Cerca de mil servidores públicos, federais, municipais e estudantes participaram da Reunião Ampliada do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) nesta quarta-feira (14), que ocorreu em uma tenda na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), e apontou um calendário de lutas para as próximas semanas. A reunião marcou o encerramento das atividades da Jornada de Lutas em Brasília, que teve início na segunda a noite (12), com uma manifestação em frente ao Congresso Nacional e continuidade na terça (13) com uma grande marcha na Esplanada, que reuniu mais de 10 mil manifestantes.
A reunião apontou a adesão dos servidores públicos às mobilizações já marcadas para os dias 22 e 29 de setembro. Nessas datas, os servidores farão protestos, atos públicos e paralisações em todo o país contra a retirada de direitos, o ajuste fiscal e pelo Fora Temer.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, ressaltou que é importante o fortalecimento da unidade entre as diversas categorias dos setores públicos e privados e a participação ativa dos docentes da base do ANDES-SN nas mobilizações previstas para os dias 22 e 29 de setembro, em todo o país.
“O calendário de lutas contribui para a mobilização da nossa categoria, coloca em movimento a classe junto com outras categorias e é um passo importante para a construção da greve geral no país, que precisa se dar pelas bases. E os professores irão se empenhar na construção de comitês de mobilização, junto com técnico-administrativos e estudantes, nas universidades públicas e institutos federais desse país. Assim como, fortalecer os fóruns de Educação Pública em cada estado e o Fórum dos Servidores Públicos, juntando servidores estaduais, municipais e federais. Precisamos parar o país para dizer que não aceitaremos nenhuma retirada de direito, nenhum retrocesso desse governo ilegítimo”, ressaltou a presidente do ANDES-SN.
Encaminhamentos
Após a fala de diversas entidades e centrais sindicais, Paulo Barela, representante da CSP-Conlutas, fez a leitura dos encaminhamentos aprovados, entre os quais está a construção de uma paralisação nacional na segunda quinzena de outubro. “É importante a mobilização e a unidade para a realização de um grande dia repleto de protestos por todo o país”, ressaltou Barela.
Além disso, a reunião incorporou, ao calendário de lutas do Fonasefe, o dia 22, com paralisações e atos públicos nos estados, e o dia 29, com protestos acompanhando a paralisação nacional dos metalúrgicos. “As atividades realizadas nessa Jornada de Lutas em Brasília são um impulso fenomenal para avançar na greve geral e na mobilização. Os atos foram extremamente positivos, com grande comparecimento, de caravanas de todo o país, que trouxeram mais de 10 mil pessoas para a Esplanada dos Ministérios dizendo não ao PLP 257, à PEC 241, às reformas da previdência e trabalhista, fora Temer”, ressaltou.
Avaliação
Para o tesoureiro do ANDES-SN e encarregado de relações sindicais da entidade, Amauri Fragoso de Medeiros, o Sindicato Nacional teve papel importante na construção da Jornada de Lutas e na ampliação da unidade entre as categorias do serviço público e demais categorias a classe trabalhadora, movimentos sociais e estudantis, que resultou em dois dias de mobilização em Brasília, extremamente positivos. Ele reforça que é fundamental a manutenção dessa unidade, para a construção da greve geral.
“A reunião ampliada avaliou que os dois dias de mobilização da jornada de lutas em Brasília foram muito positivos, e demonstram um fortalecimento da construção da unidade que mostra que estamos acertando na política para a construção da unidade entre os servidores públicos de todo o Brasil e da classe trabalhadora”, disse.
O diretor do ANDES-SN informou ainda que o Sindicato Nacional irá colocar em discussão, junto à base, a adesão à mobilização nas datas propostas pela Reunião Ampliada. “Nós tiramos que vamos trabalhar na construção da greve geral, tomando como referência dois dias de mobilização que terão importância fundamental nesse processo de construção que são o dia 22 e o dia 29 de setembro. É importante que a gente participe desse processo, mantendo as reuniões semanais do Fonasefe, na tentativa de que, na segunda quinzena de outubro, tenhamos a possibilidade de um primeiro dia de greve geral. Esse é um processo de construção que leva a um diálogo intenso com outras categorias”, explicou, acrescentando que, o processo de construção da mobilização com as demais categorias está se dando através da CSP-Conlutas e as demais centrais sindicais.
“A reunião aponta claramente que os servidores públicos do Brasil já estão mobilizados e podem já começar a discutir a greve no setor público. Mas é necessária essa articulação com a iniciativa privada para que possamos dar resposta a toda rapinagem dos direitos sociais, que se intensificou com o governo Temer. É importante ressaltar as linhas que estão dentro do processo de unidade que são a luta contra a PEC 241, o PLP 257, a reforma da previdência e a reforma trabalhista. Esses são aspectos importantes, que tem ainda como reboque o PLS 204 que irá ampliar a dívida pública através da emissão de debêntures por empresas estatais não dependentes”, completou.