ASSEMBLEIA DA ADUSC APROVA ADESÃO À GREVE GERAL, ELEGE DELEGADOS PARA O 37º CONGRESSO DO ANDES-SN E PRORROGA MANDATO DA DIRETORIA

Luciane Soares, presidente da ADUENF faz saudação à assembleia. Foto: Ascom ADUSC
Luciane Soares, presidente da ADUENF faz saudação à assembleia. Foto: Ascom ADUSC

A assembleia ordinária de professores da UESC, realizada nesta quinta-feira (30), contou com participação da docente Luciane Soares, presidente da ADUENF (Associação de Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense). A docente relatou o cenário de precarização da UENF, e fez um chamado a participação na Frente Nacional em Defesa das Instituições de Ensino Superior Públicas, lançada no dia 18 de outubro, ultimo.

 A assembleia aprovou a adesão ao Movimento Nacional de Greve Geral contra a reforma da previdência e em defesa dos direitos dos trabalhadores ativos e aposentados. A Greve Geral convocada pelas Centrais Sindicais ocorrerá no dia 5 de dezembro e será marcada por atos e protestos em do o país. A agenda de atos em Ilhéus e Itabuna será divulgada em breve.

Foto: Ascom ADUSC
Foto: Ascom ADUSC

A assembleia também elegeu os delegados para o 37º Congresso Nacional do ANDES-SN, que ocorrerá entre os dias 22 e 27 de Janeiro, em Salvador. Representarão a ADUSC no congresso, os docentes Arturo Samana, Salvador Trevisan, Kátia Guerreiro, Luiz Henrique Blume. O representante da diretoria será indicado posteriormente.

Salvador Trevisan, docente aposentado, é um dos representantes da ADUSC no 37 º Congresso do ANDES-SN
Salvador Trevisan, docente aposentado, é um dos representantes da ADUSC no 37 º Congresso do ANDES-SN. Foto: Ascom ADUSC

Já a assembleia extraordinária, convocada para às 16:05 horas aprovou a prorrogação do mandato da atual diretoria da ADUSC por 60 dias a partir da data da assembleia. A comissão eleitoral vai elaborar um novo calendário e a diretoria quando eleita será imediatamente empossada.

 

28 DE NOVEMBRO – DIA DE LUTA NAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS DA BAHIA

Mobilizações do dia 28 de Novembro
Mobilizações do dia 28 de Novembro

Com indicativo de greve aprovado, o Movimento Docente realizou panfletagens e paralisou as atividades acadêmicas

Nesta terça-feira (28), o Movimento Docente das Ueba realizou mobilizações em todo Estado contra a reforma da previdência e os ataques do governo Rui Costa ao orçamento das instituições e direitos trabalhistas. Com portões fechados, professores da Uneb, Uesc e Uesb fizeram cafés da manhã, panfletagens e atividade em praças públicas. Na Uefs ocorreu panfletagem no pórtico, no Restaurante Universitário e nos ônibus que transportam técnicos e docentes da universidade.

A manifestação também fez parte de uma agenda nacional. Em Brasília, milhares de servidores públicos de diversas categorias se reuniram para um ato em frente a Câmara dos Deputados para protestar contra a reforma da Previdência e em defesa dos serviços públicos. Representações das ADs baianas também participaram desse protesto.

De acordo com a coordenação do Fórum das ADs, a atividade aconteceu para denunciar a forma como o Governo da Bahia vem conduzindo o ensino superior baiano e para fortalecer a luta nacional contra a reforma da previdência. “A inflexibilidade do Governo do Estado em abrir as negociações com o Movimento Docente é responsável pelo aprofundamento da crise orçamentária e retirada de direitos trabalhistas”, destacou o professor Milton Pinheiro, coordenador do Fórum das ADs.

Leia na íntegra o boletim especial do Fórum das ADs do dia 28 de novembro

Calúnia e negação de direitos

Em resposta aos protestos, a Secretaria Estadual da Educação (SEC) divulgou uma nota caluniosa à imprensa. Para descaracterizar o protesto estadual contra o governo Rui Costa, declarou em nota que a mobilização tratava apenas da pauta nacional. A nota tentou, ainda, deslegitimar os sindicatos das quatro Ueba, informando que sobre o problema do orçamento “dialogam com as universidades”, ou seja, conversam com as reitorias. A nota nada relata sobre os direitos trabalhistas e as inúmeras solicitações de reuniões feitas pelo Movimento Docente.

