Um dos questionamento dos grevistas é a perda da soberania nacional
Nesta quinta (14), a central sindical do Uruguai Plenário Intersindical de Trabalhadores – Convenção Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT) convocou uma greve geral em defesa do trabalho, do salário, das condições de vida, da previdência e do gasto social, frente às medidas de ajuste fiscal impulsionadas pelo governo uruguaio de Tabaré Vazquez (Frente Ampla). Próximo às negociações salariais do segundo semestre nos Conselhos Salariais, os trabalhadores temem por perdas reais de salário.
Segundo a organização, cerca de um milhão de trabalhadores aderiram ao protesto, que contou com a participação de docentes e servidores da Universidade da República (Udelar), a Federação de Estudantes Universitários do Uruguai (FEUU), a Federação Uruguaia de Cooperativas de Vivenda (Fucvam), o Sindicato Único de Telecomunicações (Antel), a União de Trabalhadores Estatais (UTA), sindicatos de docentes, entre outros movimentos organizados.
Em entrevista à imprensa, representantes sindicais denunciaram que o aumento da inflação tem atingido o poder aquisitivo do salário e que a crise tem fortalecido uma contraofensiva da direita. Segundo o presidente da central sindical PIT-CNT, Fernández Pereira, “se questiona que a única variável de ajuste seja o que a classe operária tem para oferecer: sua força de trabalho”.
Os sindicatos unificados em torno da greve geral propõem políticas anticíclicas para expandir a capacidade de consumo interno, como a criação de novos postos de trabalho, o aumento dos investimentos públicos e estímulos para a compra de insumos nacionais de produtores uruguaios. A queda dos preços das matérias primas e o caráter dependente da economia uruguaia têm atingido fortemente a população.
Claudio Arbesún, da FEUU, denunciou também o corte do orçamento universitário. Segundo ele, “na universidade se produz o 80% das investigações cientificas no país, o corte no orçamento implica cortar a possibilidade do desenvolvimento nacional”.
*Com edição do ANDES-SN