Após 30 horas de ocupação da torre administrativa os estudantes da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) conseguiram uma importante vitória em relação à permanência estudantil. A ocupação iniciada ao fim da tarde de 28 de março foi ponto alto de uma série de mobilizações que ocorreram desde o início deste semestre. Os estudantes reivindicavam a ampliação e melhoria dos serviços prestados no Restaurante Universitário (R.U.), atendimento nos três turnos e aos sábados, aumento no número de refeições subsidiadas e redução do valor sem subsídio, que atualmente custa R$ 7,00.
O primeiro grande ato estudantil em torno da pauta aconteceu no dia 25 de fevereiro, e encaminhou a formação de uma comissão com 13 estudantes para dar andamento as negociações. Após duas reuniões, e uma proposta que acrescentava apenas 50 pratos aos 400 subsídios existentes, e que são sabidamente insuficientes para o universo de cerca de 8 mil estudantes, o movimento encaminhou por um novo ato que culminou na ocupação.
Sob pressão do Movimento Estudantil, não só a reitoria, mas o próprio Governo Federal foi obrigado a intervir liberando a verba do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAEST). O recurso, que, segundo a reitoria (veja aqui), deveria ser pago em 2012 pela adesão da UESC ao Sistema de Seleção Unificado (SISU), será utilizado todo em 2014, para subsidiar 900 refeições no almoço, 200 no café da manhã e 200 no jantar, cabendo aos estudantes pagar apenas um real em cada refeição. A luta agora será para garantir a manutenção da proposta nos próximos anos.
Em nota publicada no site da UESC a reitoria também se compromete com as mudanças estruturais, e atribui a uma comissão mista (com representação estudantil, de docentes e de servidores técnicos), a discussão sobre a qualidade da alimentação servida no restaurante universitário. Os representantes docentes foram indicados pela diretoria da ADUSC no dia 26 de março (conforme documento anexo).
A ADUSC avalia que esta vitória se trata de uma conquista de todo(a)s o(a)s estudantes que demonstraram disposição para a luta. Sem dúvida, a onda de mobilizações de Junho que repercutem ainda hoje com movimentações radicalizadas de trabalhadores e estudantes, tem preocupado reitorias e governos, nas três esferas, garantindo vitórias a nossa classe.
Conclamamos a todas(os) a direcionar esta disposição na luta, por maior orçamento para as universidades,. Por no mínimo 7% da Receita Líquida de Imposto (RLI), na busca por uma Universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.