O governo distorce os números para confundir a população baiana. No texto ainda afirma que “o Estado tem destinado um sólido processo de aumento dos recursos para as universidades, passando de R$ 413.317.946, em 2007 para, 1.285.746.000, em 2017”. No entanto, omitiu da declaração o crescimento da Receita Líquida de Imposto nesse período, que saiu de 10,6 bilhões de reais para quase 26 bilhões em 2017. Além disso, a pauta dos professores refere-se a 7% da Receita Líquida de Impostos. Isso significa que o orçamento para as Ueba deveria ser R$ 742.000.000,00 em 2007 e não R$ 1.800.000.000 como a nota afirma. Portanto, só esse ano, o governo deixou de repassar R$ 514.254.000,00 para as universidades.

Na prática, além da ausência de reajuste salarial há mais de dois anos, os docentes também tem seus processos de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho travados pela Saeb (Secretaria da Administração do Estado da Bahia). Os números e as filas só aumentam. Atualmente existem 334 processos de promoção, 135 de progressões e 148 de mudança de regime de trabalho dos docentes, negados nas quatro universidades estaduais. O que significa menos recursos nos orçamentos familiares e prejuízos financeiros e funcionais na carreira e vida dos professores.

Mesmo diante da falta de compromisso dos gestores públicos, o Movimento das Associações Docentes segue empenhado e disposto à luta. A indignação da categoria fez com que o indicativo de greve fosse aprovado nas universidades. Encontra-se em discussão nas diretorias a pauta 2018. Ocorrerão também assembleias docentes ainda no mês de dezembro para definir os próximos passos da luta. A próxima reunião do Fórum das ADs acontecerá no dia 4 de dezembro, a partir das 9h, em Salvador na sede da Aduneb.

Confira as imagens das atividades do dia 28 de novembro.

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Atividade na praça e mobilização na Uesc. Fotos: Ascom Adusc

 

Portões fechados, panflegens e café da manhã na Uneb. Fotos: Ascom Aduneb
Portões fechados, panflegens e café da manhã na Uneb. Fotos: Ascom Aduneb

 

Portões fechados, panflegens e café da manhã na Uesb. Fotos: Ascom Adusb
Portões fechados, panflegens e café da manhã na Uesb. Fotos: Ascom Adusb

 

Panfletagem e mobilização na Uefs. Fotos: Ascom Adufs
Panfletagem e mobilização na Uefs. Fotos: Ascom Adufs

 

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA

 
No uso de suas atribuições, que lhe confere o Art. 22 do Regimento Geral, a diretoria da ADUSC/Seção Sindical do ANDES/SN, convoca a todos os associados para Assembleia Extraordinária a realizar-se no dia 30.11.2017 (Quinta-feira), às 16:05, no CEU, no Térreo do Pavilhão Adonias Filho, com a pauta única:
1) Prorrogação do mandato da atual diretoria da ADUSC até dia 15 de Janeiro;



Campus Soane Nazaré, 28 de Novembro de 2017.


___________________________________
José Luiz de frança Filho
Presidente

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA

assembleia 1
No uso de suas atribuições, que lhe confere o Art. 22 do Regimento Geral, a diretoria da ADUSC/Seção Sindical do ANDES/SN, convoca a todos os associados para Assembleia ordinária a realizar-se no dia 30.11.2017 (Quinta-feira), às 13:30h em primeira convocação e às 14:00h em segunda, no CEU, no Térreo do Pavilhão Adonias Filho, com a seguinte pauta:
1) Informes;
2) Eleição dos (as) delegados (as) do 37º Congresso do ANDES -SN;
3) Greve Geral (05/12): contra a reforma da Previdência e em defesa dos direitos dos trabalhadores ativos e aposentados;
4) O que ocorrer.

