PROTESTO NA SEC: GOVERNO RECEBE UNIVERSIDADES ESTADUAIS COM TRUCULÊNCIA E DESRESPEITO

Paralisação estadual e manifestação na Secretaria de Educação. Foto: Ascom Aduneb
Paralisação estadual e manifestação na Secretaria de Educação. Foto: Ascom Aduneb

Professores das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) paralisaram suas atividades acadêmico-administrativas por 24h e realizaram um ato público em frente à Secretaria de Educação na última quarta-feira (27). As comunidades acadêmicas da Uneb, Uefs, Uesc e Uesb protestaram contra os ataques do governo Rui Costa (PT) aos direitos trabalhistas e ao orçamento das Ueba. Contudo, apesar de ter conhecimento da pauta de reivindicações há mais de oito meses, a recepção do governo foi desrespeitosa e resultou em uma reunião ineficaz.

Diante da pressão realizada pelo movimento, o Fórum das ADs e coletivos estudantis foram recebidos por Isabela Paim, Chefe de Gabinete, e o Diretor Administrativo, Leandro Teve, sob a justificativa de que o Secretário e Subsecretário de Educação estariam em viagem. As representações do governo, além de não apresentarem nenhuma resposta, alegaram não ter autorização para falar nada. Na oportunidade, o Fórum das ADs reivindicou uma reunião com Walter Pinheiro, secretário de educação, para tratar dos problemas e urgências das Ueba.

Reunião ineficaz na Secretaria de Educação. Foto: Ascom Fórum das ADs
Reunião ineficaz na Secretaria de Educação. Foto: Ascom Fórum das ADs

“Foi uma reunião pró-forma, com total desrespeito. As representações do governo disseram que não tinham autorização para falar nada e que estavam nos recebendo por receber. Estamos tentando diálogo e o governo não apresenta nenhuma resposta efetiva. Seguiremos avançando no indicativo de greve e radicalização do movimento”, destacou o professor Milton Pinheiro, coordenador do Fórum das ADs.

Além da ausência de respostas, a manifestação foi recebida por policiais militares e grades de proteção para que ninguém tivesse acesso, nem mesmo à entrada do prédio da SEC. Todos foram impedidos até de beber água e utilizar os sanitários do local.

Indicativo de greve

Mesmo diante da falta de compromisso dos gestores públicos, a categoria segue firme e disposta para luta. A indignação fez com que docentes na Uesb, Uesc e Uefs aprovassem em assembleia o indicativo de greve. Na Uneb a pauta está em discussão com assembleia prevista para a primeira quinzena de outubro. A pauta de reivindicações do Movimento Docente foi protocolada nas instâncias governamentais no dia 19 de dezembro de 2017.

Apesar dos números mostrarem a Bahia como o quinto estado mais rico do país e dos números oficiais indicarem folga em relação ao limite prudencial da LRF, o governo se recusa a abrir uma agenda de reuniões. Durante o ato, como forma de protesto, os estudantes e professores queimaram um boneco que representava o secretário Walter Pinheiro e o subsecretário Nildon Pitombo. 

Queima do boneco representando Walter Pinheiro. Foto: Ascom Fórum das ADs
Queima do boneco representando Walter Pinheiro. Foto: Ascom Fórum das ADs

Só a luta garante

O MD luta em defesa dos direitos trabalhistas negados e contra o sucateamento das Universidades Estaduais. Há mais de dois anos os docentes das universidades não têm reajuste salarial. Diante disso, reivindicação do Fórum das ADs é de recomposição salarial de 30,5%. Os docentes também sofrem sem garantia de atendimento pleno às suas promoções/progressões e mudanças de regime de trabalho e demais direitos. Somando a situação das quatro universidades estaduais, 303 professores ainda não tiveram seus processos de promoção atendidos e 140 ainda estão na fila de mudança de regime de trabalho. (Leia a pauta completa aqui)

O encaminhamento do Fórum das ADs é de avançar no indicativo de greve e construção de um movimento paredista forte através da luta e mobilização de toda a comunidade acadêmica. A próxima reunião do Fórum será na segunda-feira às 9h, dia 2 de outubro, na Uefs. Estão previstos para discussão da pauta questões como o calendário de mobilizações do mês de outubro, a situação de ataques ao Planserv e a Lei Orçamentária Anual de 2018.

