Na tradicional Lavagem das Escadarias do Senhor do Bonfim, realizada no dia 16 de Janeiro, mais uma vez o bloco formado pelas Associações Docentes (ADs) das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), ocupou as ruas da Cidade Baixa. Nessa oportunidade, os professores, em defesa da Educação Pública Superior de Qualidade, denunciaram a crise financeira que atravessam as universidades Estadual da Bahia (Uneb), Estadual de Feira de Santana (Uefs), Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Estadual de Santa Cruz (Uesc).
Durante o cortejo, os docenets reivindicaram que o governo estadual repasse 7% da Receita Líquida de Impostos às universidades estaduais. Neste ano, o protesto dos docentes teve o reforço da presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, da CSP-Conlutas Bahia, do Sindicato dos Técnico-Administrativos (Sintest), de vários segmentos do Movimento Estudantil, além de simpatizantes à causa da educação, que aderiram ao bloco no decorrer do cortejo.
Com muita alegria e disposição, acompanhados por uma fanfarra, faixas, placas e um balão, o grito do bloco dos professores ecoou pelas ruas de Salvador e era aplaudido por onde passava. Durante o ato, o Movimento Docente das Ueba também denunciou a proposta orçamentária do governo para 2014, que prevê cortes de aproximadamente 12 milhões à Educação Pública Superior.
“A atividade realizada pelos docentes das Estaduais baianas é uma forma de denunciar para a sociedade o estrangulamento financeiro e a precarização do trabalho enfrentado pelos companheiros no estado”, comentou Marinalva Oliveira.
A presidente do ANDES-SN destacou o tema “Fé Na Luta” escolhido pelas seções sindicais para o bloco do movimento docente. “O governo da Bahia reduziu os já parcos orçamentos das universidades estaduais para 2014, em comparação com o ano passado, o que deve aprofundar o quadro de precarização que vivenciado pela categoria Só com luta conseguiremos reverter este processo”, ressaltou.
O descaso do governo estadual com a Educação leva as universidades ao sucateamento e à precarização do trabalho docente. Em 2013, o desrespeito do governo Jaques Wagner com as Universidades Estaduais da Bahia fez com que, entre outros problemas, a Uesc atrasasse o pagamento de bolsas e serviços terceirizados, como limpeza e vigilância; e interrompesse os processos de promoção, progressão e alteração de regime de trabalho.
O contingenciamento orçamentário imposto pelo estado prejudica o ensino, a pesquisa e a extensão. Faltam materiais didáticos, de pesquisa, equipamentos laboratoriais e até materiais de limpeza. Para os professores que compõem o movimento docente neste ano, a possibilidade de uma greve unificada entre docentes, técnico-administrativos e estudantes não está descartada.
*Fotos: Karen Oliveira