Docentes da Ufba são ameaçados por conta de suas pesquisas

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Três docentes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e uma estudante de mestrado foram recentemente ameaçados por conta da temática das pesquisas que realizam. Uma das docentes, que participa do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim), grupo de estudos sobre gênero e sexualidade criado em 1983, foi ameaçada de morte por meio de mensagens na internet.

Em resposta às ameaças, a comunidade acadêmica da Ufba se mobilizou. Nesta quarta (22), pela manhã, mais de 300 docentes, estudantes e técnico-administrativos – em greve – realizaram uma manifestação de solidariedade às quatro pessoas ameaçadas. Um grande ato público em defesa da universidade e da democracia está sendo organizado para os próximos dias. A manifestação deve ser articulada com outros setores da sociedade, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“Alguns setores estão indo para caminhos extremistas, espalhando o ódio, já que não encontraram soluções e querem culpar o outro: o negro, a mulher e os LGBTs, que podem exercer sua visibilidade dentro da universidade”, ressalta Carlos Zacarias, professor do departamento de História da Ufba e um dos organizadores da manifestação, em entrevista ao Jornal A Tarde.

A reitoria da Ufba se manifestou oficialmente sobre o caso, criticando os ataques. “Em episódios recentes, verificamos ameaças de morte e outros tipos de violência contra uma de nossas docentes, pesquisadora do Neim; a tentativa de impedimento de defesa de uma dissertação de Mestrado de aluno do IHAC (Instituto de Humanidades, Artes e Ciências), tendo que solicitar a segurança da própria Universidade; e a perseguição e ridicularização nas redes sociais de projetos de pesquisa e extensão que versam sobre essas temáticas”, destaca o reitor da Ufba, João Carlos Salles, em nota. A polícia está investigando as ameaças, buscando identificar os responsáveis.

Com informações de Ufba, Jornal A Tarde e Correio 24 Horas. Imagem de Lana Bleicher.

Fonte: ANDES-SN

A POLÍTICA DE ARROCHO SALARIAL E O DESMONTE DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS DA BAHIA

Charge ADUFS
Charge ADUFS

A POLÍTICA DE ARROCHO SALARIAL E O DESMONTE DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS ESTADUAIS DA BAHIA

Há mais de dez meses o Fórum das ADs, que congrega as quatro Associações Docentes das Universidades Estaduais Baianas (UEBA), protocolou sua pauta de reivindicações junto ao Governo do Estado da Bahia. No entanto, o Governo nega a possibilidade de reunir-se para tratar das reivindicações (orçamento para as Universidades, direitos trabalhistas e reposição das perdas salarias), demonstrando descaso com as (os) professoras (es) que insistem na necessidade de abertura de negociação.

Isso se dá no momento em que o Governo anuncia o crescimento da arrecadação e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) baiano acima da média brasileira. A Bahia cresce quase dez vezes mais que o Brasil, segundo o próprio governo da Bahia. A análise do PIB do segundo trimestre de 2017 comprova que a elevação foi de 1,9%, enquanto no mesmo período o país teve um aumento de apenas 0,2%. Mesmo diante desse cenário, o governo impõe um estrangulamento orçamentário para as UEBA.

Além disso, de acordo com dados do Relatório de Gestão Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, referente ao segundo quadrimestre de 2017, o governador gastou em despesas com pessoal 41,79% da Receita Corrente Líquida. O que é um valor bem abaixo dos 46,17% do limite prudencial imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o menor desde 2014. Mesmo com margem orçamentária, o governo se nega a abrir uma negociação e dialogar com as (os) docentes.

Nos últimos dois anos, as (os) professoras (es) universitárias (os) acumulam perdas salariais de 20%, em função da não reposição da inflação. Além disso, o Estatuto do Magistério Superior é desrespeitado pelo Governo, que não cumpre os direitos trabalhistas de milhares de docentes. Lutamos contra o arrocho salarial em defesa dos direitos trabalhistas.