Fonte: Fórum das ADs

Seções sindicais e Regionais lançam campanha do ANDES-SN contra assédio sexual

Atividades locais estão sendo realizadas para desnaturalizar a violência e debater pautas como assédio e machismo 

imp-pop-590013788Ao longo dos meses, foram elaborados materiais como cartazes, adesivos, vídeo elucidativo sobre o que é o assédio sexual e ainda uma nova edição, atualizada, da cartilha “Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indígenas, das/os negros, dos LGBTs”. Os materiais foram lançados no mês de julho durante o 62° Conad do ANDES-SN, que também contou pela primeira vez com a Comissão de Enfrentamento ao Assédio, instituída após o 36º Congresso.

A partir do 62° Conad, a Campanha tomou forma e diversas seções sindicais do ANDES-SN solicitaram a presença de membros do GTPCEGDS do Sindicato Nacional nos espaços de debates das seções e encontros regionais. No final de agosto, no Rio Grande do Sul, o GTPCEGDS lançou a cartilha na Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Pampa (Sesunipampa-Seção Sindical do ANDES-SN). O material também foi lançado no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) em evento conjunto da Regional Rio Grande do Sul e Sinasefe local. Em setembro, no Instituto Federal da Bahia (Ifba), a Regional Nordeste III do ANDES-SN e o Sinasefe lançaram a cartilha contra as opressões em evento da “Frente Nacional Escola sem Mordaça”.

Antes do Conad, a cartilha já havia sido lançada em outros locais como nas cidades de Sinope e Cuiabá, em Mato Grosso, em evento da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Mato Grosso (Adufmat-Seção Sindical do ANDES-SN), no mês de junho; e em março na Universidade Federal do Maranhão (Ufma) em reunião aberta sobre assédio moral e sexual, organizada pela Associação de Professores da Universidade do Maranhão (Apruma-SSind.).

Para Caroline Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e da coordenação do GTPCEGDS, a campanha contra o assédio teve e tem um impacto positivo na construção do debate sobre as opressões e defesa dos direitos. “A campanha contra o assédio tem tido resultados positivos, tanto na organização das mulheres dentro do Sindicato – no combate contra a naturalização da violência-, quanto na necessidade de se pensar em pautas feministas, étnico-raciais, LGBT dentro do mundo de trabalho. A procura das seções sindicais para que o GTPCEGDS do ANDES-SN vá até as instituições e promova o debate sobre o tema e lance a cartilha tem aumentado. E, mais, as seções tem criado GT´s para debater sobre o tema, o que significou ainda um aumento de docentes nas reuniões do GTPCEGDS e de professores que atuam no GT e, ainda, a construção do evento integrado no final de agosto em Pelotas (RS). Além disso, o debate sobre as opressões e assédio sexual e a importância da reeducação, também fez com que professoras e estudantes se organizassem em movimentos de mulheres e feministas, mudando comportamentos dentro das universidades”, disse a coordenadora do GTPCEGDS, que ressaltou a importância de aprofundar o debate desta pauta nos espaços combativos como sindicatos e centrais.

“No Congresso da CSP- Conlutas faremos o lançamento da cartilha para que a Central fortaleça o combate ao assédio dentro desses espaços”, disse. A previsão, segundo Caroline Lima, é que o lançamento da cartilha dê continuidade nas universidades federais de Brasília (UnB) e Goiás (UFG), no mês de outubro.

 

Fonte: ANDES-SN

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA
 
No uso de suas atribuições, que lhe confere o Art. 22 do Regimento Geral, a diretoria da ADUSC/Seção Sindical do ANDES/SN, convoca a todos os associados para Assembleia Extraordinária a realizar-se no dia 21.09.2017(Quinta-feira), às 8:30h em primeira convocação e às 9:00h em segunda, no CEU, no Térreo do Pavilhão Adonias Filho, com a seguinte pauta:
1) Informes;
2) Dia estadual de luta em defesa das UEBA (27/9) com paralisação das atividades acadêmicas.
 
 
 

Campus Soane Nazaré, 18 de Setembro de 2017.

FÓRUM DAS ADS REALIZA “COMPARTILHAÇO” NAS REDES SOCIAIS CONTRA OS CORTES DO GOVERNO RUI COSTA

Compartilhaço nas redes sociais #RuiCorta
Compartilhaço nas redes sociais #RuiCorta

Diante da realidade de cortes na educação e nos direitos trabalhistas, o Fórum das ADs realizará uma ação nas redes sociais nos dias 14 e 15 de setembro contra os cortes do governo Rui Costa (PT). A proposta é que, com o uso hastag #RuiCorta, o movimento docente compartilhe as suas demandas e cobre respostas do governador sobre a pauta de reivindicações protocolada desde o dia 19 de dezembro de 2016 nas instâncias governamentais.

