Fórum das ADs veicula moção de repúdio ao governo Rui Costa por criminalização do movimento grevista

IMG_0202A moção de repúdio do Fórum das Associações Docentes (ADs), veiculada nesta quarta-feira(29) no jornal “A Tarde”, denuncia a truculência do governo Rui Costa (PT) nas negociações com os docentes, em greve a mais de 80 dias. Os movimentos docente e estudantil, que ocuparam a Secretaria da Educação do Estado (SEC) entre os dias 15 e 18, foram cercados por cinco viaturas da RONDESP na noite do dia 17. Sem mandado de reintegração, a ordem era para que a PM desocupasse o prédio utilizando os meios necessários.
A firmeza e unidade do Movimento fez com que o governo destravasse o impasse e garantiu um acordo para desocupação em segurança. Entretanto, Fórum reafirma seu repúdio a truculência do governo e exige respeito aos que lutam em defesa da universidade publica.

CONFIRA A NOTA ABAIXO!

MOÇÃO DE REPÚDIO AO GOVERNO RUI COSTA

Não à criminalização do movimento grevista

Os professores e as professoras das quatro Universidades Estaduais da Bahia (Uneb, Uesb, Uefs e Uesc), em greve desde o dia 13 de maio de 2015, vêm a público repudiar a truculência do governo Rui Costa (PT) nas negociações com a categoria. Para os docentes, a presença da Rondesp na Secretaria da Educação do Estado (SEC), durante a ocupação pacíca do prédio, entre os dias 15 e 18 de julho, expressa a incapacidade política do Governador e do Secretá- rio de Educação, Osvaldo Barreto, para dialogar com os movimentos sociais.

Durante a ocupação da SEC, professores e estudantes, em luta pela defesa da universidade pública, enfrentaram a nova tática do governo Rui Costa. Na noite do dia 17 de julho, diversas viaturas da Rondesp cercaram o prédio público. O governador Rui Costa deu ordens para que a PM desocupasse o prédio, utilizando os meios que fossem necessários. O que nos surpreendeu foi que somente após a intervenção do coronel é que os representantes do governo sentaram-se à mesa de negociação com os professores e estudantes. Fomos constrangidos e ameaçados pela Polícia Militar na presença do chefe de gabinete da SEC, Wilton Cunha, e com a conivência do Secretário de Educação do Estado. Aqueles que deveriam zelar pela educação foram os mesmos que nada zeram para evitar a intervenção militar que poderia ter levado a uma tragédia.

Trata-se de uma nova forma política implementada pelo PT para resolver os conitos com os movimentos sociais e suas reivindicações. No entanto, professores e estudantes não se intimidaram com essa truculência. Só desocupamos a Secretaria da Educação quando o governo saiu da sua zona de conforto e, na madrugada do dia 18 de julho, enviou seus secretários de Estado e a comissão de negociação para destravar o impasse.

Tal conduta parece ser a prática corrente do governo petista. No dia 22 de julho, vários estudantes das quatro universidades estaduais da Bahia, reunidos em frente à governadoria, aguardando reunião agendada com o Secretário das Relações Institucionais (SERIN), para tratar da política de permanência estudantil, também foram recebidos pelo aparelho repressor do Estado. Jovens, lutando em defesa dos seus direitos, criminalizados e reprimidos na Bahia administrada por Rui Costa.

Alertamos a população do nosso Estado. Na Bahia está faltando compromisso do governo com as mínimas garantias da democracia formal e o governador Rui Costa demonstra total desinteresse pela crise orçamentária das universidades estaduais. Além disso, o governo manifesta a séria intenção de criminalizar o movimento grevista, inclusive cortando os salários dos professores em greve, sem nenhuma decisão judicial.

Mas, como fazemos questão de armar, só a luta transforma a vida. Continuamos rmes e não nos abalamos com a nova política do Partido dos Trabalhadores para negociar com os professores em greve: a repressão. As universidades estaduais são um patrimônio do povo baiano, e a contribuição dos docentes é fundamental para que as instituições baianas estejam entre as melhores do país.

Repudiamos essa forma de fazer política do governo Rui Costa, sua truculência contra os movimentos sociais e exigimos respeito para aqueles que lutam em defesa da universidade pública e voltada para os interesses do seu povo. Não nos calarão!

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