A crise orçamentária das Universidades das Estaduais imposta pelo governo da Bahia já passa do limite! No período de 2013 a 2016, segundo estudos realizados pelo Fórum das ADs, as UEBA acumularam redução de R$ 213 milhões no orçamento de manutenção, investimento e custeio. Faltam equipamentos e materiais básicos em laboratórios de ensino, de pesquisa e em sala de aula. Bolsas estudantis são pagas com atraso, cortadas ou têm seus valores reduzidos. Políticas de permanência estudantil sofrem cortes ou são alteradas para economizar recursos, o que contribui para a evasão dos estudantes. O repasse dos atuais 5% da Receita Líquida de Impostos (RLI) é insuficiente para atender as demandas das Universidades e, ainda assim, passa por contingenciamento do governo. Nossa luta é pelo aumento para 7% da RLI.

As UEBA são patrimônio da sociedade baiana. Patrimônio conquistado com muita luta e suor da população. As Instituições são responsáveis pela formação de mais de 60 mil estudantes, produzem novos conhecimentos, desenvolvem pesquisas importantes para o desenvolvimento socioeconômico regional e nacional através da interiorização do ensino, pesquisa e extensão. Prestam, há décadas, serviços fundamentais à população de todo Estado. Diante dessa importância, o Fórum das ADs tem cobrado a realização de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa da Bahia para discutir a situação das Universidades. Apesar dessa solicitação, feita desde o dia 25 de julho deste ano, os deputados estaduais sequer dignaram-se a marcar uma simples audiência para discutir os reais problemas da educação na Bahia. O Fórum repudia a postura dos parlamentares, que dificultam e impedem o debate de questões fundamentais para o povo baiano. A situação denuncia a falta de compromisso dos parlamentares com a educação pública.

Diante do descaso do Governo da Bahia, a categoria docente está mobilizada e já aprovou indicativo de greve na Uefs, Uesb, Uesc e Uneb. Manifestamos, mais uma vez, a disposição para abrirmos um canal de diálogo com o governo do Estado e evitarmos um possível impasse. Ao mesmo tempo, o Fórum das ADs conclama o povo baiano a participar desta luta e dizer: NÃO AO ARROCHO SALARIAL, AO SUCATEMANETO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E AO DESMONTE DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS ESTADUAIS DA BAHIA!

Bahia, 29 de outubro de 2017
Fórum das Associações Docentes da Uefs, Uesb, Uesc e Uneb
Andes – Sindicato Nacional
Central Sindical e Popular – Conlutas

Para ter acesso à nota publicada no jornal clique aqui.

ELEIÇÃO DIRETORIA DA ADUSC BIENIO 2017-2019

A Comissão Eleitoral para escolha da gestão da ADUSC, Biênio 2017-2019, eleita em assembleia, realizada no dia 7 de Novembro, publicou nesta sexta-feita (17) o Edital de abertura do processo eleitoral. Fazem parte da Comissão, representando a diretoria atual, a professora Lucimar França, e representando a base, os professores Elvis Barbosa e Adão Ornellas.

Participe desse processo tão importante! Acesse  e divulgue o Edital (AQUI) e o Regulamento (AQUI) da eleição da ADUSC para o biênio 2017-2019.

NOTA DA DIRETORIA DO ANDES-SN

REPÚDIO À REITORIA DA UFPR POR SE MANIFESTAR PELO CORTE DO PONTO DO(A)S SERVIDORE(A)S EM GREVE

A conjuntura acirrada de ataques à(o)s trabalhadore(a)s, a retirada de direitos orquestrada pelo governo Temer, em nome do ajuste fiscal, exige da classe trabalhadora reação à altura. Trabalhadores e trabalhadoras do serviço público e da iniciativa privada não podem aceitar passivamente o avanço arrasador da exploração promovida pelo capital para obtenção do lucro.

A Constituição Federal, em seu art. 9º, e a Lei nº 7783/1989, garantem o direito de greve. Esse direito foi conquistado por meio de muita luta dos sindicatos e movimentos sociais. A greve é instrumento de luta caro à classe trabalhadora, que, na maioria das vezes, é alijada do processo de negociação. A regulamentação do direito de greve realizada nos últimos tempos pelo STF atinge o(a)s trabalhadore(a)s, na prática, retirando direitos. No caso das greves do(a)s servidore(a)s público(a)s docentes, sempre houve a compreensão que não cabe o corte do ponto na medida em que há reposição das atividades acadêmicas. Isso sempre aconteceu também no caso do(a)s Técnico(a)-Administrativo(a)s que, no processo negocial, apresentaram propostas de reposição de carga de trabalho.