Por responsabilidade do governo, a crise nas Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) se aprofunda. A não garantia de todas as promoções e mudança de regime de trabalho dos docentes impacta no ensino, pesquisa e extensão das universidades. Para resolver o problema será preciso ampliação do quadro de vagas. Além da carreira docente atacada, os professores também sofrem com perdas salariais há mais de dois anos sem recomposição. Confira a pauta de reivindicações completa

#RuiCorta

Estudos aprofundados do XIII Encontro dos Docentes das UEBA mostram que, só entre 2013 e 2016, as universidades estaduais sofreram perdas reais de mais de R$ 73 milhões nas verbas de custeio, investimento e manutenção. No terreno salarial os cortes acumulados pesam no bolso dos docentes. Por exemplo, um professor Auxiliar A 20h, cujo salário bruto (sem os descontos legais) mínimo é de R$ 2.172,05, deixa de receber R$ 279,98 (19,3%) por mês. A situação gera uma perda acumulada de R$ 4.842,11(considerando janeiro de 2015 a julho de 2017).

O governo estadual ignora a importância social das Ueba no papel de socializar o conhecimento, a formação acadêmica e a oportunidade de um futuro melhor a milhares de jovens por toda a Bahia. Para o Fórum das ADs, a ação de mídia nas redes sociais é importante, sobretudo, para defender o patrimônio que são as universidades. Para participar da ação, basta utilizar no Facebook a hastag #RuiCorta e compartilhar as publicações das páginas oficiais das Associações Docentes (ADs).

Acesse a página do Facebook do Fórum das ADs

Calendário de mobilização marcará o Mês de Luta em defesa da UESC

Seguindo as indicações do Fórum das ADs, a diretoria da ADUSC preparou um calendário especial de mobilização para o mês de setembro. A proposta é dar visibilidade à luta docente, envolver a sociedade na defesa da UESC e demais Universidades Estaduais da Bahia (UEBA), e pressionar o governo a negociar a pauta de reivindicações protocolada desde dezembro de 2016.

O Movimento Docente (MD) reivindica demandas urgentes às universidades, como o repasse orçamentário de 7% da Receita Líquida de Imposto para às UEBA. O cumprimento dos direitos trabalhistas, a ampliação do quadro de vagas e o reajuste salarial de 30% para recompor as perdas acumuladas nos últimos anos, também fazem parte da pauta.

A Luta não Para!

Considerando o período de recesso acadêmico na UESC, as duas primeiras semanas de setembro serão marcadas por atividades que buscam envolver a comunidade acadêmica através das ferramentas disponíveis nas redes sociais. A partir dessa segunda-feira (03), peças da campanha de mídia com informações sobre a situação das UEBA serão impulsionadas diariamente através do Facebook. A participação dos docentes, servidores técnicos e estudantes nas ações é muito importante para a eficácia da campanha. Nesse período, um SPOT também será veiculado nas rádios (AM, FM) da região.

A partir do dia 11, as publicações terão um enfoque maior sobre os efeitos locais decorrente dos ataques do governo Rui Costa às universidades. Já no retorno às aulas, principalmente entre os dias 18 e 22, as mobilizações contarão com panfletagem, assembleia docente e uma aula inaugural que pretende reacender o debate sobre a Estatuinte na UESC ─ A reformulação estatutária é um processo decorrente da revogação da Lei 7.176/97, conquistada com a greve docente de 2015.

No dia 23 de Setembro, a UESC ocupará a Praça da Catedral de São Sebastião, ponto turístico de Ilhéus, com apresentação de trabalhos científicos e extensionistas, além de aula pública e apresentação cultural. “Queremos envolver a sociedade na defesa da Educação Pública Universitária de nossa região. Atendemos a 23 municípios, com cursos de graduações, pós graduaçãos, e diversos serviços de atendimento à sociedade. É isso que está ameaçado e precisa se tornar público!”, afirma José Luiz de França, presidente da ADUSC.

Para encerrar o calendário deste setembro de lutas, um ato público unificado está indicado para o dia 27, em Salvador, e deve ser marcado por uma paralisação estadual das atividades acadêmicas, após aprovação nas assembleias docentes. “Vamos unir a comunidade acadêmica da UESC, UESB, UEFS e UNEB neste importante e grandioso dia de luta!”, encerra França

Diretoria da ADUSC convida associados para reunião do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Aposentadoria

imp-pop-277750631A fim de iniciar e organizar as atividades do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Aposentadoria (GTSSA) a diretoria da ADUSC  convida  os docentes para a reunião em 05/09/17 (terça-feira) às 13h30 na sala de reunião da ADUSC.
Saudações sindicais
Diretoria da ADUSC

ADUSC cobra da reitoria compromisso com autonomia universitária em “Operação D.E.”

