Ford Camaçari (BA) joga a crise nas costas dos trabalhadores e ameaça com demissões

Mais de 1,8 mil metalúrgicos da Ford Camaçari (BA) ficarão em regime de lay-off (suspensão temporária) a partir do dia 14 de março. Também foi aberto pela empresa um programa de demissão voluntária (PDV) e boa parte dos 8 mil funcionários estão de férias coletivos e só retornam no dia 29 de fevereiro.

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A Planta Ford Camaçari é altamente lucrativa para a multinacional dos EUA, que bateu recordes de lucros em 2015, chegando a faturar US$ 10,8 bilhões. Além de seguir produzindo, exportando e lucrando, a empresa recebe diversos incentivos fiscais dos governos. Mesmo assim, anunciou no final de 2015 que fecharia o terceiro turno que produz os modelos Ka e EcoSpor.

De acordo com o movimento Chão de Fábrica, ligado à CSP-Conlutas, e que defende os interesses dos trabalhadores metalúrgicos na região, a direção do sindicato, ligada à CTB, não mobiliza a categoria. Ao invés disso, apresenta um discurso de que o Lay-off e o PDV são as ‘alternativas viáveis’, realizando assembleia em tom de terror com os trabalhadores.

No entanto, o movimento ressalta esses mecanismos não garantem a manutenção do emprego, e que somente com luta e greve os trabalhadores poderão barrar esse ataque. O Movimento ressalta ainda, que desde o anúncio das demissões, o Sindicato não organizou a greve, e os trabalhadores seguem sem respostas por parte de quem deveria organizar suas lutas. O Movimento Chão de Fábrica cobra do Sindicato imediata resposta para a ameaça de demissões, e que organize uma greve como forma de resistência. Além disso, exige que a presidente Dilma Rousseff edite imediatamente uma medida provisória que proíba as demissões, e que os governos Federal e Estadual da Bahia, além da Prefeitura de Camaçari, todos ligados ao PT e seus aliados, cortem imediatamente todos os subsídios à Ford.   Só a luta unificada da categoria pode derrotar realmente as demissões!

Demissões em outras plantas  

Na GM de São José dos Campos (SP), 517 trabalhadores foram demitidos pela empresa no início desse ano.  Na Volkswagen, mais 800 funcionários estão em lay-off na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), após período de 20 dias de férias coletivas iniciado dia 10. A unidade já tem outros 1,2 mil operários com os contratos suspensos. A partir de quarta-feira, a Mercedes-Benz dará licença remunerada por tempo indeterminado a 1,5 mil trabalhadores também da fábrica de São Bernardo.

A CSP-Conlutas apoia a luta desses metalúrgicos e convoca a todos se unificarem para resistir contra essas demissões. Os trabalhadores não podem pagar pela crise gerada pelo governo, empresários e banqueiros.

Fonte: CSP-Conlutas

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