma Estatuinte na universidade.
Já na Urca, a mobilização também tem aumentado. Francisco Augusto Nobre, presidente do Sindicato dos Docentes da Urca (Sindurca – Seção Sindical do ANDES-SN) afirma que o sindicato têm denunciado a posição do governo por meio de outdoors e idas às rádios, e que uma assembleia docente está marcada também para 10 de setembro. Na pauta, está a possibilidade de retomada da greve.
Uece
Uma assembleia docente da Uece realizada na terça-feira (2) deliberou pela realização de mobilizações em defesa da universidade por conta do não cumprimento de acordos realizados com o governo. A assembleia iniciou com o informe sobre a reunião dos três sindicatos dos docentes das universidades estaduais cearenses, Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece – Seção Sindical do ANDES-SN), Sindurca e Sindiuva com o governo estadual.
Os docentes avaliaram que a posição do governo de pedir às universidades que fizessem cálculos das cargas horárias dos docentes, para que se pudesse discutir a disponibilização de vagas para concurso, foi insuficiente, pois adia novamente a resolução dos problemas. Também foi lembrado que a ampliação do campus Itapipoca, também prometida pelo governo, segue sem acontecer.
Como forma de cobrar o governo estadual a cumprir o acordo da greve de janeiro, a assembleia decidiu por reuniões de docentes em todas as unidades da Uece que discutirão a possibilidade de retorno à greve. Outra assembleia docente está marcada para o dia 16 de setembro pela manhã.
“Esse é o momento da retomada da nossa mobilização. Queremos dar uma resposta à inércia do governador, que não cumpriu parte do acordo. É um descaso dele frente à luta das universidades estaduais. A nossa saída será a mobilização conjunta com as demais categorias da Uece, e com as demais universidades estaduais”, afirmou Elda Maciel, presidente do Sinduece.
Elda ainda afirmou que o governador Cid Gomes está fazendo provocações absurdas às universidades estaduais, ao propor a redução das horas-atividade para aumentar as horas-aula dos docentes como forma de suprir a carência de concursos públicos. Segundo a presidente do Sinduece, a real solução, ainda que emergencial, para as três universidades estaduais é a realização é de concursos públicos para 577 professores, e não diminuir as horas-atividade e o tempo que o professor pode destinar à pesquisa e à extensão.
Leia aqui a moção aprovada no 59º Conad do ANDES-SN sobre as estaduais cearenses.
Imagem de Sinduece – SSind
Fonte: ANDES-SN