Em ofício encaminhado à reitoria, na última quarta-feira (23), a ADUSC solicitou à administração central reconsideração quanto à indicação de membro para comissão mista do Processo “Operação Dedicação Exclusiva (D.E)”, da SAEB. O documento ratifica a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA), do dia 25 de Julho, que aponta as irregularidades do processo e ressalta a importância da autonomia universitária. A irregularidade da indicação já havia sido alertada pelo Fórum das ADs durante reunião com o Fórum de Reitores no dia 08 de Junho deste ano.

Operação D. E.

A “Operação D.E.” teve início em setembro de 2015, numa iniciativa irresponsável do Governo Rui Costa para criminalizar professores e professoras das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) após vitoriosa Greve naquele ano. Através da portaria nº 1587 da Secretaria de Administração (SAEB), o governo acusou, publicamente, 151 docentes por fraude no cumprimento do regime de dedicação exclusiva e desvio de recurso, sem a devida apuração. Apesar do envio de documentos e outros esclarecimentos por escrito em atendimento à portaria, parte desses docentes estão sendo submetidos à processos administrativos disciplinares (PADs).

Em desrespeito à autonomia universitária e ao Estatuto do Servidor Público, o governador Rui Costa se utiliza da Corregedoria Geral do Estado (CGE) para instaurar os PADs. Para tanto, foi solicitado das administrações universitárias a indicação de docentes para composição de uma comissão tripartite. Para a ADUSC, o acordo, por parte da reitoria, com esse procedimento é um erro e legitima a irregularidade do processo.

A ADUSC mantém sua posição favorável à transparência e a ética na gestão do serviço público, o que inclui a apuração dos fatos por meios de sindicância e processos disciplinares. Entretanto, exige que os procedimentos respeitem a Constituição Federal e o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado da Bahia, garantindo o amplo direito de defesa. Desta forma, espera da administração da UESC compromisso com a legalidade e o respeito à comunidade acadêmica na defesa do exercício da autonomia universitária.

Confira AQUI o documento encaminhado a reitoria

Seminário do ANDES-SN aprofundou debate sobre gênero, raça e diversidade sexual

Durante três dias (24 a 26), cerca de cem docentes de diversas regiões do país se reuniram em Pelotas (RS) para debater questões de gênero, raça e diversidade sexual, a interseccionalidade desses temas e a relação com a universidade, no Seminário Integrado do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCGEDS). O evento foi composto por três seminários: III Seminário Nacional de Mulheres, II Seminário Nacional de Diversidade Sexual e o II Seminário de Reparação e Ações Afirmativas.

imp-ult-740038054As provocações e reflexões propostas pelos debatedores, os relatos feitos pelos participantes e as apresentações culturais, que abriram cada palestra, contribuíram para aprofundar as discussões e permitir um olhar mais amplo e aprofundado sobre temáticas como feminismos trans e negro, o racismo, machismo e lgbtfobia no mundo sindical e acadêmico, e as ações afirmativas transitórias e o impacto da política de cotas nas universidades.

Fabiane Tejada, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (Adufpel Seção Sindical do ANDES-SN), que sediou o evento, ressaltou que a realização do Seminário contribuiu para reorganizar e fomentar os debates do GTPCEGDS local.

“A própria organização do evento, para nós, teve um caráter disparador da possibilidade de nos reorganizarmos. Inclusive, a ideia de fazer o evento nos motivou para rearticular o GT local, e trouxe aqui para o nosso cenário o debate sobre essas questões fundamentais, que estão pipocando dentro da universidade. Só para dar um exemplo, já tivemos nessa semana, nesses dias do evento, uma denúncia de um estudante de pós-graduação negro que sofreu racismo por parte de seu orientador. Então, as questões problematizadas aqui foram centrais para nós, centrais para essa conjuntura, para que possamos subsidiar nossos debates militantes e acadêmicos, que vivemos na luta diária pela implementação de políticas para uma universidade pública, plural e popular”, contou.

