Após meses de intensa mobilização e da ocupação de mais de 70 escolas, os estudantes conseguiram, na tarde desta quinta-feira (19) suspender o processo de reorganização da educação básica paulista, com o qual o governo estadual fecharia 94 escolas no próximo ano. A suspensão ocorrerá 48 horas após a desocupação das escolas.
O anúncio da suspensão do fechamento das escolas foi feito pelo secretário de educação paulista, Herman Voorwald, que afirmou que não sabe como seguirá o processo de reorganização da educação. O governo paulista afirmou que, agora, ouvirá as escolas sobre possíveis alternativas ao fechamento das unidades.
A força da luta estudantil foi fundamental para derrotar o projeto de fechamento das escolas, assim como o apoio de familiares, professores, funcionários, sindicatos e movimentos sociais e populares. No dia 12 de novembro, o governo havia conseguido, na justiça, uma liminar para desocupar as escolas, com uso da força se necessário. No entanto, a mobilização e as ocupações cresceram e, em sete dias, além de derrubar a liminar, obrigaram o governador Geraldo Alckmin a recuar em sua política de precarização da educação.
O projeto de “reestruturação”
O governador Geraldo Alckmin apresentou um projeto de “reestruturação” da educação básica que previa o fechamento de 94 escolas com a justificativa de “especializar” cada instituição em apenas um ciclo de ensino: o primeiro abrange os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, dos alunos do 6º ao 9º ano do fundamental, e o terceiro reúne os três anos do ensino médio.
A medida teve amplo rechaço entre estudantes, familiares, professores e servidores das escolas, que desde então organizam massivas mobilizações contra o projeto. Entre as consequências mais perversas da “reestruturação” estavam a demissão de professores e funcionários temporários e o aumento da distância entre a casa dos alunos e as escolas.
*Com informações de O Mal Educado e Folha de São Paulo. Imagem de EBC
Fonte: ANDES-SN