Nota da ADUSC sobre arrombamento e tentativa de furto na UESC

Neste domingo (27), a notícia da tentativa de furto na UESC foi explorada de forma sensacionalista por parte da mídia empresarial e de contrários à ocupação da UESC, na tentativa de criminalizar o movimento. A diretoria da ADUC repudia tal postura e endossa a nota do movimento, que alerta “que o caso em questão se tratou de um fato isolado, unilateral e individual e que não coaduna com os valores defendidos pela ocupação”. Leia a nota.

A ocorrência de furtos e arrombamentos na UESC não é um privilégio ao período de ocupação, e a disposição do movimento em solucionar o problema dá conta de seu desacordo com tal prática. Portanto, se utilizar desse fato para criminalizar e questionar a legitimidade do movimento é rebaixar o debate político, de forma irresponsável e oportunista, sobre a questão do método de ocupação.

É inegável a relevância do movimento de ocupações promovido pela juventude de todo país, no enfrentamento aos ataques impostos à educação pública no atual cenário. Além de lançar um farol sobre a PEC 55 e a política de ajustes do ilegítimo governo Temer e demonstrar a disposição para a luta, as ocupações têm apontado o modelo de educação que atende aos interesses populares. Também proporciona formação e organização para os integrantes e apoiadores das ocupações.

É também legítima a preocupação quanto à abordagem da Polícia Militar. O Brasil possui a polícia que mais mata e mais morre no mundo. Uma polícia permeada por ideologias discriminatórias, acentuadas por discursos como o do Dep. Federal Jair Bolsonaro, que reforça preconceitos inclusive sobre os movimentos organizados pela classe trabalhadora. Isso se expressou na utilização da violência física contra acusado e contra o representante do movimento, mesmo sem resistência à apreensão.

A diretoria da ADUSC repudia tal abordagem, e se soma à preocupação em garantir que o infrator seja “responsável por seus  atos com a garantia de respeito ao devido processo legal”, e disponibiliza sua assessoria jurídica para tanto.

Por fim, o movimento Ocupa UESC completou, no dia 24 de novembro, último, um mês de ocupação com a realização de uma vitoriosa assembleia. Após avaliação das ações do movimento, 179 estudantes votaram favoráveis à continuidade da ocupação. Isto demonstra o reconhecimento das ações do movimento, bem como sua força para lutar, resistir e barrar a PEC 55, a MP 746 e a política de ajuste do ilegítimo governo Temer. A ADUSC reforça seu apoio aprovado em assembleia da categoria no dia 9 de novembro e reafirma seu compromisso com esta luta.

 

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