Fabiane destacou o debate as ações afirmativas transitórias, que se traduzem também nas políticas de cotas nas universidades, que, no caso da Ufpel, vem sendo acompanhada de perto pela seção sindical, para garantir que se efetive. “Nós temos uma comunidade negra fortíssima na cidade de pelotas. O resgate feito na mesa do último dia sobre a opressão e violência contra a população negra, quilombola, indígena também foi fundamental. Nós temos também os kaigangs, que é um grupo que está tentando também fazer o enfrentamento e se reorganizar. Nós estamos acompanhando esses debates aqui em Pelotas nos últimos tempos e a localização do evento para nós foi estratégica para podermos fomentar essas políticas, porque a seção sindical acaba fazendo uma grande mobilização e pressão junto à reitoria e faz ainda um papel de fiscalizadora, em relação à política de cotas. Nós saímos com gás, muito animados para dar a fundamentação necessária e propor ações com esse foco”, completou.

Na avaliação de Caiuá Al-alam, 1º secretário da Regional Rio Grande do Sul e da coordenação do GTPCEGDS, o seminário integrado foi um sucesso e as discussões contribuíram muito para indicar ações para construir propostas de políticas a serem apresentadas no próximo congresso do Sindicato Nacional, que acontecerá em janeiro de 2018, em Salvador (BA).

“A gente estava desde 2009, 2012 e 2013, sem realizar seminários específicos de cada tema do GTPCEGDS. Nós tivemos cerca de 100 inscritos, o que mostra o desejo da base de participar desse debate. Tivemos mesas extremamente qualificadas, que foram muito elogiadas, e que trouxeram debates importantíssimos para o campo da esquerda, inclusive a respeito de especificidades que às vezes a gente não tem tanta proximidade, como o feminismo trans e o feminismo negro. Então, foi uma série de discussões complexas, que reforçam a luta de classes do ANDES-SN”, afirmou.

imp-ult-649318195Após o Seminário Integrado, aconteceu, no domingo (27), uma reunião conjunta dos GTPCEGDS, com o GT de Ciência e Tecnologia (GTC&T) e o GT de Políticas Agrárias, Urbanas e Ambientais (GTPaua), conforme deliberado no último congresso do ANDES-SN, no início do ano. “Ontem, a gente pode discutir de forma muito dura, devido a conjuntura em que estamos, a questão da demarcação de terras indígenas e quilombolas, e trabalhar interseccionalmente os temas concernentes aos três GTS. Isso mostra, de novo, por ser uma deliberação do congresso, ou seja da própria base, o interesse em congregar, de forma mais radical, inclusive dentro dos outros gts, esses temas que por muito tempo foram tratados como menores pela esquerda, como a reparação histórica de negros e negras, os direitos das comunidades lgbts e das próprias companheiras mulheres”, relatou Caiuá.

“Discutimos uma radicalização da compreensão do que é permanência para nossos estudantes dentro da universidade, em relação às cotas e ações afirmativas, e a necessidade de entender as ações afirmativas como um elemento para as reparações dentre outras tão importantes como o próprio acesso e direito a terra. Entender essas ações dentro do hall das reparações de forma mais complexa, e inclusive discutimos bastante o problema das fraudes colocadas nos processos seletivos de cotas, com brancos entrando em vagas de negros e indígenas, e debatemos bastante sobre como agudizar a discussão a respeito das comissões de verificação”, complementou.

O diretor do Sindicato Nacional ressaltou ainda o debate relacionado à comunidade LGBT e a necessidade de entender a dinâmica da trajetória desses diferentes grupos de pessoas e lembrou a provação feita pelos palestrantes para que o sindicato e a base entendam a realidade da comunidade LGBT também dentro da universidade, e ainda, refletir como o sindicato nacional e a categoria docente estão preparados para dialogar com companheiros e companheiras trans. “Há um desconhecimento relacionado a essas realidades. O seminário nos ajudou complexificar o entendimento do que é ser LGBT no Brasil. Foi muito importante a participação tanto do companheiro da CSP Conlutas quanto também a companheira que veio dialogar sobre a comunidade trans, que de fora do sindicato acabou sendo uma bomba provocadora para a gente extrapolar os nossos muros da categoria e pensar esse outro conjunto da classe trabalhadora”, concluiu, destacando que o número de participantes que se deslocaram à Pelotas superou as expectativas da organização. Foram 96 docentes, de 20 seções sindicais, e ainda 14 representantes de outros movimentos sociais e sindicais, totalizando 110 participantes.

De acordo com Caiuá, atendendo a outra deliberação do 36º Congresso do ANDES-SN, durante o evento, foram registrados depoimentos dos participantes que depois resultará em dois documentários sobre a trajetória de docentes LGBTS e negros e negras dentro da universidade e do movimento docente. O material está sendo produzido em parceria com a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Sedufsm SSind).