Vivemos, presentemente, uma nova greve do(a)s Técnico(a)-Administrativo(a)s das IFES que saem na frente lutando contra toda sorte de medidas regressivas em forma de leis, MP e outros instrumentos, que apontam para a destruição do serviço público e privatização e terceirização da universidade pública brasileira. Há hoje em torno de 29 instituições nas quais o(a)s servidore(a)s  aderiram à greve da FASUBRA. A reitoria da UFPR, de forma imperativa e autoritária, encaminhou às chefias da UFPR, a Nota nº 00289/2017/GAB/ PROC/PFUFPR/PGF/AGU, com o seguinte conteúdo:

“a Administração Pública deve fazer o “corte do ponto” dos servidores grevistas. Portanto, restou agora definitivamente afastada qualquer dúvida da legitimidade do não pagamento a servidores grevistas, bem como o dever de a Administração proceder a esses descontos de ofício (…)”
“Pelo exposto, oriento à Administração da UFPR que em caso de ausência de servidores públicos em razão do exercício do direito de greve deve ser efetuado o corte do ponto (…)”.

Com o envio dessa nota a reitoria da UFPR passa a responsabilidade e pressiona as chefias de departamentos e direção de setores sobre o corte de pontos, quando afirma que o(a)s gestore(a)s que não repassarem a relação do(a)s servidore(a)s grevistas poderão sofrer exoneração ou dispensa da titularidade da chefia imediata, o que pode ser interpretado como um caso de assédio moral.

Diante disso, a diretoria do ANDES-SN manifesta repúdio à atitude do Reitor da UFPR, por se utilizar do referido expediente para coibir o direito de greve do(a)s funcionário(a)s organizado(a)s pelo SINDTEST, ao mesmo tempo em que solicita a retirada da referida nota e a instalação imediata de mesa de negociação para se discutir essa questão.
Brasília, 16 de novembro de 2017
DIRETORIA DO ANDES-SN

 

Fonte: ANDES-SN

Produtivismo docente pode adoecer, matar e até levar ao suicídio

imp-ult-832765232O recente suicídio de um doutorando da USP, dentro do laboratório em que trabalhava no Instituto de Ciências Biomédicas, trouxe à tona questões que, embora frequentes, são pouco discutidas. Problemas vivenciados no dia a dia dos docentes e pesquisadores das universidades públicas, como as precárias condições de trabalho, o adoecimento do trabalhador e até o tabu do suicídio necessitam ser debatidos junto à sociedade. A discussão qualificada dessas questões é considerada um caminho à prevenção.

Excesso de carga horária, falta de infraestrutura adequada, pressão para cumprir prazos, ambientes insalubres, assédios morais e sexuais, baixa remuneração, entre outros, são problemas a que professores estão expostos cotidianamente. Quando o foco são os docentes da educação pública superior, soma-se a questão da imposição do produtivismo acadêmico, fruto, sobretudo, das políticas desumanas dos órgãos responsáveis pelos financiamentos das pesquisas. Dois desses exemplos são o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A grave questão ganha contornos trágicos quando inserida no atual contexto político, em que medidas neoliberais, empregadas pelo governo de Michel Temer, como as reformas trabalhistas, da previdência e a Lei das Terceirizações, cortam direitos trabalhistas e sociais. Diante do cenário amplamente desfavorável, torna-se de fácil compreensão a análise da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a qual identifica docência como a segunda profissão com a maior probabilidade a desenvolver doenças.

Produtivismo

Pesquisa divulgada pelo ANDES-SN e pela Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical), de 2014, evidenciou que condições de trabalho adversas, oriundas da imposição do produtivismo acadêmico, podem levar docentes ao adoecimento mental. De 2006 a 2010, de todas as solicitações de afastamentos de professores do trabalho na Ufpa, 14,13% foram por questões relacionadas à saúde mental. A pesquisa “Trabalho Docente e Saúde: Tensões da Educação Superior” foi coordenada pelo médico e professor Jadir Campos (Ufpa).

