Com tema “Histórias, Culturas, Saberes e Lutas dos Povos Indígenas do Brasil e da América Latina” o VII Seminário Internacional Índio Caboclo Marcelino começa nesta quarta-feira (23), com mesa de abertura às 18 horas na UESC. Os demais espaços da programação, que segue até o dia 27 de Setembro, acontecerão no Território Tupinambá de Olivença, em Ilhéus. O Seminário antecede a histórica e significativa XV Caminhada Tupinambá em Memória aos Mártires do Massacre do Rio Cururupe e ao Índio Caboclo Marcelino (27 de setembro de 2015).
Com realização anual desde 2008, o Seminário Internacional Índio Caboclo Marcelino foi uma iniciativa de docentes e estudantes do curso de História da UESC. Após a não realização do seminário em 2010, prisões recorrentes de Tupinambás no ano de 2011, além da perseguição, criminalização e reintegração de posse, foram propulsores para que o evento voltasse a ocorrer.
Em 2012 ocorreu a Retomada simbólica do Seminário pela Comunidade Tupinambá, sendo realizado a partir de então nas Aldeias Tupinambá, contando com a expressiva participação indígena na organização e atividades desenvolvidas. O Seminário acontece num contexto marcado pela autodemarcação territorial que os Tupinambá realizam, com o objetivo de pressionar o governo a oficializar a Demarcação Territorial das terras Tupinambás.
Este ano, o Seminário conta com o apoio do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES – SN) e por conseguinte da Associação de Docentes da UESC (ADUSC), conforme deliberação aprovada no 34º Congresso Nacional, realizado em fevereiro deste ano. O Seminário Internacional Índio Caboclo Marcelino vem ganhando expressão e importância também por seu caráter interdisciplinar. Participam: historiadores, educadores, antropólogos, sociólogos, psicanalistas, geógrafos, jornalistas, profissionais da área jurídica.
A comissão organizadora também destaca o papel político do evento ao denunciar os diversos ataques contra os povos originários brasileiros, como as tentativas de modificar a constituição (PEC 215, Portaria 303 da AGU, etc) e alterar o processo de demarcação territorial, revendo até mesmo territórios já demarcados. E salienta “a proposta do Seminário é ampliar, aprofundar e contribuir com a discussão sobre a história, memória, cultura e lutas (passadas e atuais) dos povos indígenas do Sul da Bahia, mas também de outros lugares, no Brasil e na América Latina. Desejamos contribuir com a luta contra a criminalização, atentados e racismo que vivencia a população indígena brasileira e latino-americana na LUTA PELO TERRITÓRIO ANCESTRAL E RECONHECIMENTO/ALTERIDADE ÉTNICO”.
*Com informações do VII Seminário Internacional Índio Caboclo Marcelino