Confira a cobertura do Seminário Integrado do GTPCEGDS:

Debate sobre gênero, raça e classe marca abertura de Seminário Integrado do GTPCGEDS

Feminismo Trans e Negro são destaque no III Seminário de Mulheres do ANDES-SN

Seminário aborda Políticas Públicas para LGBTs e combate às opressões nas IES 

Ações afirmativas são formas de reparação histórica com negros e indígenas

Fonte: ANDES-SN

FÓRUM DAS ADS REÚNE COM ARQUIDIOCESE DE SALVADOR PARA COBRAR DIÁLOGO COM O GOVERNADOR RUI COSTA

Docentes explicam os problemas das universidades. Foto: Ascom FAD
Docentes explicam os problemas das universidades. Foto: Ascom FAD

O Fórum das Associações Docentes (ADs) participou, na tarde da terça-feira (22), de uma reunião com o Arcebispo Dom Murilo Krieger. Na ocasião, o Fórum reivindicou posicionamento da Igreja Católica sobre o cenário de não garantia dos direitos trabalhistas e crise orçamentária das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Os docentes também solicitaram o intermédio da instituição para abertura de diálogo com o governador Rui Costa. O representante da Arquidiocese de São Salvador da Bahia reconheceu a importância da causa do Movimento Docente (MD) e firmou o compromisso de fazer contato com o Governo do Estado.

Durante o espaço, os professores apresentaram como os cortes orçamentários e perdas salariais impactam no desenvolvimento das universidades e na sociedade baiana de conjunto. Há dois anos o governo não realiza reajuste nos salários dos servidores públicos e as perdas inflacionárias acumuladas são de quase 20% ao longo do período. Somado a isso, entre 2013 e 2016, o ensino superior baiano sofreu mais de R$ 73 milhões de perdas reais nas verbas de custeio, investimento e manutenção.

“As universidades estaduais estão inseridas em várias cidades e cumprem um papel fundamental no desenvolvimento de pesquisas com estudos para as realidades específicas desses lugares. Cortar o orçamento e piorar as condições de trabalho dos professores impacta diretamente no ensino, pesquisa e extensão. Ou seja, quando o governo ataca as universidades, em última instância, está atacando também a população baiana”, explicou Milton Pinheiro, coordenador do Fórum das ADs.

Os docentes denunciaram a postura de descaso do governo diante do empenho do Fórum em abrir diálogo e negociação. A pauta 2017 foi protocolada nas instâncias governamentais desde o dia 19 de dezembro de 2016. De dezembro até então, os representantes do governador compareceram às reuniões ocorridas sem respostas concretas e não abriram nenhuma negociação com o movimento.

Mesmo diante da falta de compromisso dos gestores públicos, a categoria segue firme e disposta à luta. A audiência solicitada com a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, foi uma das iniciativas para intensificar a luta do MD. Além dessas, outras ações estão apontadas com um calendário de mobilizações para o mês de setembro. (Leia mais)

Atualmente os docentes aprovaram indicativo de greve nas assembleias de duas universidades – Uesb e Uesc. Na Uneb e Uefs assembleias estão previstas para agosto e setembro com essa e outras iniciativas de mobilização na pauta. Entre elas, uma paralisação estadual indicada para o dia 27 de setembro já aprovada em assembleia da Uneb.

O MD exige solução para questões urgentes como, 30% de recomposição salarial, ampliação do quadro de vagas e aumento de 7% da Receita Líquida de Impostos (R.L.I.) para o orçamento das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Confira a pauta completa aqui.

Temer e Pezão impõem mais uma megaoperação militar contra os cariocas mais pobres

Neste dia 21 de agosto, a Força Nacional e as Forças Armadas se posicionaram e ocuparam os principais acessos das comunidades do Jacarezinho, Manguinhos, Bandeira 2, Mandela, Arará, Complexo do Alemão e no Conjunto Habitacional Morar Carioca. Todas estas localidades e bairros estão na Zona Norte da cidade.

 

 

Mais um castigo para a comunidade do Jacarezinho, que já chega ao seu décimo dia de ocupação pelas polícias civil e militar, contabilizando 15 pessoas atingidas por armas de fogo com 8 mortes. Houve duas mortes e pelo menos três pessoas baleadas ainda na noite do dia 19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), três pessoas foram baleadas e foram socorridas pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, neste dia.