Com atuação na área da saúde há 34 anos, o pesquisador João Fernando Marcolan, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) analisa que a competição instalada entre docentes pelo sistema produtivista, imposta por Capes e CNPq, é motor para o sofrimento psíquico. Além disso, leva a sentimentos de inferioridade, incapacidade e incompetência.

“O sistema é perverso, pois não há verbas para todos, determinados grupos de pesquisa ficam com boa parte das verbas, não há isonomia de tratamento para as diferentes regiões brasileiras e suas necessidades específicas, o mérito é muito subjetivo por parte do avaliador, há interesses políticos-ideológicos em escolhas. Enfim, caso o docente não perceba as engrenagens do sistema ainda toma para si a culpa de não ter obtido sucesso em sua aventura de não perecer. Caso saiba das engrenagens, resta o sentimento de impotência e frustração”, afirma Marcolan.

As consequências do produtivismo para a saúde do docente são ainda mais impactantes em quem atua na pós-graduação. Essa é uma das análises do artigo científico “Professores do ensino público superior: produtividade, produtivismo e adoecimento”, publicado em 2013, pela Universidade Psychol, de Bogotá, Colombia. De autoria de Izabel Cristina Borsoi (Universidade Federal do Espírito Santo) e Flavilio Pereira (Instituto Ideias Vitória), o trabalho teve como base uma pesquisa realizada, entre 2009 e 2010, com docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

De acordo com a pesquisa da Ufes, dos 80 docentes que informaram ter procurado ajuda médica e/ou psicológica, 62,5% pertenciam a programas de pós-graduação. Mais de 80% também informaram sofrer de enxaqueca, cistite e crises gástricas.

O artigo de Bolsoi e Pereira explicita o papel que o docente foi obrigado a assumir diante do processo produtivista. “O professor passou a assumir um leque de tarefas não só qualitativamente distintas, mas também, e principalmente, impactantes em termos quantitativos. É essa nova dimensão do trabalho que faz com que o docente não consiga estabelecer limites para sua jornada de trabalho, sendo forçado a invadir o tempo da vida privada com demandas laborais”.

Sucateamento

imp-ult-1554222009Para Caroline Lima, a diretora da Aduneb Seção Sindical e do ANDES-SN, parcela dos docentes se tornam reféns das imposições das agências de fomento, devido às políticas estaduais e federal de sucateamento das universidades públicas. Sem orçamento e recursos para custeio e investimento, as administrações das instituições de ensino superior delegam aos docentes a tarefa de captar recursos a suas pesquisas e laboratórios. A excelência profissional se atrelou à publicação, como se o trabalho intelectual fosse um produto resultado de um trabalho em série, sem reflexão, só tecnicista. A atividade docente dentro do capitalismo não deixa espaço para o lazer.

Caroline Lima reforça a denúncia sobre o problema da competitividade gerada pela falta de orçamento e a necessidade do produtivismo. O processo de competição vem como consequência da mercantilização do trabalho docente. A educação foi transformada em mercadoria, a produção intelectual em produto, em resultado. “Com o novo marco legal da ciência e tecnologia, a produção intelectual tornou-se mercadoria. Isso acirra as relações de poder dentro das universidades. Precisamos fomentar espaços de sociabilidade para a categoria e também a solidariedade entre nós, assim poderemos vencer o clima de disputa que tanto prejudica a luta de classes”, comenta a diretora.

Burnout

A síndrome de Burnout é caracterizada pelos especialistas ouvidos pela reportagem como uma das principais doenças que surgem como consequência do produtivismo. O problema acontece principalmente a partir do esgotamento profissional, da tensão no ambiente de trabalho e estresse crônico. A síndrome tem como de seus principais efeitos a depressão.

Suicídio

Embora a questão traga incômodo à sociedade e ao universo acadêmico, casos mais graves de adoecimento docente e depressão podem levar o professor ao suicídio. A questão, embora seja tabu, segundo os especialistas, precisa ser discutida para que possa ser prevenida. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, a depressão é o principal fator de risco associado ao comportamento suicida. O professor da Unifesp, João Marcolan, define por comportamento suicida “Ter ideias de se matar, planejamento para se matar, tentativas que não resultem na própria morte e o suicídio”.