 

Entre as vítimas, Adriane Silva, de 22 anos, baleada na cabeça, segue em estado grave no Hospital Estadual Salgado Filho, no Méier. A SMS confirmou ainda que Georgina Maria Ferreira, de 50 anos, morreu na UPA de Manguinhos após ser baleada (também na cabeça) em confronto na comunidade. Outra foi ferida por estilhaços, medicada e liberada em seguida. Ainda na ocasião, um homem identificado apenas como Hugo, de 24 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chagar à UPA de Manguinhos. Hugo também foi baleado na cabeça.

 

Na véspera, cerca de 12 horas antes da ocupação dos acessos realizado pela Força Nacional e as Forças Armadas, ocorreram duas manifestações: uma organizada pelos moradores de Manguinhos exigindo o fim do genocídio que já computa um total de quase 1,3 mil pessoas. Este número de vítimas de disparos de armas de fogo nas comunidades mais pobres da cidade, ocorreu de janeiro de 2016 a março de 2017, segundo levantamento do feito pelo site UOL, através da Lei de Acesso à Informação.

 

A outra manifestação ocorreu na Praia do Recreio dos Bandeirantes, uma das áreas nobres da cidade, convocada e organizada por policiais que computam a morte de 97 agentes nos primeiros sete meses deste ano. Uma semana após o enterro do policial da Core, Bruno Guimarães Buhl, conhecido como Bruno Xingu, de 36 anos, amigos e parentes do agente foram ao posto 11 da praia do Recreio, na Zona Oeste do Rio, para protestar contra a morte de policiais no Rio de Janeiro. Esta manifestação contou com apoio de um helicóptero das forças policiais do Rio de Janeiro.

 

Genocídio contra negros e negras

O fato é que o Brasil vive a realidade de um país que assassina, de forma sistemática uma parte de sua população. Segundo dados do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, só no ano passado, 56.325 brasileiros foram vítimas de homicídio, numa média de 154 mortes por dia. O Brasil é o 7º lugar entre os países que mais matam no mundo, superando a realidade da guerra civil na Síria (149 mortes por dia), e do genocídio de Israel contra o povo palestino (66 mortos por dia). Uma em cada 10 pessoas assassinadas no mundo é brasileira.

 

 

Desde a grande ocupação realizada pelas Forças Armadas nas ruas cariocas, por ocasião da ECO92, há 25 anos, estas megaoperações militares se repetem sem produzir uma mudança de qualidade na segurança da classe trabalhadora. Muito pelo contrário. O tráfico de armas se consolidou nas últimas décadas. O comércio de drogas não diminuiu por aqui, nem em qualquer outro lugar do país ou do mundo, movimentando só no Brasil uma cifra de 15,5 bilhões de reais por ano. O consumo de drogas também não diminuiu, pelo contrário, mais que dobrou em menos de dez anos e já é quatro vezes maior que a média mundial, segundo dados do Conselho Internacional do Controle de Narcóticos, entidade ligada a ONU.

 

Da época da ECO92 até hoje,  a cidade foi palco de megaeventos como Jogos Paraolímpicos, Olimpíadas e Copa Mundial de Futebol só para citar os maiores. Contudo, não houve aumento nos investimentos em mais moradias, ampliação em obras de saneamento ou obras de prevenção de enchentes, deslizamentos ou outros fenômenos naturais que prejudicam a vida na cidade maravilhosa. Nestes 25 anos houve redução do número de escolas, postos de saúde e hospitais públicos. Houve uma política de redução do estado através das privatizações e terceirizações que, na prática reduziram os direitos, atingindo a população mais pobre. A única política pública que prosperou no Estado e em sua capital foi a da criminalização através de incursões policiais, que levam terror às comunidades e aos trabalhadores. Essas incursões ocorrem há mais de duas décadas, por meses, quase todas as semanas, sem que nenhuma melhoria tenha ocorrido.

 

Comemoração ou tristeza

Oito horas após os primeiros soldados das Forças Armadas tomarem e bloquearem a saída de trabalhadores nas sete favelas, o Comando da Megaoperação comemora seu resultado. Apesar de acusar um vazamento que alertou “os traficantes” e “meliantes”, o Comando informa que 40 pessoas foram presas, entre elas o soldado do Exército Matheus Ferreira Lopes, de 19 anos, suspeito de vazar informações da operação anterior para “traficantes”. Além disso, a polícia apreendeu até aquele momento 300 quilos de maconha, dez de cocaína, duas granadas, munições e até máquinas de caça-níquel. O material apreendido e os detidos foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho. Ainda segundo o Comando o objetivo da megaoperação conjunta teria sido prender 14 traficantes. No entanto, até o momento da Coletiva de Imprensa, feita pelos comandantes da Operação conjunta, ainda não havia informações se algum mandado de prisão expedido pela Justiça teria sido cumprido.

 

Conclusão: esta operação é criminosa. Ela gerou grandes consequências para a vida milhares de trabalhadores e da população. Os postos de atendimento da região como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos, todas as escolas e creches da região não abriram suas portas. Segundo o Jornal O Globo, cerca de 27 mil crianças deixaram ter aula. A prefeitura fechou 15 unidades escolares sem data para voltar a funcionar. As linhas de ônibus que circulavam pelo Jacaré e Jacarezinho tiveram o trajeto desviado, de modo que os trabalhadores não puderam sair de suas próprias casas.

 

O Estado nunca está presente para garantir condições básicas de vida para os trabalhadores e o povo que vivem nestas comunidades. O custo que os moradores pagam pela apreensão de 300 quilos de maconha, dez de cocaína, duas granadas, munições e máquinas de caça-níquel é muito elevado. O saldo de todos esses dias de invasão policial na favela, de sete moradores mortos e de todo o infortúnio desta megaoperação não se justificam. Entre as vítimas atingidas estão um feirante, um adolescente de treze anos, pelo menos duas mulheres, entre outros inocentes que tiveram suas vidas arrancadas por essa política absurda. Além dos mortos, há mais sete vítimas feridas que foram atingidas pelos disparos, algumas estavam dentro de suas casas ou circulando para ir ao trabalho.

 

Preparar uma alternativa

Agora, como nas experiências anteriores, o resultado é desastroso. O tráfico de armas segue garantindo o lucro dos fabricantes. Os empresários que controlam o comércio de drogas continuam lucrando. Vários parlamentares são pegos com aeronaves e fazendas com toneladas de cocaína e nada é feito contra eles. Extermina-se a juventude negra e pobre, enquanto nas fronteiras as drogas chegam ao país com ajuda de deputados e esquemas de corrupção que envolve todas as instituições dos três poderes da república. Nesse ano, por conta dessas e outras operações militares já morreram cerca de sete crianças atingidas por balas perdidas, entre elas Maria Eduarda, de 13 anos, morta dentro de sua escola, na mesma Zona Norte da capital.

 

Está na hora de dar um basta. É preciso que os trabalhadores preparem uma greve geral que pare a produção e circulação de mercadorias. É necessário superar as direções do movimento sindical e popular que tem dificultado a mobilização. Os trabalhadores podem e devem tomar em suas mãos a organização das próximas mobilizações para colocar para fora não só o prefeito da cidade, Sr. Marcelo Crivella, mas também o Sr. Luiz Fernando Pezão, governador do Estado e o Presidente Michel Temer.

 

A crise política e financeira que vivemos só poderá ser resolvida por uma alternativa que surja de nossa luta e mobilização. Uma greve geral tem o poder não só de colocar a quadrilha do PMDB, do PT e do PSDB para fora, como também acabar com a farra de todos os outros corruptos do Congresso Nacional e do Poder Judiciário.

 

Basta de violência contra os trabalhadores e o povo. Chega de genocídio contra o povo negro!

 

Pelo fim imediato do cerco militar e policial ao Jacarezinho e as demais comunidades!

 

Não à UPP! Pelo fim da Polícia Militar!

 

Abaixo esta política de segurança racista e elitista!

 

Chega de dinheiro para os banqueiros, para empresários e para as empreiteiras!

 

Suspensão imediata do pagamento da dívida pública e dos contratos fraudulentos!

 

Por um plano de obras públicas que garanta empregos e a construção de casas populares, escolas, hospitais e saneamento básico!

 

Pelo fim das isenções e revisão de todas as anistias fiscais!

 

Reestatização de toda a frota de ônibus, do trem, metrô, barcas e da CEDAE!

 

Não às demissões!

 

Estatização de todas as empresas que demitirem !

 

Confisco dos bens dos corruptos e corruptores!

 

Não aos cortes de verbas! Mais verbas para saúde e educação!

 

Romper com a lei de responsabilidade fiscal que impede o pagamento dos servidores e o investimento nas áreas sociais!

 

Redução dos altos salários dos políticos! Que os políticos recebam o mesmo que um professor!

 

Greve Geral para derrotar o ajuste fiscal!

 

 

CSP-Conlutas RJ