A reportagem não encontrou pesquisas específicas sobre o suicídio de docentes da educação pública superior. O pesquisador Marcolan, após afirmar também não conhecer pesquisas sobre o tema, alertou que a própria ausência de dados é um indicativo que o comportamento suicida ainda causa incômodo na sociedade brasileira. Para o docente, as informações ficam escondidas e subnotificadas em meio aos dados da população geral. “Percebe-se que o preconceito é ainda maior quando se trata dos estratos sociais não vulneráveis e considerados bem-sucedidos”, comentou.

Para além da ausência das pesquisas que mensurem o problema, o fato é que o suicídio na categoria docente existe e pode ter índices assustadores de frequência. Um levantamento feito pela reportagem junto às associações docentes das universidades estaduais baianas, evidenciou que, apenas nos últimos três anos, ocorreram quatro casos de suicídio de professores da Uneb e três na Uesb. Acredita-se que em algumas das ocorrências, o adoecimento que levou à morte, também possa ter sido agravado por preconceitos sociais, a exemplo da LGBTfobia.

Em dados gerais, baseado no relatório da Organização Mundial de Saúde, o Brasil é apontado como o 8º país em incidência de suicídio no mundo, com mais de 11 mil registros anuais. No planeta todo, mais de um milhão de pessoas tiram a própria vida durante o ano, isso significa uma morte a cada 40 segundos.

Isolamento

imp-ult-252005176O psicólogo e professor Samir Mortada, trabalha no Ifba de Salvador, local que, em setembro deste ano, outro docente também cometeu suicídio. Mortada explica que o suicídio, geralmente, acontece devido a uma somatória de fatores, de problemas que, juntos, fazem com que a pessoa entenda que a única saída seja desistir da vida. Para o psicólogo, o conflito pessoal geralmente ainda tem como pano de fundo o isolamento social. Quando as pessoas não se sentem protegidas a partir das ações políticas, das ações organizadas e coletivas, a pressão recai mais forte sobre o indivíduo. Ele tenta lidar sozinho com os problemas e, portanto, geralmente de uma maneira mais frágil. O resultado é que dentro da complexa sociedade atual os indivíduos estão cada vez mais isolados, mesmo dentro de casa se isolam em seus celulares, computadores, em si mesmos. Assim, os vínculos interpessoais são enfraquecidos. Nesse modelo, partilhar tristezas, problemas é algo cada vez mais difícil.

“Quem sofre o problema, a depressão, vê como fraqueza pessoal, não quer incomodar. A tristeza não é bem vista publicamente. Pensar a tristeza é algo desvalorizado do ponto de vista social, então, se vive o problema sozinho. Com a piora das condições de trabalho, isso se torna mais um fator agravante”, comenta Samir Mortada.

Preconceito

Como já citado na reportagem pelo psicólogo do Ifba, o processo de adoecimento que resulta em comportamento suicida, geralmente, é multifatorial. Assim, além dos problemas profissionais, outras questões ainda agravam o quadro. Nesse cenário, é comum que pessoas pertencentes a grupos minoritários e oprimidos, a exemplo de LGBTs, negras e mulheres, sejam ainda mais prejudicadas.

Caroline Lima defende a tese de que o preconceito, também dentro da academia, seja um forte agravante de quadros de comportamento suicida. Com base no processo histórico, ela explica que a universidade brasileira não foi pensada para as minorias. No século XIX, as faculdades eram formadas apenas por homens, brancos e filhos da elite. A homossexualidade foi tratada como doença até a década de 1990, e como crime até o início do século XX. Tais questões, que precisam ser combatidas, estão até hoje enraizadas na academia e são levadas à frente por grupos conservadores.

“Enquanto não reconhecermos que assédios, LGBTfobia, machismo, racismo e sexismo matam, assim como a exploração do trabalho, vamos continuar assistindo colegas tirarem a própria vida por não suportarem mais sentir a dor causada pelo preconceito”, comenta a diretora do ANDES-SN, que também é historiadora.

Prevenção

Quanto à prevenção ao adoecimento docente e todas as suas possíveis consequências, de acordo com os entrevistados, é necessário caminhar por dois campos distintos. O primeiro ponto, defendido tanto por Marcolan (Unifesp) quanto por Mortada (Ifba), é a ampla discussão do problema, de maneira qualificada e adequada na sociedade; a criação e ampliação de espaços de escuta para o suporte social aos indivíduos em risco; a formação de agentes sociais (professores, religiosos, líderes comunitários etc) para atuarem na prevenção e qualificação dos profissionais da saúde para atendimento desses casos; além da prática da vida saudável, prezando por alimentação, descanso, recreação, atividades físicas etc.

Já o segundo campo diz respeito à atuação política. Para Caroline, culturalmente, a prática docente foi constituída como a profissão do cuidado, responsável pela formação dos sujeitos. Esses elementos culturais criaram no imaginário que ser professor é ser intelectual, mas não um trabalhador. Diante disso, é necessário investir em espaços de formação política para apontar os problemas presentes na universidade e nas condições de trabalho.

Quem procurar

Centro de Valorização da Vida (CVV) – atendimento realizado por internet e telefone. O único custo é o da ligação local. Voluntários estão disponíveis 24h por dia para quem precisar conversar sobre os problemas enfrentados. Telefone: 141 / site https://www.cvv.org.br

Com edição do ANDES-SN e imagens e ilustrações de redes sociais.

Fonte: Aduneb-SSind

10 DE NOVEMBRO – DIA NACIONAL DE LUTA E PARALISAÇÕES EM DEFESA DOS DIREITOS TRABALHISTAS

 

Convocação do Fórum das ADs
Convocação do Fórum das ADs

 

Sexta-feira (10) será um dia luta em defesa dos direitos e contra as reformas trabalhista e da previdência.  A mobilização nacional é um chamado unitário entre as centrais sindicais e ocorrerá às vésperas da entrada em vigor da Contrarreforma Trabalhista, que oficialmente passará a valer a partir do próximo sábado (11). Os docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) irão apoiar e participar dos protestos, mesmo não havendo paralisação das atividades acadêmicas. O Fórum das ADs convoca toda a comunidade acadêmica para endossar as mobilizações e fortalecer a resistência.

A pauta que unifica a mobilização é a luta contra agoverno Michel Temer (PMDB) e suas reformas. A reforma trabalhista é uma medida que acabará com direitos históricos. São mais de 100 alterações feitas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que implicam em alterações da jornada de trabalho, redução de salários e piora nas normas de saúde e segurança. Essa reforma, assim como a da previdência, representam um retrocesso histórico nos direitos e nas condições de trabalho no país.

Confira o panfleto do Fórum das ADs do dia 10 de Novembro.

A expectativa é que a próxima sexta (10) seja mais um forte dia de luta em todo Brasil e que impulsione a construção de uma nova Greve Geral de 24 horas. A Central Sindical e Popular (CSP-CONLUTAS), junto com outras diversas centrais e entidades do país, estão convocando a mobilização nas fábricas, locais de trabalho e mobilizando locais com grande circulação de pessoas, como terminais de ônibus. A proposta da Central é intensificar as atividades de divulgação e o chamado à mobilização. Veja abaixo a agenda de lutas da Bahia.

Camaçari
04h – Paralisação no Polo Petroquímico e nas indústrias da região de Camaçari

Salvador
06h – Manifestação na entrada da Lapa, ao final do Dique do Tororó
10h – Concentração no Campo Grande para passeata com destino ao Comércio
13h – Ato em Frente ao INSS no Comércio

Feira de Santana
7h30 – Panfletagem no pórtico da Uefs
15h – Concentração do ato na praça Nordestino

Alagoinhas
7h – Concentração do ato em frente à prefeitura (Centro)

Vitória da Conquista
9h – Panfletagem nos campi da Uesb

Itabuna
15h – Concentração no ato na Praça do Jardim do O seguida de caminha com panfletagem pela Avenida Cinquentenário